CAMBIO – O PT e as FARCs

Registrando a bomba:

Lembram da operação do Governo Colombiano que resultou na morte de Raúl Reyes após um acampamento das FARCs ter sido bombardeado no Equador no início do ano? Lembram que um notebook pertencente ao guerrilheiro foi então capturado pelas tropas colombianas?

Pois bem. Uma revista da Colômbia revela [LEIAM!] que – segundo análise do material capturado – o governo brasileiro tinha envolvimento com os terroristas colombianos. Segundo a reportagem, que foi chamada de “O dossiê brasileiro”,

[a] juzgar por el contenido de los mensajes, la presencia de las Farc en Brasil llegó hasta las más altas esferas del gobierno de Lula, el Partido de los Trabajadores, PT -el partido del Presidente-, la dirigencia política y la administración de Justicia.

E ainda:

La expansión de las Farc en América Latina no solo incluyó a funcionarios de los gobiernos de Venezuela y Ecuador, sino que también comprometió a destacados dirigentes, políticos y altos miembros del Partido de los Trabajadores, al que pertenece el presidente Luis Inácio ‘Lula’ Da Silva. Además el grupo guerrillero mantuvo contactos con procuradores y jueces de Brasil.

– José Dirceu, ministro de la Presidencia.
– Roberto Amaral, ex ministro de Ciencia.
– Erika Kokay, diputada.
– Gilberto Carvalho, jefe de Gabinete.
– Celso Amorín, canciller.
– Marco A. García, asesor Asuntos Internacionales.
– Perly Cipriano, subsecretario Promoción DD.HH.
– Paulo Vanucci, ministro Secretaría de DD.HH.
– Selvino Heck, asesor presidencial.

Isso não é novidade, porque o FORO DE SÃO PAULOjá denunciado há séculos mas sistematicamente ignorado – foi fundado pelo atual presidente brasileiro e congregava partidos de esquerda e terroristas narcotraficantes na mais perfeita harmonia. A grande mídia, entretanto sempre fez questão de ocultar o fato da população brasileira, ficando o assunto restrito a poucos órgãos de informação alternativos (exemplo) que não têm poder de penetração popular.

E o procedimento operacional padrão se repete. Já saiu no ESTADÃO: Governo brasileiro nega ter ‘cooperado’ com as Farc. A FOLHA disse o mesmo: Assessor especial da Presidência nega relação entre governo brasileiro e as Farc. G1 repetiu: Governo brasileiro volta a negar contatos com as Farc. Oras, falar é muito fácil; e quanto à farta documentação comprometedora que existe, à qual a cada dia é acrescida mais sujeira? Até quando acham que as pessoas vão aguentar ouvir simples negações?

Agradecimentos pela reportagem da revista CAMBIO ao Fabrício.

Aprovação da Santa Sé

O Vaticano aprovou semana passada a nova tradução dos principais textos litúrgicos para uso nos Estados Unidos. O trabalho responde a repetidos pedidos feitos pela Santa Sé, cobrando maior fidelidade das traduções vernáculas ao texto latino.

Entre as principais mudanças, vale salientar [tradução livre do link acima]:

  • Na Consagração, o padre vai se referir ao Sangue de Cristo que é “derramado por vós e por muitos” – uma tradução mais precisa de “pro multis” – ao invés de “por todos”, como é na tradução atual;
  • Na fórmula principal do ato de contrição, os fiéis vão se acusar de terem pecado “por minha culpa, por minha culpa, por minha mais penosa [most grievous] culpa”.
  • Quando o padre falar “o Senhor esteja convosco”, os fiéis vão responder “e com o teu espírito”, ao invés de simplesmente “e contigo também”.
  • No Agnus Dei, o texto cita o “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”, tradução melhor do que a atual no singular – “o pecado”.
  • Na Oração Eucarística, referências à Igreja usarão os pronomes femininos (she, her) ao invés dos impessoais (it).
  • No Credo Niceno, as palavras de abertura serão corretamente traduzidas por “eu creio”, ao invés de “nós cremos”.

