Salve Bento XVI! Salve Mons. Lefèbvre! – pe. João Batista de Almeida

[Publico o artigo a seguir para registro, porque não o encontrei na internet, a despeito de tê-lo recebido por email. Data vênia, não concordo com todas as considerações feitas pelo reverendíssimo sacerdote. É simplesmente falso que “o papa jamais poderia revogar uma excomunhão justa” – é lógico que pode, porque a aplicação de um remédio justo pode dar lugar à aplicação de um outro remédio também justo, de acordo com o que convenha a cada situação. Isso não se deve atribuir a uma “irresponsabilidade” do Santo Padre, e sim ao discernimento pessoal do Vigário de Cristo, auxiliado pela graça de estado que tem o sucessor de Pedro no governo da Igreja.

É também da mais alta relevância enfatizar de novo, à exaustão, que Mons. Lefebvre foi excomungado não por ter reservas quanto ao Concílio Vaticano II e a Missa Nova, e sim por ter sagrado bispos sem mandato pontifício! Isso precisa ficar muitíssimo claro. Dizer que a retirada da excomunhão dá “carta branca” para que se esculache com um Concílio Legítimo da Igreja é, primeiro, falsear a realidade, posto que a excomunhão nada teve a ver com o Concílio e, portanto, também a sua retirada não o tem; e, segundo, é simplesmente não perceber que existe uma gama enorme de matizes entre o ensino “que deve ser acatado com fé divina e católica por ser dogma” e o ensino “que deve ser repudiado em consciência por ser heresia”. O maniqueísmo de alguns católicos é curioso, mas não encontra respaldo no pensamento católico.

Ademais, é estranha e se distancia da realidade a atitude de se procurar “colocar palavras na boca do Papa” – ou acrescentar linhas ao decreto de retirada das excomunhões -, propagando leituras (questionáveis) de supostas entrelinhas como se fossem a mais perfeita expressão do pensamento pontifício, mesmo quando o Papa as contradiz expressamente. Entre os “comentadores” do Papa e o próprio Papa, ficamos com este último, pois sabemos que é somente em comunhão afetiva e efetiva com ele que podemos estar em comunhão verdadeira com a Igreja de Nosso Senhor.]

Salve Bento XVI! Salve Mons. Lefèbvre!

Pe. João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa

A caridade não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. (I Cor, 13, 6)

Como se sabe, os modernistas têm um conceito falso de caridade. Separam o amor da verdade, a vontade da inteligência. São voluntaristas. Fanáticos. Caprichosos. Obstinados.

Guiados apenas por suas paixões e preconceitos, sem a luz da razão e da fé, os modernistas costumam emitir juízos disparatados com a pretensão de justificar qualquer comportamento à margem da lei moral. Em nome da caridade defendem todos os vícios e pecados. Distorcem aquelas palavras do Apóstolo: “a caridade cobre a multidão dos pecados.”

Além de um falso conceito de caridade, os modernistas, como disse São Pio X, são hipócritas. E agora, com a anulação da excomunhão de Mons. Lefèbvre por decisão do Papa Bento XVI, temos mais uma prova disso.

Contradizendo suas próprias idéias teológicas que alargam indefinidamente as fronteiras da Igreja, quase que identificando-a com a humanidade, os modernistas hipocritamente taxavam a Fraternidade Sacerdotal São Pio X de cismática, fascista e não sei quantos epítetos mais.

Pois bem. Ao interpretar o decreto do papa de anulação das excomunhões dos chamados bispos tradicionalistas, os modernistas querem aplicar ao papa Bento XVI o conceito herético e liberal de caridade. Quer dizer, o papa teria agido por uma misericórdia acima de toda justiça, por um puro gesto de perdão, ao retirar a pena sem que houvesse uma manifestação de arrependimento da parte dos “cismáticos”. A ação de Bento XVI seria inexplicável logicamente.

Ora, isto constitui uma injúria ao papa. Equivale a atribuir-lhe um procedimento irresponsável no governo da Igreja. O papa jamais poderia revogar uma excomunhão justa. A excomunhão é uma pena medicinal para emenda do autor do delito e preservação do bem comum da Igreja. Enquanto subsiste a culpa do delito ou o requer o bem da Igreja, a pena deve subsistir.

Bento XVI revogou as excomunhões declaradas em 1988 porque tem consciência de que eram injustas. Isto está patente em sua carta de apresentação do motu proprio Summorum Pontificum em que ele diz aos bispos que houve omissão da Igreja no zelo pela sua unidade. E em outras ocasiões criticou aqueles que pretendem fazer do Vaticano II um “super concílio” acima de todos os outros.

