Deus quer que todos se salvem

Certa feita, em confissão, após me acusar de falta de empenho em batalhar pela minha própria santificação, o sacerdote que me confessava disse-me uma frase profundamente verdadeira e que acho que nunca vou esquecer. Ele me disse “meu filho, Deus oferece sempre os meios necessários para que nos santifiquemos; agora, precisamos fazer a nossa parte. Não se esforçar para a própria santificação até deixar a alma morrer é a mesma coisa que um sujeito morrer de fome tendo um prato de comida à sua frente, pelo simples fato de que tem preguiça de pegar os talheres, levar o alimento à boca e o mastigar”.

Verdadeira comparação – Deus nos oferece sempre os meios dos quais necessitamos para que sejamos salvos. Eis que Ele está à porta e bate – é necessário somente que abramos à porta. As graças que o Onipotente nos concede são tantas e tão abundantes… só precisamos aceitá-las, colaborar com este Deus amoroso, oferecer o obséquio de nossa inteligência e vontade ao Deus que nos ama e quer a nossa salvação.

Eu precisaria pesquisar melhor para ter as referências completas (coisa que não posso fazer agora), mas é de fide que Deus oferece a todas as pessoas graças suficientes para que elas sejam salvas. Ao contrário da predestinação inexorável calvinista, a Doutrina Católica contempla o livre-arbítrio humano – esta característica integrante (e parte constituinte) do homem. Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade, como está nas Escrituras Sagradas.

Isto, obviamente, inclui os ateus. Trouxe à baila o assunto porque me lembrei de que, certa feita, vi um ateu dizendo “não ter culpa” de não acreditar, uma vez que ele simplesmente não conseguia fazê-lo – da mesma forma como (e aí entram as comparações descabidas) ninguém poderia ser culpado de não acreditar no Papai Noel ou no Coelhinho da Páscoa. Ele, ateu, simplesmente não conseguia – disse até querer! – acreditar em Deus. E até se queixava: se a Fé é um dom, por que Deus não a concedeu a ele?

O argumento não procede. São Paulo já o dizia: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar” (Rm 1, 20). A auto-mutilação intelectual que o ateu se impõe é a verdadeira responsável por ele “não conseguir” acreditar. Na analogia do sacerdote que contei acima, seria como amarrar as próprias mãos às costas e depois se queixar de que não consegue manusear os talheres para comer. Não é justificativa – e o sujeito que morre de fome e o ateu que morre sem fé são eles próprios os culpados do seu infortúnio.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

4 comentários em “Deus quer que todos se salvem”

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  2. Jorge,
    Mais que o ateu confesso, por quem Nosso Senhor e a Mãe Santíssima certamente empreenderão, preocupam-me aqueles que andam comprando deus no shopping; sob medida. Um deusinho que lhes atenda as necessidades, mas que não imponha desafios, sobretudo os desafios morais.
    Que bom que o seu confessor lhe cobrou empenho em sua salvação. Infelizmente alguns padres são tão mal formados ou permissivos que acabam nos conduzindo à versão conveniente do deus prêt-à-porter.
    Assim a salvação não chega porque há a ilusão de que já chegou.

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