RCC: a apologia necessária

Pediram-me os meus comentários sobre o vídeo do pe. Fortea aqui publicado recentemente (e, mais especificamente, sobre os assim chamados “dons carismáticos” da RCC). Trago-os à consideração.

Antes de mais nada, é preciso dizer ser verdade que há elogios dos Papas à Renovação Carismática. Nestes, no entanto, há pouca (ou nenhuma) menção específica aos carismas extraordinários. Vale lembrar que os “carismas”, na Doutrina Católica, não se confundem com os dons extraordinários pregados pela RCC. Ensinar é um “carisma”, a vocação à vida comunitária é um “carisma”, etc. Em poucas palavras: existem muitos “carismas” perfeitamente naturais e ordinários e, quanto a estes, não imagino haver nenhuma controvérsia. O problema são os “carismas” entendidos como dons sobrenaturais e (teoricamente) extraordinários.

A RCC me parece ser uma coisa bastante diversificada mundo afora. Em 2008 estive em Roma e fiquei hospedado na casa de uma família que fazia parte da Renovação Carismática; e juro que eu não teria percebido se isto não me tivesse sido contado expressamente. Creio (e aqui é apenas a minha impressão) que existe um “modus vivendi” carismático que é próprio do Brasil (e talvez – não sei – de outros países da América Latina), o qual infelizmente às vezes se confunde (muito) com o de um protestante pentecostal. E este “modus vivendi” não é, de nenhuma maneira, referendado por Roma.

Eu já vi os papas louvarem, por diversas vezes, muitas coisas na RCC que são sem sombra de dúvidas louváveis. A oração particular e em grupo, a tomada de consciência da própria vocação batismal, a devoção ao Espírito Santo, a Lectio Divina, etc. Estas coisas – repito – não me parecem ser objeto de controvérsias entre os católicos. Por outro lado, há um outro grupo de coisas (como a bagunça litúrgica e má formação doutrinal, o sentimentalismo exacerbado, etc.) que, ao contrário, não me parecem ser defendidas nem mesmo pelos carismáticos. Aqui, também há consenso. Onde há discordância parece ser quase exclusivamente com relação à existência e ao uso dos carismas extraordinários. Vamos, portanto, a eles.

Quanto aos carismas extraordinários, sinceramente, eu não lhes consigo dar crédito da maneira como eles são apresentados e praticados. Fiquemos tão-somente no (assim chamado) “dom de línguas”, que me parece ser o mais massificado e o mais controvertido. É um dom extraordinário ou ordinário? Se é extraordinário, por qual motivo acontece ordinariamente nas reuniões da RCC? Se é ordinário, por que foi que deixou de ser extraordinário e, depois de vinte séculos de Cristianismo, começou a aparecer em profusão exatamente em um dos momentos mais críticos da História da Igreja e – isto é o fundamental! – sem dar os frutos de conversão e santidade que seriam esperados? Afinal, no Pentecostes “original”, o Espírito Santo provocou conversões profundas e verdadeiras aos borbotões. Por qual motivo, agora, o “Novo Pentecostes” já existe há décadas e não vemos nada parecido com o que aconteceu em Jerusalém da primeira vez?

Mais: estes dons são sobrenaturais ou são naturais? Se são sobrenaturais, por que motivo eles parecem acontecer (de novo, fico somente no “dom de línguas”) de acordo com a vontade de quem reza, e não como um fenômeno espontâneo? Se são sobrenaturais, por qual motivo eles podem ser ensinados?

Se, ao contrário, forem naturais – e eu já vi alguém defender que a oração em línguas seria, na verdade, não “o dom das Línguas” do Espírito Santo da maneira como ele foi historicamente conhecido, e sim apenas uma “modalidade de oração” -, então é urgente parar de apresentá-los como se houvesse uma identidade entre eles os fenômenos relatados no Novo Testamento. E, ainda neste caso, caberia perguntar: que espécie de oração natural é esta onde ninguém sabe o que se está rezando [afinal, em sendo natural, é preciso abandonar a explicação de “língua dos anjos que Deus entende” (uma vez que isto seria claramente sobrenatural) e considerar que se estão apenas balbuciando sons sem significado algum], e por qual motivo isto deveria ser incentivado?

