Padre Gregor Mendel, pai da Genética

Hoje celebra-se o 189º aniversário do padre Gregor Mendel, pai da genética. Segundo Terra, o “monge agostiniano, botânico e meteorologista […] é o grande responsável pelo que hoje chamamos de Leis de Mendel, leis da hereditariedade, isto é, que regem a transmissão dos caracteres hereditários”.

Todos nós aprendemos genética no segundo grau, e todos nós ouvimos falar em Mendel. O que nós geralmente não ouvimos é o seu “nome completo”: padre Gregor Mendel. E não o ouvimos porque interessa manter incólume a lenda negra segundo a qual a Igreja é “inimiga da ciência” – coisa que fica difícil de sustentar quando verificamos que grandes nomes da história do conhecimento humano (como o próprio pe. Mendel, ou o monge Copérnico, ou o pe. Lemâitre…) não apenas foram católicos como também pertenceram à hierarquia católica.

O Google celebrou o natalício do pe. Mendel. Também nós nos unimos à celebração deste ilustre filho da Igreja. A despeito do que queiram os anti-clericais, hoje nós celebramos a memória de um homem – um fato – que faz calar a lenda negra. Sim, o pai da Genética era um padre. Durma-se com um barulho desses.

Curtas

– Eu ainda não havia visto este Sussidio per Confessori, que está disponível em português no site da Congregação para o Clero. São mais de setenta páginas, englobando explanações teológicas e orientações práticas. Entre estas últimas, à guisa de destaque:

Outras normas oferecem algumas pistas para ajudar os penitentes a confessarem-se com clareza, por exemplo, em relação ao número e espécie dos pecados graves, indicando os tempos mais oportunos, os meios concretos (quais possam ser, em qualquer ocasião, os intérpretes) e sobretudo a liberdade de confessar-se com os ministros aprovados e que os mesmos podem ser escolhidos.

É necessário confessar o número e a espécie dos pecados graves! Que coisa mais medieval e tão pouco ensinada nos dias de hoje! É um bom sinal. Que Deus nos livre dos maus confessores, deformadores de consciências. Que Ele nos dê santos sacerdotes.

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Audiência Geral de Paulo VI em 1972, confronting the devil’s power. Pena que está em inglês e eu não posso traduzir agora. Reproduzo alguns trechos que o Carlos Ramalhete fez a gentileza de traduzir recentemente na lista “Tradição Católica”:

“E então o pecado, por seu lado, se torna a ocasião e o efeito da interferência, em nós e em nosso trabalho, de um agente hostil e escuro, o Diabo. O mal não é apenas uma carência, mas uma força ativa, um ser espiritual vivo que é perverso e perverte outros. Trata-se de uma realidade terrível, misteriosa e apavorante.

[…]

Ele solapa o equilíbrio moral do homem com seus sofismas. Ele é o sedutor esperto e maligno que sabe como abrir caminho até nós através dos sentidos, da imaginação e da libido, através da lógica utópica ou de contratos sociais desordenados no toma-lá-dá-cá de nossas atividades, para que ele consiga causar em nós desvios que são tão mais daninhos por parecerem conformar-se à nossa constituição mental ou física ou a nossas aspirações instintivas e profundas.

Este tema do Diabo e da influência que ele pode exercer sobre indivíduos e sobre comunidades, sobre sociedades inteiras e sobre acontecimentos, é um importantíssimo capítulo da doutrina cristã que deveria ser novamente estudado, ainda que seja hoje objeto de tão pouca atenção.

[…]

Isto não significa que todo pecado seja devido diretamente à ação diabólica, mas é verdade que quem não se vigia com um certo rigor moral está exposto à influência do ‘mistério da iniquidade’ citado por São Paulo, que coloca em grave risco a salvação. Nossa doutrina se torna incerta, com a escuridão obscurecida pela escuridão que rodeia o Diabo. Mas nossa curiosidade, excitada pela certeza de sua existência multiforme, tem o direito de fazer duas perguntas. Há sinais, e quais são eles, da presença da ação diabólica? E quais são os meios de defesa que temos contra perigo tão insidioso? Temos que ser cautelosos ao responder à primeira pergunta, ainda que os sinais do Maligno pareçam ser muito óbvios em algumas ocasiões. Podemos presumir que sua ação sinistra está operando onde a negação de Deus se torna radical, sutil e absurda; onde mentiras se tornam poderosas e hipócritas diante da Verdade evidente; onde o amor é sufocado pelo egoísmo cruel e frio; onde o nome de Cristo é atacado com ódio consciente e rebelde; onde o espírito do Evangelho é diluído e rejeitado, onde o desespero é afirmado como sendo a última palavra, etc.

