Ataques no Iraque

Mais igrejas atacadas, agora no Iraque. O Santo Padre manifestou a sua dor pelos atentados; em um telegrama, ele “reza por uma conversão do coração dos autores da violência e alenta as autoridades a fazerem todo o possível para promover uma convivência justa e pacífica de todos os setores da população iraquiana”.

“[E]ntre o sábado e o domingo, contra 8 igrejas cristãs de Bagdá, segundo fontes eclesiais. Quase todas as bombas explodiram ao final das celebrações religiosas”. Tudo isso aconteceu “menos de duas semanas depois da retirada das forças americanas das cidades do país”.

Este tipo de notícias quase não chega no Brasil – ou, quando chega, é sem o menor destaque. Saiu na BBC Brasil, na Folha e em G1, para os que tiveram a disposição de procurar. Somando estas três notícias, não dá metade da que foi publicada em ZENIT.

Enquanto isso, debocham dos “gatos pingados” que prestam atenção ao que o Papa diz. Não vêem as igrejas caírem; não ouvem a Igreja falar. E, quando não ouvem a Igreja, o mundo caminha para a barbárie. Rezemos pelos cristãos perseguidos, rezemos pelo Santo Padre, rezemos pela Igreja.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

18 comentários em “Ataques no Iraque”

  1. A violência contra cristãos no Iraque é um dos frutos da guerra estúpida de Bush. Não havia perseguições religiosas no regime de Saddam, apenas perseguições políticas. Com a chegada dos americanos, o fundamentalismo islâmico encontrou espaço para florescer, enquanto a mídia americana tenta fantasiar sobre a “democracia” iraquiana.

  2. Mehmet, você não sabe ler, não?

    “Saiu na BBC Brasil, na Folha e em G1…”

    Só os três portais de notícias mais relapsos (para usar um eufemismo) com notícias relacionadas à Igreja — se não acredita, veja este site — noticiaram o fato, apesar de darem pouco destaque.

    @xará

    Não havia perseguições religiosas no regime de Saddam, apenas perseguições políticas.

    Diga isso à maioria xiita vivendo sob o governo sunita de Hussein.

    Abs

  3. Pedro M, o antigo regime do partido Baath era laico, e não privilegiava nenhuma religião. Aliás, os partidos baathistas fundados na Síria (onde ainda está no poder) e no Iraque preconizavam uma união nacional dos povos árabes, acima das diferenças religiosas. Isso foi reconhecido até pelo historiador Bernard Lewis, que no fim da vida defendeu a invasão americana do Iraque. Os xiitas não eram perseguidos pela sua filiação religiosa, mas por serem simpatizantes da revolução islâmica de Khomeini. No governo de Saddam Hussein haviam integrantes sunitas, xiitas e até cristãos, como o diplomata Tariq Aziz, a quem os americanos agora querem condenar à morte, atribuindo-lhe massacres que ele nem tinha autoridade ou prestígio para ordenar, pois não era muçulmano nem tinha laços de sangue com Saddam), e sua função no governo era de dialogar com o ocidente. Aparentemente os americanos tem um ódio barato dele, por ter ele tentado de alguma forma evitar a guerra, e não ter se integrado às minorias que os ianques esperavam fossem beijar os pés de seus soldados por liberta-los de Saddam.

  4. Caros Pedro e Pedro M,
    Noto em suas mensagens sinais de antiamericanismo e simpatias em relação à tirania de Saddam Hussein. A existência – reconhecida por vocês – de perseguição política não constituía motivo suficiente para a invasão americana e consequente deposição do ditador sanguinário?
    Um abraço.
    Carlos.

  5. “motivo suficiente para a invasão americana”

    Se meter em assuntos internos de outros países é motivo suficiente para um superpotencia invadir outros? O que voce é, Carlos, um babaovo dos americanos?

  6. @Carlos

    Noto em suas mensagens sinais de antiamericanismo e simpatias em relação à tirania de Saddam Hussein

    Ein? Onde você viu isso? Se foi na carta de líderes cristãos, muitos deles católicos, pedindo paz e agradecendo ao Santo Padre pela solidariedade, não é antiamericanismo, mas no máximo pacifismo (nem sei por que me explico quanto a isso).

    A existência – reconhecida por vocês – de perseguição política não constituía motivo suficiente para a invasão americana e consequente deposição do ditador sanguinário?

    A pergunta certa seria: a perseguição política e a violação aos direitos humanos seriam suficientes para ensejar intervenção internacional? Eu responderia que sim, se os institutos criados para tanto funcionassem como deveriam. A ONU surgiu justamente para que a (digamos assim) prerrogativa de manter a paz e a segurança internacionais não fosse assumida por um único país, fosse qual fosse; então, estritamente neste sentido, a intervenção norteamericana foi errada (como o foi definido pela ONU). Porém esta é apenas uma perspectiva, há muito o que considerar.

