Pensamentos soltos – na festa da Virgem de Fátima

Algumas linhas ligeiras: já passa da meia-noite, mas postergar a hora de se recolher é fazer o dia esticar um pouco mais, e o dia 13 de maio é bonito o suficiente para que mereça ser esticado. Dia de Nossa Senhora de Fátima; dia de Maria Santíssima.

Um dos tantos títulos da Virgem Santíssima! Por que tantos? Porque as grandezas da Virgem Santíssima são tantas que “não cabem” em um só. Na Anunciação, Ela é Virgo Fidelis; em Belém, é Mater Salvatoris. Aos pés da Cruz, é Mater Dolorosa; no Cenáculo, é Regina Apostolorum. Nas nossas doenças, é Salus Infirmorum; nas tristezas, Consolatrix Afflictorum. Quando pecamos – tantas, tantas vezes… ! -, é Refugium Peccatorum; em todas as nossas necessidades, Auxilium Christianorum. No Brasil, Nossa Senhora Aparecida; na França, Nossa Senhora de Lourdes. Em Portugal, Nossa Senhora de Fátima: e é esta a festa do 13 de maio, da Cova da Iria, dos três pastorinhos.

É fabulosa a aparição de Fátima: a Rainha dos Céus, mais brilhante que o Sol, aparecendo num lugarejo pobre de Portugal que, depois, transformou-se em um dos maiores santuários marianos do mundo. Aparecendo a três crianças pobres. Confiando-lhes segredos do Céu. Prometendo-lhes o Céu.

Gosto de pensar em Maria Santíssima como Mãe, uma Mãe de quem os filhos – crianças! – dependem completamente, e que pode dar-lhes mais até do que eles ousam sonhar. Não sei se Lúcia, Francisco e Jacinta tinham, antes de se encontrarem com a Virgem Santíssima, aquele desejo ardente do Céu que nós somos chamados a ter. Mas Ela lhes disse que eles iriam para o Céu: doces palavras, reconfortante promessa. Ainda mais depois da visão do Inferno. Ainda mais depois de saberem exatamente do que tinham escapado.

Eu também quero ir para o Céu, a despeito das minhas muitas falhas e dos meus numerosos pecados. E rogo a Deus sempre que me conserve e aumente a cada dia este santo desejo, esta consciência clara de que as melhores recompensas valem quaisquer esforços, e vale a pena lutar na terra para alcançar um dia o Céu. A despeito das minhas muitas falhas…

Gosto daquela oração à Virgem Santíssima que pus no blog, do lado direito. Poucas palavras: Recordare, Virgo mater, in conspectu Dei, ut loquaris pro nobis bona, et ut avertat indignationem suam a nobis. Arriscando traduzi-las: lembrai-Vos, Virgem Mãe, na presença de Deus, de falar coisas boas em nosso favor, e de afastar a Sua indignação de nós. E, olhando para mim, não consigo encontrar coisas boas, dignas de serem faladas na presença do Todo-Poderoso. Só Maria Santíssima é capaz deste portentoso milagre: arranjar coisas boas para falar em favor de um pecador miserável, de um verme desprezível. Porque Ela é Mãe, e as mães sabem falar bem dos seus filhos, por piores que sejam. É a minha esperança: que o amor materno de minha Mãe Santíssima seja maior do que as minhas falhas e imperfeições.

“E que afasteis de nós a indignação de Deus”: e que nos livre da condenação. Como rezamos todos os dias no terço: “livrai-nos do fogo do Inferno”. Como na Cova da Iria, como em Fátima, diante dos três pastorinhos, prometendo-lhes o Céu. Promessas de uma Rainha que é rica e poderosa, mas que – além disso – é Mãe e ama os Seus filhos. Eu também quero, ó Virgem Santíssima, ser contado no número dos que a Vós pertencem. A Vossa proteção recorro. Não desprezeis as minhas súplicas. Livrai-me de todos os perigos – ó Virgem Gloriosa e Bendita!