Se a posição crítica de Mons. Lefebvre às reformas emanadas do Vaticano II fosse um pecado, se o Vaticano II fosse um concílio dogmático que obrigasse os católicos a acatá-lo em sua inteireza, se não fosse lícita uma objeção de consciência às passagens ambíguas e contraditórias do Vaticano II comprovadas por teólogos e estudiosos das mais diferentes tendências, a autoridade suprema da Igreja não poderia levantar as excomunhões dos quatro bispos reabilitando assim a memória de Mons. Lefèbvre e de D. Castro Mayer.

Em suma, Bento XVI agiu, sim, com caridade. Mas com caridade católica, verdadeira, tradicional, aquela que se rejubila com a verdade. Ele sofria com a injustiça cometida contra Mons. Lefèbvre e os tradicionalistas e quis repará-la. Ao contrário, os modernistas hipócritas tinham prazer em apodar os tradicionalistas como seita excomungada, alegravam-se com a injustiça, porque a excomunhão atendia aos seus interesses diabólicos de afastar os católicos da tradição da Igreja.

Para remate dessas considerações, acode-me à memória o comentário de Santo Agostinho ao Salmo 128: Saepe expugnaverunt me a iuventute mea. Explica Santo Agostinho que essas palavras se referem à Igreja sempre combatida pelos maus elementos que nela vivem, tentando seduzir e enredar os bons em seus maus caminhos. Assim os modernistas infiltrados na Igreja. Mais adiante diz o salmo: Etenim non potuerunt mihi. Supra dorsum meum fabricaverunt peccatores, prolongaverunt iniquitatem suam. Explana o Santo Doutor: “Quantos males suportamos, quantos escândalos suportamos por parte dos maus dentro da Igreja (…) Mas não conseguiram que os bons consentissem com eles no mal.” Assim também hoje os modernistas enfurecidos com o papa o difamam, ameaçam, dizem que é nazista etc, mas não o dobram (potuerunt mihi).

Em seguida diz o Salmo: Fiant sicut faenum tectorum quod priusquam evellatur exaruit. Assim são os modernistas na Igreja: como erva que nasceu sobre o telhado de uma casa e secou antes de arrancada. Os modernistas no alto de sua insolência secaram, murcharam sem necessidade de ser arrancados do telhado da Igreja. Embora excomungados por São Pio X, conseguiram permanecer no interior da Igreja fazendo o mal, mas por fim secaram porque não tinham raízes. Basta agora um vento mais forte soprado por Deus para caírem como erva seca a ser queimada.

Portanto, salve o Papa! Salve Mons. Lefèbvre! Parabéns aos bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X!

Anápolis, 27 de janeiro de 2009
Festa de São João Crisóstomo, Bispo e Doutor da Igreja.

58 comentários em “Salve Bento XVI! Salve Mons. Lefèbvre! – pe. João Batista de Almeida”

  1. Sr. André Luíz,

    Há uma série enorme de problemas com as citações descontextualizadas que tu trazes. Em primeiro lugar, é necessário provar que há “perigo próximo para a Fé”, que o Papa tenta “destruir a Igreja”, que ele se transformou “em lobo”, que “poderia ser cismático”, etc; em segundo lugar, há que se diferenciar a argüição pública dos prelados da maledicência pública de leigos; em terceiro lugar, há que se distingüir o não-cumprimento da vontade (supostamente) errônea do Papa da malhação pública e irreverente do Vigário de Cristo; em quarto lugar, o fundamento da Unidade da Igreja é o Papa, e não os bispos; em quinto lugar, quem não tem humildade, é muitíssimo melhor que fique calado mesmo, para não acelerar a derrocada, empurrando os demais abismo abaixo; em sexto lugar, sugiro que se reze o oremus pro Pontifice nostro Benedicto.