    @Pedro
    Não tinha como o baath ser abertamente anti-xiita no berço do xiismo. Acredito que você esteja certo, mas também acredito em outras razões, talvez secundárias, para a tal perseguição política. Que muitos árabes querem “ressucitar” o pan-arabismo do Nasser, isso é evidente; como fazer é que são elas (Nasser, como qualquer grande figura política, teve a vantagem de viver no tempo que viveu).

    Abs.

  7. Carlos, existem perseguições políticas e religiosas em muitos lugares do mundo, e nem todas elas são condenadas pelos americanos. Na Arábia Saudita, cristãos, ou judeus, ou pessoas de qualquer religião que não seja a islâmica, não podem realizar cultos religiosos, nem rezar sozinhos trancados dentro de casa, sem se exporem a serem presos pela Polícia religiosa saudita. E no entanto os americanos apoiam o regime saudita.

  8. Jeremias,
    Você me pergunta se sou um “babaovo” dos americanos.
    Não sou, não. Como também não sou “babaovo” de ditador. E você?
    Acho moralmente aceitável que uma superpotência invada outro país e derrube uma ditadura, em casos extremos, claro, quando, por exemplo, o ditador está exterminando seu próprio povo ou patrocinando atos terroristas pelo mundo. Pois isso não é assunto interno do país. Se as potências mundiais tivessem invadido logo a Alemanha e destituído Hitler assim que ele começou com suas agressões e perseguições internas e externas, a segunda guerra mundial teria sido evitada e muito sangue inocente teria sido poupado. Mas não! Elas pensaram como você, taparam os olhos para as injustiças com a desculpa de que aquilo era assunto interno da Alemanha. Quando agiram, já era tarde.
    Um abraço.
    Carlos.

  9. Os Estados Unidos não foram ao Iraque para defender o povo como quer o Sr. Carlos. Não, eles foram pra lá só e unicamente só por causa do petróleo.

    Perseguições religiosas existe aos montes na Arábia Saudita. Cadê que os EUA vão pra lá? E por que não? Muito simples: são seus aliados.

    Acho que o Carlos é pró-america, sim.

  10. Caro Pedro M,
    Reli as mensagens e de fato não há antiamericanismo em seus comentários. Acho que confundi você com o outro Pedro. Peço perdão.
    Sua postura, como você mesmo admite, é de pacifismo. Mas o pacifismo é tão condenável quanto o “guerreirismo”. Porque o pacifista é aquele que não admite a guerra em nenhuma hipótese, ainda que seja à custa de ignorar a injustiça. A doutrina católica admite a guerra justa, como no caso das cruzadas.

    Você diz:

    “A pergunta certa seria: a perseguição política e a violação aos direitos humanos seriam suficientes para ensejar intervenção internacional? Eu responderia que sim, se os institutos criados para tanto funcionassem como deveriam. A ONU surgiu justamente para que a (digamos assim) prerrogativa de manter a paz e a segurança internacionais não fosse assumida por um único país, fosse qual fosse; então, estritamente neste sentido, a intervenção norteamericana foi errada (como o foi definido pela ONU). Porém esta é apenas uma perspectiva, há muito o que considerar.”

    Claro que do ponto de vista estritamente jurídico você tem razão. Mas você mesmo confessa que os institutos criados para coibir a perseguição política e a violação aos direitos humanos não funcionam como deveriam. Logo, se os EUA fossem esperar uma autorização da ONU para agir, o Saddam Hussein estaria até hoje exterminando os curdos, produzindo suas armas químicas e assassinando os opositores internos. Justamente porque a ONU é pacifista. E não só é pacifista, mas também simpática a todos os tiranos esquerdistas do mundo, como era Saddam, e como é Chávez, Ahmadinejad (não sei se escrevi certo, mas o pilantra lá do Irã), Fidel e tantos outros.
    Então, meu caro Pedro M, de nada vale a declaração da ONU definindo que a invasão do Iraque foi errada. É uma declaração psicologicamente necessária, já que a ONU não funciona como deveria e nunca autorizou a invasão, embora os EUA tenham esperado anos para isso. Enquanto os curdos e iraquianos morriam…
    Um abraço.
    Carlos.

  11. Caro Pedro,
    Estou plenamente de acordo com você. A política externa dos EUA tem muita hipocrisia, conforme seus interesses escusos. O apoio ao regime saudita é um bom exemplo lembrado por você.
    Em todo caso, acho que a invasão ao Iraque foi uma das poucas coisas certas que fez o Bush, pois resultou na livrou o mundo de mais uma tirania.
    Um abraço.
    Carlos.

  12. Caro Carlos,

    Eu me considero um pacifista, apesar de não gostar da palavra (é muito new age anos 70 pro meu gosto). Mas nem por isso digo que a guerra é inadmissível em qualquer hipótese, não sou extremado a este ponto. Apenas acredito que a paz é a melhor opção, até que a situação seja absolutamente insustentável.