[…]

É mais fácil formular uma resposta para a outra pergunta – que defesa, que remédio deveríamos usar contra a ação do Diabo: – ainda que continue a ser difícil colocá-los em prática. Poderíamos dizer: tudo o que nos defende do pecado nos fortalece, por isso mesmo, contra o inimigo invisível. A Graça é a defesa decisiva.

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Datafolha desvenda o mistério das multidões paulistanas. Como comentou um amigo: será que agora vão processá-la por homofobia?

Para pôr fim à imprecisão e a esse antigo debate paulistano, o Datafolha calculou a quantidade máxima de pessoas que os três principais espaços a sediar eventos do tipo –avenida Paulista, praça Campo de Bagatelle e vale do Anhangabaú– têm condição de abrigar. Mesmo com estimativas bastante generosas, é possível afirmar: não cabe tudo isso de gente.

Segundo o instituto de pesquisa, 1,5 milhão de pessoas é a lotação máxima do trecho Paulista-Consolação, caminho que a Parada Gay percorre. Isso num cálculo superestimado, considerando sete pessoas por metro quadrado, sufoco semelhante ao enfrentado por passageiros que embarcam na estação Sé do metrô no horário de pico. Para que 4 milhões ocupassem esses 216 mil m², seria necessário que 18 pessoas se espremessem em cada metro quadrado, algo só possível para contorcionistas como os da escola Acrobacia e Arte, convidados para ilustrar a capa desta edição.

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Médico indica aborto, casal se recusa e menina sobrevive: dramática história!

“Todos os dias eu me perguntava se ela ainda estava viva dentro de mim”, contou Healther. Mas, contra todas as probabilidades, Charley-Marie surpreendeu os médicos e sobreviveu. Ela nasceu em janeiro do ano passado, três semanas antes do previsto. Imediatamente após o nascimento, a garota foi levada para a UTI do hospital para que fossem realizados exames no seu coração. O tumor ainda estava lá, contudo, de alguma forma, o coração da menina encontrou uma maneira de bombear o sangue.

[…]

Mais uma vez contrariando as expectativas, Charley-Marie teve, sim, sua festa de aniversário de 1 aninho, com direito à família reunida e fogos de artifício. Hoje, aos 19 meses, a menina se comporta com qualquer criança de sua idade, segundo a mãe. “Os médicos não tem ideia do que vai acontecer com o coração dela. E nós apenas esperamos pelo melhor”, afirmou.

Talvez coubesse perguntar como um médico é capaz de conviver com o fato de ter assinado uma sentença de morte para um bebê supostamente “condenado” (que, hoje, tem um ano e meio de idade). Mas o fato das pessoas conviverem com o aborto já é, de per si, um mistério grande o suficiente: o assassinato de crianças é sempre horrível, não importa quais sejam os motivos elencados. E Charley-Marie está aí, vivendo, para provar como sói os médicos estarem errados e, portanto, como é descabida qualquer pretensão de interromper a vida de outrem. Memento Marcela.

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Gaga sobre Gaga. Destaco:

O que me leva ao ponto mais chocante das extravagâncias de Lady Gaga. Parece que depois de tantos anos, não há imagem mais poderosa que o amor, o sofrimento e o compromisso total que a produzida pelo Cristianismo. Temo que muitos de seus seguidores não sabem o que é uma religiosa (de fato, as meninas estavam fascinadas pelas religiosas), mas o hábito religioso ainda proclama a castidade e o compromisso com algo e Alguém maior que si mesmo. Mantém seu poder, razão pela qual uma estrela do pop tenha tentado explorá-lo. Em vídeos onde menos (roupa) é mais e a novidade é tudo, a tradição ainda pode cativar e desestabilizar. A senhorita Germanotta pode tentar exorcizar suas raízes católicas com piadas sobre monges de plástico, mas a simplicidade que ela ridiculariza será sempre mais simbólica que suas extravagantes sátiras.

