Ainda a repercussão sobre o aborto em Recife

– A polêmica sobre o aborto realizado na menina de nove anos ganhou primeira capa no Jornal do Commercio duas vezes: ontem, “Ciência X Fé: Excomunhão em debate” e, hoje, “Aborto é pior que estupro, diz Dom José”.

– Quanto à manchete de ontem, nem cabe fazer comentários, porque é evidente que, sobre a excomunhão, não pode haver entre a “Ciência” e a “Fé” debate algum, dado que “excomunhão” é um conceito ininteligível para a ciência, sobre o qual ela não tem absolutamente nada a dizer.

– Quanto à matéria de hoje, vale salientar: sim, por mais que seja chocante para a mentalidade moderna, o aborto é mais grave do que o estupro, porque neste há uma violência física e, naquele, uma violência física que implica na morte de um ser humano inocente e indefeso. A vida é o maior de todos os bens e, portanto, aquilo que atente contra ela é mais grave. Por exemplo, assassinar uma pessoa é mais grave do que torturá-la ou estuprá-la, e com isso se está simplesmente reconhecendo que a vida em si é um bem mais valioso do que a integridade física, dado que esta pressupõe aquela. Colocados os preconceitos e as paixões de lado, qualquer pessoa é capaz de entender isso.

– Nunca é demais repetir: dizer que o aborto é mais grave do que o estupro não tem absolutamente nada a ver com negar ou relativizar a gravidade do estupro. Claro que o estupro é grave. A única coisa que se está dizendo é que o assassinato de um inocente indefeso é mais grave. Analogamente, se alguém dissesse que um latrocínio é mais grave do que um assalto a um banco, ninguém poderia honestamente deduzir daí que se esteja afirmando não haver problemas com assaltos a bancos.

– Dom José disse que o senhor presidente deveria procurar a assessoria de um teólogo antes de proferir sentenças disparatadas sobre temas que ele manifestamente ignora. É um excelente conselho, que o presidente deveria seguir, para não passar (ainda mais) vergonha em público.

– A CNBB publicou duas notas sobre o assunto (uma dos bispos da Regional Nordeste 2 e outra da CNBB como um todo). Têm o mérito de afirmarem claramente (ao menos!) que a Conferência é contrária ao aborto; faltou, contudo, na minha opinião, pelo menos duas coisas fundamentais: (a) um apoio explícito a Dom José Cardoso (que está sendo crucificado pela mídia); e (b) corroborar a sua declaração, dizendo que, sim, todos os envolvidos no crime incorreram em excomunhão latae sententiae.

– As Abortistas pelo Direito de Matar, como não poderia deixar de ser, manifestaram-se contra a Igreja e favoráveis aos médicos assassinos. A declaração delas foi muito bem comentada pelo blog “A Saúde da Alma”. Quanto a estas desgraçadas, nunca é demais repetir que, de católicas, só têm o nome, ostentado com o único intuito de enganar os incautos e semear a confusão dentro da Igreja de Deus.

– O Carlos Cardoso possui um anti-clericalismo que chega a ser nauseabundo, mas neste post é preciso louvar a sua honestidade. A despeito de não concordar com a posição do Arcebispo, ele diz claramente que Dom José só fez agir em coerência com o que a Igreja ensina. E diz ainda ser necessário “admitir publicamente que o problema não é o homem, o problema são os PRINCÍPIOS defendidos pela Igreja Católica: Esses sim desumanos, medievais, bárbaros, sem-sentido e indignos de qualquer um que se diga civilizado”. Obviamente não concordamos com esta sandice; mas louvamos, sim, a coerência e o bom caráter de quem apresenta as coisas das quais discorda como elas são na realidade.

– No Rio Grande do Sul está em curso um caso parecido com o da menina do interior de Pernambuco; ela tem 11 anos e também foi estuprada pelo padrasto. No entanto, não abortou, dado que os familiares da criança, ao que parecem, nem sequer cogitaram a possibilidade do assassinato. Sem disfarçar o próprio incômodo com o fato da família da garota ter decidido levar a gravidez adiante, o responsável por esta matéria do jornal O Globo chega ao cúmulo de sugerir que, mesmo à revelia dos pais, “o Ministério Público tem legitimidade para assegurar o direito da menina ao aborto” (!!). Ou seja, o famigerado “direito de escolha” foi para o beleléu: o que eles querem é matar o filho da menina a todo custo, mesmo que, para isso, precisem passar por cima da vontade da família (que é chamada de “inércia dos representantes legais” aqui)! A cretinice dos abortistas dá nojo.

108 comentários em “Ainda a repercussão sobre o aborto em Recife”

  1. Daniel,

    1- São tão “antinaturais” quanto comer pato ao tucupi (…)

    Não, não são, não tem absolutamente nada a ver. Tu nem sequer entendes os conceitos de “natural” e “anti-natural”, e vens dizer que “já deu no saco”?

    “Anti-natural” é o que é contrário à lei natural (favor ler a Summa, Prima Secundae, questões 90, 91 (artigo 2) e 94), que nos diz (no caso em pauta) que a faculdade sexual tem função unitiva e procriativa, e que os atos homossexuais falham quer nesta (por evidência), quer naquela (por ausência de complementaridade).

    2- A humanidade não está em déficit de seres humanos pelo contrario (…)

    Sim, a humanidade está caminhando para um déficit de seres humanos. Há bastantes posts sobre o assunto aqui no Deus lo Vult!. E, ainda que não estivesse, não muda o fato evidente de que a procriação é necessária para as sociedades, e as uniões homossexuais não são capazes de oferecê-la.

    Heterossexualidade não é garantia de procriação, mas é ao menso possibilidade. Homossexualidade é impossibilidade (casos de adoção, inseminação artificial ou o que seja só deixam evidente que a união homossexual é intrinsecamente incapaz de contribuir para a sociedade no quesito procriativo).

    Não sendo as uniões homossexuais capazes de oferecer à sociedade as mesmas coisas que os casais heterossexuais, não faz nenhum sentido que aquelas tenham as mesmas proteções legais que estas.

    Engraçado que só após eu implorar você liberou um comentário meu (…)

    Não me recordo de ter bloqueado nenhum comentário seu, portanto deixe de choramingar.

    O teu conhecido virtual teve bloqueado – óbvio – comentários que diziam coisas como E eu que estava querendo fundar minha própria igreja… até o nome já escolhi: “Santa Igreja do Evangelho Heptagonal”. E o slogan: “Combata os Sete Pecados Capitais com as Sete Virtudes Cardeais”, porque isso é um verdadeiro lixo e este espaço virtual não se presta a ser depósito de má ironia de baixíssima qualidade de ateus descerebrados. Quaisquer coisas similares – como várias outras que eu venho recebendo – vão ser, sim, impiedosamente enviadas para a lixeira.

    Abraços,
    Jorge

  2. “(favor ler a Summa, Prima Secundae, questões 90, 91 (artigo 2) e 94)”

    Você só pode estar de brincadeira, eu não estou discutindo o significado de “natureza” segundo os princípios fadológicos definido pelos sacerdotes de sua crença em seres imaginários invisíveis. Se você esperar que eu me guie pelos significados “sui generis” dados pelos cardeais a cada termo realmente não vai andar. Como já ficou claro na discussão sobre os significados das palavras “amor” e “beato” e como fica claro aqui também, estamos falando em idiomas diferentes.

    Eu quero usar a Língua Portuguesa, pretensamente conhecida por todos os debatedores que estão por aqui. Você: um dialeto esotérico (no sentido de restrito aos iniciados) do catolicismo romano.

    Eu nunca fui católico romano, não falo o seu dialeto e nem quero aprender. Se você tiver interesse em debater usando a Língua Portuguesa refute os pontos baseando-se nela. Caso contrário, guarde a sua súmula e as interpretações “sui generis” de cada termo para quando estiver a debater com as carolas de sua paróquia.