Enfim, as perguntas são muitas. É óbvio que, em teoria, Deus (que, afinal de contas, é Deus) poderia perfeitamente Se manifestar de forma extraordinária também nos dias de hoje, e não me parece nem mesmo ser possível excluir a priori que estas manifestações possam se tornar ordinárias. O que elas não podem, de nenhuma maneira, é serem irracionais e sem propósito. É a este ponto que, parece-me, a apologia dos carismáticos precisa se dirigir, caso acreditem sinceramente naquilo que pregam e estejam imbuídos de verdadeiro amor à Verdade, e não às próprias opiniões.

Há pessoas que defendem a veracidade dos dons (supostamente) presentes na Renovação Carismática? Sim, há. Mas não me consta que estas pessoas tenham alguma vez respondido a questionamentos como os que eu coloquei acima, que considero bastante justos e pertinentes. Sem uma explicação satisfatória sobre estes alegados dons, causa porventura alguma surpresa que eles sejam recebidos (no mínimo) com desconfiança por alguns católicos? Os que alegam possuírem dons extraordinários do Espírito Santo precisam responder em sua defesa e corrigirem as suas práticas naquilo que for necessário. Caso contrário, não poderão se surpreender com a estranheza e incredulidade que provocam em católicos não pertencentes à RCC.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

32 comentários em “RCC: a apologia necessária”

  1. Jorge,

    Aquele que roubava deixou de roubar?
    O que mentia passou a ser amigo da verdade?
    Quem não gostava da Igreja agora frequenta diariamente a Santa Missa?
    O pretenso suicida agora é voluntário pró-vida?
    Quem não abria a boca agora prega destemidamente sobre as coisas do Alto?
    O sociopata agora vive em comunidade?
    Quem levava uma vida desregrada agora é sacerdote do Altíssimo?
    Todos esses participa[ra]m de grupos da RCC?

    Se SIM para todas as perguntas acima, que importa se oram em líguas ou em orelhas? Importa, sim, é que agora AMEM verdadeiramente.

    Discutir a veracidade ou não do MENOR – repito: MENOR! – dom entre os elencados por São Paulo é vã filosofia, não vale nada, não serve para nada de útil. E, veja bem, isso vale tanto para quem defende quanto para quem é contra a RCC. Afinal, importa antes de tudo e por tudo A CARIDADE, que deve sempre ser o objetivo de todos nós, como bem explicou o mesmo e grande São Paulo.

    Dito isso, em tudo o mais você tem plena razão.

    Pax

  2. Pax Christus!

    Cara, te admiro demais!
    Encontrei esse texto de S.Ex.ª Revma. Dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém do Pará, e acessor da RCC. Talvez ele possa nos ajudar:
    http://twixar.com/SnYf7bBw1

    Et Christus,
    Warley Seles.

  3. Excelente comentário Jorge.

    eu já havia pensado sobre isso e certa vez conversado sobre isso com um colega, digo, sobre a diferença da RCC doBrasil e do Mundo afora.

    quanto ao Dom de Línguas alegado pela RCC como algo Biblico, deixo bem clato, que o Dom de Línguas, a Glossolalia, é o Dom de ser entendido em várias línguas diferentes sem que para isso seja nescessário falar a línngua do ouvinte.

    como lemos em Atos dos Apóstolos, quando Pedro pregou para mais de 5 mil homens de nacionalidade e línguas diversas, Pedro pregou em sua própria Língua e os demais entenderam em sua língua natal.

    esse dom foi muito corrente nos primo´rdios da Igreja, depois foi cessando.

    consta que alguns Santos em missões pelas Indias tiveram o mesmo Dom!

    hoje esse sharalabaei… é feito apnas por exibição e pura doideira.

    ontem na canção nova alguém diante do Santíssimo, acho que era um Pe. ensinava o povo a balbuciar dessa forma para que o Espírito Santo os entendesse.

    isso, é triste e muito louco!

    não dá pra levar isso a sério!

  4. Caro Jorge Ferraz

    As poucas vezes que visitei grupos de oração carismáticos, fique mal impressionado, julguei-os errados e me afastei, até agora não sei, talvez o mais errado fosse eu.

    Lendo, 1 COR 14,..