Ninguém foi capaz de superar a imagem do sofrimento por amor exemplificada pela Paixão de Cristo. A coroa de espinhos, os braços estendidos, as feridas e a humilhação alimentaram muitos mais do que uma estrela do pop buscando atenção. Nenhuma estrela pop fantasia sobre a extração asteca de corações ou a decapitação da Revolução Francesa, mas no entanto erotizam com o sofrimento de Cristo, porque admitem seus efeitos duradouros. Jesus sofreu, não por uma vã excitação física, como a senhorita Germanotta, e o que queremos conhecer é a profundidade de seu amor, um amor que está disponível para todos. E de novo, a senhorita Gemanotta não entende que a sexualidade onívora não é o mesmo que o amor universal.

Dos soutiens às cachorras

Aviso aos leitores mais sensíveis que este post contém uma certa dose – maior do que a que eu me permito usualmente – de expressões chulas, maliciosas e de duplo sentido. Julgo necessário fazê-lo para tratar com mais propriedade do assunto que desejo comentar. Disclaimer feito, vamos ao texto.

Li hoje sobre um projeto de lei – “assinado por 11 deputadas do estado da Bahia” – contra a desvalorização da mulher na música (baiana, em particular, mas eu diria que isto se estende à música brasileira em geral). Trata-se do PL 19.203/2011, da Assembléia Legislativa da Bahia e da autoria da deputada petista Luiza Maia. Tal projeto “[d]ispõe sobre a proibição do uso de recursos públicos para contratação de artistas que em suas músicas, danças ou coreografias desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres a situação de constrangimento”. Na sua justificativa, pode-se ler que

é mister atentar para os conteúdos ofensivos de alguns dos hits do momento, especialmente no que se refere ao reducionismo e desqualificação do ser feminino. Em algumas composições, a mulher é tratada como objeto sexual, como se fosse abreviada apenas a peito, bunda e genitália. Em outras, sob o perigoso pretexto de brincadeira momentânea, prega-se, mesmo que involuntariamente, a violência de gênero. É necessário ver essa situação como um problema. Afinal de contas, muitas pessoas internalizam o teor dessas canções no subconsciente. Ou pior ainda: banalizam o destrato contra a mulher

Eu acho que já comentei aqui outras vezes sobre o péssimo gosto da música contemporânea. Acho perfeitamente justo que o dinheiro público não seja empregado na contratação de “artistas” (!) de gosto tão duvidoso, como propõe o referido projeto de lei. Isto, no entanto, é só a ponta do iceberg. O problema estrutural é muito mais fundo e mais complexo.

O prof. Roberto Albergaria, citado na reportagem do Jornal do Commercio (reproduzida no primeiro link), critica este projeto de lei. E justifica: “É uma idéia estúpida e preconceituosa. A deputada não entendeu como essas músicas são recebidas pelo povo. Elas são machistas, como a sociedade também é. Mas as mulheres que ouvem pegam essas letras, retorcem e fazem uma leitura irônica delas”. Sinto-me na obrigação de discordar do senhor antropólogo da UFBA. Esta música – e outras parecidas que apresentam a mulher como um objeto sexual – não são nada machistas. Na verdade, são é feministas.

Sim, feministas. Quem não se lembra das clássicas queixas das incendiárias de soutiens? As mulheres eram forçadas a ficar em casa enquanto os seus maridos iam às ruas atrás de um rabo-de-saia. É contra este status quo que as mulheres (até aqui, justissimamente) se insurgem; no entanto, o que elas reivindicam não é uma maior moralidade masculina, mas sim o contrário: querem direitos iguais. Querem o seu quinhão de participação na imoralidade. E, aqui, a queixa perde toda a justiça e degenera fatalmente nesta depravação que encontramos por aí nos dias de hoje.

