Astrofísica e (ainda!) Gripe Suína

Duas notícias interessantes, da Espanha, que recebi nos últimos dias.

A primeira: Robert J. Spitzer: «Los nuevos hallazgos astrofísicos dejan poco sitio al ateísmo». Segundo o físico jesuíta, todo modelo do Big Bang mostra aquilo que os cientistas chama de uma singularidade, e a existência de cada singularidade exige que exista um elemento externo ao Universo. “Todas as explicações nos levam «a uma força que é anterior ao e independente do Universo. Pode parecer um argumento teológico, mas na verdade é uma conclusão científica», assegurou”.

“A mesma Santa Igreja crê e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas; pois as perfeições invisíveis tornaram-se visíveis depois da criação do mundo, pelo conhecimento que as suas obras nos dão dele [Rom 1,20]”, como reza a boa Doutrina Católica (Concílio do Vaticano I, Sessão III, Capítulo II); e esta verdade resplandece com clareza para onde quer que se olhe sem preconceitos. Não é a ciência que afasta de Deus, e sim a má ciência. O conhecimento das coisas criadas conduzem o homem ao Deus Criador.

A segunda é um divertido desabafo: Señora ministra de Sanidad, escúcheme usted. Tem um mês (é do dia nove de setembro), mas só agora eu li. Parece-me que o Ministério da Saúde colocou os médicos no grupo de risco da nova gripe e está histericamente preocupado em garantir que eles não sejam vitimados pela tragédia suína que atualmente flagela o mundo.

A dra. Mónica Lalanda escreve indignada. “Está ya más que claro que este virus, aunque muy contagioso, es muy poco agresivo y más del 95% de los casos cursa de manera leve”. “Muchos hospitales en el país están siendo objeto de cambios arquitectónicos absurdos e innecesarios para prepararse para una hecatombe que ya sabemos no va a ocurrir”. “Señora ministra, explíqueme por qué tiene usted el Tamiflú bajo custodia del ejército. (…) Ponga el fármaco en las farmacias que es donde debe estar y déjese de fantasías más propias de Hollywood”.

No Brasil, graças a Deus, a pandemia perdeu interesse. Tanto que a notícia mais recente que encontrei sobre o assunto diz justamente que o MS não registra mais nenhuma morte em decorrência da gripe suína. No entanto, não encontrei o mais remoto indício de que as abusivas determinações proibindo a comunhão na mão – supostamente por causa do surto de gripe – tenham sido revogadas. Infelizmente.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

3 comentários em “Astrofísica e (ainda!) Gripe Suína”

  1. Olá Jorge!

    Aqui em Goiânia, não houve uma ‘imposição’ oficial por parte do Arcebispo. O que houve sim foi uma manifestação conjunta que começou com alguns leigos mal informados (ou de má fé mesmo!) que convenceram alguns padres e por assim de teve em toda a Arquidiocese a ‘recomendação’ de que se deva comungar na mão. Alguns dizendo mesmo ‘só’, outros enfim, só recomendando mesmo.

    O meu pároco, que antes de tudo, já havia dito que o ‘perigo’ seria maior exatamente comungando na mão, e continuou dando a Sagrada Eucaristia em duas espécies e diretamente na boca, somente. Mudou de idéia repentinamente e começou a recomendá-la na mão. Alguns dizem que foi ‘recomendação’ diretamente e pessoalmente feita pelo Arcebispo, mesmo não se pronunciando oficialmente a público. Mas qual não foi a minha feliz surpresa? Desde domingo passado, ele voltou a dar a Sagrada Eucaristia em duas espécies e somente e diretamente na boca. Graças a Deus!!!

    Acredito que as coisas vão se ajeitando de agora em diante.

    Abraços e até mais ‘ver’

    André Víctor

  2. Jorge,

    não é por ser “físico” (já, já explico as aspas) que qualquer besteira oriunda da boca do Sr. Spitzer seja verdade.

    Antes de mais nada, o que ele disse vai contra a maior parte dos astrofísicos reconhecidos, como Hawkins. Para eles a singularidade pode ser oriunda de um universo em contração-expansão contínua ou ter surgido graças a variações aleatórias no “nada” anterior, como é bem observado no surgimento de partículas e anti-partículas.

    De qualquer modo, o Sr. Spitzer não passa de um PADRE estudado. Sua formação principal é em economia e finanças, filosofia e em teologia:

    “Father Spitzer went to Punahou High School in Honolulu, Hawaii, graduating in 1970 (National Honor Society). He received his B.B.A. in Public Accounting and Finance from Gonzaga University in 1974 (Magna Cum Laude). He then received his Masters degree in Philosophy from St. Louis University (Magna Cum Laude) in 1978, his Masters of Divinity degree (M.Div.) from the Gregorian University in Rome (Summa Cum Laude) in 1983, his Masters of Theology degree (Th.M.) in scripture from the Weston School in Cambridge (Summa Cum Laude) in 1984, and his Ph.D. in Philosophy from the Catholic University of America (Summa Cum Laude) in 1988. His dissertation, under Paul Weiss, is entitled, A Study of Objectively Real Time.”

    Link: http://www.robertspitzer.org/bio.htm

    Como filósofo não passa de um imbecil, pois teve a desfaçatez de publicar um livro alegando provar a existência divina…

    Como todos sabemos (presumo), provar ou desprovar a existência de entidades não-materiais e não-interferentes é impossível por definição.

    Só lembrando, caso o assunto tenha escapado ante os argumentos anteriores, o Dr. Spitzer, alegado Físico, não tem formação em Física, como consta em sua própria auto-biografia (vide link anterior).

    Suas opiniões sobre o assunto valem, portanto, o mesmo que papel higiênico já utilizado…

    Um abraço!

    :)

    PS: Jorge, você devia investigar melhor as suas fontes antes de publicar besteiras desse quilate!

  3. Mallmal,

    Em primeiro lugar, aparentemente tens razão: não consta que o pe. Spitzer seja formado em física no seu C.V., e também não consta que ele tenha publicações na área.

    De qualquer modo, não é porque o padre não tem formação em física que as “[s]uas opiniões sobre o assunto valem (…) o mesmo que papel higiênico já utilizado”. O ad hominem e o non sequitur chegam a ser ultrajantes. O que tu acharias se eu condicionasse o valor da tua explicação sobre singularidades à apresentação do teu diploma de físico?

    Sobre “provar ou desprovar a existência de entidades não-materiais e não-interferentes é impossível por definição”, em primeiro lugar, não sei o que tu entendes por “não-interferente”, porque o Deus cristão não possui esta característica. Em segundo lugar, é perfeitamente possível provar ou desprovar “a existência de entidades não-materiais e não-interferentes” filosoficamente; não o é possível empiricamente, aí sim, por definição. Como a obra filosófica do padre, salvo melhor juízo, não se propõe a oferecer provas empíricas, tenho sérias dúvidas sobre quem é o imbecil nesta história.

    Abraços,
    Jorge

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