Os resquícios da civilização

Diz-se que o homem é criado à imagem e semelhança de Deus porque é “capaz de conhecer e de amar a Deus, e de gozá-Lo eternamente”; assim nos ensina o Catecismo Maior de São Pio X (Parte I, q. 55). É este – e não outro – o fundamento da dignidade humana, aquilo que faz com que o homem seja detentor de direitos objetivos e lhe salvaguarda das arbitrariedades que alguns indivíduos ou grupos, detentores de força ou de poder, porventura queiram lhe infligir.

Houve um tempo – como nos ensina o Sumo Pontífice Leão XIII – em que a Filosofia do Evangelho governava as nações. E por mais que alguns anti-clericais modernos tenham alguma espécie de prazer sórdido (e ignorante) em lançar lama a esta época gloriosa da civilização humana, o fato é que os homens de então eram tratados com muito mais dignidade do que os de outras épocas da história.

“Ah, foram queimados pela Igreja, foram torturados, fizeram guerras sangrentas, foram impedidos de manifestar livremente os seus pensamentos!”, hão de dizer os livres-pensadores modernos. Mas o fato – que os inimigos da Igreja se esquecem de mencionar – é que os homens foram queimados muito mais vezes fora da Igreja do que nas fogueiras às quais a Santa Inquisição ateou fogo. O fato – relevantíssimo, mas sobre o qual não se fala uma palavra – é que os homens foram torturados mais e de maneira mais cruel por civis do que por religiosos. O fato é que nunca houve guerras tão terríveis quanto as que o mundo assistiu no século passado – em pleno século XX, quando já se encontrava indubitavelmente livre da influência da Igreja (e, diremos  até, justamente por causa disso).

“Mas… mas… mas foram impedidos da livre-expressão de suas idéias, e isto não se pode negar!”, dir-nos-ão desesperados os nossos amigos anti-clericais. E, nisto (descontadas, é óbvio, as falsificações grosseiras), nós deles não discordaremos. Graças a Deus, houve repressão à veiculação de idéias errôneas e perniciosas ao longo da história, e este mecanismo foi fundamental para que a civilização pudesse ser mantida e nós, hoje, fôssemos capazes de discutir a repressão de idéias praticada em épocas passadas.

Isto porque a liberdade é algo que não se pode atribuir às coisas de um modo absoluto. A excessiva e imoral (assim intitulada) “liberdade de expressão” vigente nos dias de hoje jamais seria permitida em outras épocas – nisto, concordamos integralmente com os inimigos da Igreja! Com o que não concordamos é que tal fato demonstre uma superioridade moral do nosso século sobre aqueles que o precederam – aliás, muito pelo contrário.

Como dizíamos acima, o ser humano é detentor de uma dignidade intrínseca que faz com que seja preciso respeitá-lo. Assim, a mera possibilidade de que alguém possa dispôr livremente da vida de outrem – matando-o ou escravizando-o, por exemplo – provoca-nos (ainda…) um sentimento de injustiça; no entanto, aquilo que os revolucionários não percebem é que este “sentimento de injustiça” está alicerçado sobre a dignidade humana, sobre o fato do homem ter sido criado por Deus à Sua imagem e semelhança e, portanto, possuir – intrinsecamente – um quê de sagrado e de inviolável. E permitir que esta verdade fundamental seja questionada ou – pior ainda – negada abertamente não é sinal de avanço, e sim de terrível retrocesso. Não é característica de pessoas civilizadas, e sim de bárbaras.

Não é verdade que nós, hoje, conhecemos o valor do ser humano porque nos livramos do obscurantismo católico medieval, é exatamente o contrário: é devido aos resquícios daquele glorioso tempo – repitamos – no qual a Filosofia do Evangelho guiava as nações que, hoje, nós (ainda) não caímos na barbárie completa e ainda não nos esquecemos (muito) que o ser humano possui uma dignidade intrínseca e que, portanto, deve ser protegido de arbitrariedades de outrem. Por qual outro motivo, afinal de contas, deveríamos falar em “direitos humanos”?

No entanto, na contramão de tudo isto, a brilhante “solução” dada por alguns dos nossos ilustres pensadores para proteger os seres humanos da opressão dos seus semelhantes é postular uma “moral” positivista baseada não em nada objetivo, mas nas “conveniências” e nas “convenções sociais”. Assim, matar pessoas passa a ser errado (ou, melhor dizendo, “ilegal”) não porque as pessoas possuam intrinsecamente um direito inviolável à vida, mas porque “convencionou-se” que é “útil” para a sociedade como um todo que os seus cidadãos não se exterminem mutuamente. O problema, o grande e enorme problema com esta idéia estúpida é que a solução apresentada para proteger as pessoas das arbitrariedades… é ela própria uma arbitrariedade – uma vez que, eliminada a dignidade humana intrínseca, uma convenção social de que é importante para o país que os seus cidadãos não se matem em nada se distingue de uma outra convenção social de que é importante para o país que negros sejam escravizados ou que judeus sejam exterminados. Ou seja: o problema está “resolvido” apenas acidentalmente, uma vez que os princípios são imorais e continuam abertos às maiores injustiças que se poderiam cometer. Deste modo, a gloriosa marcha da vaca para o brejo segue solene e inexorável, e passa a ser somente uma questão de tempo a decadência da civilização na barbárie – cujos sinais já encontramos em profusão por aí.

