O “non serviam” dos excluídos

1445. As palavras ligar e desligar significam: aquele que vós excluirdes da vossa comunhão, ficará também excluído da comunhão com Deus; aquele que de novo receberdes na vossa comunhão, também Deus o acolherá na sua. A reconciliação com a Igreja é inseparável da reconciliação com Deus.

(Catecismo da Igreja Católica; itálicos no original, negritos e sublinhados meus)

Enquanto, pois, subsiste a promessa de entrar no seu descanso, tenhamos cuidado em que ninguém de nós corra o risco de ser excluído (Hb 4, 1).

Por meio do pecado, nós nos excluímos do amor de Deus. A máxima e definitiva exclusão é o Inferno, onde “o próprio homem (…) se exclui voluntariamente da comunhão com Deus” (Compêndio, 213). Nosso Senhor ensina-nos, nos Evangelhos, que o Inferno é “destinado ao demônio e aos seus anjos” (Mt 25, 41); portanto, o Excluído por antonomásia é Satanás, e os outros excluídos são aqueles a quem o “Fogo Eterno” (id. ibid.) é destinado, bem como os outros “malditos” que lá serão lançados.

Na Bíblia Sagrada, por diversas vezes os excluídos gritam. Tanto demônios (Mt 8, 29) quanto homens que fazem a vontade de Satanás (Lc 23, 18) e, por isso, recebem esta dura censura de Nosso Senhor: “tendes como pai o demônio” (cf. Jo 8, 44). Também estes são excluídos.

Não poderia haver, portanto, nome mais adequado para o evento que ocorre amanhã em todo o país: o Grito dos Excluídos. Excluídos da comunhão com Deus e com a Igreja, a gritar, a berrar, como um dia gritou aquele que têm como pai: “não servirei”! Este grito perpassa os séculos e, aqui nesta Terra de Santa Cruz, faz-se particularmente audível todo ano, no dia sete de setembro.

Na semana passada, o grito dos excomungados levantou-se contra o Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto. Em carta assinada pela esmagadora maioria das sucursais do Inferno que exercem anti-apostolado em solo brasileiro (acho que só faltou o CIMI), aqueles que “têm como pai o Demônio” tiveram a pachorra de exigir da CNBB medidas punitivas (!) contra Sua Excelência Reverendíssima. “Ao tempo em que trazermos a público nosso protesto, vimos solicitar à CNBB, por meio de suas instâncias competentes, que trate de advertir o Arcebispo da Paraíba com relação às suas manifestas atitudes de descumprimento de sua função de pastor”. Mas o Sucessor dos Apóstolos não demorou a responder:

2- Em relação ao grito dos excluídos: a Arquidiocese não apoia e nem mais organiza, porque nos últimos anos participam do evento entidades de movimentos que são contra dogmas e ensinamentos da Igreja Católica, como por exemplo, aquelas que pedem a descriminalização do aborto e defendem o uso da camisinha.

São, portanto, excluídos porque defendem comportamentos morais aberrantes. São excluídos porque se excluíram da Igreja, contradizendo os Seus dogmas e Seus ensinamentos morais. São excluídos que gritam, bem alto, que não vão se submeter, repetindo e actualizando o brado satânico de revolta primordial. Non serviam: eis o verdadeiro grito dos excluídos! Vergonha participar de um evento desses. Escândalo que haja católicos que não o denunciem com a seriedade exigida.

Na contramão de todo o movimento de tomada de consciência da natureza e missão da Igreja Católica em curso no Brasil, bem como da dissolução – ad majorem Dei Gloriam, e finalmente – dos conluios promíscuos vergonhosa e historicamente realizados entre membros da Igreja e filhos de Satanás (movimento do qual o que aconteceu na Paraíba é um belíssimo exemplo),  no entanto, o site da Arquidiocese de Olinda e Recife noticia que a Mitra estará apoiando e participando da 16ª Edição do Grito dos Excluídos, coisa que muito nos causa perplexidade.

Será que, n’O Grito de Recife, não há “entidades de movimentos que são contra dogmas e ensinamentos da Igreja Católica”? Será que, em Recife, por algum milagre particularmente portentoso, o evento transcorrerá em clima da mais absoluta catolicidade? Será que, em Recife, o “non serviam” dos excluídos não se levantará amanhã?

Rezemos pela Igreja no Brasil. A fim de que Ela possa permanecer forte e firme diante da zombaria e do escárnio de Satanás. A fim de que, mais alto do que o diabólico grito dos excluídos, levante-se o anúncio do Evangelho. Só assim os excluídos podem ser readmitidos à presença de Deus, para a qual foram criados. A Igreja é o caminho – e o único caminho – que pode acabar com toda a exclusão.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

9 comentários em “O “non serviam” dos excluídos”

  1. Parabéns Jorge, parabéns!

    A foto com Dom Saburino tá guardadinha na sua casa?

    Sim! como demonstrou esse D. Saburino realmente é um lobo em pele de cordeiro!

    Liberou a Missa de Sempre (até quando héin?) e agora participa do escândaloso “grito dos excluídos”!

    Jorginho, Jorginho que coisa!

  2. Acredito que a participação de tais grupos teve como objetivo provocar a ira dos cristãos ali presentes,acredito tbém que o bispo não tomou uma atitude pois eles poderiam alegar que a igreja estava os discriminando e até quem sabe promoverem uma verdadeira baderna,proibir que essas pessoas participem numa caminhada a ceu aberto é difícil,afinal a rua é pública,mas cabe a organização do evento não permitir que tais pessoas peguem o microfone e digam heresias,deveria, alguém ter se manifestado no microfone contra a fala desta mulher,acho que caso isso não resolva então que todos façam como o bispo Aldo Paggoto.

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