E no Brasil? De acordo com o site da CNBB,

[a] primeira parte do trabalho, na qual constam as quatorze Preces Eucarísticas e as orações litúrgicas do tempo do Advento, Natal e Quaresma, já estão traduzidos e foram apresentados aos bispos da CETEL.  A equipe pretende concluir sua tarefa até o final de 2007, apresentá-la aos bispos da CETEL para a sua avaliação e depois encaminhados à Assembléia para a aprovação.  Esperamos que no ano de 2009 ou, no máximo em 2010, possamos publicar a 3a. Edição Típica em português.

Rezemos para que os nossos bispos façam um bom trabalho, à exemplo dos bispos norte-americanos, para a maior glória de Deus!

A grande mudança vai continuar!

Engraçado o cenário político recifense! Para concorrer à prefeitura este ano, temos [acho que] seis candidatos. O candidato do PT – um ilustre desconhecido que, aparentemente, nem programa de governo tem – é apoiado pela coligação “Frente de Recife”, formada por nada menos do que DEZESSEIS PARTIDOS (PT / PSB / PTB / PDT / PC do B / PR / PMN / PHS / PTN / PRB / PT do B / PSL / PRTB / PRP / PGT / PSDC)!

E ainda há quem acredite na seriedade da política brasileira…

* * *

Nova idéia “genial” do Governo do Estado para intimidar os assaltantes recifenses [que estão pintando a miséria e ninguém faz nada]: maletas “explosivas” para transportar dinheiro. O dispositivo é acionado duas vezes: uma no ponto de origem e outra no de destino. Se o tempo entre ambos ultrapassar um certo limite, a maleta destrói parcialmente o seu conteúdo [as cédulas], e o valor é ressarcido pela seguradora.

Segundo um delegado entrevistado pelo jornal, “[o] malote vai desestimular os criminosos, [e] eles vão partir para outra modalidade criminosa”. Ou seja: enquanto não inventarem as “carteiras explosivas”, nós seremos a “outra modalidade” à qual os meliantes serão empurrados pelo desestímulo do Governo. Que maravilha, não?

Só espero que a companhia de seguros cubra o valor perdido, por exemplo, se o transporte for feito pela Conde da Boa Vista (Corredor Leste-Oeste – a grande obra é cuidar das pessoas!) às seis horas da noite…

O que eles querem e como eles agem

Ao contrário do que alardeia a mídia gayzista, o Projeto de Lei 122/2006 – a lei da homofobia – não tem o propósito de resolver o “alto índice de violência contra homossexuais” que a Secretaria de Direitos Humanos diz existir. A violência no Brasil atinge a todos, independente de raça, credo ou orientação sexual.

Na verdade, com relação a esta aberração jurídica, provavelmente há aqueles homossexuais que são (i) indiferentes, porque não dão muita importância ao assunto; (ii) enganados, porque acreditam na cantilena da mídia gayzista; (iii) sádicos, que – como salientou muito bem o Olavo de Carvalho – alegram-se com a desgraça alheia; e (iv) empedernidos, porque o que querem é não ouvir o chamado à conversão que o Evangelho lhes faz continuamente e, assim, continuarem vivendo em [pseudo-]paz.

E este último ponto é particularmente crítico: querem impedir o Evangelho de ser pregado! O problema moral é sem dúvida um grande empecilho ao acolhimento da Fé verdadeira, mas hoje ele atinge patamares inauditos: se, antes, esforçavam-se os pecadores em fazerem-se de surdos, hoje querem – para se pouparem ao trabalho de fingir não ouvir – calar a boca aos missionários. Não contentes em rejeitar o chamado de Cristo, querem os pecadores empedernidos que a ninguém tal chamado seja sequer dirigido.

Cabe refletir: acaso os gays são os únicos interessados nisso… ?

* * *

Diz reportagem da FOLHA:

A Polícia Civil e o Ministério Público do Ceará concluíram que a morte do professor universitário e militante gay Luís Palhano Loiola, 40, em maio, no interior do Estado, não foi motivada por homofobia, como suspeitavam entidades de defesa dos direitos de homossexuais, mas por vingança de um irmão do professor.

A cifra de “crimes homofóbicos” ficaria bem mais modesta se os dados fossem contabilizados com mais rigor. A Igreja define como “mártir” não simplesmente o “cristão que é morto”, mas sim aquele que é morto por ódio à Fé. Para se falar em “homofobia”, um critério análogo deveria ser aplicado. A sutileza escapa, todavia, à mídia comprometida com a agenda gayzista: eles devem viver qual abutres à caça de cadáveres de homossexuais, que possam ser usados para – per fas et per nefas – engordar as suas estatísticas.