Ora, as idéias de um povo determinam a maneira como aquele povo vai se comportar e, em última instância, garantem ou impossibilitam a sua sobrevivência – donde se vê a importância que elas possuem. Diante das loucuras do mundo moderno, é possível que paremos um pouco para nos perguntar: como foi possível que chegássemos a edificar uma sociedade sobre tão frágeis alicerces? A resposta é bastante óbvia: se as idéias corretas não são defendidas e as erradas não são combatidas, o pensamento degenera-se, e isto acontece de modo tão claro e óbvio como uma casa se estraga se não houver quem dela tome conta, ou como um terreno produz abrolhos e ervas daninhas se não houver quem o cultive. E, se é criminoso construir edifícios com material de baixa qualidade pondo em risco a estabilidade da estrutura… quão mais criminoso não será edificar uma sociedade inteira sobre a areia movediça e inconstante destas idéias que são o lugar comum do pensamento moderno?

A civilização moderna não existe por conta do pensamento moderno – ao contrário, ela sobrevive (ainda) dos influxos benéficos do Cristianismo, e apesar de todas as loucuras modernas que a ameaçam destruir a cada instante, solapando-lhe as bases. Aprendemos com os construtores das catedrais medievais que uma base sólida é fundamental para a sustentação do edifício, e sempre soubemos que isto era aplicável tanto aos templos católicos quanto às sociedades. No seu ódio irracional ao glorioso passado da Igreja, os anti-clericais fazem questão de – irresponsavelmente – esquecer este ensinamento tão elementar que os nossos antigos nos legaram. E, agora, os prédios ameaçam ruir, e já aparecem as rachaduras, enquanto os livres-pensadores modernos, perdidos, tentam jogar mais e mais areia em uma patética tentativa de fechar as fendas abertas.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

42 comentários em “Os resquícios da civilização”

  1. Impressiona-me sua capacidade de distorcer fatos em favor da Igreja Católica. A Igreja não está acima do bem e do mal, Jorge Ferraz, faça-me o favor.

  2. Jorge
    Muito bom o texto. Incrível como algumas pessoas não querem ver a verdade dos fatos.
    Mariana
    Pro seu governo, a gente tem compromisso com a verdade, querida. Jamais distorceríamos os fatos. Você nos faz acusações infundadas, mas provar que é bom, nada. Se alguém aqui está fazendo distorções dos fatos a favor da Igreja, prove então. PROVE. Antes de nos acusar de mentirosos, procure estudar mais história, a história da inquisição, as cruzadas. Mas estude a verdadeira história mesmo, procure saber coisas que não se ensinam nas escolas e universidades, estas sim impregnadas de ideologias, de distorções de história. Quem faz distorções de fatos não somos nós, minha filha. O que você sabe de história, ainda mais da história da nossa religião? Só sabe o que OUVIU DIZER, e fica repetindo como um papagaio sempre as mesmas coisas, que a Idade Média era a Idade das Trevas, que a Igreja matou milhares de pessoas na Inquisição, que na Idade Média não havia conhecimento, que a Igreja apoiou o nazismo e a escrevidão e blábláblá… Agora quero ver você provar tudo isso. Já adianto que nós temos um monte de provas contrárias a tudo isso. Você não sabe da nada verdadeira história. Vá estudar antes de falar besteira.

  3. quanta choradeira, Jorge!
    não se esqueça que a tua Igreja tinha o dever e a obrigação de seguir uma doutrina religiosa, aquela deixada por Cristo, como a que diz “amai-vos uns aos outros” ou “dai a outra face”. evidentemente, a Igreja, para conquistar, manter e ampliar seu poder, influência e riqueza, não seguiu tal doutrina.

  4. Quintas,

    Obviamente, tu vieste aqui para fazer o mesmo “mimimi” ignorante do qual eu estou falando no meu texto.

    – Jorge

  5. Dª Mariana,

    Não ligue para o Jorge não!
    Ele faz parte daquela legião de católicos que ama propagar os benefícos que a Igreja fez ao mundo…
    Esse “negócio” de criação de Universidades, hospitais, leis de ordem e moral e imensa caridade para com o homem é de fato uma falácia!
    E olha, Dª Mariana que o nosso escriba bloguieiro é ainda tímido nas suas ponderações, pois tem católico por ai que diz que na ausência da Igreja, o mundo estaria em trevas….Não haveria civilização!
    Sem contar que muitos consideram Stº Agostinho e São Tomaz de Aquino, exemplos de virtude e sabedoria.
    Gênios, formados pelo catolicismo…
    Quanta besteira!
    Mas a Srª pode contra argumentá-lo jogando por terra toda essa prosa fiada dele, descrevendo por aqui o IMENSO bem que o espiritismo tem feito à humanidade…
    Sei que a lista é imensa.
    Por isso, fora o sopão dado aos indigentes da perfiferia quais os outros inumeros beneficios que o espiritismo tem oferecido ao mundo?

    Abraços!
    Olegario.

    Em tempo: Não tenha medo de omitir algum fato. Errando, a senhora sabe, na “outra vida” tenta de novo.

  6. Porque quanto mais o comentarista ignora o que é a Igreja mais se julga apto a dizer o que ela deveria ser. Quanto menos compreendeu a Bíblia mais a tenta explicar.

    Mas estes, quais brutos destinados pela lei natural para a presa e para a perdição, injuriam o que ignoram, e assim da mesma forma perecerão. Este será o salário de sua iniquidade.
    Encontram as suas delícias em se entregar em pleno dia às suas libertinagens. Homens pervertidos e imundos, sentem prazer em enganar, enquanto se banqueteiam convosco.
    Têm, os olhos cheios de adultério e são insaciáveis no pecar. Seduzem pelos seus atrativos as almas inconstantes; têm o coração acostumado à cobiça; são filhos da maldição.
    2Pedro 2 12

  7. Quintas, por que você não nos apresenta as provas do que você mesmo afirmou? Cadê as provas de que a Igreja não seguiu a doutrina? Não vale acusar sem mostrar as provas. Estamos esperando pelas provas.