    Ah, ia me esquecendo… as várias definições para o termo “natural” em Língua Portuguesa vernácula: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=natural

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    Homossexualidade é preferência sexual. Homossexuais mantém a capacidade física de se relacionar com indivíduos do gênero oposto. Muitos (como os dois gênios da música brasileira que eu citei) fazem isto apenas com o fim de se reproduzirem.

    Se mantém homossexuais (ou seja: continuam preferindo afetiva e eroticamente a relação com indivíduos do mesmo sexo), mas optam por manter relações sexuais com indivíduos de outro sexo apenas para o fim “sagrado” da reprodução. Fazem sexo tantas vezes for necessário para a concepção e depois voltam para sua opção sexual.

    O impedimento quem inventou foi você e é você quem se nega a ver a evidência que esmurra sua cara. Se houvesse de verdade tal impecilho o Chicão e o Giuliano não seriam filhos biológicos de Cássia e Renato. Ambos notória e assumidamente homossexuais.
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    Se não se lembra deve ter bloqueado acidentalmente.

  3. E não… não faltam seres humanos na Terra (não interessa o que você tenha escrito nos seus outros posts que eu não vou me dar ao trabalho de pesquisar). A África está cheia de crianças miseráveis morrendo de fome, as calçadas de Ipanema estão lotadas de pessoas dormindo ao relento.

    Se houvesse falta de gente estas pessoas teriam fartura de mantimentos, não estariam desempregadas.

    Se a Europa precisasse mesmo de mais habitantes bastaria importar alguns negrinhos da África e dar a estes alimentação e educação Européia. Mas pelo contrário, os Europeus não querem mais seres humanos por lá exatamente porque foi graças a uma população “enxuta” que eles conseguiram se transformar no que são social, educacional e economicamente (inclusive sendo hoje o continente menos preso a dogmas de qualquer religião e vivendo um período que eles chama – Aleluias!!! – de Pós-cristianismo)

    Do ponto de vista econômico não é necessário mais seres humanos povoando a Terra (e não sei de que outro ponto de vista que não o econõmico poderia ser).

    Não, não há falta de seres humanos; e sim, os homossexuais podem procriar e muitas vezes o fazem.

  4. Daniel,

    Você só pode estar de brincadeira, eu não estou discutindo o significado de “natureza” segundo os princípios fadológicos definido pelos sacerdotes de sua crença em seres imaginários invisíveis

    Eu sei, você está simplesmente ridicularizando um conceito que não entende para se furtar à discussão séria sobre o assunto. Se você não quer entender o que nós estamos falando, faça ao menos o favor de não apresentar uma caricatura tosca como se fosse a posição defendida pela Igreja.

    Se você tiver interesse em debater usando a Língua Portuguesa refute os pontos baseando-se nela. Caso contrário, guarde a sua súmula e as interpretações “sui generis” de cada termo para quando estiver a debater com as carolas de sua paróquia.

    Ô, cara-pálida, quem veio apresentar uma interpretação estúpida do argumento católico aqui foi você:

    Quanto ao “argumento” sobre o ser ou não natural. Bem, seguindo a sua lógica rasteira: não é natural usar roupas e usamos, não é natural comer alimentos industrializados e comemos, não é natural andar de bicicleta (os pés foram feitos para andar, não pra pedalar) e andamos.
    Daniel Reynaldo, às 09:46

    Agora, você cai de pára-quedas aqui falando uma estupidez dessas, quando é corrigido deixa claro que está completamente de má vontade e não quer entender o significado daquilo que nós estamos falando, e ainda por cima quer dizer como eu posso e como eu não posso debater?

    Em tempo: não há nada de “esotérico” nos ensinamentos da Igreja, porque o Seu ensino é público e ao alcance de qualquer um que se interesse. O que há são ateus de má vontade que afirmam claramente não ter interesse em saber o que a Igreja ensina para, depois, acusá-La de não ensinar.

    Homossexuais mantém a capacidade física de se relacionar com indivíduos do gênero oposto. Muitos (como os dois gênios da música brasileira que eu citei) fazem isto apenas com o fim de se reproduzirem.

    […]

    O impedimento quem inventou foi você e é você quem se nega a ver a evidência que esmurra sua cara. Se houvesse de verdade tal impecilho o Chicão e o Giuliano não seriam filhos biológicos de Cássia e Renato. Ambos notória e assumidamente homossexuais.

    Se você não consegue entender que os filhos biológicos de Cássia Eller e de Renato Russo são frutos de um ato sexual heterossexual, e não de sua homossexualidade, eu não posso fazer mais nada.

    Permanece o fato óbvio e auto-evidente de que a homossexualidade é estéril e, portanto, é um mal para a sociedade. Casos de “bi-sexualidade” como os que você citou só fazem corroborar isso que estou dizendo: a fertilidade (obviamente) pertence ao ato sexual heterossexual.

    E não… não faltam seres humanos na Terra (não interessa o que você tenha escrito nos seus outros posts que eu não vou me dar ao trabalho de pesquisar)

    É. Não faltam porque o Reynaldo disse e, Reynaldo locuta, causa finita. Ele não tem interesse nenhum em pesquisar nem em debater – só em sentenciar as suas idéias e querer que todo mundo as aceite como se fossem a mais perfeita expressão da Verdade.

    Sinto muito, mas aqui não cola.

    Abraços,
    Jorge

  5. É uma vergonha a omissão da CNBB. Já está mais do que na hora dos católicos do Brasil tomarem uma séria decisão. Esta decisao também implica em não omitir-se. Como disse nosso pároco na Santa Missa da última sexta-feira: “quando estiver na fila da comunhão, não se esqueça de que lado você está”.

    Meu apoio à Dom José Cardoso!

    Em Cristo,
    Pedro.

  6. Jorge.

    O “argumento” da “anti-naturalidade” é de que “o corpo humano é fisiologica e anatomicamente apropriado para a relação heterossexual e não para a homossexual” não é isso?

    O ser humano também é fisiologica e anatomicamente apropriado para comer frutas e verduras e não para comer animais (para cujo mastigamento “in natura” nossos dentes-maxilares não estão preparados e para cuja digestão nosso sistema digestivo não é muito eficaz), certo?

    Então me diga onde está a “estupidez” da minha comparação? Se não é errado “burlar” a nossa fisiologia/anatomia para comer patos porque é errado “burlar” a nossa fisiologia/anatomia para fazer sexo com pessoas do mesmo sexo?
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    Bom, então mantenha o jogo de palavras. O que você disse é que o homossexualismo impede a procriação. Eu disse que não porque o homossexualismo é uma posição de erótico-afetiva que não impede a prática heterossexual. A relação que originaram o Chicão e Giuliano eram heterossexuais. Os pais de Chicão e Giuliano eram homossexuais.

    Agora, se você quisesse discutir se a sexualidade dos dois cantores era Homo ou Bi eu poderia solicitar que você fosse discutir com ambos, mas infelizmente “os bons morrem jovens”.

    “Permanece o fato óbvio e auto-evidente de que a homossexualidade é estéril e, portanto, é um mal para a sociedade. ”

    Nada… é que vocês meteram em vossas cabecinhas que a relação sexual TEM que gerar filhos. Por isso a igreja condena (além do homossexualismo) o uso de contraceptivos. A lógica é a mesma. Pra fazer sexo tem que fazer filhos: se fizer sexo e não embuxar é pecado.

    Ainda bem que a maioria dos homens não segue esta idéia imbecil, senão teríamos uma produtividade de mais ou menos 20 filhos por mulher.

    O problema é muito simples no final das contas. Você (e sua santa mãe igreja) acha que gente tem que ser igual cachorro: pra cada [CENSURADO] uma prole.

    Eu acho que gente pode fazer sexo a vida inteira diversas vezes por semana SÓ POR PRAZER (e neste caso o homossexual fará com pessoas do mesmo sexo e os héteros usarão pílulas e camisinha) e só QUANDO QUISER PROCRIAR (uma ou duas vezes na vida, na maioria dos casos) vai abdicar da camisinha ou da pílula ou do diu ou da relação com parceiro do mesmo sexo.