    Paulo deixa bem claro a preferência pela profecia, mas considera o falar em línguas uma coisa boa, também está claro que este falar em línguas é do Espirito Santo, mas difere do falar em línguas de pentecostes.

    Pela forma apresentada acredito que o falar em línguas fosse ordinário, realmente como uma oração ou um cântico particular, algo que se aprendesse e que permitisse uma ligação maior com Deus e uma elevação significativa da alma. O Falar em línguas extraordinário, que devia ser uma profetização, também, naquela época deveria ser razoavelmente frequente, e quem sabe venhamos a ter isto entre nós.

    Eu nunca me vi fazendo defesa da RCC, mas li tua postagem e parei para ler 1COR14. Talvez eu nunca consiga atender ao chamado para ser santo, mas seria péssimo se descobrisse que eu me impedi de forma tão tola.

  5. Amigos,

    Venho por meio desta expressar todo meu pesar pelo que um tal pasto Joel Santana deste herege site está fazendo http://www.pastorjoel.com.br. É muito triste toda a infeliz dedicação deste homem que, como o inimigo lhe soprando ao ouvido, consegue projetar no seu sítio. É incompreensível quanto mal pode haver em seus argumentos que é difícil imaginar tanto mal em uma pessoa só.
    Mas eis lá.
    Travou pseudodebates com Anderson e Nilton Fontes que tentaram defender a Santa Verdade… em vão, por falta de maior instrução e apoio. E aquele pastorzinho se considera vencedor de toda apologética, rebaixando a Igreja de Cristo do jeito que as palavras e o mal-intencionamento lhe permite.
    O pior é que tem conduzido as pessoas cada vez mais longe do rebanho do Senhor, espalhando mentiras das mais absurdas sob argumentos isolados e mentirosos, muitas vezes fundamentados na interpretação particular de demônios de todas as épocas… e deturpando a Verdade de Jesus e de Seus Santos.
    Rogo que nos dediquemos um espaço no site para defender a Jesus Verdadeiro, humilde e santamente, sendo assim esse ato como de extrema caridade.
    É um absurdo! Saiamos a ajudar nossos irmãos Anderson e Nilton preparando uma resposta_ e uma bem dada lição!_ a esse herege filho de lutero.
    Um apelo…

    “Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa, desde que não se falte à Verdade, sendo obra de caridade gritar: ‘Eis o lobo!’, quando está entre o rebanho ou em qualquer lugar onde seja encontrado” (São Francisco de Sales).

    Por Jesus e Maria, na Verdade Santa e Infinita.
    Alan Ramalho

  6. Caro Jorge,

    É compreensível seus questionamentos em relação ao dom de línguas. Estão dentro do limite da prudência cristã.

    Em Romanos 8,26 temos: “Da mesma forma, o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir: é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis. (Rm 8, 26)”.

    Pois bem, é preciso estabelecer uma diferença entre o “falar em línguas” que houve em Pentencostes do “orar em línguas” que é esse dom extraordinário de orar de uma forma que para nós não é intelegível.

    O dom existe, mas uma forçação de barra injustificável no exercício o dom também. É possível que haja muita simulação e exibicionismo. Mas quem já sentiu a unção do Espírito Santo, quem já iniciou uma oração, um louvor e de repente se viu orando em línguas, não colocando resistência a moção, vai entender o que eu escreverei aqui: o fruto é uma paz verdadeira e profunda.

    Não há como explicar. É uma experiência pessoal. É verdade que a Sagrada Escritura e a própria biografia dos santos e místicos é muito ecônomica a esse repeito, mas isso não é suficiente para desacreditar o dom.

    É uma ferramenta interessante dada por Deus de forma especial aos nossos tempos. O fato de estarmos vivendo tempos de crise, não é impedimento para a ação poderosa de Deus em nossos tempos. Muito pelo contrário, por isso mesmo Deus derrama seu Espírito em profusão.

    Não referendo no entanto mau uso de tais dons.

    Grande abraço.

    Luciano

  7. Fico aliviado com o seu post. A reflexão necessária para a questão dos dons ditos “extraordinários”. O vídeo do Padre mais me incomodou pela não argumentação objetiva e pontual que pela exaltação do tal dom ou do movimento. Obrigado!

  8. As suas indagações são as mesmas que as minhas. Até hoje nenhum membro da RCC me respondeu a esses questionametnos de forma satisfatória.