Marta, Marta…

Martha Martha sollicita es et turbaris erga plurima porro unum est necessarium Maria optimam partem elegit quæ non auferetur ab ea.
[Evangelium secundum Lucam 10, 41-42]

Duas irmãs receberam o Senhor em sua casa. Marta preocupa-se em servir a Jesus; Maria, empenha-se em ser servida por Ele. Marta é figura da vida ativa; Maria, da vida contemplativa. Gosto de ver também Marta como figura da ascese e, Maria, da mística; e, por fim, também enxergo Marta como figura da vocação leiga e, Maria, da vocação religiosa.

Sobre a vida ativa e a contemplativa, há comentários muito bons na Catena Aurea. Em particular, a seguinte explicação de São Gregório Magno é de uma magnífica clareza:

El cuidado de Marta no se reprende, pero se alaba el de María; son grandes los méritos de la vida activa, pero son mayores los de la contemplativa.

Até porque todos temos, em uma certa medida, necessidade de ação e de contemplação. Enquanto seres humanos, precisamos ter os olhos voltados para o exterior, para as nossas necessidades naturais; enquanto cristãos, precisamos ter os olhos voltados para o interior, para a nossa alma e a sua relação com Deus. Somos seres vivos, e precisamos cuidar do nosso corpo; somos filhos de Deus, e precisamos cuidar de nossa alma. Não há maniqueísmo na Doutrina Católica, nem mesmo na aparente “dicotomia” entre a vida ativa e a vida contemplativa, entre Marta e Maria: Jesus não repreende o cuidado de Marta – tanto que, como comenta Teofilato na Catena Aurea, Jesus nada disse quando chegou e viu que Marta estava trabalhando, somente a corrigindo quando ela foi interferir na contemplação da irmã – apenas elogia o cuidado de Maria.

Acontece que Maria deve ser grata a Marta, porque Jesus provavelmente não viria à sua casa se não houvesse quem O recebesse. Marta “prepara” a casa para que Maria possa ouvir o Senhor – esta verdade torna-se ainda mais evidente se olharmos para a ascese e a mística. Se a ascese pode ser vista como o esforço da alma que busca elevar-se a Deus, a mística seria, então, a contrapartida: o Deus que Se abaixa para chegar até a alma. Uma ascese que não esteja direcionada para Deus é vã; mas a mística de Deus – salvo raríssimas exceções – também não prescinde dos esforços ascéticos da alma. Maria não estaria aos pés do Senhor se Marta não estivesse cuidando da casa. A graça pressupõe a natureza, a mística pressupõe a ascese, a vida contemplativa pressupõe a vida ativa, Maria pressupõe Marta.

Mas os exercícios ascéticos não são um fim em si mesmo, devendo ter em Deus o seu objetivo. Os cuidados do corpo devem ser tomados na medida em que possibilitem os cuidados da alma, não devendo jamais esta ser descuidada por causa daquele. O objetivo de receber Jesus em casa é ouvi-lO falar, e não simplesmente recebê-lO; o papel de Marta é sem dúvida necessário, mas perde completamente a razão de ser sem o de Maria. Por isso o Senhor repreende Marta, não quando ela estava cuidando da casa – pois a vida ativa, a ascese, são necessárias – mas quando ela quis retirar Maria do seu lugar – pois a união mística com Deus, a vida contemplativa, são mais importantes.

Não obstante coexistam em cada um de nós a vida ativa e a vida contemplativa, as vocações específicas de cada um – à vida religiosa ou à vida leiga – direcionam a maneira correta de viver cada uma delas. Um religioso que descuide da sua contemplação para resolver os problemas temporais está sem dúvidas vivendo mal a sua vocação; mas a recíproca é também verdadeira, porque um pai que tanto se dedique à vida contemplativa que descuide de sua família também não está vivendo bem a sua paternidade. Cada um é aquilo que é; Marta é Marta, e Maria é Maria. Não queira Maria fazer aquilo que compete a Marta, nem deixe Marta de fazer o que deve para agir como Maria.

