Gayzistas entram na Justiça contra a Democracia

Lembram que a Califórnia aprovou uma Emenda Constitucional para vetar o “casamento gay” no Estado? Os gayzistas – para os quais a democracia só vale quando está do lado deles – entraram na Justiça contra o veto! A notícia saiu na Folha (para assinantes) e reproduzo abaixo.

Vindo de quem veio… alguma surpresa?

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Defensores da união gay vão à Justiça contra veto

Referendo proibiu prática na Califórnia; Nebraska decidiu vetar ação afirmativa

Das medidas em consulta, 92 foram aprovadas, e 54, rejeitadas; resultados foram mistos para conservadores, que perderam sobre aborto

ANDREA MURTA
ENVIADA ESPECIAL A MIAMI

Defensores do casamento gay abriram ontem três processos na Justiça contra a emenda constitucional que diz que “só o casamento entre um homem e uma mulher é válido e reconhecido” na Califórnia, aprovada em referendo terça-feira.

A vitória dos conservadores foi apertada -52% a 48%-, com 10,2 milhões de votos apurados. O favoráveis ao casamento gay afirmam que 3 milhões de votos enviados pelo correio não foram computados na contagem e questionam a validade de uma medida que, para eles, é discriminatória.

Com as ações na Justiça, os progressistas buscam também garantir a validade dos 18 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo celebrados no Estado desde junho, quando uma permissão dada pela Suprema Corte local entrou em vigor.

O resultado do referendo foi uma surpresa, já que pesquisas de opinião previam vitória do “não” ao veto. O Instituto de Referendos e Plebiscitos (IRI) da Universidade da Carolina do Sul vê como uma das razões para o resultado o aumento do voto negro. Levados em grandes números às urnas pela candidatura de Barack Obama, 70% dos negros da Califórnia votaram para proibir o casamento gay -apesar de o presidente eleito ser contra a medida.

Flórida e Arizona também aprovaram emendas para definir “casamento” como a união entre um homem e uma mulher, barrando preventivamente leis que possam permitir a celebração da união gay ali.

Pelo país
Outros 150 referendos e plebiscitos votados em 36 Estados tiveram resultados mistos para os conservadores.

Eles venceram no Arkansas, por exemplo, que proibiu casais que não são legalmente casados -sejam gays ou heterossexuais- de adotar crianças. Também tiveram vitória em Nebraska, onde a aprovação de uma medida contra a “discriminação ou tratamento preferencial pelo Estado com base em raça ou gênero” acabou com as ações afirmativas locais.

Proposta similar no Colorado continuava indefinida ontem. Com 91% de apuração, o “sim” (contra ações afirmativas) perdia por 49,6% a 50,4%, mas mais de 100 mil votos ainda seriam contados.
Conservadores perderam, porém, em uma de suas questões cruciais, o aborto. Dakota do Sul e Colorado rejeitaram propostas para banir a prática. E na Califórnia, uma medida para exigir notificação dos pais para menores de idade que querem abortar foi rechaçada.

Defensores dos animais tiveram duas vitórias. Na Califórnia, foi aprovada com 63% uma medida que define um espaço mínimo para manutenção de animais em fazendas. Em Massachusetts, corridas comerciais de cachorros foram proibidas.

E, apesar da crise econômica, o conservadorismo econômico também teve resultados divididos. Até 14 de 15 medidas sobre emissão de títulos para elevar gastos governamentais estavam ontem praticamente aprovadas, somando US$ 13 bilhões. Foram rejeitados aumentos de salário para legisladores no Arizona, assim como elevação em seus gastos de viagens em Dakota do Sul. Cortes no imposto de renda falharam em Massachusetts e Dakota do Norte. O Colorado barrou aumento no imposto sobre compras, enquanto proposta similar em Minnesota foi aprovada.

No total, 92 medidas foram aprovadas, 54, rejeitadas, e sete seguem indefinidas -o índice, de 63%, é inferior aos 67% de 2006 e 2004, segundo o IRI.