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    “Reynaldo locuta, causa finita.”
    Por que o espanto? Antes você havia me pedido para procurar nos SEUS escritos… por que “o que Jorge Ferraz fala está certo e acabou” mas “o que Reynaldo fala não está certo e acabou”?

    Além do mais eu não disse que “eu falei e está falado” como você falsa e desonestamente afirma.

    Eu citei como evidência da minha hipótese os milhares de famintos e abandonados nas ruas do Rio, nos povoados africanos, nas pseudobeneficentes intituições católicas mantidas com dinheiro público como evidência. Se há falta de gente no mundo para o que quer que seja por que será que tanta gente não tem emprego nem moradia nem o que comer, Jorge?

    E por que será que exatamente os povos com menores taxas de crescimento populacional são os que mais estão se dando bem economica, social, tecnologica e educacionalmente (vide Europa Ocidental e China)?

    Eu citei minhas evidências. Não disse que falei e está falado. Agora, quais são as suas? O que você tem a apontar para demonstrar que 20 filhos por mulher (o resultado que se originaria se as mulheres -mesmo as católicas – seguissem a risca os preceitos imbecís da santa mãe igrejinha de Roma) é melhor do que 1 ou 2 (resultado de muito uso de camisinha e diu e pilula do dia seguinte e aborto e sexo anal e homossexualismo et cetera a despeito do que o cardeal alemão vocifera da sua janelinha na praça de São Pedro)?

  7. Daniel Reynaldo,

    O “argumento” da “anti-naturalidade” é de que “o corpo humano é fisiologica e anatomicamente apropriado para a relação heterossexual e não para a homossexual” não é isso?

    Não, não é meramente uma questão de “encaixe” como tu pareces insinuar, e sim de finalidades. A comparação com a alimentação é boa, porque também a faculdade “alimentativa” – como a sexual – tem o duplo aspecto de nutrir o corpo e de provocar prazer. Um pato assado respeita estas duas finalidades, enquanto o ato homossexual não respeita as duas do ato sexual (o caráter procriativo não é nunca respeitado, o unitivo é-o só artificialmente e mediante caricatura).

    Para se comparar o ato homossexual com alguma depravação alimentar, teria que ser com alguma coisa como… “comer barro” (porque aí ter-se-ia – já que gosto é gosto… – o “prazer” de comer sem a nutrição do corpo que se obtém pela alimentação). Só que a questão do homossexualismo é muito mais séria, primeiro porque o indivíduo “exclusivamente homossexual” é plausível (ao contrário da pessoa que “comesse somente barro”), segundo porque o ato conjugal é mais sublime do que o ato de se alimentar (e, portanto, a desordem naquele é mais séria do que a desordem neste) e, terceiro, porque o bem das sociedades (prejudicado pelo comportamento homossexual) é mais importante do que o bem do indivíduo (prejudicado pelo ato de comer barro).

    Eu disse que não porque o homossexualismo é uma posição de erótico-afetiva que não impede a prática heterossexual.

    Isso é discutível, porque o bi-sexual distingue-se do homossexual “puro”. Mas, em todo caso, não faz diferença, porque o ato homossexual é anti-natural, pelos motivos já mostrados. Que a conjunção de atos sexuais naturais e anti-naturais pode, “no todo”, respeitar a geração da vida, é claro que pode, mas esta geração decorre necessariamente dos atos naturais e, além disso, o erro deve ser combatido não só no todo como também em cada uma de suas partes, mormente em assunto de tal importância quanto o é a sexualidade humana.

    Pra fazer sexo tem que fazer filhos: se fizer sexo e não embuxar é pecado.

    Bom, não sei quem ensina este disparate. A Igreja é que não é.

    Ainda bem que a maioria dos homens não segue esta idéia imbecil, senão teríamos uma produtividade de mais ou menos 20 filhos por mulher.

    Também não sei de onde esta estatística imbecil foi retirada. Na época da sua avó, não havia pílula nem DIU nem camisinha e não me consta jamais que a taxa de natalidade tenha estado em alguma coisa nem mesmo próxima de 20 filhos por mulher. Qual a fonte desta afirmação?

    “Reynaldo locuta, causa finita.”
    Por que o espanto? Antes você havia me pedido para procurar nos SEUS escritos

    Sim, para que pudesse debater; ante a sua recusa, só posso deduzir que você não quer discutir e sim sentenciar as próprias verdades.

    Eu citei como evidência da minha hipótese os milhares de famintos e abandonados nas ruas do Rio, nos povoados africanos […]

    Isso só significa que a riqueza é má distribuída, e não que o mundo não esteja caminhando para uma carência de capital humano.

    E por que será que exatamente os povos com menores taxas de crescimento populacional são os que mais estão se dando bem economica, social, tecnologica e educacionalmente (vide Europa Ocidental e China)?

    O desenvolvimento é efeito da época em que não havia taxas de natalidade baixíssimas na Europa Ocidental, que hoje em dia está morrendo com a imposição do controle de natalidade.

    Favor assistir ao seguinte documentário:

    http://januacoeli.wordpress.com/2009/01/11/tv-portuguesa-e-inverno-demografico/

    O que você tem a apontar para demonstrar que 20 filhos por mulher (…) é melhor do que 1 ou 2 (…)?

    Em primeiro lugar, os “20 filhos por mulher” são por conta do senhor. Ninguém jamais falou nisso e nem me consta que tal coisa tenha jamais acontecido na história da humanidade. Em segundo lugar, “1 ou 2” filhos por casal faz com que a sociedade se extinga, porque a taxa de reposição é de 2,1 filhos por mulher. É, portanto, óbvio o motivo pelo qual se deva rejeitar a taxa de “1 ou 2” filhos.

    Abraços,
    Jorge

    P.S.: O teu post foi editado com as erratas que tu mandaste; se faltou alguma coisa, favor avisar.

  8. “Não, não é meramente uma questão de “encaixe” como tu pareces insinuar, e sim de finalidades. A comparação com a alimentação é boa, porque também a faculdade “alimentativa” – como a sexual – tem o duplo aspecto de nutrir o corpo e de provocar prazer. Um pato assado respeita estas duas finalidades, enquanto o ato homossexual não respeita as duas do ato sexual (o caráter procriativo não é nunca respeitado, o unitivo é-o só artificialmente e mediante caricatura).”

    Ah, a comparação é boa mais poderia ser melhor? Ok. Então vou “descomparar” com o pato e comparar com a cerveja ou o vinho. Bebidas alcoólicas não são nutritivas, não são “naturais”, são de difícil digestão (é exatamente o efeito desta incompatibilidade fisiológica que as torna interessante) e assim como o sexo homossexual só serve ao prazer (aliás, prazeres muito parecidos o da embriaguez e o do orgasmo).

    Mas não me lembro também do vaticano condenando alguma vez o consumo de àlcool.

    Então, se assim como o sexo homossexual não cumpre a função da procriação o consumo de bebidas não cumpre a função da alimentação/hidratação; e se assim como os genitais não encaixam com a mesma facilidade e lubrificação no sexo gay a bebida não “encaixa” muito bem em nossos fígados; e se ambos não são “naturais”… por que fazer sexo com pessoas do mesmo sexo é errado e consumir bebidas alcoólicas é sagrado?

    Depois respondo o resto. Não estou fugindo, é só que estou atarefado mesmo. Quanto as erratas, obrigado, havia outros erros mas que não comprometiam o entendimento.

  9. Daniel,

    Então, se assim como o sexo homossexual não cumpre a função da procriação o consumo de bebidas não cumpre a função da alimentação/hidratação.

    Como assim?? É óbvio que cumpre. Cerveja tem água e hidrata; tem cevada e alimenta; tem calorias e dá energia. Não faz isso tão bem quanto a água ou a comida “puras”, mas faz, ao contrário do ato sexual homossexual que não cumpre, sob nenhuma ótica e em nenhuma escala, as finalidades inerentes ao ato sexual. A analogia com a comida – repito – teria que ser alguma coisa como comer barro.