  8. Wilson Ramiro,

    Vou repetir seu comentário para enfatizar a resposta que serve para todo e qualquer opositor da Igreja. Ficou na medida!

    “Porque quanto mais o comentarista ignora o que é a Igreja mais se julga apto a dizer o que ela deveria ser. Quanto menos compreendeu a Bíblia mais a tenta explicar.”

  9. Jorge, em relação à herança que a Igreja Católica nos deixou no sentido de civilização, arte, educação inclusive, eu não discuto. Ocorre que chamar um período em que a Igreja, com seu poder temporal, eliminou justos, é bastante lamentável, para se dizer o mínimo. Se hoje morrem mais pessoas e a violência impera na sociedade, tal ocorre sobremaneira em virtude dos que se desviam da lei. Naquela época, porém, os absurdos como a morte de Jan Hus (apenas para dar um exemplo), uma pessoa cujo único desejo era apresentar Jesus Cristo em sua acepção mais clara, eram tidos como legítimos. Isso é horrendo. Porém, se você não consegue ver isso, Jorge, enxergando apenas o lado bom (teve sim, não nego) de um jeito bem Polyana de ser, aí não sou eu quem vai conseguir lhe provar nada.
    Olegário, a reencarnação não existe apenas para os que nela acreditam. Você, acreditando ou não, meu caro, vai reencarnar.
    Um abraço.

  10. Olegário, meu irmão, em relação ao bem do Espiritismo, vou falar por mim, embora saiba que minha situação é a que comumente ocorre com os que procuram estudar a Doutrina e nela se aprofundam. Era católica, de família católica, ia à missa aos domingos, fazia parte de um grupo de oração e, acredite, defendia a Igreja de forma árdua quando encontrava algum opositor. Cresci, amadureci e, questionadora que sou, não entendia algumas coisas da Igreja Católica, as quais eu sequer me permitia falar em voz alta anteriormente, mas que me incomodavam bastante. Não conseguia aceitar o “céu fácil” pregado pela Igreja, onde bastava aceitar Jesus e, se tivesse pecados, confessar-se regularmente. Também não conseguia imaginar um Deus justo que condena eternamente (séculos e séculos a fio) um filho seu que pecou por algumas décadas. Quando comecei a ler as obras básicas do espiritismo e a estudá-lo, tudo ficou muito claro pra mim. O Espiritismo, primeiramente, fez-me entender a lógica da reencarnação (que eu rebatia antes só pq a Igreja mandava), trouxe Jesus e toda sua lição sem intermédio, sem simbolismos desnecessários, mas sim o Evangelho por ele mesmo, a mensagem de amor de Jesus. Daí eu entendi que a salvação que Ele, filho de Deus, nos trouxe, foi sua mensagem libertadora, seu exemplo. Desculpe-me, mas dizer que o nosso pecado é remido pelo sangue de Jesus não faz sentido para mim, embora eu respeite profundamente quem pensa diferente.
    Agora, vamos aos benefícios propriamente:
    É necessário dizer,porém, que o Espiritismo tem pouco mais de cento e sessenta anos, diferente da Igreja e, sendo assim, é impossível fazer um comparativo equalitário de obras e/ou prejuízos. Só um parêntese: como é que a bíblia (Deuteronômio), um livro milenar, poderia condenar o espiritismo se essa palavra sequer existia antes de Allan Kardec inventá-la, por volta e 1848? Como é que ninguém questiona isso?
    Pois bem, quero deixar claro, antes de mais nada, que acho MARAVILHOSO o trabalho de caridade da Igreja Católica, assim como de algumas outras religiões. Não quero impor minha crença a ninguém. Porém, reconhecer os erros da Igreja faz parte. Negá-los e dizer que alguns desmandos foram glória é fechar os olhos a tudo que o mundo testemunhou. AInda bem que já passou e que alguma herança benigna (daquela época) restou.

    As casas espíritas de todo Brasil realizam belíssimos trabalho de acolhimento, caridade, evangelização, que vão muito além do sopão referido por vc (muito digno, aliás). Além das obras de caridade, as casas espíritas ofertam atendimento fraterno diário, os estudos do Evangelho de Jesus, Orações, palestras, dentre outros. Ah! Saiba que não tem nada a ver com INVOCAÇÃO dos mortos, certo? Se alguém viu isso e disse que era espiritismo, não era.
    A título de exemplo, pergunto-lhe se já ouviu falar no trabalho que realiza a Mansão do Caminho, em Salvador. Se tiver curiosidade, veja: http://www.mansaodocaminho.com.br/

    Saiba que trabalhos similares são realizados em todas as casas espíritas do mundo. Se quiser, posso listar os nomes, os sites, enfim, posso dar o direcionamento e você mesmo poderá sondar e até, quem sabe, parar de ironizar.
    Não sou daquelas pessoas que diz que a Igreja Católica é péssima e usa a Idade Média para justificar tal assertiva apenas porque ouviu uma aula de história no colégio e gostou muito. A Igreja Católica não só foi como é necessária até os dias atuais. Não tenho dúvidas de que foram incontáveis as almas que ela tirou do desvio. Não pela simples batismo ou comunhão dominical, mas sim pela modificação de conduta de seus fiéis. É nisso que acredito estar a verdadeira salvação. Aceitar simplesmente o sangue do Cordeiro de Deus e dizer senhor, senhor, confessando-se antes de morrar, de nada adiante se não houver atitudes, sentimentos verdadeiros, enfim, acho que já me fiz entender. Da mesma forma, sei que a Igreja Evangélica também conseguiu salvar fiéis, tirando-os do alcoolismo, das drogas, revolvendo-os ao seio de uma família. Isso, porém, não me impede de enxergar que a Igreja Evangélica tem suas falhas doutrinárias, tal qual a Igreja Católica.
    Forte abraço