No final, pode-se ficar com a impressão de que Marta é a “gêmea má” da história. Mas tal impressão é falsa; Marta e Maria são necessárias, e dizer que a parte escolhida por Maria é a melhor [optimam partem] não é a mesma coisa de afirmar ser ruim a parte de Marta. Para dissipar os equívocos e acabar com todo dualismo que possa haver, a Igreja enalteceu a vida ativa, corroborou a ascese e glorificou a vocação leiga canonizando Marta. Não apenas Maria é chamada à santidade, pois Marta também tem a honra dos altares.

Hoje é dia de Santa Marta! Que ela possa interceder a Deus por nós, para que saibamos cuidar corretamente do nosso corpo e da nossa alma, esforçando-nos nos cuidados de nossa casa para que possamos estar aos pés de Jesus – e por nenhum outro motivo! – ouvindo as palavras de Vida Eterna que somente Ele tem para nos oferecer.

Sancta Martha,
ora pro nobis!

São Thomas More e os anglicanos


[Foto: apostles.com]

Nascido em Londres em 1477[78] e martirizado na mesma cidade em 6 de julho de 1535 (ver biografia), São Thomas More é um belíssimo exemplo de resistência católica ao cisma anglicano. Após ter perdido o beneplácito da coroa real inglesa por não aceitar o Ato de Supremacia que declarava ser Henrique VIII cabeça da Igreja da Inglaterra, Thomas More foi condenado à morte e decapitado; sua cabeça ficou exposta durante um mês na ponte de Londres. Em carta escrita na véspera do seu martírio, o santo dizia à sua filha:

Farewell, my dear child, and pray for me, and I shall for you and all your friends, that we may merrily meet in heaven.
[Adeus, minha querida criança, e reze por mim; e eu irei [rezar] por você e [por] todos os seus amigos, que nós poderemos nos encontrar alegremente no Céu].

Morria o homem que não vendeu a sua alma “antes das nove da manhã”, i.e., antes do horário previsto da execução. Suas últimas palavras foram:

I die the King’s good servant and God’s first.
[Morro como bom servo do Rei, mas de Deus primeiro]

Com tudo isso, entretanto, seu nome consta no calendário anglicano de santos (!!), e há uma diocese (anglicana) Thomas More no sul do Brasil. Nestes dias em que a Santa Sé estuda um pedido de “unidade corporativa” de um grupo de anglicanos, que São Thomas More, assassinado por não aceitar que os seus conterrâneos rompessem com o Vigário de Cristo no seu tempo, possa conseguir do Todo-Poderoso que – grandiosa graça! – os descendentes dos rebeldes reformistas do século XVI retornem alegremente à Igreja de Cristo no século XXI.

Sanctus Thomas Morus,
ora pro nobis!

Enquanto isso, no Canadá

Que exemplo: Romena dá à luz o seu 18º filho! Firme posição contra os antinatalistas, eloqüente testemunho de vida familiar do qual o mundo tem tanta necessidade. Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras; a foto a seguir basta para refutar os editoriais londrinos et caterva:


[Foto: AP apud G1]

E ela tem só 44 anos. Não parecem ser muçulmanos… ainda há esperança no mundo!

“Nós agradecemos a Deus por todos eles serem saudáveis e felizes.” [Alexandru Ionce, pai da menina]

Sim, felizes. Afinal, há coisa mais feliz do que uma família grande e unida? :-)

Uma luz no fim do túnel

Escrevi ontem que uma revista britânica – a British Medical Journal – havia se levantado contra a Humanae Vitae, publicando, no quadragésimo aniversário do documento de Paulo VI, um editorial que era a anti-encíclica, até mesmo pelas expressões utilizadas. O G1 fez o papel do “retransmissor” tupiniquim do besteirol.

