Caritas in Veritate

Foi hoje publicada a terceira carta encíclica do papa Bento XVI, Caritas in Veritate. Ainda não tive tempo de ler e espero ter oportunidade de trazer comentários mais aprofundados sobre ela mais adiante. Aproveito, no entanto, para desde já deixar o link onde o documento está disponível no site do Vaticano. Também para pôr a estrutura do documento:

Título: Caritas in Veritate

Destinatários: Bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas, fiéis leigos e todos os homens de boa vontade.

Assunto: Sobre o desenvolvimento humano integral na Caridade e na Verdade.

Estrutura:

  1. Introdução
  2. Capítulo I – A mensagem da Populorum Progressio
  3. Capítulo II – O desenvolvimento humano no nosso tempo
  4. Capítulo III – Fraternidade, desenvolvimento econômico e sociedade civil
  5. Capítulo IV – Desenvolvimento dos povos, direitos e deveres, ambiente
  6. Capítulo V – A colaboração da família humana
  7. Capítulo VI – O desenvolvimento dos povos e a técnica
  8. Conclusão

E, na introdução – que foi até onde eu li a Encíclica até o presente momento -, existe uma passagem que é fantástica e bem merecia ser afixada nas nossas paróquias e enviada a certos prelados e Conferências Episcopais (itálico no original):

Só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. (…) Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente.

Bento XVI, Caritas in Veritate, 3.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

16 comentários em “Caritas in Veritate”

  1. Glória a Deus nas alturas! Já vou começar a ler. O santo padre é muito sagaz em seus empreendimentos. Tenho esta encíclica como o lançamento mais importante do ano. A propósito, alguém sabe quando sai o segundo livro da saga “Jesus de Nazaré” ?

  2. Li a encíclica hoje pela manhã.

    Achei-a muito boa, mas, com todo o respeito devido, uns 90 % (*) dela são lugares-comuns bem intencionados que não terão maiores consequências.

    Dizer que a ONU precisa ser reformada, que o desarmamento é necessário, que os ricos têm que ajudar os pobres etc. e tal, só não são palavras vãs porque saíram da pena de um Papa.

    Confesso que fiquei decepcionado. Senti que faltou o “pulo-do-gato” que costuma haver em documentos saídos da mente brilhante de Bento XVI.

    (*) Note-se que a encíclica tem 160 páginas, mesmo considerando que 90 % são lugares-comuns ainda teríamos magníficas 16 páginas.

  3. Ainda vou ler. Porém, um comentário sobre o comentário do João =)

    Entendo, como você, que palavras em lugares-comuns não são vãs vindas de um papa, mas a maioria não entende isso.

    A sociedade hoje tem uma postura contraditória em relação à Igreja, particularmente no tocante a temas sociais. Por um lado, reclamam de “palavras vazias” do Santo Padre que, quando diz sobre desarmamento ou paz mundial, não faria mais do que a obrigação. Exigem que a Igreja deva ser mais clara em tópicos que, presumem, trata com indiferença.

    Por outro, exigem da Igreja uma atitude de “falar menos e agir mais” em relação à paz e à desigualdade social — doar dinheiro, investir pessoal e recursos — que ela claramente não tem condições de atender. Em suma, quando a Igreja fala o óbvio, acusam-na de dizer muito pouco. Quando ela diz mais, acusam-na de não fazer nada.

    Às vezes as coisas a serem ditas são tão óbvias que ninguém se atenta a elas.

    Ademais, é ótimo encontrar um “pulo-do-gato” numa encíclica, mas quando ele aparece, é exceção. Mater et Magistra foi um pulo-do-gato; as demais “encíclicas sociais” pouco fazem além de aprofundar o que é dito na primeira.

    Abraços

  4. Caro Pedro:

    Achei que a encíclica se ressentiu por uma certa ambiguidade.

    Ela é dirigida aos homens de boa vontade de todo o mundo, de todas as religiões, o que explica a ausência de temas especificamente católicos e o tratamento genérico dado a temas complexos, como o desarmamento e a imigração.

    (O Papa realmente acha que os cristãos devem se desarmar enquanto há tantos inimigos à nossa volta armados até os dentes?)

    (O Papa não achará contraditório defender a imigração e ao mesmo tempo criticar a entrada da Turquia na União Européia?)

    Em várias passagens, a impressão que tive é que ela foi escrita tendo em mente principalmente os povos do primeiro mundo desenvolvido, o que resulta num sério desbalanço.

    Por exemplo, ela fala no dever dos países ricos em ajudar os pobres, mas não menciona a necessidade de paciência nas tribulações e resignação diante da vontade divina, o que seria muito politicamente incorreto, mas seria um “pulo-do-gato” e tanto.

    Outro exemplo: A desigualdade social é criticada diversas vezes, sem maiores qualificativos. O “pulo-do-gato” seria explicar – e eu não faço a menor idéia – como conciliar essa busca pela igualdade social com as naturais desigualdades existentes entre os homens.

  5. Também não li ainda a Encíclica, mas, levando em conta
    as palavras do João de Barros, sempre tão pertinentes, quer parecer que o Papa também cedeu ao lobby politicamente correto e demagogo da esquerda em geral, que só fala em desarmamento e desigualdade social. E isso é péssimo, porque só fornece munição para os esquerdistas globalizantes, que querem impor o pensamento único, e que, no fim das contas, são os piores inimigos do próprio Papa.
    Um abraço.
    Carlos.

  6. O Papa até mencionou a reforma agrária. Em tese, nada contra. Mas todos sabemos que a reforma agrária, na América Latina, é prima-irmã da Teologia da Libertação.

    Como se não bastasse essa encíclica, o Papa ainda nomeou o Cardeal Levada para prefeito da Ecclesia Dei.

    Uma guinada à esquerda, sem dúvida. Talvez tenha sido o preço que os modernistas cobraram para aceitar a re-integração da SSPX.

    Pelo menos, de agora em diante, ninguém vai poder acusar Bento XVI de reacionário…

  7. O PAPA FALA EM UM LIDER MUNDIAL, INFELIZMENTE ELE “ABRAÇOU” A CAUSA DOS GLOBALISTAS DA ONU, DOS FORD, ROCKEFELLER ETC…

  8. Caro João de Barrios,

    Qual é o problema, a seu ver, com o cardeal William Levada?

    Vejo que o senhor não aprova a nomeação dele para a Ecclesia Dei a julgar pelo seu post. Eu tentei saber mais sobre a pessoa dele, mas as informações são bastante escassas.

    Um abraço.

  9. Ao contrário de Hoyos, o Cardeal Levada não nutre simpatias pela Tradição. Isso pode criar dificuldades à reintegração da Tradição, que agora ficará subordinada a ele.

  10. Esse líder mundial seria o anti-cristo?

    É, pelo visto a biblia tem mesmo razão.

    o Papa sugere um líder mundial, a India propõe à ONU uma so moeda mundial, o que ouvi há cerca de dez anos atrás realmente esta se cumprindo.

  11. O PAPA FALA EM UM LIDER MUNDIAL, INFELIZMENTE ELE “ABRAÇOU” A CAUSA DOS GLOBALISTAS DA ONU, DOS FORD, ROCKEFELLER ETC…

    =/

    Vai ler a encíclica antes de falar besteira, ô seu mobral.

  12. O Papa está promovendo o surgimento do anticristo!
    O fim dos tempos está no início!

    Católicos não leem a bíblia! Se lessem enxergariam o obvio!

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