  9. Prezado Jorge,

    Agradeço sua resposta ao meu questionamento e dos demais leitores.
    Queria juntar outros questionamentos aos que você fez: (salvo engano) por que há um completo silêncio sobre o dom de línguas, da forma como se manifesta na RCC, por quase dois mil anos? O Espírito Santo teria deixado de conceder os dons aos filhos da Igreja? Por que razão?
    Na patrística, há algum ensino sobre o dom de línguas?
    Ora, para sabermos se tal doutrina é católica ela deve ter sido ensinada sempre (em todos os lugares e em todas as épocas). Não é assim que São Vicente de Lérins afirmava: “QUOD UBIQUE, QUOD SEMPER, QUOD AB OMNIBUS – o que em toda parte, sempre e por todos foi ensinado, isso é católico”.
    Onde está o ensino da oração de línguas e demais carismas que ocorrem na RCC?
    E mais: as manifestações nas comunidades pentecostais são autênticas?
    Todos sabem que a RCC sofreu uma forte influência dos protestantes pentecostais na sua origem. Os professores Ralph Martin e Steve Clark, que organizaram o famoso retiro de fim de semana em Duquesne, tiveram suas primeiras experiências carismática em reuniões protestantes.
    Por que o Espírito Santo operou através de hereges e cismáticos para atingir sua Igreja?
    O Espírito Santo ensina toda a verdade a sua Igreja (Jo 16,13). Por que não ensinou esta verdade nestes dois mil anos?
    Acredito que são questões pertinentes e que merecem uma sincera reflexão por parte dos carismáticos.

    Saudações sinceras,
    Neófito.

  10. carissimos esta claro o que diz a igreja basta ler o catecismo da Igreja Católica 20003 la ta explicando muito bem isso ,vamos ler os documentos da igreja e deixar os achismos…

  11. Caros, salve Maria!

    Creio que este conteúdo poderá ajudar a compreender ao menos parte da questão. Apesar do conteúdo não tratar especificamente da RCc, até porque é de Santa Catarina de Sena, portanto, alguns séculos antes do surgimento deste movimento, no entanto, o conteúdo trata de dons extraordinários, mais especificamente das visões, e deixa muito bem claro que, apesar serem reais, NÃO DEVEM SER BUSCADOS, uma vez que “o Espírito Santo sopra onde quer” e não necessariamente onde NÓS queremos, e ainda porque o maligno pode facilmente enganar os que buscam estes dons. Vale a pena a leitura do artigo.

    Segue link:

    http://missatridentinaembrasilia.wordpress.com/2011/05/02/nao-se-deve-desejar-satisfacoes-e-visoes-espirituais/

    Não sei se já é do conhecimento dos leitores do “Deuslovult” a edição do “Tratado de História Eclesiástica”:

    http://missatridentinaembrasilia.wordpress.com/2011/04/19/tratado-de-historia-eclesiastica-ja-esta-disponivel/

    Salve Maria!

    Cleber

  12. Jorge (e colegas): sei que não é pertinente ao tópico, mas vejam esta notícia:

    http://www.jornalnh.com.br/policia/318958/pai-que-esqueceu-filha-no-carro-respondera-por-homicidio.html

    Eu que tenho uma filha pequena ultimamente me sinto muito afetado por estas notícias… que tragédia! Que Dia das Mães triste esta mulher terá! E coitado do pai: terá remorsos o resto de sua vida!

    Como nossa vida está agitada hoje em dia: eu sei. Tenho uma filha de 2 anos e meio e sei como é complicado levar ela pra crecha, buscar, ir fazer compras… cada dia mais somos “escravos da máquina, do sistema”…

    Só nos resta rezar por esta família e por este porbre anjinho… como diz em certo ponto da reportagem: “”A criança estava de boquinha aberta, como sinal de quem se esforçou para conseguir respirar”, descreveu a conselheira tutelar Gislaine Pires”…

    Estou muito triste hoje, quase chorando enquanto digito isso… ;(

  13. “As pessoas que gostam da RCC tem todo o direito, porem não devem criticar, porque a Renovação Carismtica é fruto do Espirito Santo.
    E o Espirito Santo, tem o direito de fazer coisas estranhas;de fazer coisas que não estavam nos nossos planos A RCC pouca gente a entende;é logico, a Renovação Carismatica é acima de tudo um misterio.E não ser entendida faz parte da CRUZ que tem que levar por ser instrumento de Deus”

    PADRE FORTEA

  14. Alan,

    Quem é “pastor Joel”?

    dei uma olhada no site, e li algumas partes do debate com o sr Anderson. Para esse debate seria necessário ler o tal livro desse tal pastor, que sinceramente duvido que alguém aqui queira fazer isso.