  11. Mariana
    “Ocorre que chamar um período em que a Igreja, com seu poder temporal, eliminou justos, é bastante lamentável, para se dizer o mínimo. Se hoje morrem mais pessoas e a violência impera na sociedade, tal ocorre sobremaneira em virtude dos que se desviam da lei. Naquela época, porém, os absurdos como a morte de Jan Hus (apenas para dar um exemplo), uma pessoa cujo único desejo era apresentar Jesus Cristo em sua acepção mais clara, eram tidos como legítimos.”
    “Pois bem, quero deixar claro, antes de mais nada, que acho MARAVILHOSO o trabalho de caridade da Igreja Católica, assim como de algumas outras religiões. Não quero impor minha crença a ninguém. Porém, reconhecer os erros da Igreja faz parte. Negá-los e dizer que alguns desmandos foram glória é fechar os olhos a tudo que o mundo testemunhou. AInda bem que já passou e que alguma herança benigna (daquela época) restou.”
    A gente não reconhece os erros da Igreja em si, a gente reconhece os erros de alguns membros da Igreja. A Igreja não erra, a Igreja é o corpo de cristo. Quem erra são os membros dela. Ninguém aqui está vendo apenas o lado bom. Apenas procuramos ver também o lado bom, ao contrário da maioria das pessoas, que só vê o lado ruim, entende? Creio que o Jorge procura mostrar o lado bom porque pouca gente conhece, mesmo entre os católicos. A maioria das pessoas, sem ter estudado seriamente sobre a Idade Média, só sabem criticar. Ninguém disse que a Inquisição foi perfeita, apenas que aquela lenda negra de que a Igreja matou milhares de pessoas está muito longe da realidade daquela época. Eu não nego que houve erros, mas a Inquisição não matou tanta gente assim, matou bem menos gente do que se pensa, viu? Matou bem menos gente do que o nazismo e o comunismo juntos. Claro que houve julgamentos injustos, como no caso de Joana D’Arc, que foi até canonizada pela Igreja Católica. Porém, no caso de Santa Joana D’Arc, o julgamento foi por motivações políticas, e quem a julgou foi um bispo desonesto e interesseiro. Joana D’Arc até apelou para o Papa na época, mas o Papa nem chegou ao conhecimento do que estava acontecendo com ela. Agora, não vou culpar a Igreja toda só por causa de um bispo. Dizem que a Igreja matou um monte de inocentes, mas não foi bem assim.
    na Inquisição quem era julgado eram apenas os CATÓLICOS. A Inquisição só tinha os católicos sob sua jurisdição. Judeus e muçulmanos, por exemplo, não caíam sob o seu poder. Mas, se judeus ou muçulmanos se tivessem batizado, aí, sim, ficavam sob a jurisdição da Inquisição, como qualquer católico.
    Ninguém que fosse “suspeito de heresia” era condenado à morrer na fogueira. Nem mesmo os que fossem hereges de fato. Para ser condenado à morte pela Inquisição era preciso:
    1) Crer numa heresia.
    2) Propagar essa heresia.
    3) Que a heresia propagada tivesse conseqüências sociais graves, como, por exemplo, a morte de alguém.
    Dou-lhe um exemplo. A heresia cátara condenava o casamento e o ter filhos. Se alguém, fizesse propaganda do catarismo, e provocasse a morte de uma mulher grávida, poderia ser condenado à morte. Caso alguém só acreditasse nas heresias cátaras, mas não as difundisse, não era condenado à morte. A execução pela fogueira era a estipulada pelo código penal da época. A Igreja, logo que pode, fez trocar esse tipo de execução. A pena de morte não era a única que a Inquisição impunha.
    Outras penas impostas pela Inquisição poderiam ser rezar algumas Ave Marias, acender velas, fazer um peregrinação, multas, prisão e, só em último caso, e em casos gravíssimos, a morte. A tortura era o método normalmente aplicado, infelizmente, por todos os países, por todas as polícias, e permitido por todos os códigos legais até o século passado. Foi a Igreja a primeira a não aceitar a confissão sob tortura como prova de culpa. Na Inquisição — ao contrário do que se fazia em todas as partes, a tortura só podia ser aplicada uma vez, sem derramamento de sangue, só com a aprovação do Bispo e com a assistência de um médico. Os papas sempre preveniram os inquisidores de que eles eram pastores e não torturadores nem carrascos.
    Nas prisões de todos os países, toda pena capital era precedida de torturas punitivas. Por isso os acusados preferiam ser julgados pela inquisição, onde o tratamento era sempre muito menos cruel. Na Inquisição visava-se a conversão e não a punição do acusado. Por isso, a Inquisição era o único tribunal do mundo que começava dando um prazo de perdão: quem se acusasse de ter agido contra a Fé dentro de um prazo de 15 a 30 dias estava perdoado. O acusado, em qualquer fase do processo, pedindo perdão, estava perdoado. O livro do Professor João Bernardino Gonzaga menciona muitas outras situações que mostram como a Inquisição era misericordiosa em relação aos outros tribunais da época, e como ela foi caluniada. Por exemplo, o condenado à prisão podia sair para cuidar dos pais ou parentes doentes. Permitia-se mesmo ao condenado tirar … FÉRIAS !!! da prisão em que estava, gozando de um período de liberdade.
    A Inquisição da Igreja, diferentemente da Inquisição Espanhola, do Estado, não existia para os judeus, muçulmanos ou não cristãos.
    Ela só julgava quem fosse católico e tivesse traído a Fé.
    Há textos de historiadores judeus que confirmam isso. George Sokolsky, editor judeu de Nova York, em artigo intitulado “Nós Judeus”, escreveu:
    “A tarefa da Inquisição não era perseguir judeus, mas limpar a Igreja de todo traço de heresia ou qualquer coisa não ortodoxa. A Inquisição não estava preocupada com os infiéis fora da Santa Igreja, mas com aqueles heréticos que estavam dentro dela (Nova York, 1935, pg. 53).
    O Dr. Cecil Roth, especialista inglês em História do Judaísmo, declarou num Forum sionista em Bufalo, (USA):
    “Apenas em Roma existe uma colonia de judeus que continuou a sua existência desde bem antes da era cristã, isto porque, de todas as dinastias da Europa, o Papado não apenas recusou-se a perseguir os judeus de Roma e da Itália, mas também durante todos os períodos, os Papas sempre foram protetores dos judeus.
    (…) A verdade é que os Papas e a Igreja Católica, desde os primeiros tempos da Santa Igreja, nunca foram responsáveis por perseguições físicas aos judeus, e entre todas as capitais do mundo, Roma é o único lugar isento de ter sido cenário para a tragédia judaica. E, por isso, nós judeus, deveríamos ter gratidão ” (25 de Fev de 1927).
    E sobre a Inquisição espanhola não se diz que ela logo foi uma instituição do Estado, não controlada pela Igreja, e que a Igreja teve que censurar e tomar medidas contrárias a ela. Mesmo assim, o que se fala contra a Inquisição espanhola é fruto das calúnias difundidas por Llorente, um padre apóstata, que escreveu um livro contra a Inquisição na Espanha, para ajudar os franceses de Napoleão a dominarem esse país, traindo assim a Igreja e a Pátria. E Llorente, terminada a sua obra, queimou todos os documentos que usou, para que não se vissem suas falsificações.
    A Inquisição foi instituída para combater o catarismo, que defendia a tese de que a mulher, por permitir a perpetuação da humanidade, através da geração, era um ser nocivo. Os cátaros eram contra a procriação e contra o matrimônio, considerando possessas as mulheres grávidas. Defendiam também o suicídio por inanição. A vitória do catarismo seria a extinção da humanidade. Até mesmo um autor protestante, inimigo da Inquisição, o americano Lea, considera que a Igreja, combatendo os cátaros, salvou a humanidade. Você só está viva, hoje, porque a Inquisição derrotou o catarismo.
    Rino Camillieri, autor do livro La Vera Storia dell Inquisizione, ed. PIemme, Casale Monferrato, 2.001, afirma que em 50.000 processos inquisitoriais uma ínfima parte levaram à condenação à morte, e dessas só uma pequena minoria produziu efetivamente execuções. ( Cfr. op. cit , p. 17) Diz ainda esse autor que na principal cidade medieval –centro da heresia cátara– , em um século, houve apenas 1% de sentenças à morte (Cfr. Op cit. p. 36). Um outro autor dá o número total de condenações à morte em Toulouse, durante 100 anos: 42 sentenças. E isso no local mais povoado de hereges, na Idade Média.
    Para saber mais, sobre O QUE FOI A INQUISIÇÃO.
    Eis, para download, digitalizado em formato PDF, o livro “A Inquisição em seu Mundo”, do Prof. João Bernardino Gonzaga. Título: A Inquisição em seu Mundo
    http://www.saopiov.org/2009/08/inquisicao-em-seu-mundo-prof-joao_16.html
    Este livro sim mostra a verdadeira história da Inquisição. Por isso é que o recomendo. Como você pode ver, em nenhum momento a gente nega os erros de alguns membros da Igreja. Ninguém disse aqui que alguns desmandos foram glória. Que desmandos eram esses? Faça-me o favor! Para falar sobre a Inquisição ou qualquer outra coisa relacionada à Idade Média, estude primeiro.