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

3 comentários em “Pensamentos soltos – na festa da Virgem de Fátima”

  1. Por falar em pensamentos soltos, Jorge, já que voce gosta de sair refutando ponto-a-ponto toda uma série de questões, que tal fazer o mesmo com as afirmações contidas nesse site aí embaixo:

    http://www.servosdejave.org.br/o_que_e_o_catolicismo.htm

    Tem uma parte que lhe deve interessar – foi o que me fez relacioná-lo com essa sua mensagem de louvor à N. Sra. -, cujo teor transcrevo abaixo:

    ————-

    Posteriormente, surgiram outras doutrinas falsas no Catolicismo, como, por exemplo, a doutrina da imaculada conceição de Maria, e a doutrina da ascensão de Maria, doutrinas estas que têm por objetivo endeusar Maria, mãe de Jesus, violando assim o mandamento de Deus que está em Êxodo 20:3, onde está escrito que Deus disse para nós não termos outros deuses diante d’Ele.

    ————-

  2. Muito prezado Jorge, Ave Maria Puríssima!

    Belíssima postagem!

    Fico bem contente de você ter se lembrado do dia, afinal de contas, ainda que sem fazer qualquer paralelo entre o Segredo e a crise atual. Paralelo este que, claro está, debate-se em que medida pode ser feito.

    Só um pequeno reparo a seu excelente post: fabulosa não, verídica! Histórica! Não houve nada de “fábula” nessa Aparição!

    Mas imagino que você não tenha querido dizer isso, e a palavra infeliz lhe tenha escapado inadvertidamente, sim?

    Você diz ainda: “Não sei se Lúcia, Francisco e Jacinta tinham, antes de se encontrarem com a Virgem Santíssima, aquele desejo ardente do Céu que nós somos chamados a ter.”

    Parece que não. Para encurtar o Terço, eles rezavam só “Pai Nosso” e “Ave Maria”, não as orações, mas só o nome das orações…! Claro que eram crianças, mas mesmo assim… Isso mudou, e como, depois das Aparições!

    (O quão profundamente terá mudado a Irmã Lúcia, porém, é, também isso, questão debatida… Que ela intereceda por nós agora que está no Céu!)

    Sobre Fátima, o livro incontornável (por mais que se possa discordar, e muito, do autor em certos pontos), que pretende quase esgotar o assunto tamanha a erudição do autor, é, como se sabe, o do Frei Miguel da Santíssima Trindade (terminado por um seu confrade).

    O site que o continha todo (quatro volumes, milhares de páginas!) foi tirado do ar, porém, em março, acusado de “anti-semita”, na esteira da polêmica com o Bispo Williamson. E o Google Cache praticamente o interditou, ao mesmo tempo que o Web Archive preservou dele pouquíssima coisa.

    Assim, aproveitei que ontem era a Festa de N. Sa. de Fátima e escrevi ao webmaster perguntando se ele já havia conseguido outro provedor, e qual não foi minha surpresa quando ele não só respondeu positivamente, mas ainda teve a enorme caridade de, ontem mesmo, republicar o livro inteiro online!

    Eis os links (aproveite para baixá-los, antes que — Deus não o permita! — saia tudo do ar de novo):

    http://www.catholicvoice.co.uk/fatima1/
    http://www.catholicvoice.co.uk/fatima2/
    http://www.catholicvoice.co.uk/fatima3/
    http://www.catholicvoice.co.uk/fatima4/

    Por fim, aproveito para lembrar que ontem também foi — eu arriscaria dizer que numa coincidência providencial — Festa de São Roberto Bellarmino; eis a tradução, que também não parece encontrar-se noutra parte (e que, infelizmente, também está em inglês…), do documento de Pio XI que o declarou Doutor da Igreja:

    http://www.strobertbellarmine.net/bellarminedoctor.html

    Nossa Senhora de Fátima e São Roberto Bellarmino, orate pro nobis!

    Um abraço,
    Em JMJ,
    Felipe Coelho

    PS: Você poderia, por favor, apagar meu último comentário ao post “O problema existente”? É que ficou sem sentido depois que meu interlocutor apagou todos os comentários dele… Grato, FC

  3. “Que ela intereceda por nós agora que está no Céu!”

    Sério, uma coisinha sem sentido essa, não? Um ente inferior interceder por outro junto ao “Todo Poderoso”.

    Vôte, como voces antropomorfizam tudo… Vade retro!!!

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