    Abraços,
    Jorge

  2. O caso é o seguinte: As diferenças e rixas entre os tradicionalistas e os progressistas sempre existirá. É natural que seja assim, e não poderia ser de outra forma. Mas, levando-se em consideração a Tradição da Igreja, os livros antigos, o rito Tridentino, o canto litúrgico, os costumes, o recolhimento na casa de Deus, etc., em tudo isto há profunda sacralidade. É algo notório. Por outro lado vê claramente um impressionante afastamento daquilo que o Papa ensina, conclusões estranhas, um monte de coisas e pensamentos que fogem por completo da Teologia católica. Já vi e ouvi cada coisa em muitas paróquias e conventos que são de deixar de queixo caído. Dessacralização violenta. Me parece que é crescente, principalmente em muitos jovens inclusive, o desejo de conhecer o lado oposto desta dessacralização. Já tem muito sacerdote diocesano por aí celebrando missa tridentina com assistência do povo em massa. Esse fenômeno é simples de se entender! As pessoas estão cansadas de ver tantos abusos e estão fugindo do erro. O próprio concílio Vaticano II está sendo responsável por tal fenômeno. A euforia de outrora está dando lugar à plena reflexão dos frutos não muito saudáveis que foram colhidos do Vaticano II. O que estava devassado cede por sua vez lugar ao Mistério da Fé. Assisti uma Missa de São Pio V numa igreja da “arquidiocese” do Rio e ao final da Missa, fui até a sacristia, e ao chegar lá, ouvi os coroinhas comentando com o padre diocesano: “…Padre, o altar está tão belo, não muda não, padre!” Claro, poderiam me dizer que a criança é movida pelo visual apenas, nada entende sobre estas coisas. Aí é que está! Uma criança tem o coração mais puro que o nosso. Se uma criança percebe, mesmo superficialmente que aquilo é bom e correto, e nós, até quando vamos aceitar a auto-demolição da Tradição e do belo? Recomendo somente, meus amiguinhos, lutarem sim, gritar em alto e bom som, mas, sem a necessidade de recomendar orações como se fossem sacerdotes numa direção espiritual, aos que querem a degradação sugiro que desistam, a tendência é o retorno, mesmo que demore séculos. Aos doutores em Língua Portuguesa, que saibam a regra mais elementar em qualquer idioma ou nação: Humildade e educação. Não envergonhe seu próximo, serás confundido também. Aos jornalistas, que tomem cuidado no trato com os sacerdotes em seus comentários, ainda que estes estejam errados. Aos “irmãos” que aprendam o verdadeiro sentido da palavra <>Aos tradicionais, que continuem defendendo a Fé de acordo com os ensinamentos dos Bispos tradicionais e sacerdotes ligados à Tradição, leiam mais das verdadeiras fontes, estão no caminho certo e saibam, são tão chicoteados pela mídia, pelo povo em geral, pois, fazem a diferença onde quase tudo está arruinado. E a mim mesmo, para que nunca me afaste da Fé verdadeira. Assim seja.

  3. Senhor Jorge, eu não me refiro ao Santo Padre Bento XVI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Nunca se viu um papa tão caridoso para com os tradicionalistas quanto Ele. Ele está sendo um Pai, está trazendo luz para Igreja. Seu motu próprio, o levantamento das excomunhões, etc..

    Só dei exemplos que foram ensinados a nós por Dom Lefèbvre e Dom Antônio de Castro Mayer. A questão é: Estes dois Bispos sofreram tudo pela manutenção da Fé visando a salvação das almas.

    Não me refiro ao Santo Padre Bento XVI!!!!!!!!!!

    POR ISTO, NÃO ENTENDO O MOTIVO PELO QUAL ME ATACA, CHAMANDO-ME DE MALEDICENTE.

  4. Não sugiro que reze nada, quem sou eu para tal. Sugiro que não me acuse injustamente de maledicência ou seja o que for. Realmente, meus caros, este espaço serve mais para confundir e brigar, ofender que para outra coisa. Saindo ou não daqui, calando-me ou não, sendo humilde ou não, a rixa neste lugar nunca terá fim. Sabem o motivo?

    Como diz Dom Lourenço: Estes lugares servem mais para confundir que para esclarecer as almas. Quem quiser conhecer melhor sobre doutrina, liturgia, sobre o Santo Padre, quem realmente foi Dom Lefèbvre entre em:

    Permanência

    Por que odeiam tanto a Fraternidade São Pio X? NÃO ADIANTA, ELA CONTINUARÁ EXISTINDO PARA O BEM DAS ALMAS!

    Por que tentam manchar a memória de Dom Lefàbvre e de Dom Antônio?

    Mas, uma coisa eu digo: O senhor ficou incomodado comigo!

    Percebe-se nas suas palavras

    Fui, aliás, fui tarde…………………………

  5. Os Bispos não são representantes do Papa nas dioceses?

    Dom Lefebvre e Dom Antônio ensinaram algo diferente do que era ensinado pelo Santo Padre?

    Ah, senhor Jorge, por favor, reze o:

    Oremus pro antistite nostro…

  6. Sr. André Luíz,

    Se o senhor não enxerga a maledicência do senhor, eu não tenho condições de lha mostrar. Esqueça isso. O que continuará sempre existindo para o bem das almas é a Igreja; caso o senhor acredite realmente que pode continuar aplicando censuras teológicas ao Magistério da Igreja, sugiro que se dirija ao Vaticano e faça-o em audiência privada com o Santo Padre, porque é assim que manda a correção fraterna, e de modo algum difamando publicamente a Igreja Docente.