  12. Mariana
    “Cresci, amadureci e, questionadora que sou, não entendia algumas coisas da Igreja Católica, as quais eu sequer me permitia falar em voz alta anteriormente, mas que me incomodavam bastante. Não conseguia aceitar o “céu fácil” pregado pela Igreja, onde bastava aceitar Jesus e, se tivesse pecados, confessar-se regularmente. Também não conseguia imaginar um Deus justo que condena eternamente (séculos e séculos a fio) um filho seu que pecou por algumas décadas.”
    Eu já fui espírita, Mariana. Para ser mais exata, fui umbandista. E deixei de ser justamente por também ser questionadora. A Igreja nunca pregou um “céu fácil”. Você diz assim porque apesar de já ter sido católica, nunca entendeu muito bem a doutrina. Não basta apenas aceitar Jesus e confessar os pecados, não. Depende do que você chama de aceitar Jesus. Aceitar Jesus como você quer que Ele seja, e não como Ele é realmente, não é aceitá-Lo. E não basta apenas confessar os pecados, é preciso que haja um sincero arrependimento, e um firme propósito de não pecar mais. Não adianta se confessar e não se arrepender. E outra, para ganhar o céu, deve estar sempre em busca da verdade, não negar a verdade e preferir a mentira. E também é preciso odiar o pecado, não aprová-lo, como por exemplo, o homossexualismo. E também não se pode defender nada contrário ao cristianismo. Se pensa que a Igreja prega que é fácil ir para o céu, está enganada.
    “Também não conseguia imaginar um Deus justo que condena eternamente (séculos e séculos a fio) um filho seu que pecou por algumas décadas. ”
    Não é Deus que nos condena, filha, é a gente que se condena. Vai para o inferno quem quer, e vai para o céu quem quer. Só vai para o inferno quem rompe definitivamente com Deus, quem se torna inimigo de Deus, quem escolhe se afastar de Deus para sempre. É a pessoa que escolhe para onde ela irá quando morrer. Nós só temos tempo para nos arrependermos enquanto estamos vivos. Nós vivemos apenas uma vez, não existem outras vidas. Não vejo nenhuma injustiça nisso, não. Que injustiça, se é a pessoa que escolhe para onde irá quando morrer? Deus é amor, mas também é justiça, se a pessoa se recusa a se arrepender, e decide se afastar dele definitivamente, o que Ele vai fazer, obrigar a pessoa a ficar junto dele?
    “Só um parêntese: como é que a bíblia (Deuteronômio), um livro milenar, poderia condenar o espiritismo se essa palavra sequer existia antes de Allan Kardec inventá-la, por volta e 1848? Como é que ninguém questiona isso?”
    Na Bíblia existem passagens que condena a invocação dos mortos, que chamam de necromância.