Para mim, todas essas músicas nas quais as mulheres são apresentadas como objetos sexuais – de “mulher não trai, mulher se vinga; mulher cansou de ser traída” a “eu não sou brinquedo não; / se não comer as duas / vai rolar a confusão” – têm um forte cheiro de lingerie queimada. Pra mim, está mais do que claro que este tipo de composição poética não poderia jamais encontrar lugar em uma sociedade “machista” nos moldes tão virulentamente atacados pelas feministas, e foi necessário que primeiro as mulheres passassem a se comportar como machos no cio para que, só depois, as músicas populares seguissem-lhes os passos e apresentassem um retrato de tão degradante espetáculo.

E a maior prova disso é que… não se encontram composições com este nível de imoralidade nas músicas legadas por nossos pais e avós. Vejam bem, o problema não é o sexo. Bem ou mal, sempre houve músicas de teor erótico (afinal, quer coisa mais erótica do que uma camisola de renda – de Sevilha! – ocultando o “divino conteúdo” do qual o eu-lírico se reclama dono?). O problema são as situações (sempre intrinsecamente imorais) nas quais o sexo é cantado e – muito pior – exaltado. Antigamente, até mesmo as prostitutas mereciam canções; mas elas recebiam um “eu vou tirar você deste lugar, / eu vou levar você para morar comigo”. Coisa totalmente diversa se encontra nos dias de hoje onde é… “só as cachorras”, e onde as mulheres claramente se orgulham de serem cantadas como se fossem objetos de prazer. Neste mundo de indigência musical, acaso é de se espantar que nos alegremos quando – com toda a desgraça! – encontremos uma menina cantando “se quiser me ter [sim, com total trocadilho aqui] / tem que ser só meu”?

As feministas julgaram por bem exigir os mesmos “direitos” dos homens, entendendo por isso também o “direito” à imoralidade, à promiscuidade, ao sexo casual, ao prazer venéreo buscado pelo próprio prazer venéreo. E esta mentalidade – claro – se reflete também nas músicas. Foi preciso que chegássemos ao fundo do poço para que passássemos a perceber que existem músicas denegrindo as mulheres! Mas isto não é de hoje: começou com os soutiens queimados. Neste caso, a música popular não “cria” cultura: ela reflete e expande uma cultura que já existe subjacente a ela.

Sim, há músicas que se referem às mulheres como um objeto sexual, mas isto não é o pior. O pior é haver mulheres apresentando-se como objeto sexual, em uma busca vazia por prazer venéreo como se isto fosse uma espécie de “libertação” da “opressão masculina” e onde o seu valor é aferido por meio da quantidade e da intensidade de excitações e fantasias que elas são capazes de proporcionar. Sim, eu tenho certeza de que é importante que se parem de cantar músicas nas quais as mulheres são tratadas como animais ou como objetos. Mas, para isto, parece-me ser de capital importância que sejam reconstruídos alguns soutiens.

Virgem do Carmo, rogai por nós!

Sábado chuvoso. Dia nublado, oscilando entre garoa leve e toró forte; mas era dia de Nossa Senhora do Carmo, Padroeira da cidade do Recife. Era imperativo ir à Basílica no centro da cidade, oferecer à Flor do Carmelo o nosso preito de gratidão e manifestar-lhe publicamente a nossa vassalagem. A despeito da chuva – e, quiçá, até mesmo por causa da chuva.

E eu fui. Bastante gente! E, este ano, não era um feriado ensolarado no meio da semana com festas de rua convidativas. Este ano, era um sábado chuvoso que induzia as pessoas a ficarem em casa. Mas é festa da Virgem do Carmo! E, portanto, os filhos d’Ela foram às ruas. Apesar da chuva.

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

Sí, es posible la esperanza!

Recebi hoje pela manhã esta bonita notícia sobre o apoio que um ateu homossexual resolveu prestar, publicamente, a um sacerdote espanhol – mais, a um bispo espanhol – que, em sua diocese [aliás, pelo que eu entendi é mais especificamente no site da sua diocese], está promovendo um espaço de ajuda para as pessoas homossexuais que estão dispostas a lutar para abandonar os seus vícios e para levar uma vida da maneira que o Todo-Poderoso deseja.