    Outrossim, é plenamente natural beber cerveja, uma vez que é completamente conforme a reta razão que busquemos alimentos saborosos. Tu continuas usando um conceito de “natural” como se fosse meramente “fisiológico” (e olhe lá! Como se fosse somente o “mais perfeito fisiologicamente”!), coisa que eu já disse ser equivocada.

    Abraços,
    Jorge

  10. Caro Daniel:

    Essa é fácil.

    Em épocas quando se desconheciam os princípios mais básicos de higiene, beber água era perigoso. Devido ao processo de fermentação e à capacidade de esterilização do álcool, as bebidas alcoólicas eram mais seguras para consumo que a água até o século XIX. Bebidas alcoólicas podem ficar armazenadas anos a fio sem tornarem-se insalubres. Numa época em que não havia geladeira nem sabão-em-pó era extremamente perigoso beber água de poços e mesmo água de fontes após alguns dias de armazenamento.

    Por isso, o consumo de bebidas alcóolicas faz parte da cultura de quase todos os povos.

    Mais especificamente em relação à sua pergunta, a resposta é SIM. A Igreja sempre condenou, condena e condenará qualquer consumo de bebidas alcóolicas além do necessário para dessedentação.

    O pecado capital da gula inclui não apenas comida além do necessário para matar a fome, como também bebida, de qualquer tipo, incluindo sucos de frutas, além do necessário para matar a sede.

    Sim, isso mesmo. Quem bebe refrigerante ou suco de laranja além do que necessita para hidratar-se, comete o pecado da gula.

  11. Acabo de escrever um livro -.-
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    Nope, cerveja não hidrata. “O álcool provoca alterações no hormônio que controla a absorção e a eliminação de líquido pela urina. Não adianta tomar cerveja para matar a sede. Em função do seu efeito diurético, a cerveja desidrata o organismo” Nutricionista Paula Magalhães aqui: http://www.diariopopular.com.br/21_02_06/vivacapa.html

    Quanto a ser nutritiva eu admito sua correção: alimenta mal mas alimenta. Embora quase só tenha carboidrato como nutriente (o que é péssimo, o pior tipo de alimento que pode existir) tem quantidades pouco significativas de potássio, magnésio, fósforo e também de algumas vitaminas. Eu realmente achava que era um copo de carboidrato, álcool e água… fui pesquisar e ví que estava errado. É mais ou menos como biscoito Trakinas uma bomba de carboidrato com umas vitamininhas para dar uma cara de saudável.

    Não tenho nenhuma pesquisa sobre o barro, mas acho (achismo) que a capacidade alimentar da cerveja ou de outras bebidas alcoólicas deva ser bem comparável qualitativamente à de barro assado. Tenho certeza de que barro também tem nutrientes e sais minerais, só não sei em que proporções e desconfio (achismo) que não seja gostoso e nem dê onda (apesar de algumas crianças e mulheres grávidas gostarem) hehehe :D
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    “ao contrário do ato sexual homossexual que não cumpre, sob nenhuma ótica e em nenhuma escala, as finalidades inerentes ao ato sexual.”
    Como assim? É óbvio que cumpre. Cumpre sob a ótica do prazer físico (orgasmo), psicológico (aconchego) e social (companhia, muitas vezes duradoura).

    “Outrossim, é plenamente natural beber cerveja, uma vez que é completamente conforme a reta razão que busquemos alimentos saborosos.”
    Anyway, quando é que você vai me explicar o porquê de ser correto buscar uma comida que falha em vários aspectos mas que é prazerosa e de ser errado buscar uma relação que é falha em alguns aspectos mas que prazerosa?
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    “Tu continuas usando um conceito de “natural” como se fosse meramente “fisiológico” (e olhe lá! Como se fosse somente o “mais perfeito fisiologicamente”!), coisa que eu já disse ser equivocada.”
    Nope, você é que continua e vai continuar “ad aeternum” dissociando duas coisas que são absolutamente pares (vide acima) exceto pelo fato de uma estar relacionada à sexualidade humana (o tabu dos tabus de todas as religiões abraâmicas) e a outra não.
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    “Em segundo lugar, “1 ou 2″ filhos por casal faz com que a sociedade se extinga, ”
    Perfeito! Me pegou neste ponto: um cálculo elementar e eu caí nele. Realmente 1 ou 2 filhos em média é baixo demais. O que não significa que devamos deixar os filhos virem “naturalmente” como a Igreja propõe. Não mudei minha posição, mas reconheço que o ponto era frágil.
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    “Na época da sua avó”
    Que bom que você a citou, porque ela teve 14, dos quais apenas 6 vingaram até a idade adulta, sem falar nos abortos…

    Aliás, o fato de somente 6 terem vingado me lembra que na época da minha vovó os índices de mortalidade infantís eram muito mais alto. Era preciso ter 4 ou 5 pra morrer com 1 filho vivo. Hoje as chances de sobrevivência são bem maiores e mantendo uma taxa de 10 filhos (que seja) por mulher nós quintuplicaríamos a humanidade em um período de 20 anos (algo bem pior do que reduzí-la à metade em 60 anos como ocorreria se cada casal tivesse um único filho).
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    “Isso só significa que a riqueza é má distribuída, e não que o mundo não esteja caminhando para uma carência de capital humano.”
    Não seria mais sensato distribuir as riquezas entre o “capital humano” que já temos do que fabricarmos mais “capital humano” que sabe-se lá deus se vão receber as riquezas que os atuais já não recebem? NO MOMENTO não é mais sensato cuidar das criancinhas que comem o pão que o diabo amassou nos orfanatos “presbiterianos”, “kardecistas” e “católicos” do que fazer novas criancinhas?

    Essa é a vantagem do relativistismo moral dos ateus em contraposição ao objetivismo moral dos religiosos, Jorge. Esta compreensão de que a moral é relativa faz com que nós tenhamos mais maleabilidade para tomar a decisão mais acertada para cada momento e caso.

    Para os religiosos vai ser sempre “a Bíblia manda procriar e ponto”; para os não religiosos é: “faz sentido procriar agora?”
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    “Bom, não sei quem ensina este disparate. A Igreja é que não é.”
    Well. O Papa Alemão já se disse várias vezes CONTRA qualquer método contraceptivo inclusive (coito interrompido, anticoncepcionais, espermicida, camisinha, diu, diafragma, o escambau) agora se você acha que defender que toda relação sexual deva ser finalizada com ejaculação dentro da vagina (ejacular fora é pecado não é? é por isso que o coito interrompido e a masturbação são proibidos não é?) e sem uso de qualquer método contraceptivo não é ser a favor de que cada relação sexual resulte em gravidez então minhas aulas de biologia foram mal dadas.

    Tabelinha como método contraceptivo? Nem fale nisso pra eu não infartar e ir direto para o inferno em que você acredita.
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    Quanto aos 20 filhos por mulher. Tomei a hipótese de mulheres que tenham parceiro sexual entre os 20 e os 40 anos, não tomem nenhuma proteção eficaz e façam sexo pelo menos 4 vezes por mês durante toda a vida reprodutiva.

    Exagerei sim, porque embora existam muitas mulheres que obedeçam este perfil (que o diga minha já mencionada vozinha Ismênia) muitas fogem em absoluto dele (que o diga minha tia Arlene que entregou pra deus e já está com seus 60 e poucos anos).

    Então como média não vale. Mas sim, se as mulheres todas seguissem aos preceitos papistas muitas (as que se encaixam no perfil da minha vó e não no da minha tia) iam se ferrar bonito. Inda bem que não seguem :)
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    “Só que a questão do homossexualismo é muito mais séria, primeiro porque o indivíduo “exclusivamente homossexual” é plausível (ao contrário da pessoa que “comesse somente barro”)”
    \o/ Yupiiiii!!! Aleluia !!! \o/
    Eu estava esperando você dizer isto. Demorou einh? :D

    O bissexual é ok, Jorge? Sim, é isto que você acabou de dizer.