  13. Mariana,

    “Não conseguia aceitar o “céu fácil” pregado pela Igreja, onde bastava aceitar Jesus e, se tivesse pecados, confessar-se regularmente. ”

    Onde é que voce leu ou aprendeu que a a Igreja ensina que aceitar Jesus é “ganhar o céu fácil”.
    Filha, ser católico é uma virtude das mais difíceis nessa vida.

    E ainda:

    ““Também não conseguia imaginar um Deus justo que condena eternamente (séculos e séculos a fio) um filho seu que pecou por algumas décadas. ”

    Percebi que a Srª é advogada.
    Pois bem, vamos falar na sua “lingua”.
    Como um Juiz de direito pode condenar um latrocída a 30 anos de cadeia por um só crime cometido em toda vida?
    Ele seria injusto na aplicação da pena?

    E mais:

    “As casas espíritas de todo Brasil realizam belíssimos trabalho de acolhimento, caridade, evangelização, que vão muito além do sopão referido por vc (muito digno, aliás)”

    Prezada, a unica caridade que o espiritismo faz é MATERIAL. E só.

    Por fim, o termo ESPIRITISMO pode ser novo; não a sua prática, essa sim, já bem conhecida em tempos antigos.
    Tão conhecida quanto condenada.
    Fica com Deus.
    Olegario.

  14. E já ia me esquecendo…
    Em tempo: Eu não vou “reencarnar” coissísima nenhuma.
    Já sofro demais nessa vida para querer “voltar” a esse mundo.
    Deixa eu ficar quietinho lá, com muita esperança, no purgatório.
    Abraços.
    Olegario

  15. Cristiane, se você foi umbandista, você jamais poderia dizer que foi espírita. Afora o fato de ambas as doutrinas serem reencarnacionistas, pouquíssimo há em comum. A distância é enorme. E sim, no Deuteronômio condena-se (pela tradução da Igreja Catolica) o espiritismo, por puro tendencionismo. Aliás, a bíblia, em seu original (hebraico), está repleta de passagens que confirmam a reencarnação. Atualmente, não ficaram muitas, mas estas existem mesmo assim. Aliás, se você realmente estudou a historia da Igreja, deverá saber que, em seu início, aceitava-se naturalmente tal idéia (reencarnação), sendo a mesma retirada no Concílio de Nicéia, por Justiniano, o imperador.
    Quanto ao céu fácil, mesmo lendo tudo que você escreveu, continuo achando uma proposta muito tranquila. Ficar arrependida, com peso na consciência, é bem fácil depois de cometer o erro (pelo menos é assim com a maioria das pessoas que conheço). Mas essa é uma questão de ponto de vista. Acho válido que você tenha se encontrado dentro da Doutrina Catolica e que tenha conseguido se tornar uma pessoa melhor. Foi o que aconteceu comigo, só que por causa do Espiritismo.
    As religiões, sobretudo as cristãs, deveriam se irmanar em favor da salvação das almas, da melhora da humanidade. Um belo exemplo era a amizade existente entre Divaldo Franco (espírita) e a Irmã Dulce. Ambos sabiam que o importante não era discutir se havia ou não reencarnação ou se existia mediunidade, mas sim AMAR AO PRÓXIMO, FAZER O BEM, o que, de fato, foi ensinado por Jesus.

  16. Apenas retificando, escrevi sem verificar e não tenho certeza quanto ao Concílio, mas sei que foi por volta do século 550 depois de Cristo, aproximadamente.

  17. Mariana
    Na Bíblia existem passagens que condena a invocação dos mortos, que chamam de necromância.
    Correção: Na Bíblia existem passagens que condena a EVOCAÇÃO dos mortos, que chamam de necromância. É isso o que o espiritismo faz, evoca os mortos.
    Deuteronômio 18,9
    “Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações.
    Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro;
    Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;
    Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti.
    Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus.
    Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa.”

  18. Dª Mariana.

    “As religiões, sobretudo as cristãs, deveriam se irmanar em favor da salvação das almas, da melhora da humanidade. Um belo exemplo era a amizade existente entre Divaldo Franco (espírita) e a Irmã Dulce.”