Não deixem de ler as palavras do jovem venezuelano, que são bonitas; mas o que é ainda mais bonito nesta história toda é a mensagem de esperança que Dom Juan Antonio Reig Pla publicou no site da Diocese de Alcalá. Es posible la esperanza! Estas palavras são um verdadeiro alento para as tantas pessoas que, sofrendo em sua carne os males das inclinações homossexuais, vêem-se abandonadas e privadas do acesso a informações e a pessoas que lhes possam ajudar a enfrentar com dignidade a cruz que aprouve à Divina Providência que lhes coubesse. Porque a Ideologia Gay tampouco admite que haja um homossexual insatisfeito com a sua condição e desejoso de mudar. A famosa “liberdade de escolha”, que até há bem pouco tempo ressoava em nossos ouvidos em defesa dos homossexuais, virou rapidamente uma liberdade de uma escolha só e portanto, por definição, uma não-liberdade.

O Carlos Ramalhete falava exatamente sobre isto na sua coluna de ontem na Gazeta do Povo. Não sobre homossexuais, mas sobre escolhas, e sobre os males que advêm quando terceiros tomam sob si a “responsabilidade” de decidir o que é melhor para alguém. Não é muito diferente a (hipotética) proibição do açúcar no café da (concreta) proibição dos programas de ajuda à pessoa homossexual: em um e em outro caso, temos burocratas ou ideólogos decidindo por si próprios o que é melhor para as pessoas, pouco importando o que estas pessoas pensem ou queiram.

Em última instância, ninguém pode forçar um pecador a se converter. Mas é fundamental – é uma exigência da Caridade inegociável – que os pecadores desejosos de se converterem possam receber de nós todo o apoio do qual necessitarem. Outra, no entanto, é a idéia (e a prática) do Movimento Gay: ao pregarem abertamente contra a irreversibilidade do comportamento homossexual, ao desacreditarem as iniciativas que se propõem a oferecer verdadeira ajuda às pessoas que padecem destes vícios e ao até mesmo atacarem abertamente (por via judicial, se necessário for) as pessoas ou entidades dispostas a oferecerem uma alternativa à entrega animalesca aos imundos pecados contrários à natureza, o que o Movimento Gay quer na verdade é impôr uma terrível escravidão a todas as pessoas que padecem de tendências homossexuais. Negando-lhes a possibilidade de escolher (ou, ainda pior, negando que haja escolhas), transforma-as em escravos [afinal, «a incapacidade de escolha é a maior característica do escravo», como disse o Ramalhete] de seus torpes desejos. Isto sim é degradante, e isto sim deveria ser objeto de censura dos poderes públicos – não os convites à liberdade dos filhos de Deus.

Não deixem de ver o site do Es posible la esperanza (sim, contra tudo o que dizem os baluartes da Ideologia Gay e a despeito das tentativas da Gaystapo de silenciar as vozes dissidentes, é sempre possível a esperança). E, em particular, não deixem de ver as mensagens de agradecimento ao bispo de Alcalá; o preito de gratidão por um bispo que não se rendeu à agenda gay e que está, sozinho, fazendo infinitamente mais pelos homossexuais do que todo o Movimento Gay do mundo inteiro.

Selo “Reflexões Franciscanas” de Catolicidade

Recebi do caríssimo amigo Cleiton Robson – membro da equipe responsável pelo excelente “Reflexões de Espiritualidade Franciscana” – o selo abaixo, que muito me honra. Em particular pelo simbolismo deveras adequado: o selo ostenta um “Taurroba” [p.s.: posteriormente retirado por conta de reclamações sobre direitos autorais], que é um Tau franciscano desenhado em formato de arroba (@) – o qual, tendo o significado de «faz[er] “localizar e entrar em sincronia” com o mundo franciscano», carrega também uma claríssima referência às tecnologias atuais, às novas mídias de comunicação, à internet, aos novos “apostolados virtuais” entre os quais o Deus lo Vult! tem o privilégio de estar contado.

Agradeço pela gentileza e pelo reconhecimento do trabalho aqui levado a cabo – graças ao bom Deus, com melhores frutos do que as minhas misérias poderiam fazer supôr. E aproveito para pedir orações por este site, que se propõe a dar a sua modesta contribuição ao apostolado católico neste novos areópagos que a internet descortina diante dos homens dos tempos modernos.