    Ora, bebidas alcólicas são “antinaturais”, “incompatíveis fisiologicamente”, não obedecem à função de hidratar (pelo contrário, desidratam), cumprem(?) muito mal a função de nutrir, proporcionando quase exclusivamente prazer (e indiretamente melhoram o convívio social, aumentam as chances de acasalamento).

    O sexo homossexual é “antinatural”, não cumpre a função da procriação, não é “anatomicamente correto”, só cumpre perfeitamente a função do prazer (e indiretamente aconchego, auto-estima, companhia…)

    Aí você diz que com a bebida é diferente porque além de beber cerveja o cara come saladas e carnes e queijo (alimentando-se das proteinas, fibras, gorduras, sais e vitaminas que a cerveja quase não tem) e bebe água (hidratando-se) e isto compensa a bebedeira da noite anterior.

    Ok, então o sujeito bi que uma semana é sodomizado e na semana seguinte pega uma gatinha (de preferência a embuxando) também compensa a baitolagem da semana anterior. Empatou.
    —————————————————————–
    Ps.:”Alguns psicólogos consideram a excentricidade das grávidas como um estratagema para atrair as atenções, mas há médicos que explicam o fenômeno como carências do organismo traduzidas em desejos específicos, ainda que estranhos. O desejo de comer barro, por exemplo, seria devido à anemia, carência de ferro, especulam. ” http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_noticias/boca_livre/id261000.htm

  12. Senhor João de Barros,

    “Mais especificamente em relação à sua pergunta, a resposta é SIM. A Igreja sempre condenou, condena e condenará qualquer consumo de bebidas alcóolicas além do necessário para dessedentação.”

    Me esclareço o seguinte: quer dizer que se eu não estiver com sede e tomar uma cervejinha cometo pecado mortal?
    Que loucura é essa?
    Carlos.

  13. Daniel,

    Nope, cerveja não hidrata.

    Bom, isso é controverso e, IMMO, anti-empírico. Mas suponhemos que não hidrate e que alimente mal, mas alimente. Permanece o fato de que a função de alimentar/hidratar é cumprida; mal cumprida, mas é.

    Não tenho nenhuma pesquisa sobre o barro, mas acho (achismo) que a capacidade alimentar da cerveja ou de outras bebidas alcoólicas deva ser bem comparável qualitativamente à de barro assado.

    Se for, então a analogia por mim proposta não serve. É necessário comparar com alguma coisa que não alimente (plástico, então).

    “ao contrário do ato sexual homossexual que não cumpre, sob nenhuma ótica e em nenhuma escala, as finalidades inerentes ao ato sexual.”
    Como assim? É óbvio que cumpre. Cumpre sob a ótica do prazer físico (orgasmo), psicológico (aconchego) e social (companhia, muitas vezes duradoura).

    A finalidade procriativa do ato sexual não é nunca cumprida, sob nenhuma ótica e em nenhuma escala, pelo ato sexual homossexual – ao contrário da cerveja, que cumpre – concedamos – mal as finalidades próprias da função alimentícia, mas as cumpre.

    A finalidade unitiva do ato sexual pode-se dizer “cumprida”, no ato homossexual, somente de maneira subjetiva e mediante caricatura, pois inexiste a complementaridade entre os sexos – ao contrário da cerveja, que se utiliza naturalmente da função de se alimentar/hidratar.

    Portanto, as duas coisas não têm nada a ver uma com a outra.

    Anyway, quando é que você vai me explicar o porquê de ser correto buscar uma comida que falha em vários aspectos mas que é prazerosa e de ser errado buscar uma relação que é falha em alguns aspectos mas que [é] prazerosa?

    Bom, o que falta você entender? A relação homossexual é intrinsecamente falha nos dois aspectos que são inerentes ao ato sexual (quanto ao procriativo, é absolutamente falha e, quanto ao unitivo, é objetivamente falha – podendo existir apenas o “prazer” subjetivo mediante uma caricatura de ato sexual). A cerveja somente alimenta mal. Portanto, a comparação já se mostrou descabida.

    Nope, você é que continua e vai continuar “ad aeternum” dissociando duas coisas que são absolutamente pares (vide acima)

    Como já foi mostrado, as duas coisas [beber cerveja e ter relações homossexuais] são absolutamente divergentes e nada têm a ver uma com a outra.

    – – – – – – – – – – – – – –

    Realmente 1 ou 2 filhos em média é baixo demais. O que não significa que devamos deixar os filhos virem “naturalmente” como a Igreja propõe.

    1. O que é, exatamente, que a Igreja propõe?
    2. Por que não devemos deixar os filhos virem “naturalmente”?

    Hoje as chances de sobrevivência são bem maiores e mantendo uma taxa de 10 filhos (que seja) por mulher nós quintuplicaríamos a humanidade em um período de 20 anos (algo bem pior do que reduzí-la à metade em 60 anos como ocorreria se cada casal tivesse um único filho).

    Sim, hoje as chances de sobrevivência são bem maiores e, igualmente, a qualidade de vida, a capacidade de produção de alimentos, etc. De modo que não me parece de modo algum evidente que “quintuplicar a humanidade em 20 anos” – concedendo, somente para argumentar, que esta taxa chutada seja verossímil, coisa em que eu, absolutamente, não acredito – seria “bem pior” do que reduzí-la à metade.

    Você viu o documentário português que linkei aqui no comment anterior? Uma “redução natural” da população – que ocorre quando os casais têm poucos filhos – é uma coisa terrível para a sociedade, porque (para ficar só no motivo mais evidente) a força de trabalho de uma nação é a sua população jovem e, com os casais tendo poucos filhos, a população envelhece, o que significa que vamos ter menos jovens precisando sustentar mais velhos.

    Não seria mais sensato distribuir as riquezas entre o “capital humano” que já temos do que fabricarmos mais “capital humano” que sabe-se lá deus se vão receber as riquezas que os atuais já não recebem?

    Sim, e desde quando as duas coisas são excludentes?

    Essa é a vantagem do relativistismo moral dos ateus em contraposição ao objetivismo moral dos religiosos, Jorge. Esta compreensão de que a moral é relativa faz com que nós tenhamos mais maleabilidade para tomar a decisão mais acertada para cada momento e caso.

    Negativo. A “relatividade moral” e a “maleabilidade” dos que não têm Moral só faz com que Hitler suba ao poder e só produz Auschwitzes. Os únicos casos em que são tomadas as “decisões mais acertadas” são justamente aqueles em que, “por acaso”, a relatividade moral opta pela solução que seria exatamente a proposta pela Moral Católica.

    Well. O Papa Alemão já se disse várias vezes CONTRA qualquer método contraceptivo inclusive

    Bom, falso. A Igreja não é contra qualquer método contraceptivo, e sim contra os artificiais (contra o coito interrompido, também). E, se quiser enfartar, enfarte, mas eu falo, sim, em tabelinha (que funciona muito bem para algumas mulheres) e falo também no método Billings (que funciona pelo menos tão bem quanto qualquer contraceptivo artificial para todas as mulheres).

    Mas sim, se as mulheres todas seguissem aos preceitos papistas muitas (as que se encaixam no perfil da minha vó e não no da minha tia) iam se ferrar bonito.

    Negativo. Primeiro, pela natural diversidade biológica entre as mulheres e, segundo, porque os “preceitos papistas” dizem que é lícito espaçar o nascimento dos filhos, havendo justa causa, por meio da utilização de métodos naturais.

    O bissexual é ok, Jorge? Sim, é isto que você acabou de dizer.

    Não, não é “ok”, e claro que eu não disse isso.

    Aí você diz que com a bebida é diferente porque além de beber cerveja o cara come saladas e carnes e queijo (alimentando-se das proteinas, fibras, gorduras, sais e vitaminas que a cerveja quase não tem) e bebe água (hidratando-se) e isto compensa a bebedeira da noite anterior.

