CNBB apóia plebiscito ao qual os bispos dizem não!

No dia 18 de junho p.p., sexta-feira, ao invés de incentivar os fiéis a fazerem penitência em memória da Paixão do Senhor, o site da CNBB publicava uma matéria comunistóide em favor do plebiscito pelo limite de terras. “Pastorais Sociais e Organismos da CNBB confirmam apoio ao plebiscito pelo limite de propriedade da terra e ao Grito dos Excluídos” – era o longo título do artigo que, ao contrário de outros, encontra-se até agora disponível no site da Conferência. À época, eu também comentei aqui sobre o escândalo.

Hoje, foi publicada uma matéria no jornal “Gazeta do Povo” que revela uma outra face da moeda, meticulosamente escondida sob a maneira marxista do site da CNBB enxergar (e, pior ainda, divulgar) a realidade: bispos dizem “não” a plebiscito. Leiam-na na íntegra. Lá, vocês verão bispos como Dom Cristiano Krapf, Dom Aloísio Opperman e Dom Murilo Krieger dizendo claramente que são contrários a este plebiscito! Como isso é possível? Na verdade, o que acontece é que, aparentemente, a CNBB apóia o mesmo plebiscito ao qual os bispos teimam em dizer não! De onde vem tão curioso caso clínico de esquizofrenia?

Queira o leitor bondosamente voltar ao longo e enfadonho título da notícia do site da CNBB, linkada no início do post. Quem é que apóia, afinal de contas, este malfadado plebiscito? A matéria não diz “os bispos apoiam”, e nem “a CNBB apóia”, nem nada do tipo. Com uma malícia ofídica, o que a matéria diz é que as “Pastorais Sociais” e uns anônimos “Organismos da CNBB” apoiam tal plebiscito. Não diz nem que “a CNBB” o apóia, nem que “os bispos” o apóiam, porque seria mentira.

Entendam bem! A CNBB não apóia este plebiscito. Este suposto apoio, dito assim claramente, não está em lugar nenhum (embora também não esteja desmentido… voltamos a este ponto já já). Os bispos em seu conjunto também não apoiam este plebiscito, e fizeram questão de o dizer pública e claramente, como mostra a matéria do “Gazeta do Povo” que eu trouxe acima. Até mesmo Dom Demétrio, que particularmente é favorável à consulta popular, confessa que, na última Assembléia Geral ocorrida em Brasília, embora tenha havido discussões sobre o assunto, “em nenhum momento houve decisão, nem sobre o limite da terra, nem sobre o que fazer com a propriedade excedente”. São palavras de um prelado favorável ao plebiscito!

Nem a CNBB apóia oficialmente o plebiscito, nem os bispos como um todo o apoiam. Mas, então, como explicar que o apoio “oficioso” a esta consulta popular – em assunto sobre o qual a Assembléia Geral da Conferência não chegou a nenhuma decisão, convém lembrar – esteja tão disseminado? Por que a CNBB não o desmente?

Volto ao início do post: o malicioso artigo sobre o apoio das “Pastorais” e dos anônimos “Organismos” da CNBB ao plebiscito – que claramente confunde os leitores – encontra-se até agora no site da CNBB. No entanto, no final do mês passado, o artigo de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini contrário à sra. Dilma Rousseff foi rapidamente retirado do site porque… era a posição particular de um bispo, e não representava a posição da Conferência! É incrível a desonestidade desta gente, mas é isso mesmo: há algumas posições particulares, de alguns prelados, que podem e devem ser veiculadas no site oficial da CNBB, e há algumas outras posições particulares de outros prelados que não podem estar no site de nenhuma maneira e, caso apareçam por lá, devem ser retiradas o quanto antes. E este site duas-caras é – vergonha! – o site oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

E agora, como é que fica? O apoio ao plebiscito é posição oficial da CNBB, ou é posição particular de alguns bispos? Se for posição oficial da Conferência, então nós temos pelo menos quatro bispos mentindo publicamente. Se não for posição oficial da Conferência (e sim opinião pessoal de algum bispo), por qual motivo esta posição pessoal merece destaque no site da CNBB, enquanto que a de Dom Luiz Gonzaga foi rapidamente censurada?