Por outro lado, a edição de 30 de julho da VEJA (que já estava em circulação na sexta-feira, 25 de julho) traz uma matéria de capa gratificante, abordando o mesmíssimo assunto, mas (a julgar pela capa, pois ainda não li a matéria) sem a cegueira voluntária do especialista britânico. Ei-la:

No blog do Reinaldo Azevedo, todavia, contrariando explicitamente o que se poderia julgar pela capa da VEJA, encontra-se um texto que parece até ter sido escrito pelo sr. Guillebaund. Imagino que haja outros artigos na revista que sirvam de contraponto e possam dar uma visão mais razoável da questão. Eis o trecho apud Reinaldo Azevedo:

A quantidade de crianças que as mulheres dão à luz tem impacto direto na economia e na sociedade de uma nação. São muitas as razões que levam os casais de países ricos a ser mais propensos a formar famílias pequenas. A adesão das mulheres à competitividade no trabalho ou na vida acadêmica é certamente uma delas. O certo é que, hoje, só as nações muito pobres, como as da África Subsaariana e o Afeganistão, com renda per capita miserável, apresentam altas taxas de fecundidade e de crescimento populacional.

Também em editorial da Folha de São Paulo de ontem, dia 28 de julho, podem-se ler as seguintes palavras sensatas:

A fase de bônus da transição demográfica já vem com data para acabar.  O rápido envelhecimento da população logo produzirá significativos impactos sobre os sistemas de saúde e de previdência. É fundamental que o Estado e as famílias se preparem desde já.

Coisas assim alimentam a esperança de que o povo brasileiro, enfim, não seja mais ludibriado pelo bombardeio maciço e constante de somente um dos lados da moeda. Que tais esperanças não sejam infundadas, e que a luz que desponta no fim do túnel seja o sol a brilhar no campo aberto, é o que pedimos a Deus.

Gays, a Santa Missa e Frei Caneca

Não sei se todos viram, mas saiu n’O Fluminense: um transexual interrompeu [pelo que eu entendi] a homilia de um padre durante a Santa Missa, porque se sentiu ofendido pela Doutrina Católica na sua “opção sexual”:

De acordo com o religioso, padre Ademar rezava a missa normalmente, quando citou uma passagem da Bíblia que dizia sobre a família ser composta da união entre um homem e uma mulher e seus descendentes.

“Foi uma surpresa e me causou estranheza quando ele teve essa atitude. Ele simplesmente saiu do lugar onde estava e subiu ao altar. Arrancou o microfone das mãos do padre Ademar e proferiu palavras de baixo calão e preconceituosas como ‘macaco’ e ‘preto safado’”, relatou o seminarista.

As “palavras de baixo calão” são somente um detalhe aqui. O escandaloso é o transexual ter tomado o microfone do padre – ter tomado a palavra e arrogado-se o direito de falar durante a Missa no lugar de um sacerdote de Jesus Cristo. Seria intolerável, ainda que o “fiel” fosse de uma educação francesa no seu arrazoado. Tenhamos cuidado para que não confundamos o agravante do problema com o problema em si.

* * *

Em São Paulo, querem uma “rua gay”! Projeto enviado para a Câmara Municipal quer tornar a Rua Frei Caneca “a primeira oficialmente gay da cidade”. Os moradores estão descontentes, mas os militantes da Ditadura das Minorias não estão nem aí para isso.

E a lei da mordaça gay, que não foi aprovada, segue sendo aplicada como se já fosse cláusula pétrea constitucional, tencionando “penetrar por osmose” no inconsciente coletivo e preparar o terreno para a sua própria aprovação. Tenha Deus misericórdia de nós todos.

Ainda o catastrofismo antinatalista

“Deixai vir a Mim as criancinhas e não as impeçais” (Lc 18, 16).

Na última sexta-feira, a carta encíclica Humanae Vitae, de Paulo VI, completou 40 anos. Com uma clarividência impressionante, o papa apontava os problemas nos quais a humanidade afundaria caso continuasse com a política (então nascente) de controle de natalidade, condenada pela Igreja como contrária ao plano de Deus (pois “[o] matrimônio não é, portanto, fruto do acaso, ou produto de forças naturais inconscientes: é uma instituição sapiente do Criador, para realizar na humanidade o seu desígnio de amor (…) [onde os esposos colaboram] com Deus na geração e educação de novas vidas” – HV 8; cf. HV 13) e degradante da natureza humana (cf. HV 17).