    Mas se fosse um debate aberto sobre algum tema em algum blog de respeito, não apenas informações por email, quem sabe seria interessante, como foi interessante o debate com o ateu/agnóstico…

  15. Clauber,

    Li vários trechos dos registros mentirosos e blasfemantes desse site.
    É uma infelicidade saber que há tantos se enganado com esses textos que esse coitado reuniu (parece que virou até monofrafia, pasmem!).
    Pastor Joel é um instrumento diabólico que vem dando argumentos para que se questionem a Santa Verdade, e só isso já é suficiente para que se movam forças para refutar toda a desgraça letrada que ele profere.
    Pesquisando no google dá pra ver o estrago que ele tem feito, falando mal de Maria e da Igreja com “conhecimentos específico” (aff!), daquela maneira ecumênica e serpentina.
    Logo de cara no site desse infeliz tem uma mentira horrenda sobre Rui Barbosa numa frase de um livro traduzido por este. Mas logo em seguida Rui Barbosa se arrependeu-se.
    Encotrei aqui: http://www.dicionariodafe.com/index.php?pg=1000calunias&id=651

    E não tem nenhuma refutação contra ele internet.

    “Enquanto estivermos em paz com as coisas do mundo, seremos os inimigos de Deus, de Seus Anjos e Seus Santos.”
    (Santo Antão, o Grande)

  16. Meus caros,
    A preocupação com a sã doutrina tem em vista a salvação de cada um, que é pessoal.
    Li com atenção o primeiro comentário e realmente, à primeira vista, qual seria a importância de se preocupar se a pessoa ora em línguas ou não, desde que tenha se tornado uma pessoa melhor?
    A importânica é: quem disse que ela se tornou uma pessoa melhor? Os carismas não devem nos levar ao orgulho (“Só Deus é bom”, disse Jesus). Lembrem-se do fariseu que achava que estava justificado porque não era “como os outros homens”, pagava o dízimo, etc. Muitas vezes vejo pessoas testemunharem ‘curas’ e, porque foram curadas, pregar coisas absurdas (como se o fato de ter sido curado desse o direito de inventar uma nova doutrina). Essa ‘cura’ não pode ter vindo de Deus. Só pode ser humana (e vou parar por aqui).
    Outros comentários falaram de “experiência pessoal”. Ora, esta nada vale, se não estiver de acordo com a Revelação. Se você, por experiência pessoal, ‘sentir’ que Jesus não está na Eucaristia (por exemplo), ele vai deixar de estar? certamente que não.
    A sua experiência é válida se a Igreja a confirmar, e não o contrário.
    O fato é que nos convertemos quando reconhecemos nossos PECADOS, e não nossas virtudes (se é que existem).

  17. Paz e Alegria!

    Todos vocês, que criticam a Renovação Carismática Católica, já pensaram em visitar o site desse Movimento?
    Lá temos o explicativo sobre os dons e carismas, que entre vocês causam confusão.
    http://www.rccbrasil.org.br
    Acredito que seja melhor ler sobre os dons e carismas, explicados por quem os vivenciam.
    Mas, falando somente sobre o Carisma de Línguas ou também chamado Dom de Línguas, vocês encontraram aqui:
    http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=274
    http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=885
    http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=773
    Aah, uma única pergunta eu tenho para fazer:
    Por que os carismas e dons vivenciados pela RCC incomoda tanto a muitos de vocês? Ou melhor, por que a RCC incomoda tanto a muitos de vocês e não causa e nem causou nenhuma reação de oposição a tal Movimento dos Papas?

  18. Raissa, minha filha:

    “Ou melhor, por que a RCC incomoda tanto a muitos de vocês e não causa e nem causou nenhuma reação de oposição a tal Movimento dos Papas?”