    Ok, então o sujeito bi que uma semana é sodomizado e na semana seguinte pega uma gatinha (de preferência a embuxando) também compensa a baitolagem da semana anterior. Empatou.

    De maneira alguma. Primeiro, com a bebida é diferente pelos motivos já extensamente explicados acima (de modo algum e sob nenhuma ótica as duas coisas são “igualmente anti-naturais”); segundo, que a seqüência da minha frase por ti citada dizia ao contrário da pessoa que “comesse somente barro”, mostrando que a minha comparação era com alguma coisa que, em se comendo, desse prazer mas não fosse comida ou bebida (agora que tu trouxeste a tua hipótese sob o barro assado, teria que trocar por “plástico” ou qualquer coisa parecida), e NÃO com a bebida; terceiro, porque estes motivos por mim elencados eram – como eu próprio disse – para explicar porque a questão do homossexualismo é muito mais séria (tentando explicar por que se insiste mais no erro do homossexualismo do que no erro de comer plástico), e não para demonstrar porque “o homossexualismo é errado” simpliciter.

    Abraços,
    Jorge Ferraz

  14. Caro Carlos:

    Creio que todos concordaremos que comer sem estar com fome e beber sem estar com sede não é natural nem saudável.

    Beber cerveja apenas pelo prazer de beber cerveja é como comer apenas pelo prazer de comer. Essa é exatamente a definição do pecado da gula.

    Outra questão muito diferente é saber se você concretamente cometeu um pecado ao tomar sua cervejinha no botequim com seus amigos ou numa festa de aniversário.

    Só Deus e você poderão responder a essa pergunta.

    Pois só você e Deus sabem se você bebeu para: (i) hidratar-se; (ii) passar o tempo conversando com amigos (e quando se conversa se sente sede); (iii) abrir o apetite antes do almoço de domingo; (iv) relaxar o corpo e a mente ao fim de um dia de trabalho; ou (v) meramente satisfazer seu prazer sensorial.

    Os itens (i) a (iv) são motivos perfeitamente naturais para se beber e todos eles podem ser qualificados genericamente como “sede”. O pecado da gula ocorrerá se ao item (v) for dada primazia sobre os outros itens.

    Tenho certeza que seus amigos no boteco ficarão ofendidíssimos se você lhes disser com toda a sinceridade que você bebe apenas pelo prazer de beber e que a presença deles é totalmente secundária.

  15. Caro Daniel:

    Se a cerveja hidrata realmente ou não, é irrelevante.

    O fato inegável é que beber cerveja diminui a sensação de sede. Por isso, beber cerveja, dentro de certos limites, é natural.

    Lembre-se: o que define a moralidade de um ato é a intenção com que o mesmo é praticado e não seus efeitos concretos.

    Uma cesariana que resulte em morte não é imoral. Um aborto provocado, mesmo falhando e não resultando em morte, é imoral.

  16. Jorge disse:”(o método da ovulação)funciona pelo menos tão bem quanto qualquer contraceptivo artificial”

    Vejamos:
    “Quando a tabelinha dá certo?

    Quase nunca. As falhas chegam a variar entre 14 e 47%.”
    “Quando o método da ovulação dá certo?

    Nem sempre. O insucesso varia de 2 a 25%.”
    “Quando a pílula dá certo?

    Na imensa maioria dos casos. Apenas 0,1 a 3% dos casos resultam em gravidez.”
    “Quando as injeções dão certo?

    O fracasso varia de 3 a 4 mulheres em mil. (i.e.: 0,4%)”

    Jorge disse: “(o método da ovulação funciona)para todas as mulheres”

    Vejamos:

    “Quem deve ficar longe do método de Billings ou da ovulação:

    -mulheres que têm pouco muco;
    -garotas que não conseguem identificar o muco vaginal;
    -meninas que têm corrimento vaginal com freqüência;
    -quem não pode correr o risco de engravidar de jeito nenhum.”

    Fonte:http://www.infocidades.com.br/index.php?id=114

    Tão eficiente quanto os métodos artificiais? Para todas mulheres? Pois sim… tá bom… só porque você quer, né?

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    “para explicar porque a questão do homossexualismo é muito mais séria”

    Unica e exclusivamente porque é um tabu sexual e as religiões abraâmicas (islamismo, judaismo e cristianismo) não vivem sem tabus sexuais. Só é mais séria para quem INVENTOU para si mesmo que sexualidade é algo sagrado, estes vão buscar no fundo do inferno qualquer artifície para diferenciar o homossexualismo, a prostituição, o sexo fora do casamento de seus correlatos não sexuais.

    Em relação a “naturalidade” pela última vez: é como se alguém inventasse uma religião (adoremos o deus Estrapo, mais um pra coletânea de mais de 5000) segundo a qual seja “pecado” utilizar alimentos que só nutram ou só hidratem. Só alimentos que fazem os os dois ao mesmo tempo são permitidos. Aí os sacerdotes desta crença (vamos chamá-los de “podres”) vão ensinar às criancinhas e às beatas que beber água não é “natural” porque só hidrata mas não alimenta e beber cerveja não é “natural” porque alimenta(?) mas DESIDRATA e vão dizer que o verdadeiro limite entre o natural e não-natural é esse.

    É isso: foi você quem inventou que pra ser “natural” tem que fazer os dois. Na verdade é “natural” fazer um só e deixar de fazer o outro e também é “natural” fazer um por prazer e o outro para um fim específico.

    Não é vossa milenar santa madre igreja nem o meu recém-criado Estrapianismo quem decidem o que é natural ou não.

    E neste ponto estamos andando em círculos faz tempo.
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    “Negativo. A “relatividade moral” e a “maleabilidade” dos que não têm Moral só faz com que Hitler suba ao poder e só produz Auschwitzes.”

    Aiaiai. Chegamos na lei de Godwin (ela não falha nunca… faltou argumento, pimba na lei de Godwin)… eu poderia refutar na mesma moeda e dizer que o absolutivismo moral faz com que Aiatolá Komeini, Osama bin Laden, Gregório IX subam ao poder e só produz fogueiras humanas, cruzadas, terroristas suicídas e Klu Klux Klans.

    Mas não… prefiro lembrar mais uma vez que o principal exemplo de relativismo moral (que está profundamente ligado ao conceito de laicidade, à liberdade de crença religiosa, à liberalidade sexual et cetera) é a Europa Ocidental e que o paraíso do objetivismo moral (que está relacionado aos conceitos de teocracia, rigidas regras quanto à sexualidade e aos costumes, et cetera) é o Oriente Médio. Aí eu lembro ainda que na própria Europa há países mais laicos/relativistas (Noruega, Holanda, Dinamarca, Suécia) e menos laicos/relativistas (Itália, Espanha, Portugal).

    E deixo você tirar suas conclusões sozinho

    Ah! Quanto à sua citação de Hitler… Você tem certeza que não quer pensar mais um pouco? Hitler era religioso, da sua mesma seita, e matava em nome da moral objetivista desta mesma sua religião (o fato de os judeus terem traido o rapaz de Nazaré é uma das justificativas apresentadas pelo Führer para o Holocausto que um bispo argentino disse recentemente que não existiu).
    ————————————————————————-
    Depois leio melhor o post e vejo se há mais algum ponto novo. Em vários pontos estamos andando em círculos faz tempo. Os argumentos já foram apresentados à exaustão e agora (nestes pontos, como a “naturalidade” do sexo gay) cabe a quem passar por aqui fazer juízo próprio sobre ambos os pontos de vista.

  17. João. é muito relevante porque você afirmou que em algum momento da História os seres humanos deixaram de consumir água para consumir bebidas alcoólicas. Substituiram a água por bebidas alcoólicas por elas serem mais limpas, foi isso que você disse.

    Hora, isto é impossível porque bebidas alcoólicas exigem mais água para serem metabolizadas do que a própria água contina na bebida. Se seguissem esta dieta morreriam todos de desidratação.

    *******

    Quanto à moralidade eu sugiro que você digite algo como “ética e moral” no Google. A moral é definida pela sociedade, é questão de costumes.