    Hasta luego.

    – Jorge

  7. Difamando a Igreja docente? Como!!! Não difamei o Santo Padre, aliás, o senhor está acima do bem e do mal? Não apliquei nenhuma censura, pelo contrário. Já entendi. Aqui quem defende a a memória de Dom Lefèbvre e de Dom Antônio de Castro Mayer automaticamente torna-se réu. Quem sois para apontar o erro dos outros? Se´é que há erro na verdade. Na sua cegueira é que se concentra a fonte de todo o mal. Não interessa o que o senhor pensa ou deixa de pensar a meu respeito. Torno a dizer, não difamei o santo Padre Bento XVI. Somente não vou ficar calado diante da covardia e da ignorância de pessoas que odeiam Dom Lefèbvre e Dom Antônio. Eles já voaram para Deus, porém, a obra permanece incólume. A verdade incomoda no reino da mentira. Pode me chicotear, julgar, pois, já notei que faz isto com muita classe. Mas, não me calo. O senhor não sugere nada, o senhor tece a teia, e que prenda-se à ela, quem porventura se descuidar.

  8. Permanência

    Editora Permanência

    Angelus press

    Fraternidade Sacerdotal São Pio X

    Motu Próprio do Santíssimo Padre Bento XVI

    O Santo Padre levantou as excomunhões

    Pio XII CALUNIADO, DIFAMADO, PORÉM, FIEL

    A GRATA MEMÓRIA DE DOM MARCELL LEFÈBVRE

    A GRATA MEMÓRIA DE DOM ANTÔNIO DE CASTRO MAYER

    SALVE O SANTO PADRE

    OBRIGADO, SANTO PADRE.

    O RESTO É o resto.

  9. Prezado sr. André,

    Por gentileza, acalme-se. A Igreja não tem necessidade desses arroubos passionais. Cessou, cessou.

    Abraços,
    Jorge

  10. Ah, o senhor sabe que a Igreja militante continuará existindo até o fim dos tempos!!!
    Claro, está nas Sagradas Escrituras…

    O senhor ainda acredita que há maledicência na obra Dom Lefèbvre e em Dom Antônio?

    Ela continua existindo, sabe o motivo?

    NÃO SABE, EU DIGO:

    A FRATERNIDADE SÃO PIO X FAZ PARTE DA IGREJA E É IGREJA

    CATÓLICA, APOSTÓLICA e ROMANA

    QUERENDO OU NÃO!

    CASO NÃO ENTENDA, REUNA-SE COM O SANTO PADRE EM AUDIÊNCIA E ELE EXPLICARÁ DIREITINHO!!!!!!

  11. A Igreja só não precisa de gente covarde. Se permanecer fiel à Tradição, enaltecer o catecismo de São Pio V, A missa Tridentina, gratidão e sevidão ao Santíssimo Padre Bento XVI, defender a memória de Dom Lefèbvre e D. Antônio, viajar durante 2 horas e meia para chegar até uma paróquia da Igreja Católica Apostólica Romana afim de nutrir-me com a liturgia tradicional e o ensinamento da verdade é ser passional, quero ser um eterno passional.

  12. Só pelo fato de ter indicado a Ladainha da Humildade, no mínimo já deve, uma certa senhorinha que posta aqui e que demonstra um ódio acérrimo no coração e outros tantos a pensarem que sou um tradicionalista (no sentido pejorativo como costumam utilizar aqui). Mas, enganam-se!
    Como a tal senhorinha, sou apenas um Católico e amo a Igreja e estou sob a Autoridade do Santo Padre Bento XVI (que alíás, está pondo ordem na casa) e em comunhão plena com ele e com os bispos à ele unidos.
    Caro Jorge, a Ladainha não serve só para os que querem ensinar Teologia ao Papa, mas serve também aos que fingem uma ortodoxia que não têm!

  13. É ridícula essa discussão. Tenho acompanhado há muito tempo esse blog, mas infelizmente aqui não entendo mais nada. E, certamente, outros também estão à deriva.
    Pena para o blog que deixa de ser um lugar sério.
    Que Deus os ajude!

  14. Sr. Virgilio Tranquili…

    Tens mesmo razão no que disse. Acho que alguns aqui (posso me incluir também), precisam, e muito de um pouco mais de ‘Tranquili’dade. (rs) Foi pertinente sua observação. E desculpe-me o trocadilho se não gostou, mas foi uma tentativa de contribuir para o restabelecimento do que notou muito bem.

    Que Deus nos ajude, sim, a mantermos os ânimos controlados e equilibrados, para assim podermos contribuir melhor para o reino de Deus e sua Glória.