    Respondendo: A RCC incomoda por que ela enche o saco com suas bizarrices estrambólicas.

    Segundo: Não deve incomodar o Papa por que ele não tem o desprazer de assistir missas carismáticas para saber o quanto parte de seu rebanho sofre em terras brazilis.

    Terceiro, e ainda: Em Roma não exitem Mestre Jonas, Padre Rufus, Diácono Nelsinho, Fábio de Mello, Ironi Spuldaro….essas coisas só nós brasileiros é que construimos.

    É isto.
    Fica com o bom Deus e tenha juízo.

  19. “sem dar os frutos de conversão e santidade que seriam esperados? Afinal, no Pentecostes “original”, o Espírito Santo provocou conversões profundas e verdadeiras aos borbotões. Por qual motivo, agora, o “Novo Pentecostes” já existe há décadas e não vemos nada parecido com o que aconteceu em Jerusalém da primeira vez?”

    Negar que a RCC tem sido instrumento de conversões é desafiar a racionalidade tão pregada pelos irmãos “não-simpatizantes” da mesma.

    Qualquer católico que tenha contato com a comunidade católica a sua volta e, pelo menos, vá a Santa Missa no domingo percebe que por meio da RCC, QUASE que exclusivamente, é que tem se dado as conversões ao catolicismo romano.

    Ademais, fosse algo tão “medonho” que praticasse o movimento, não tenho a menor dúvida de que pelo menos algum dos Papas já teria se manifestado a respeito como, por exemplo, foi feito com a TL.

    Porém, é de uma lógica quase que “gritante” que existem equívocos dentro da RCC. Mesma lógica essa que permite enxergar os equívocos que existem em TODO E QUALQUER movimento dentro da Igreja, até mesmo no clero como todos sabemos. Afinal somos humanos e passíveis de erro, por isso a Igreja não erra mas seus filhos sim.

    No mais, faço minhas as palavras do primeiro comentário, de Demerval Jr.

    Paz e bem

  20. A sua resposta não me convenceu Olegario!
    Afinal, se “A RCC incomoda por que ela enche o saco com suas bizarrices estrambólicas”, não teria ela que ser repreendida? Por que isso não acontece?
    Eu respondo: Porque não há nada de errado.
    Não percebeu que as nossas “bizarrices estrambólicas” (como você as chama) estão salvando almas?

  21. Raissa, minha filha.

    Meu papel não é convencê-la de nada.
    Voce formulou a questão e eu a respondi.
    Só isso.
    Discordo que “bizzarices estrambólicas” salvem almas.
    Pois está escrito: Conhecereis a Verdade e ela vos libertará.
    A Verdade esta em Cristo, Nosso Senhor.
    Portanto somente Ele salva.
    “Bizarrices estrambólicas” encontramos em circo.
    Ou na RCC.
    Ou na Canção Nova.
    E isso não “salva almas”. Apenas e no máximo diverte católicos incaultos e desavisados.
    Não preciso de alguem para me avisar de um erro crasso.
    Se eu pular de um prédio de 10 andares, corro o risco de me espedaçar e morrer.
    Portanto, com ou sem bula papal, ou sem comunicado explícito de um Papa avisando do perigo, tenha certeza, não pulo do prédio.
    O católico deve ter a mínima noção do que é bom e agradável aos olhos de Deus.
    Não precisa ser doutor em teologia.
    Mas há de ter ao menos bom senso.
    É isto.

    Fique bem.
    Deus a abençoe.
    Olegario.

  22. Maiquel, meu filho.

    Sua estatistica:

    “Qualquer católico que tenha contato com a comunidade católica a sua volta e, pelo menos, vá a Santa Missa no domingo percebe que por meio da RCC, QUASE que exclusivamente, é que tem se dado as conversões ao catolicismo romano.”