    Trabalhar em favor das almas é justamente o que a Igreja faz há dois mil anos.
    E condenar o espiritismo de cabo a rabo é tão somente parte desse caridoso trabalho.
    Aliás, a doutrina espirita e a umbanda difirenciam-se apenas nos métodos, mas o fim é o mesmo: Uma bate tambor, e a outra move copo; ambas querendo o contato com espiritos.
    Quanto a suposta “amizade” do Divaldo e a Irmão Dulce, azaro dela…
    Sigo a pedagogia de Padre Pio:

    Agradar SOMENTE a Deus; ao homem, fazer o bem.

    Abraços.
    Olegario.

  19. Mariana
    “Cristiane, se você foi umbandista, você jamais poderia dizer que foi espírita. Afora o fato de ambas as doutrinas serem reencarnacionistas, pouquíssimo há em comum. A distância é enorme. E sim, no Deuteronômio condena-se (pela tradução da Igreja Catolica) o espiritismo, por puro tendencionismo. Aliás, a bíblia, em seu original (hebraico), está repleta de passagens que confirmam a reencarnação. Atualmente, não ficaram muitas, mas estas existem mesmo assim. Aliás, se você realmente estudou a historia da Igreja, deverá saber que, em seu início, aceitava-se naturalmente tal idéia (reencarnação), sendo a mesma retirada no Concílio de Nicéia, por Justiniano, o imperador.”
    Umbanda é uma forma de espiritismo, porque também evoca os mortos. A única diferença é que a umbanda mistura catolicismo junto. É uma mistura de catolicismo com espiritismo e outras religiões afro-brasileiras. É um sincretismo. Fora o fato de haver elementos do catolicismo na umbanda, entre outras coisas, no resto não vejo grande diferença não, porque a umbanda prega o mesmo que o espiritismo prega. Na umbanda também existe médiuns, e a crença na reencarnação, nas leis cármicas e progressos da alma. Tanto que os espíritas aprovam a umbanda, de acordo com o que eu li em um dos romances espíritas. Os próprios umbandistas se entitulam espíritas. Os próprios umbandistas admiram Chico Xavier. Eu era espírita sim, porque lia muitos livros espíritas e acreditava na doutrina espírita. Acreditava mesmo na reencarnação, defendia arduamente a reencarnação, ninguém podia contestar. Só que foram os próprios romances espíritas que desmascararam o espiritismo, que mostraram que os espíritos autores destes livros só podiam ser demônios, porque pregam tudo ao contrário do que Jesus ensina. Como é que estes espíritos podiam vir de Deus, se incentivavam o adultério, e em um dos livros falavam do homossexualismo como se fosse bom, como se não fosse condenável? Como se pode dizer que estes espíritos vêm de Deus, se negam a divindade de Cristo? E na Bíblia não há nenhuma passagem que confirma a reencarnação. Na Bíblia só há a crença na ressurreição, que é diferente de reencarnação. Ressurreição e reencarnação não são a mesma coisa, são duas coisas completamente diferentes. Vocês espíritas dizem que são a mesma coisa, mas não tem nada a ver. Você afirma que a Igreja Católica condenou o espiritismo por puro tendecionismo, mas não me apresentou nenhum documento que confirma isso. Se você afirma que a Igreja adulterou as traduções, tem de provar, querida. Não vale apenas afirmar o que você acha. E nunca na história da Igreja foi a aceita a reencarnação.

  20. “Aliás, se você realmente estudou a historia da Igreja, deverá saber que, em seu início, aceitava-se naturalmente tal idéia (reencarnação), sendo a mesma retirada no Concílio de Nicéia, por Justiniano, o imperador.”

    Em primeiro lugar, o Concílio de Nicéia ocorreu no tempo de Imperador Constantino e nem foi tratado algo de Ressurreição x Reencarnação e sim sobre a heresia ariana que negava a divindade de CRISTO e se disser que foi o Segundo Concílio de Nicéia, esta tratou somente sobre a Iconoclastia, talvez esteja falando do Concílio de Constantinopla, este sim foi convocado pelo Imperador Justiniano, porém, nada consta nos anais deste concílio ago que condenem doutrinas espíritas, e neste concílio foram debatidos as heresias: Monofisistas, Arianas e o Origenismo, em Segundo Lugar a Reencarnação nunca foi aceita pelos cristãos desde seu início pois a Salvação só nós vem por meio do Sacrifício Vicário de CRISTO na cruz e não por diversas reencarnações, e esta salvação nós é aplicada em nós a medida que aceitamos JESUS como nosso Salvador, e na prática constante da Santidade como: na obediência aos Dez mandamentos – (Mat. 19, 17.18-19), na prática a caridade – (Mat. 25, 31-46) , na recepção dos sacramentos – (Mc 16, 16; João 6, 54; 48-58; 20, 22-23), na obediência a Igreja – (Mateus 18, 17-18; Luca 10,16), enfim, seguir tudo aquilo que JESUS nos ensinou e mandou que praticássemos, pois assim ELE nós diz: ” Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna. Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus. Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus. ” (João 3, 14-21), portanto, seria inverossímil crer que os primeiros cristãos viessem acreditar na reencarnação, haja vista que esta doutrina vai totalmente contra ao que CRISTO nos ensinou, se fosse verdadeira então o sacrifício de CRISTO na cruz foi totalmente em vão: “Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados” (1º João 4,10), ver também: 1º Cor. 15, 1; 1º João 2,2; 1º Pedro 2,24; 3,18; Apocalipse 1, 5; Efésios 2,5; Gálatas 1,4; Romanos 4, 25.