    Abraços e até mais ‘ver’

  15. Sr. Virgílio Tranquili,

    Quero aqui parafrasear dom Manoel Pestana, emérito de Anápolis, no intuito de apaziguar as coisas:

    “Em relação aos princípios, temos que ser [sempre] radicais; mas [sempre] muito humanos na aplicação deles”…

    (clicando sobre o meu nome, o senhor verá o que ele tem mais a dizer – muito mais, por sinal…)

  16. Prezados André Victor e Demerval.

    Agradeço as palavras e o trocadilho (este me fez dar uma boa risada).
    Em tempos tão turbulentos para a Santa Igreja, uma busca sincera pela ortodoxia é algo admirável.
    Mas, nossa humanidade nem sempre coopera com nossos objetivos.
    Gosto de lembrar as palavras de São Paulo em sua Carta aos Romanos, capítulo 7, versículos 18 e 19:

    “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
    Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. ”

    Aliás, estas palavras bem se encaixam em minha vida, afinal, também sou um homem que comete inúmeras falhas.
    Acredito que todo aquele que está imbuído do desejo sincero de dilatar o Reino de Deus, cooperar para a Exaltação da Santa Madre Igreja e a salvação das almas, estando em perfeita comunhão com a Sé de Pedro e com tudo aquilo que a Igreja, Mãe e Mestra, ensina desde sempre, deve, antes de tudo buscar unir forças com os que alimentam o mesmo desejo, não golpear, não humilhar, não dar mau testemunho. Somos membros de um mesmo Corpo Místico, por quê nos ferirmos mutuamente?
    Admoestar é uma coisa, humilhar é outra completamente diferente e, lamentavelmente, tenho visto aqui tem certas pessoas que adoram humilhar, isso lhes dá auto-afirmação, embora digam não precusar disso.
    Deus ajude a todos nós!
    Abraços!

  17. Gosto muito desse blog. Os textos são bem escritos, as informações são interessantes, esclarecedoras. Está ficando cada vez melhor! Vou indicar para mais amigos. Nesta quaresma, rezemos pela conversão dos pobres pecadores .

  18. Sr Demerval, concordo plenamente, apesar, de nem sempre aplicar os princípios de maneira mais tranquila. É quem tem gente que já vem agredindo, corrigindo erros ortográficos que muitas das vezes ocorrem pela rapidez no digitar, recomendando orações, etc.. O que me deixou muito aborrecido é que um determinado senhor muito culto, todavia, infeliz, em acusar-me de maledicência e injúrias contra o Papa Bento XVI. Sabe, não cesso em dizer que o Santíssimo Padre Bento XVI está realmente sendo um Pai para os fiéis Tradicionais (tradicionais no sentido da preservação da Missa Tridentina, do antigo Catecismo Romano, etc., pelo fato de que segundo vários Bispos e Teólogos de respeito afirmam com insistência que as diretrizes do Concílio Vaticano II DIVERGEM EM MUITOS PONTOS ESSENCIAIS COM A ANTIGA ORDEM ESTABELECIDA). De fato, eles aprenderam assim, enquanto clérigos, nos seminários.
    Os EXEMPLOS SUPRACITADOS não se referiam ao Santíssimo Padre Bento XVI, OUTROSSIM, parte integrante do livro Missa nova – um caso de consciência – um livro escrito pelo clero Romano de Campos, e, que trata justamente do ponto mais alto da vida do Cristão – A Santa Missa. Citei também, alguns trechos dos estudos realizados pelo clero em relação às Sagrações episcopais de Êcone. E também comentei sobre a benevolência do Sumo Pontífice em relação ao levantamento das excomunhões dos Bispos da Fraternidade São Pio X. Honrei a memória de Dom Antônio de Castro Mayer e de Dom Lefèbvre, AQUI TÃO INJUSTAMENTE MANCHADAS, e, pronto, só faltaram me fuzilar e tentar contorcer o que disse… Mas, enfim, não me calei.

  19. Não me calei e peço desculpas a todos, de coração, se fui em algum momento hostil ou faltou-me humildade e mansidão, todavia, nunca vou me calar. O que aprendi no catecismo, nas homilias de Dom Lourenço, dos ensinamentos de Antônio de de Dom Lefebvre, que nunca fizeram outra coisa, senão, servir o Santo Padre e representá-lo em suas dioceses, transmitindo o Magistério da Igreja.

    Obrigado, Santo Padre, pelo restabelecimento da Paz em nosso meio.