    Se você pesquisar com as palavras chaves que indiquei vai ter bom material de estudo, seria ainda melhor se você usasse o http://www.scholar.google.com que só possui textos acadêmicos (portanto mais completos e fiáveis)

    *******
    Quanto à sua resposta ao Carlos: Deus!!! Com todo o respeito, mas no mínimo você não bebe cerveja. A primazia na motivação para consumir bebidas alcoólicas é SEMPRE do fator v. As outras são as desculpas.

  18. Daniel,

    [O Billings é t]ão eficiente quanto os métodos artificiais? Para todas mulheres? Pois sim… tá bom… só porque você quer, né?

    Sinceramente, desconfio da fonte citada. O Billings é usado inclusive para casais que têm dificuldade para engravidar, dada a sua precisão na identificação dos dias férteis.

    O número de 25% apresentado consta na Wikipedia como sendo para um “uso típico” (não perfeito) do método, e isto no primeiro ano. O uso perfeito apresenta taxa de falha máxima de 2,9%, segundo a mesma fonte, o que o torna – como eu disse – praticamente tão eficiente quanto os métodos artificiais.

    Há inclusive um estudo feito na China com o Billings, em comparação com o DIU, mostrando taxa de falha de 0.5% para aquele contra 2.0% para este. E, utilizado para tratamento de infertilidade, houve gravidez para 31.6% – ou seja, quase um terço – dos casais que utilizaram o Billings para a identificação dos dias férteis. Mantenho, assim, tanto quanto disse.

    “para explicar porque a questão do homossexualismo é muito mais séria”

    Unica e exclusivamente porque é um tabu sexual e as religiões abraâmicas (islamismo, judaismo e cristianismo) não vivem sem tabus sexuais.

    Negativo. As depravações sexuais são maiores do que as suas “respectivas” alimentícias tanto em intensidade (com a possibilidade de exclusividade) quanto em variedade; a “respectiva” alimentícia de uma relação homossexual teria que ser algo como “comer plástico”, que – convenhamos – virtualmente inexiste; o bem da sociedade (propiciado pela procriação) é superior ao bem do indivíduo (propiciado pela alimentação); etc. Nada disso tem a ver com “tabus”, e a acusação é falsa e tem como único propósito evitar a discussão racional por meio de rotulações descabidas.

    Em relação a “naturalidade” pela última vez: é como se alguém inventasse uma religião (adoremos o deus Estrapo, mais um pra coletânea de mais de 5000) segundo a qual seja “pecado” utilizar alimentos que só nutram ou só hidratem.

    Negativo. Não tem ninguém aqui “inventando” nada, e o conceito de “natural” por nós utilizado não é nada arbitrário, e sim decorrente de uma simples observação da natureza das coisas e de uma especulação racional que nem precisa ser muito elaborada. Não tem nada a ver com o exemplo trazido.

    É isso: foi você quem inventou que pra ser “natural” tem que fazer os dois. Na verdade é “natural” fazer um só e deixar de fazer o outro e também é “natural” fazer um por prazer e o outro para um fim específico.

    Negativo. Não inventei que água hidrata e que doces são saborosos – as coisas simplesmente são assim. Quanto à cerveja, já foi explicado pelo JB que ela de fato diminui a sensação de sede.

    Comer plástico, forçar o vômito para “aguentar” comer (ou beber) mais e ter relações homossexuais são atos óbvia e insofismavelmente contrários às finalidades das faculdades humanas, e isso, absolutamente, não é uma definição arbitrária.

    Não é vossa milenar santa madre igreja nem o meu recém-criado Estrapianismo quem decidem o que é natural ou não.

    De fato, não. É a realidade das coisas que nos mostra o que é natural ou não.

    o principal exemplo de relativismo moral (que está profundamente ligado ao conceito de laicidade, à liberdade de crença religiosa, à liberalidade sexual et cetera) é a Europa Ocidental

    Negativo, a Europa Ocidental é o principal exemplo de civilização construída pela Igreja Católica (referência indicada: Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental). O relativismo moral é recente, pegou a sociedade já construída pela Igreja, está se aproveitando dos últimos influxos benéficos do Cristianismo para sobreviver enquanto a conduz à barbárie e à degradação.

    Hitler era religioso, da sua mesma seita, e matava em nome da moral objetivista desta mesma sua religião

    Negativo. A Igreja sempre condenou o assassinato, tanto em geral quanto dos judeus em particular, e portanto a insinuação de que Hitler matava “em nome da Moral da Igreja” é falsa e caluniosa.

    Os argumentos já foram apresentados à exaustão e agora (nestes pontos, como a “naturalidade” do sexo gay) cabe a quem passar por aqui fazer juízo próprio sobre ambos os pontos de vista.

    OK.

    Abraços,
    Jorge

  19. Caro Daniel:

    Ainda nos dias de hoje, na Itália, na Espanha, em Portugal etc. existem pessoas que praticamente só bebem vinho. Não me consta que morram de desidratação.

    Note que existem dúvidas a respeito da capacidade de hidratação da cerveja. Ninguém tem dúvidas sobre a capacidade de outras bebidas alcóolicas, como o vinho, em hidratar.

    Eu não afirmei que a substituição de água por bebidas alcoólicas tenha sido total. Entre a água e o alcóol existem várias outras bebidas que também hidratam, como leite, sucos etc.

    Além disso, boa parte da água que um ser humano consome está incluída nos alimentos sólidos. Na verdade, uns 80 % do peso da balança do self-service é água.

  20. Caro Daniel:

    Este é um blog católico. Eu sou católico. Dom José Cardoso é católico. A menina que abortou é católica. Sua mãe e os médicos abortistas eram católicos. Todas as excomunhões são feitas por católicos e para católicos.

    E para nós, católicos, a moral é definida pela Lei Natural, a qual foi criada por Deus.

    Evidentemente, a pretensão de fazê-lo mudar de religião está longe de mim.

    No entanto, se você faz questão de participar desta discussão, neste local, você precisa pelo menos compreender os axiomas com que nós católicos trabalhamos. Do contrário, vamos ficar falando grego e chinês uns com os outros.

  21. “O uso perfeito apresenta taxa de falha máxima de 2,9%, segundo a mesma fonte, o que o torna – como eu disse – praticamente tão eficiente quanto os métodos artificiais.”

    Comparando-se injeção e método natural: risco mínimo de 29 casos em 1000 é QUASE a mesma coisa que 3 casos em mil ? Risco máximo de 250 casos em mil é quase a mesma coisa que risco máximo de 4 casos em mil? o.O

    É, “quase” é um adjetivo muito vago. Um sujeito voltando da faculdade e que se encontra a dois metros do portão de casa está quase em casa; um sujeito retornando de viagem que acabou de chegar na cidade e que acabou de pegar um taxi no aeroporto também está (quase em casa).

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    “Negativo, a Europa Ocidental é o principal exemplo de civilização construída pela Igreja Católica (referência indicada: Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental). O relativismo moral é recente, pegou a sociedade já construída pela Igreja, está se aproveitando dos últimos influxos benéficos do Cristianismo para sobreviver enquanto a conduz à barbárie e à degradação.”

    Negar à Idade Média o título que Igreja lhe concendeu com tamanho esforço (de Idade das Trevas). Negar que a Renascença, a Reforma, a Ilustração, o Rock ‘n Roll, o Pós-Cristianismo representam uma linha contínua da diminuição da influência cristã na Europa e (na mesma proporção) em direção à civilidade é abusar da vontade de cegar-se e ensurdece-se.

    Digo mais: é até uma blasfêmia, já que a Idade das Trevas é a mais notável obra da Igreja Romana, o seu maior legado para a História. Dizer que a Idade Média “preparou” a Europa para o avanço é o mesmo que dizer que o sinal vermelho “prepara” o carro para a corrida.
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    Jorge: “A Igreja sempre condenou o assassinato, tanto em geral quanto dos judeus em particular, e portanto a insinuação de que Hitler matava “em nome da Moral da Igreja” é falsa e caluniosa.”

