A 13 de Maio, na Cova da Iria…

“A 13 de maio, / na Cova da Iria / no Céu aparece / a Virgem Maria”. Lembro-me desta canção que aprendi quando era pequeno. E me lembro, hoje, qual não foi a surpresa quando, em Fátima pela primeira vez, descobri que os sinos da Basílica dobram com esta música. Música da minha infância. Mesmo estando separado de Recife por um oceano inteiro, eu me sentia em casa. Eu estava em casa.

Hoje é treze de maio, hoje é dia de Nossa Senhora de Fátima. Bem queria estar acompanhando a visita do Vigário de Cristo à terra onde apareceu a Virgem Mãe de Deus! Quereria estar em Fátima, hoje, mas o Atlântico se interpõe entre mim e o objeto da minha vontade. Daqui, rezo uma ave-maria; cantando a música que aprendi quando criança e que ouvi quando estava longe da terra natal, aos pés da Virgem.

Que a Virgem de Fátima possa proteger Portugal – esta terra onde, como Ela própria disse, “sempre se conservará o dogma da Fé”. Portugal ameaçado pelo secularismo; ontem mesmo, comentei aqui sobre a campanha da Associação Ateísta Portuguesa, segundo a qual somente 18% dos portugueses eram católicos praticantes e, por isso, nada justificava as “benesses” estatais concedidas por ocasião da visita do Vigário de Cristo a Portugal. Pois bem, eis a resposta: meio milhão de pessoas na missa do Papa em Fátima, quase a população de Lisboa inteira.

Que a Virgem de Fátima possa proteger o Papa! No segredo confiado aos três pastorinhos, esta Boa Senhora mostrou-lhes o Santo Padre, que “atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho”. Não consigo deixar de ver esta cidade em ruínas como sendo uma figura da sociedade atual; e o “martírio” que, na minha opinião, mais se aproxima da linguagem empregada em Fátima é o martírio atual de Bento XVI.

E que a Virgem de Fátima possa proteger a Igreja; Aquela que prometeu que, no final, Seu Imaculado Coração triunfaria, possa sustentar a esperança de tantos quanto hoje sofrem, vendo a triste situação do mundo e da Igreja. Eu queria estar em Fátima hoje; mas, cantando a música que aprendi quando criança, percebo de repente – como percebi no além-mar – que o Atlântico é pequeno e não me pode impôr limites. Posso entrar em uma igreja, em qualquer lugar, e rezar à Virgem de Fátima pelas intenções do Sumo Pontífice – e, então, graças ao mistério da comunhão dos santos e aos liames que unem sobrenaturalmente todos os membros da Igreja, estou aos pés de Cristo, estou aos pés da Virgem, estou aos pés do Papa.

Rezemos pelo Papa, pela Igreja, pelo mundo. Que os méritos da Virgem de Fátima possam vir em nosso socorro. Que Aquela que venceu sozinha as heresias do mundo inteiro possa nos proteger. Que triunfe – depressa – o Imaculado Coração da Virgem.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

4 comentários em “A 13 de Maio, na Cova da Iria…”

  1. Hoje vendo este artigo, que foi escrito a 3 anos atrás, bonito e tão atual.
    Econtrei este artigo por acaso procurando esta música, porque lembrei que quando criança cantava nas missa na minha cidade, Arraial do Cabo-RJ, hoje morre o padre que na época vibrava com ela.“A 13 de maio, / na Cova da Iria / no Céu aparece / a Virgem Maria”.

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