  21. “Se você afirma que a Igreja adulterou as traduções, tem de provar, querida. Não vale apenas afirmar o que você acha. E nunca na história da Igreja foi a aceita a reencarnação. ”

    Também concordo com a Cristiane, se a Igreja adulterou alguma coisa tem que dizer: aonde, como, quando e por quem, caso contrário, torna-se apenas acusações sem fundamentos.

  22. Mariana
    “Quanto ao céu fácil, mesmo lendo tudo que você escreveu, continuo achando uma proposta muito tranquila. Ficar arrependida, com peso na consciência, é bem fácil depois de cometer o erro (pelo menos é assim com a maioria das pessoas que conheço).”
    Proposta muito tranqüila? Você não sabe o que diz. Muita gente pode ficar com peso na consciência, mas ficar arrependido não é ficar com peso na consciência, querida. Arrependimento não é remorso. Arrependimento é quando a gente reconhece o erro, arrependimento é uma verdadeira tristeza pelo pecado. O ser humano arrepende-se de seu pecado quando toma consciência de que o praticou, reconhece a sua condição de pecador e deseja não cometer o mesmo erro. Verdadeiro arrependimento é quando a pessoa odeia o próprio pecado e faz o possível para não voltar a cometê-lo. Tem gente que apesar de sentir remorso, ainda tenta justificar o pecado, dizendo que foi por força das circunstâncias, que se as circunstâncias fossem outras, não teria feito. Fica tentando se justificar o que não tem justificativa, com argumentos do tipo: ah, eu não sabia, não foi por mal! Isso é arrependimento? Verdadeiro arrependimento é quando a gente fica triste por ter consciência de ter ofendido a Deus. Quando a pessoa se arrepende de ter feito o mal por causa das conseqüências, e não por causa da ofensa feita a Deus,ou seja, se não se arrepende de ter ofendido a Deus, então não é um verdadeiro arrependimento. É como no caso de Judas Iscariotes, ele sentiu remorso, peso na consciência, mas não sentiu verdadeira tristeza por ter traído e negado Jesus Cristo. Para a pessoa se arrepender, precisa antes ter sido tocada pelo Espírito Santo. Sem isso, a pessoa não é capaz de se arrepender. Você acha o que, que é fácil assim uma pessoa se arrepender? A maioria das pessoas NUNCA se arrepende sinceramente, minha filha. A maioria pode apenas dizer que se arrepende, e no fundo não estarem arrependidas, porque arrependimento tem de ser de coração. A maioria das pessoas não quer reconhecer que errou, e digo isso por experiência própria. Para você entender melhor, vou citar um exemplo. Veja só o caso de muitos homossexuais praticantes, eles sabem muito bem que para o cristianismo o homossexualismo é pecado, mas não se arrependem, ainda incentivam e aplaudem o pecado. Acham bonito. Eles acham que Deus está errado em condenar o homossexualismo e eles é que estão certos, querem sempre estar com a razão. Eles querem saber mais que Deus. Eles amam o pecado e não querem deixar o pecado. Não amam a Deus o suficiente para deixar o pecado. Eles não se importam se estão ofendendo a Deus ou não, são egoístas e só estão preocupados com eles mesmos, com o seu prazer. E não se importam em blasfemar contra Deus e os santos, como fizeram na parada gay. Muito pelo contrário, eles acham que estão certos em fazer o que fazem. Pois bem, esta é a atitude da maioria das pessoas. Existe muita gente que apesar de sentir peso na consciência, não quer abandonar o pecado, não luta contra o pecado e que no fundo até gosta de pecar. Isso é arrependimento? Tem gente que condena alguns pecados, mas não condena outros. E tem de condenar todos os pecados, odiar a todos os pecados, não somente alguns.

  23. E apenas dando mais ênfase nas argumentações da Cristiane Pinto, que aliás, tem tido participações brilhantes por aqui, digo que os espiritas não querem associação com os umbandistas, por puro preconceito.

    Isso porque a umbanda tem o pézinho na senzala e é um rito costumeiramente praticado em terreiros de macumba, enquanto o espiritismo é oferecido em salões mais sofisticados e para uma clientela mais vip.

    A umbanda, candomblé ou qualquer outra vertente disso, evoca espiritos de “preto véio”, “marinheiro trombador” e “caboclo chupa cabra”, e a doutrina espirita, querendo se ver longe disso, busca contato com “defuntos mais elitizados” como Jhon Lenon, Elvis Presley, Billie Holliday e logo, logo, vai chamar o Michael Jackson prá entrar na dança…literalmente.
    ( O que vai ter de pai de santo dançando Billie Jean…)
    Por isso reafirmo que não adianta ousar buscar um distanciamento entre a umbanda e o espiritismo.
    Embora usando métodos um pouco diferenciados, o desfecho final de ambos visa sempre o mesmo propósito, que é a evocação de espiritos; prática sabiamente condenada pelas escrituras.
    Ressalto ainda uma questão gravíssima e nada CARIDOSA do espiritismo, que é “vender” a uma familia que foi massacrada pela perda de um ente querido a ilusão de que o falecido mandou “cartinha dizendo que esta bem, feliz, num mundo de luz (sic)…etc” dando com isso, aos que ficaram, um lenitivo falso e duramente covarde.
    A mãe e o pai que perdeu um filho deve rezar pela alma dele todos os dias e confiar incondicionalmente na Misericórdia de Nosso Senhor.
    Cristo é justo juiz.
    Buscar consolo em estórinhas de contato, bilhetinhos deixados no fundo da gaveta, parábolas e enigmas mal resolvidos, não vai contar a favor dele; e o que é pior, deixa evidente uma imensa falta de confiança em Deus.
    É isto.

    Olegario.

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