Não deixem de fazer a pergunta inconveniente à assessoria de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: imprensa@cnbb.org.br. Aproveitem e perguntem também (como citou o Marcio Antonio Campos no quadro da matéria do “Gazeta do Povo” – leiam lá) por qual esotérico motivo é permitido mencionar expressamente o nome dos candidatos em alguns tipos de artigos (como na malfadada Análise de Conjuntura sobre a qual eu já comentei aqui e desde fevereiro está no site da CNBB) e não em outros (como no artigo de Dom Luiz Gonzaga que foi censurado). Estou curiosíssimo para saber qual vai ser a resposta.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

8 comentários em “CNBB apóia plebiscito ao qual os bispos dizem não!”

  1. Você quer ver uma atitude ridicula de um representante dos movimentos carismáticos, e claramente já perturbado mentalmente por causa dos “dons” carismáticos da RC”C”?

    Entrem agora no blog do senhor Felipe Aquino http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/ evejam como esse senhor já perdeu o senso do ridículo.

    No mais novo artigo ele coloca que a “CNBB nega ser responsável por plebiscito”, matéria tirada do Jornal Folhas de São Paulo.

    Mas o artigo anterior colocado por ele foi “Plebiscito de iniciativa popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil”.

    No artigo cnbista de “Plebiscito de iniciativa popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil”, está toda a safadeza dos bispos marxistas e suas verborragias nojentas como: “A proposta do Plebiscito de iniciativa popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil em defesa da Reforma Agrária e da Soberania Territorial e Alimentar, a ser realizado no início do mês de setembro do presente ano, está em sintonia com o ensinamento da Igreja”; “A proposta do Plebiscito tem origem no Fórum Nacional pela Reforma Agrária e foi assumida como gesto concreto das Igrejas que realizaram a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010”; “as pastorais sociais estão dando apoio à realização do Plebiscito, explicitado pela Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz.”; “Entendemos que esse gesto está em sintonia com as orientações da CNBB sobre as questões da terra.”

    Como esse senhor Felipe Aquino é claramente um carismático idiota útil da RC”C”, e também da CNB do B, ele vai colocar todas as aberrações que sairem dessa conferência dso infernos como e fosse a Voz da Igreja Católica no Brasil.

    Vém cá: ALGUÉM AINDA LEVA ESSE SENHOR FELIPE AQUINO Á SÉRIO?

  2. Volto a pedir que as intervenções dos ilustres comentaristas sejam mantidas na esfera dos argumentos, evitando-se os ad hominem.

    – Jorge

  3. Daqui uns dias, veremos “Pastoral da Mulher marginalizada e Organismos da CNBB apóiam plebiscito sobre aborto”.

    Deus e Nossa Senhora nos livrem desses pseudo-cristãos.

  4. Não tem diretamente a ver com o assunto, mas indiretamente tem, pois se trata de um discurso marxista, discurso típico da TL, etc.

    Saiu na Rádio Vaticano uma notícia sobre o aniversário de 62 anos do Conselho mundial de Igrejas. No texto da notícia encontramos a seguinte citação atribuída a esse conselho mundial de igrejas:

    “há tempo, o Conselho reitera que muitos dos conflitos em curso em diferentes regiões do mundo são em grande parte causados por carências socio-econômicas sofridas pelo povo”.

    http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=417463

    É uma frase bastante difícil de “engolir”!

    Ontem mesmo o Olavo, no True OutSpeak, dava um exemplo de que isso não é verdade. Tendo morado na Roménia, o Olavo dizia que lá havia “hordas de meninos de rua” e que, durante o inverno, esses meninos todos passavam a morrar dentro do esgoto porque era mais quente… e mesmo assim a Romênia tinha (ou tem) um dos menores indíces de criminalidade da Europa. A criminalidade tem a ver com valores culturais e não com pobreza.

    Jorge acho que esse assunto pode dar um bom post. O que acha?!

  5. Alex A.B. a criminalidade tem a ver com falsos valores culturais.

  6. Prezado Renato Lima, obrigado pela correção!

    De fato, há valores culturais que são verdadeiros e outros que são falsos. Os verdadeiros são fundamentados na lei natural, nos Dez Mandamentos, nos conselhos evangélicos, etc.

  7. Afinal quem manda na CNBB ??

    Quem tem responsabilidade pelo site e pelas matérias ??

  8. Porque não foi postado meu comentário?

    Fiz um “manifesto” de apoio à LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE RURAL, portanto apoiando o PLEBISCITO.

    QUE VERGONHA, NO SÍTIO DA CNBB SÃO POSTADOS COMENTÁRIOS CONTRÁRIOS AOS APOIO AOS PLEBISCITO POPULAR.

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