    Nunca as seitas proliferaram tanto quanto nos últimos 40 anos.
    Coincidentemente é o tempo de vida da RCC.
    A Igreja passa por uma terrivel crise.
    Padres omissos.
    Bispos infieis.
    Católicos mornos.
    Paróquias que celebram missas como que num parque de diversões.
    E veja, que nem toco no CVII, já que isso é um tema espinhoso e por demais complexo.
    E eu não me atrevo a citá-lo em detalhes por não ser especialista nesse terreno.
    Falo da RCC, por que a conheço bem.
    Idem para seus participantes.
    Discordo que a RCC converte “pessoas ao catolicismo romano” como voce citou.
    Ela apenas permite, aprova e dá a benção para os jovens fazerem dentro da casa de Deus o que eles fazem no mundo.
    Por isso a adesão maciça a esse movimento.
    E isso não é conversão a Cristo.
    É no minimo uma cumplicidade com erro.
    Fique bem.
    Deus a abençoe.
    Olegario.

  23. Caro Olegario,

    Concordo com o que disseste com relação a padre, bispos e católicos mornos.

    Discordo da sua opinião sobre a conversão a que me referi, mas a respeito, é seu direito.

    Eu poderia usar vários argumentos para contra-argumentar, mas na certeza de que seria totalmente inútil, visto que isso não alteraria sua opinião (creio eu), prefiro parar por aqui.

    Prossigamos com nossa fé e na comunhão plena com a Igreja.

    “Prefiro errar com a Igreja a acertar sozinho” – Santo Agostinho

    Paz e bem

    Maiquel Dias

  24. Ok. Maiquel

    Desejo-lhe o bem.
    Fique com Deus.
    Podendo e querendo, faça uma prece por mim.

    Em Jesus e Maria.
    Olegario.

  25. Prezada Raíssa, Maiquel e quem mais se achegar…

    Trago-lhes uma triste notícia.
    O inspirador dos “carismas” da RCC faleceu.
    O nome da fera: David Wilkerson.
    Era um pastor protestante e autor do livro “A Cruz e o Punhal”, obra “divina” que alimentou os sonhos de “batismo e efusão no Espirito Santo(?)” da turma hippie lá de Dusquene.
    E não venham brigar comigo pelo dito, porque a informação foi passada em nota considerada de primeira página pela REGIONAL da RCC.
    Fica portanto registrado mais uma vez que a direção nacional da RCC, RECONHECE e ADMITE que tal movimento nasceu sob forte INSPIRAÇÂO do dito cujo e auto intitulado “pastô”.

    Eis a fonte:

    http://www.rccbrasil.org.br/noticia.php?noticia=6710

    Se a busca pela santidade exige incondicionalmente que todo católico obedeça os mandamentos, por favor, sintam-se obrigados a honrar ao menos o 4º mandamento da Lei de Deus:

    Honrar Pai e Mãe.

    David Wilkerson – “pastô” protestante – é o PAI dos carismáticos.

    Abraços. E bença painho…!

  26. Meu querido irmão na fé Olegário,

    Não me lembro da RCC negar suas “origens”, não me lembro da Igreja negar as origens da RCC, como me pareceste estar sugerindo. Por isso mesmo confesso que não entendi a intenção da sua colocação quanto ao referido Pastor. Toda a Igreja (e até os que não fazem parte dela) sabem a origem da RCC. A não ser que esteja acusando a RCC de ser protestante (normal no meio rad-trad), o que não posso afirmar, foste infeliz na colocação.

    Me faço redundante ao outro comentário, mas repito o que disse, fosse surtir algum efeito eu poderia lhe responder quanto ao que insinuaste, mas sabemos que não surtirá.

    Sua fé, pelo que percebi nos seus comentários, não parece aceitar o CVII (que como você mesmo disse é um assunto MUITO espinhoso e já tão debatido), por isso mesmo não prossigamos adiante, visto que por aí começaríamos…

    Querido, ontem mesmo te coloquei em minhas miseráveis preces como sugeriste no comentário anterior. Espero um dia sermos um só coração e uma só Igreja.

    Sintamo-nos obrigados a honrar os mandamentos de Deus:

    “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe.” Mc 12,30-31

    Na irmandade e fraternidade, que Deus te abençoe.

  27. Maiquel,

    O meu texto mais do que visando afrontá-lo no debate se deu por esclarecer a voce esse ponto da RCC, que julguei relevante.
    Rendo-me a sua gentileza e caridade de rezar por mim.
    Rendo-me ainda pelo sua educação e equilibrio.
    Virtudes essas, tão em falta hoje em dia.
    Que Deus o abençoe.

    Olegario.

    PS.: E obrigado por me tratar por irmão.

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