  20. Padre João Batista,
    Meus parabéns pelo brilhante artigo.
    Concordo 100% com o senhor.
    Os quatro bispos estavam excomungados porque foram sagrados sem mandato pontificio. Este seria o “crime” cometido. Mas a situação não se alterou, vale dizer, continuam bispos que foram sagrados sem autorização papal.
    Logo, de duas uma: 1º) ou o Papa admite que se pode sagrar bispos sem autorização, rompendo a disciplina e a hierarquia; 2º) ou reconhece que, naquelas circunstâncias, o ato foi justo porque se enquadrava no conceito de estado de necessidade.
    E a necessidade premente que escusava D. Lefebrve e D. Mayer era a de manter bispos e padres que continuassem a rezar a Missa de Sempre.
    Para mim, claro, só a segunda opção é válida.
    Não consta que os quatro bispos tenham pedido perdão por se deixarem sagrar sem a autorização do Papa. Assim, se não se arrependeram do “crime”, mas mesmo assim foram perdoados, a única conclusão possível é que o “crime” não ocorreu.
    Apelar simplesmente para a misericórdia do Papa é não querer reconhecer o óbvio.
    Assim como um padre não pode dar a absolvição a um pecador que não esteja arrependido do pecado, o Papa não pode levantar uma excomunhão válida e justa sem que o culpado tenha manitestado ao menos arrependimento pelo ato que provocou a medida. Mas se a pena (excomunhão) foi injusta, nada impede que ele a revogue gratuitamente. Aliás, diante dos pedidos do inocente, é até obrigado a fazê-lo, por tributo à justiça.
    Quanto à exigência de que os ditos bispos se aproximem da Igreja reconhecendo a AUTORIDADE do CVII e do próprio Papa, me parece ociosa, pois, que eu saiba, eles não negam a AUTORIDADE do CVII e muito menos a do Papa. AUTORIDADE não é sinônimo de INFALIBILIDADE.
    Sua Bênção, Padre.
    Carlos.

  21. Caríssimo Carlos.
    Muito me honra seu comentário. O sr. aprofundou com lógica meu argumento. Se não houvesse nas excomunhões uma injustiça, o papa não poderia revogá-las sem ser irresponsável, visto que os bispos não se dizem arrependidos, mas apenas se dizem incomodados com uma injustiça. Diante de uma injustiça, a autoridade tem de agir gratuitamente, como o sr. disse, tentando repará-la. Escrevi outro artiguinho a respeito, com o título “Franciscanos, dominicanos e lefebvrianos”
    Deus o abençoe.
    Pe. João Batista Costa

  22. Ao Pe. João Batista

    Salve Maria!

    Em Primeiro Lugar, sua Benção Padre.

    Retorno ao assunto anterior, àquela primeira carta. Pelo que nos consta, O Papa Bento XVI não citou o nome de Dom Marcel Lefebvre e nem o perdoou por sua desobediência.

    Por outro lado, comentários escritos aqui neste Post, estão tentando inocentar os quatro Bispos perdoados, dizendo que jamais teriam cometido pecado algum.

    Mas o que importa isso agora, acaso já não foram perdoados ?

    Se fossem inocentes, não estariam fora da Comunhão !

    O pecado que não é reconhecido e confessado não pode ser perdoado, já que não existe ou não é fruto de um verdadeiro arrependimento.

    Pessoas que não conhecem o Papa e nem sua agenda, diz que ninguém lhe pediu perdão !
    Quantas reuniões e troca de mensagens aconteceram antes de se chegar a esta decisão final?
    Quem estava na sala naquela reunião em particular com Dom Felay e Bento XVI? Se a reunião foi em particular, como alquém que não estava lá poderia afirmar que ninguém tenha pedido perdão ao Papa ?

    Este perdão concedido também não se refere às suas funções dentro da Verdadeira Igreja Católica, que também ainda nem se falou sobre o assunto.

    O Papa Bento XVI apenas abre a porta esperando que seus filhos venham ao seu encontro para tratar dos assuntos que ficaram pendentes, olha que são muitos na verdade.

    Mas ninguém deu direito a ninguém de recomeçar as mesmas acusações de sempre, afinal as excomunhões foram levantadas para que se chegasse ao fim destas divisões e não para fortalecê-las.

    Li os comentários acima do Sr. Andre, que estava muito exaltado e preocupado em defender Mons. Lefebvre a todo custo, o que não vem ao caso, porque as excomunhões levantadas foram de outras pessoas, que ainda estão vivas e podem tomar decisões a respeito de suas vidas no futuro. Lamentamos muito, mas Dom Marcel Lefebvre não pode mais fazer isto.

    Pe. João, li sua nova cartinha, um pouco dura, mas realmente é verdade que na Europa existam muitos extremistas, que da mesma forma que alguns Radicais-tradicionalistas, também não estão em perfeita comunhão com a Igreja apesar de nunca terem sido excomungados.