    Aiaiai : “A situação na Espanha a partir de meados do século XIV já prenunciava o destino que esperava os judeus portugueses. Em Toledo, em 1355, 12 mil judeus morreram vítimas de perseguição religiosa; o número atingiu 50 mil em Palma de Mallorca, em 1391. Com o início das operações da Inquisição em 1478, o temor se espalhou entre os judeus da Espanha. Temendo pela própria sorte, milhares se converteram ao catolicismo, enquanto outro tanto buscou refúgio em Portugal. O volume de refugiados aumentou dramaticamente quando em 1492 foi decretada a expulsão dos judeus da Espanha.”
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Judeus_em_Portugal
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    Os outros pontos chegaram num absurdo e infinito é/não é. Como eu disse: se alguém quiser ler esta página imensa vai ter os argumentos dos dois lados e vai julgar quem tem razão.

    Paz e bem! Adonai! A paz do Senhor! Salve Maria! Namastê! Saravá! e todos os cumprimentos de mesmo valor.

  22. Caro Daniel:

    Eu bebo praticamente todos os dias e minha experiência é exatamente oposta à sua.

    Acredito – ou melhor – tenho certeza que a imensa maioria das pessoas que consome alcóol hoje em dia o faz primordialmente pelos motivos (ii) a (iv).

    O consumo de alcóol tem um fortíssimo componente de socialização e isso é facilmente verificável pois o número de pessoas que bebe sozinha é muito reduzido e normalmente está ligado a problemas psicológicos.

    Seja como for, a quantidade de pessoas que bebe por esse ou por aquele motivo é irrelevante para avaliar a moralidade do ato. Roubar seria imoral ainda que todos roubassem, não?

    Independente do número de pessoas que façam isso, beber unicamente pelo prazer de beber é cometer o pecado da gula. É isso que se deduz da Lei Natural e é isso que ensina a Igreja.

    É óbvio que todos nós que vivemos no mundo, frequentamos festas, vamos a barzinhos e restaurantes etc.; todos estamos sujeitos a cometer esse pecado com maior ou menor frequência.

    Não sou santo e nunca conheci ninguém que fosse. Mas isso não me impede de chamar o pecado pelo seu nome.

  23. Caro Daniel:

    Hitler e o nazismo eram ateus, assim como eram ateus todos os altos escalões do partido nazista.

    É fato amplamente conhecido que Hitler antipatizava com a Igreja Católica e impedia que as encíclicas papais condenando o nazismo fossem divulgadas na Alemanha. A base popular de apoio nazista era luterana e não católica.

    O antissemitismo é um triste traço da cultura européia e independe de filiação religiosa. Houve massacres de judeus em países católicos? Sim, houve. Mas também os houve na Rússia e em outros países não-católicos. Nos países anglo-saxônicos, tradicionalmente, católicos e judeus disputavam lugar entre as categorias sociais mais desprezadas.

    Esses massacres eram quase sempre iniciativa popular com o apoio de membros do baixo clero. A hierarquia da Igreja sempre, ou quase sempre, foi simpática aos judeus. Isso é um fato.

    A terrível Inquisição em Portugal e na Espanha era um instrumento de controle estatal. Em ambos os casos, foi o estado quem solicitou sua implantação contra a manifesta vontade da Igreja. O Rei D. João III chegou quase ao cisma pois o papa relutava autorizar a criação do tribunal da inquisição em Portugal.

    Note que tanto em Portugal quanto na Espanha, a Inquisição foi implantada depois do fim da Idade Média. Fica evidente também que os horrores da Inquisição são devidos à hipertrofia dos estados, que é resultado do decantado Renascimento.

  24. Daniel,

    Comparando-se injeção e método natural: risco mínimo de 29 casos em 1000 é QUASE a mesma coisa que 3 casos em mil ? Risco máximo de 250 casos em mil é quase a mesma coisa que risco máximo de 4 casos em mil? o.O

    Bom, segundo a Wikipedia citada, o risco mínimo do Billings é zero, e não 2.9% (este é o máximo); os 250 casos em mil são para o uso inadequado do método, o que não está em discussão aqui.

    Sem contar que as “injeções” estão longe de serem o padrão de métodos contraceptivos artificiais! Eu colocaria como representantes destes a pílula e a camisinha masculina e, destes, as taxas de falha máximas são de 3% e 12%, segundo o site que tu trouxeste, contra 2.9% do Billings, o que o torna, sim, equivalente aos métodos artificiais (aliás, consideravelmente melhor do que a camisinha, vale salientar).

    No entanto, não sei qual é a razão destas discussões. Não quero provar que os métodos naturais são “mais eficazes” do que os artificiais, até porque isto não tem nenhuma relevância; basta que eles [os naturais] sejam suficientes para se exercer um espaçamento entre os nascimentos dos filhos, como a Igreja permite caso haja graves razões, e isto eles sem dúvida são.

    Negar à Idade Média o título que Igreja lhe concendeu com tamanho esforço (de Idade das Trevas). Negar que a Renascença, a Reforma, a Ilustração, o Rock ‘n Roll, o Pós-Cristianismo representam uma linha contínua da diminuição da influência cristã na Europa e (na mesma proporção) em direção à civilidade é abusar da vontade de cegar-se e ensurdece-se.

    Nego. A Idade Média foi a Idade das Luzes, e foi o que – verdadeira e propriamente – possibilitou o desenvolvimento da civilização ocidental (permanece a sugestão de leitura do livro do Woods que foi feita no comment anterior). O epíteto de “Idade das Trevas” foi cunhado a posteriori pelos inimigos da Igreja (sobre a verdadeira Idade Média, ler os livros de bons medievalistas como Jacques le Goff, Regine Pernoud, etc.). Com a diminuição da influência cristã na Europa, o que houve foi uma sua degradação cada vez maior. Não vou insistir muito no assunto, no entanto, porque não é o tema deste post.

    A situação na Espanha a partir de meados do século XIV já prenunciava o destino que esperava os judeus portugueses (…)

    A situação dos cristãos-novos na Península Ibérica não tem a ver com a Igreja, e sim com o Absolutismo dos reis que agiam à revelia da Igreja.

    Os outros pontos chegaram num absurdo e infinito é/não é. Como eu disse: se alguém quiser ler esta página imensa vai ter os argumentos dos dois lados e vai julgar quem tem razão.

    Sim, concedo.

    Abraços,
    Jorge

  25. Gente, estou acompanhando as discussões diariamente e fico feliz, pois a discussão está mantendo um nível de educação exemplar!!!! Parabéns aos que escrevem, nos dois lados da moeda…. e mais, o assunto está interessantíssimo! É no debate que evoluímos… Abraços a todos

  26. Um comentário ao João de Barros que disse:

    “Este é um blog católico. Eu sou católico. Dom José Cardoso é católico. A menina que abortou é católica. Sua mãe e os médicos abortistas eram católicos. Todas as excomunhões são feitas por católicos e para católicos.

    E para nós, católicos, a moral é definida pela Lei Natural, a qual foi criada por Deus. (…)

    No entanto, se você faz questão de participar desta discussão, neste local, você precisa pelo menos compreender os axiomas com que nós católicos trabalhamos. Do contrário, vamos ficar falando grego e chinês uns com os outros.”

    Eu discordo desse comentário pois, eu já fui católico praticante, sou batizado, fiz catecismo, primeira comunhão e fui crismado, hoje sou Ateu… motivos são vários mas não é esse o ponto, o ponto é que acho que o entendimento e a discussão não serão compreendidas apenas por católicos.

    Como você disse:

    “…neste local, você precisa pelo menos compreender os axiomas com que nós católicos trabalhamos.”

    Digo que eu DUVIDO que a menina, sua mãe e o padrasto compreendem os axiomas verdadeiros da igreja católica. Aliás, nem deveriam saber o que era excomunhão, aposto que alguém explicou.

    São poucos os católicos que se aprofundam nos estudos da própria igreja.

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