Desgraçadamente, as pessoas não ouviram a Igreja. E, quando as pessoas não ouvem a Igreja, inevitavelmente acontecem tragédias. Tudo o que o Papa falou quarenta anos atrás é, hoje, uma triste realidade:

  • “o caminho amplo e fácil” aberto – “[a]os jovens especialmente, tão vulneráveis neste ponto” – “à infïdelidade conjugal e à degradação da moralidade”;
  • a perda do “respeito pela mulher” e a sua consideração “como simples instrumento de prazer egoísta e não mais como (…) companheira, respeitada e amada”;
  • a existência de governos que favorecem ou impõem “às suas populações (…) o método de contracepção que eles reputassem mais eficaz”.

Os homens, entretanto, parecem que não aprendem. Mesmo quando a Rússia cria um feriado para incentivar a natalidade, quando há incentivos estatais para que os casais tenham filhos em países da Europa, quando a população européia envelhece a olhos vistos, quando a queda da taxa de natalidade brasileira só perde para a da China, quando o relatório Kissinger já foi desmascarado, mesmo assim, aparece na sexta-feira – dia 25 de julho, lembrem-se, aniversário da Humanae Vitae! – uma reportagem no G1 na qual um especialista em contracepção sugere menos filhos para salvar o planeta! É difícil imaginar em que mundo viva este indivíduo; mas é muito fácil imaginar qual é o propósito da reportagem. Pois vejam (todos os grifos meus):

Para Guillebaund, “algo precisa ser feito para separar o sexo da concepção – ou seja, a contracepção”. [G1]

Esta doutrina, muitas vezes exposta pelo Magistério, está fundada sobre a conexão inseparável que Deus quis e que o homem não pode alterar por sua iniciativa, entre os dois significados do ato conjugal: o significado unitivo e o significado procriador. [HV 12]

Percebam que a intervenção do “especialista” – publicada numa revista britânica da sexta-feira 25 de julho – é tão nonsense que nem mesmo os governos europeus engolem mais. Mas ela merece ser publicada “cum jubilo”, porque é a anti Humanae Vitae.  Contradi-la explicitamente, utilizando as mesmas expressões que a Igreja utiliza com relação às duas faculdades do ato conjugal. O objetivo da reportagem britânica e, por conseguinte, do G1, é contradizer o ensino da Igreja, e não outro.

Quando eu vejo certas coisas, a primeira imagem que me vem ao pensamento é a de um adolescente mimado e orgulhoso, “teimando” n’alguma coisa só para não reconhecer que estava errado quando alguém mais velho o disse antes. Lembro-me do exemplo (que se encaixa perfeitamente) dos “cientistas” que querem destruir embriões humanos a todo custo. E vejo a mesma coisa nesta reportagem que faz a apologia do controle de natalidade: é uma vontade irracional de contrariar, somente pelo “prazer” de fazer diferente. O mundo precisa acordar! Uma família é uma coisa séria demais para ficar à mercê das infantilidades dos adolescentes birrentos.

Há uma daquelas “frases de efeito” que diz o seguinte: nunca vá pelo caminho já aberto, pois ele só te leva até onde já estiveram outros antes de ti. Uma frase muito bonita, e muito errada. Um solene incentivo à imprudência, um orgulhoso desprezo pelo trabalho daqueles que nos precederam. Newton dizia que enxergava mais longe por estar sobre os ombros de gigantes; os egoístas que não querem nunca ir pelo “caminho já aberto”, só poderão dar com si próprios n’água, e precipitarem-se no abismo junto com os que lhes derem ouvidos. É o caso deste especialista inglês, que repete sandices – já historicamente demonstradas como tais – contradizendo o Vigário de Jesus Cristo. Não permita Deus que a desgraça antinatalista, após devastar o Primeiro Mundo, venha fazer vítimas aqui do lado de baixo de Equador. Que o povo católico escute a voz do Papa, que ecoa a voz de Cristo. Que os católicos deixem as criancinhas virem ao mundo, pois somente assim é possível deixá-las ir a Cristo, como Ele pediu. Nunca nos esqueçamos de que filhos são bênçãos, a despeito do que digam, porque atestam assim as Escrituras Sagradas que têm como autor Aquele que não pode enganar-Se e nem nos enganar:

O Senhor se lembra de nós e nos dará a sua bênção; abençoará a casa de Israel, abençoará a casa de Aarão, (…) O Senhor há de vos multiplicar, vós e vossos filhos  (Sl 113, 20. 22).