    A ONU não foi feita para ser pacifista nesse sentido extremo. Acontece que o Cap. 7 da Carta de S. Francisco (intervenção) nunca foi aplicado. Acontece também que o peackeeping (“Cap. 6 1/2”) só se aplica (ou se aplicava, porque faz tempo desde a última missão de peacekeeping razoavelmente bem-sucedida) quando há conveniência política, e não quando as condições se reúnem.

    Então caímos no paradoxo da manutenção da segurança int’l em um ambiente de sistema de nações (ONU). Diante da quebra de segurança, as instituições do sistema deviam agir. Porém, dificilmente agem com eficiência ou em tempo hábil. Em alguns casos, seria melhor que o hegemon agisse. Mas o sistema surgiu justamente para que o hegemon não agisse sozinho em questão de segurança.

    Portanto, concordo quando você diz que, caso os EUA não agissem, as violações à segurança e aos direitos humanos continuariam (exceto pelas armas químicas, essas não foram encontradas). Não tenho resposta para superar o paradoxo, isto é, para dizer se é melhor que os EUA ajam sozinhos do que assistirmos uma ONU inerte face um caso extremo. Mas a prática já ensaia algumas respostas: esse paradoxo é uma das razões porque a OTAN, organização típica da Guerra Fria, sobrevive até hoje.

    Mas você tem razão, a ONU tem uma prática muito mais “pacifista” hoje por conveniência política. Veja durante a Guerra Fria: o Conselho de Segurança era provavelmente o único lugar onde se poderia pôr as cartas na mesa e articular soluções para os problemas de segurança (tirando, na época da deténte, o famoso telefone vermelho Kremlin-Casa Branca). Aliás, curiosamente, esse foi um dos motivos por que a China Nacionalista (Taiwan) era a representação chinesa reconhecida no CS até meados dos anos 70, trinta anos após Mao. Hoje, quantas vezes você vê o CS da ONU no jornal? E não é por que temos menos conflitos…

    Um abraço.

  13. D. Maria de Lourdes,
    A senhora diz:
    “Os Estados Unidos não foram ao Iraque para defender o povo como quer o Sr. Carlos. Não, eles foram pra lá só e unicamente só por causa do petróleo.”
    Desculpe a franqueza mas isso é um reducionismo muito infantil da sua parte. Quem repete isso é petista desmiolado.
    Claro que os Estados Unidos não foram lá só para defender o povo, mas principalmente para defender os próprios interesses. Se de tabela livraram o povo de um tirano assassino, ótimo. O fato é que Saddam ameaçava a segurança na região e havia a suspeita de que produzia armas químicas. Os inspetores da ONU que foram verificar acabaram expulsos. Os EUA pressionaram com bloqueios econômicos e isso só aumentou as perseguições internas e violações dos direitos humanos. Os EUA exidiram de Saddam que permitesse a presença dos inspetores da ONU. Saddam ignorou. Os EUA exigiram a renúncia do tirano sob pena de invasão. Depois de anos, cansaram de esperar o aval da falida, suspeita e desacreditada ONU (aquela burocrática loja macônica lá de New York), invadiram o país e enforcaram o crápula, que se escondia num bueiro fedorento.
    Agora tem até democracia lá no Iraque. Logo vai ter também mensalão, sanguessuga e Sarneys. Fazer o que, né? São os frutos amargos da democracia liberal inventada pela revolução francesa. Mas pelo menos os políticos corruptos não matam os seus opositores. Apenas alternam com eles na roubalheira.
    Não sou pró-america. Sou pró-Igreja. Sou pró-civilização ocidental. Então, se eu tivesse que escolher entre morar no Iraque de Saddam ou nos EUA de Bush, acho que ficaria com a segunda opção. E a senhora? É pró-Saddam?
    Um abraço.
    Carlos.

  14. Caro Pedro M.
    Obrigado pelos esclarecimentos. Concordo que a guerra deve ser sempre a última opção. Mas sou radicalmente contra o pacifismo. Portanto, acho que no fundo pensamos da mesma forma.
    Um abraço.
    Carlos.

  15. Corrigindo minha mensagem para a Sra. Maria de Lourdes, não foram os EUA que enforcaram Saddam. Foi a justiça iraquiana mesmo.
    Carlos.

  16. A invasão do Iraque não ocorreu porque Saddam era ditador, mas porque os EUA os acusavam de possuir “armas de destruição em massa” que as inspeções nunca encontraram. Hoje está evidenciado que as “provas” que Colin Powell esfregava na cara dos membros do Conselho de Segurança da ONU eram forjadas pela CIA, com a ajuda de um trambiqueiro iraquiando chamado Ahmed Chalabi, que esperava ser transformado em presidente pró-americano do Iraque.

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