Sacerdote-Deputado suspenso de ordens

Uma notícia muito boa: o deputado petista Luiz Couto que – espantosamente – é também sacerdote católico foi (segundo G1) “afastado da função de padre por defender uso da camisinha”. Deixemos de lado as expressões escolhidas para a manchete, como se ser padre fosse uma “função” da qual alguém é “afastado” como se o é de um cargo público. Também não nos importemos tanto com o fato de que o referido sacerdote deveria ter já sido suspenso quando ingressou na vida política, e não somente agora. Por enquanto, rendamos graças a Deus e alegremo-nos pelo fato.

Reproduzo a Nota Oficial da Arquidiocese da Paraíba, conforme está disponível no Correio da Paraíba, jornal (salvo engano) de João Pessoa:

João Pessoa (PB), 25 de fevereiro de 2009

Nota Oficial

O Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo di Cillo Pagotto, suspendeu do uso de Ordem o padre Luiz Couto. Ele está impedido de realizar atividades próprias de um sacerdote, como celebrar missas. Abaixo seguem as explicações de Dom Aldo:

“Na edição do dia 25 de fevereiro de 2009, A/4, Política, o Jornal O Norte divulga: “Padre, deputado e adversário do celibato. Favorável ao uso do preservativo, Luiz Couto combate a intolerância e a discriminação a homossexuais, contrariando o Vaticano”.

Preposto à Arquidiocese da Paraíba, vejo-me na grave obrigação de suspender o referido sacerdote do uso de Ordem em nossa circunscrição eclesiástica, porquanto, por suas afirmações sumárias, e enquanto perdurem sem retratação explícita, provoca confusão entre os fiéis cristãos, e contraria “in noce” as orientações doutrinais, éticas e morais sustentadas pela Igreja Católica (Cf. Cânon 1317 CDC)”.

Ita, in fide muneribus,

Aldo di Cillo Pagotto,

Arcebispo Metropolitano da Paraíba

Então, corrigindo as expressões utilizadas pelo GLOBO: o padre Luiz Couto foi suspenso de ordens pelo Arcebispo da Paraíba. E, aparentemente, não está nem aí para isso, porque, como declarou a G1:

“Eu vou continuar celebrando, posso celebrar na minha casa, com meus amigos, ou seja, o direito de celebrar, a ordem que eu recebi tem um caráter indelével, que ninguém pode tirar. Isso não significa nenhum combate aquilo que a Igreja tem na sua doutrina”, afirma o padre e deputado.

O Correio da Paraíba, na reportagem acima linkada, reproduziu também a matéria original, publicadas pelo Portal Congresso em Foco, na qual o deputado fala as besteiras que provocaram a justa indignação dos católicos. Que Deus nos conceda sempre santos bispos; e nos livre sempre dos maus sacerdotes.

8 comentários em “Sacerdote-Deputado suspenso de ordens”

  1. Eu acho engraçado que a própria CNBB disse várias vezes que é contra a entrada de sacerdotes católicos na política!

    Mais parece que a mesma incentiva esses ”sacerdotes” a entrarem na política!

  2. E por Portugal? Quando chegará a hora de afastar o trigo do joio??

  3. Diga-se:

    é padre petista (mais um).

    Quando da CPI do mensalão ele era da “tropa de choque”

    defensora do Delúbio, Dirceu & Quadrilha.

    Parabéns a D. Aldo.

    O Brasil precisa de Bispos como ele !.

  4. Isto não precisava ter chegado a este ponto. Ele deveria ter sido suspenso no momento em que se pôs em camanha.

  5. Alguns pontos são entendidos, mas devem-se ponderar alguns pontos:
    1. O celibeto é questão de disciplina – lei humana, nada de divino há… ser contrário não é pecado, ou é?
    2. O uso de preservativos, já esta é uma questão mais complexa: – como entender a simples omissão quando os casos de DST são tão grandes? O Padre, acredito, deve orientar seus fiéis por ocasião de confissões, por ex.., quando se deparam com aqueles que usam práticas constantes.
    3. A intolerância ao homossexualismo não é prática da Igreja. Ao contrário, a Igreja convoca todos a santidade, inclusive os homo, que de acordo com o Catecismo podem até se fazerem Padres. O importante é repensar a forma de se estabelecer a sexualidade de forma correta. Só que diante do que é a realidade, necessitam todos repensar tal conceito.
    Por enquanto nada contra o Sr. Bispo, mais não entendo como escandalosas as declarações do Padre Deputado.
    Que o Espírito de Deus nos inspire a todos!

  6. Caríssimos,
    As declarações do Pe Luiz Couto não ofendem qualquer dogma de fé católico, lembrando que o celibato obrigatório pode ser revisto por um concílio. Acredito que sendo católico ou um simples cidadão é nosso dever moral não causar sofrimento a outras pessoas, portanto não podemos discriminar homosexuais e, por fim, a camisinha é um mal menor de que o sexo irresponsável e capaz de transmitir doenças mortais e incuráveis, logo, enquanto nem todos se convertem e vivem integralmente a fidelidade matrimonial é melhor não descuidar e gerar males ainda piores a partir da infedelidade ao preceitos sagrados do sexo, somente aceitável na constância do matrimônio para um verdadeiro católico. Nesse sentido, Dom Aldo não tem meu apoio, pois sua motivação foi política e não religiosa. Na verdade, Luiz Couto pertence a um grupo político que deixou o aliado político do Bispo, o governador cassado da Paraíba por compra de votos, numa situação constrangedora. Inclusive a própria arquidiocese foi beneficiada com cheque proveniente de ilícito eleitoral confirmado pelo TSE. Assim sendo, não sejamos hipócritas de defender um bispo que defende o seu “partido político” e não os dogmas de fé da Igreja…

  7. Puxa! Eita possoalzinho paraobano conservador nas suas opiniões. Enquanto isso, a bancada evangélica aumanta cada vez mais.

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