    Mas a vez e a voz agora estão com a FSSPX, temos visto a extrema boa vontade de Dom Felay, seu superior, porém o assunto “Holocausto” nublou e escondeu a boa verdade que os Srs. defendiam com tanto vigor a tantos anos.

    Que Pena !

    Todos ainda estão um pouco exaltados, por causa deste acontecimento tão esperado por alguns e indesejado por muitos, mas não é hora de nos atacarmos uns aos outros e sim de começarmos o caminho da verdadeira Unidade proposta por Jesus e pelo Papa Bento XVI.

    Que Unidade seria esta?

    Realmente é uma boa pergunta !

    A resposta depende mais daqueles que estavam afastados e não daquele que perdoou sem exigir nada em troca.

    Querem realmente a verdadeira COMUNHÃO com a Igreja? Ou preferem continuar na EXCOMUNHÃO, mesmo estando totalmente perdoados?

    Recebi muitas cartas em meu e_mail devido a este comentário neste Blog, primeiro muito exaltados achando que realmente Dom Lefebvre também havia sido perdoado e que a temporada de caça ao CV II havia sido aberta.

    Depois quando tudo ficou esclarecido e se viu que a Igreja e o Papa continuam na mesma posição que sempre estiveram, até se esqueceram de mim.

    Eu como leigo, dou minha opinião de leigo e não defendo nenhum SUPER DOGMA em nome de ninguém, apenas desejo que os participantes da “Minha Igreja” se amem como deveriam se amar, cessando esta crise de identidade onde todos se dizem Católicos, mas cada um ensina sua própria cartilha diferente.

    Perdoe-me Padre, mas unidade para mim é isto, não o orgulho de ser aquilo que não se é na verdade.

    Sem unidade verdadeira, não existe uma Igreja que possa ser reconhecida como verdadeiramente Católica e todos nós não passamos de idiotas aos olhos do mundo.

    Sempre na Cordialidade de Jesus e Maria.

  23. Presentepravocê,

    Caridade seria talvez o seu último comentário a respeito de Dom Williamson no blog Igreja Una do Danilo?

    Que caridade hein?

    Bem típica da caridade carismática.

    Que Deus nos livre dela.

  24. Caros amigos e irmãos em Cristo, confesso que não li todo o conteudo das discussões, por isso, desde já peço desculpas se cometer alguma falha.

    vi que existem algumas dúvidas com relação ao Concílio Vaticano II, eu também tenho muitas, mais hoje em dia se escuta muita coisa, até mesmo que ele deveria ser anulado, se é que é possível isso.não gostaria aqui de fazer nenhum comentário sobre isso, mesmo porque seria muita pretenção querer discutir algo que não entendo bem. só gostaria de sugerir que leiam o livro que o então Cardial Ratzinger, hoje Papa, escreve em 1984, ou melhor, uma entrevista que ele deu a um jornalista que a publicou em forma de livro, chama-se A FÉ EM CRISE? confesso que fiquei impressionado com tamanha clareza e lucidez de nosso Santo Padre. Depois que li me senti muito feliz e confortado, pois compreendi que quem realmente precisa saber sobre a situação da Igreja, sabe, e o que preciso fazer como católico é rezar por ele, pois imaginem o quanto é o sofrimento dele.Rezemos. Fiquem com o Bom Deus e a Virgem Santíssima.

  25. A Excomunhão de Lefèbvre

    autor: Dom Estevão Bettencourt???

    Revista Família Cristã, ano 54, nº 632, agosto de 1988, p. 12.

    No dia 30 de junho último, os católicos foram surpreendidos pelas atitudes do arcebispo tradicionalista francês, Marcel Lefèbvre que, consumando um ato de rebeldia, ordenou, sem a autorização do Papa, quatro bispos pertencentes à Fraternidade São Pio X, uma comunidade católica fundada por ele em Econe, na Suíça. O ato em si caracterizou uma desobediência formal às normas da Santa Sé, provocando um cisma dentro da Igreja e a excomunhão do arcebispo.
    Lefèbvre vinha se desentendendo com a Santa Sé desde o Concílio Vaticano II. Na ocasião, negou-se a reconhecer e seguir as decisões conciliares, especialmente o ecumenismo que, segundo ele, “é origem de todas as mudanças e inovações do Concílio na liturgia, nas novas relações da Igreja com o mundo, conduzindo-a à ruína e os católicos à apostasia.” Por causa dessa sua posição, em 1976 o Papa Paulo VI suspendeu-o das funções sacerdotais, ou seja, proibiu-o de celebrar missas e ministrar os sacramentos. Não obstante, o arcebispo continuou exercendo seu ministério, inclusive ordenando sacerdotes e fundou, à revelia do Vaticano, a Fraternidade São Pio X, presente hoje em 28 países, que conta com 210 padres – todos suspensos das funções sacerdotais como ele – , 280 seminaristas, 3 mosteiros masculinos e 5 femininos.

    Cisma e Excomunhão

    A atitude inusitada de Lefébvre surpreendeu a todos porque, nos últimos meses ele se mostrara disposto a uma reconciliação, principalmente depois de sua conversa com o cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé – órgão do Vaticano que trata de assuntos relacionados à doutrina – e da visita apostólica do cardeal Gagnon à Fraternidade no final do ano passado. Tanto que o Papa, em carta enviada ao cardeal Ratzinger, em abril deste ano, recomendava-lhe fazer todo o possível para que a Fraternidade fosse inserida de forma regular na Igreja, em plena comunhão com a Sé Apostólica. Com esse objetivo, foram realizados alguns encontros entre teólogos e canonistas da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé e os da Fraternidade.
    Segundo o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, dado os avanços satisfatórios das conversações, Ratzinger e Lefèbvre se encontraram no dia 4 de maio último, ocasião em que foi redigido – e assinado pelas duas partes – um documento, que serviria de base para a reconciliação, após ser submetido ao exame e decisão final do Papa.
    Nesse documento, entre outras coisas, Lefèbvre se comprometia, em seu nome e em nome da Fraternidade, a ser fiel à Igreja Católica e ao Papa; a aceitar a doutrina do Concílio Vaticano II sobre o magistério da Igreja; a empenhar-se numa atitude de estudo e de comunicação com a Santa Sé Apostólica; evitando polêmicas sobre os pontos ensinados pelo Vaticano II ou as reformas posteriores a ele; a respeitar a disciplina comum da Igreja e as leis eclesiásticas, especialmente as do Código de Direito Canônico, salvaguardando a disciplina especial concedida à Fraternidade por lei particular. Além desses pontos, seriam concedidos alguns privilégios à Fraternidade com relação às atividades apostólicas, ao culto e à pastoral; dois de seus membros participariam de uma Comissão na Cúria Romana e o Papa nomearia um bispo da Fraternidade para garantir-lhe a continuidade, uma vez que Lefèbvre, com 83 anos, mostrava-se preocupado com esse particular.
    Depois desse acordo, porém, o arcebispo voltou atrás. Em carta enviada ao cardeal Ratzinger, ele exigia não apenas um, mas três bispos, e que fossem ordenados no dia 30 de junho e não no dia 15 de agosto como fora sugerido. Salientou ainda que, se o Vaticano não concordasse com as mudanças, ele agiria da mesma forma, fato por si só passível de punição.
    A respostas do cardeal lembrou-lhe o documento assinado, no qual se comprometera a obedecer a autoridade do Papa, a quem cabe, por direito, escolher e nomear bispos. O apelo do cardeal, porém, caiu no vazio. Dirigindo-se diretamente a João Paulo II, em carta datada de 2 de junho, Lefèbvre expôs, entre outras coisas, que ainda não havia chegado o momento da reconciliação entre eles. Portanto, assegurava a continuação de sua obra por conta própria. Confirmou a ordenação dos bispos para o dia 30 de junho, fato que acabou ocorrendo.
    Numa última tentativa de reconciliação, o Papa pedia-lhe que considerasse o significado de tal decisão, ao mesmo tempo em que o admoestava: “Com toda a gravidade que requerem as circunstâncias presentes, exorto-o a renunciar ao seu projeto que, se for realizado, não poderá parecer senão um ato cismático, cujas conseqüências, teológicas e canônicas inevitáveis lhe são conhecidas. Convido-o ao retorno, na humildade, à plena obediência ao vigário de Cristo.”
    Lefèbvre, pois, tinha plena consciência de que seu ato causaria um cisma, ou seja, uma ruptura total com a Igreja, e resultaria na sua excomunhão. Mesmo assim, no dia 30 de junho, auxiliado pelo bispo emérito de Campos (RJ), dom Antônio de Castro Mayer – também excomungado – , sagrou quatro bispos por ele escolhidos e nomeados, consumado um ato de rebeldia que o Vaticano tentou, em vão, evitar.

    Revista Família Cristã, ano 54, nº 632, agosto de 1988, p. 12.

    Obs.: O autor do artigo não é citado. Contudo quem escrevia na seção de respostas ao leitor, onde foi publicado esse artigo, era Dom Estevão Bettencourt, OSB. Além disso, o estilo em que o texto está escrito é o de Dom Estevão.

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