Os fantasmas da Teologia da Libertação ainda assombram Campinas; mas os verdadeiros católicos estão atentos e agem rapidamente

Neste sentido, amados Irmãos, vale a pena lembrar que em agosto passado, completou 25 anos a Instrução Libertatis nuntius da Congregação da Doutrina da Fé, sobre alguns aspectos da teologia da libertação, nela sublinhando o perigo que comportava a assunção acrítica, feita por alguns teólogos[,] de teses e metodologias provenientes do marxismo. As suas seqüelas mais ou menos visíveis feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas. Suplico a quantos de algum modo se sentiram atraídos, envolvidos e atingidos no seu íntimo por certos princípios enganadores da teologia da libertação, que se confrontem novamente com a referida Instrução, acolhendo a luz benigna que a mesma oferece de mão estendida; a todos recordo que «a regra suprema da fé [da Igreja] provém efetivamente da unidade que o Espírito estabeleceu entre a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, numa reciprocidade tal que os três não podem subsistir de maneira independente» (João Paulo II, Enc. Fides et ratio, 55). Que, no âmbito dos entes e comunidades eclesiais, o perdão oferecido e acolhido em nome e por amor da Santíssima Trindade, que adoramos em nossos corações, ponha fim à tribulação da querida Igreja que peregrina nas Terras de Santa Cruz.

Bento XVI,
Ad Limina dos bispos das regionais Sul-3 e Sul-4 da CNBB
5 de dezembro de 2009

Eu já ouvi a história de mais de uma fonte; conto-a de um modo imperfeito, provavelmente confundindo alguns detalhes, mas a reproduzo íntegra em suas linhas gerais. Certa feita, nos idos do Brasil da década de 70 ou 80, um líder de alguma “comunidade oprimida” (índios, ou imigrantes, não lembro bem) foi se reportar a um certo bispo da Teologia da Libertação para informar-lhe de que a sua comunidade estava abandonando a Igreja Católica (que tivera presença atuante por meio das CEBs na tal comunidade) para abraçar alguma seita pentecostal. E justificou: “Excelência, nós agradecemos pela defesa dos nossos direitos, pela consciência política, pelas lutas por condições mais dignas, por tudo isso; mas estamos indo embora porque precisamos de Deus, e aqui não O encontramos”…

Ora, mas acontece que a finalidade da Igreja é a salvação das almas uma a uma, e não outra (como disse o Papa Bento XVI aqui, na Catedral de São Paulo). Uma religião sem Deus não se pode pretender verdadeira religião, uma práxis que não tenha por objetivo principal a salvação das almas e a glória de Deus não se pode pretender católica, uma teologia que promove uma visão de mundo apenas horizontal e natural não se pode pretender legítima teologia da Igreja. Tudo isto me parece bastante evidente.

Eu lembrei da história (e das recentes palavras do Santo Padre que vão em epígrafe) quando li um artigo recentemente publicado no site da Arquidiocese de Campinas sobre a Teologia da Libertação. Em particular, logo ao ler a primeira frase do artigo: “Quando pároco na paróquia São Judas Tadeu, na Vila Lemos, tive a grata satisfação de ter um contato com as comunidades daquela paróquia, muito marcadas pela presença querida das CEBs, que beberam da Teologia da Libertação e deram seus frutos, como disse o evangelho do domingo passado… «Um deu cem, outro 60 e outro 30…»”. E eu sinceramente não consigo entender como é possível, em pleno século XXI, haver quem ainda defenda os frutos podres da malfadada Teologia da Libertação.

Trata-se provavelmente da teologia mais reiteradas vezes condenada pela Igreja nas últimas décadas! Da Libertatis Nuntius ao discurso do Papa acima citado, de Leonardo Boff a Jon Sobrino, estamos falando de uma posição constante da Igreja – frontalmente contrária à Teologia da Libertação – repetida de modo claríssimo por anos e anos a fio e, infelizmente, ainda encontrando no Brasil os ouvidos surdos de fiéis (ou, muito pior ainda, de pastores) que preferem seguir as próprias fábulas à doutrina segura enunciada pelo Vigário de Cristo.

E isto ainda hoje, a despeito de todos os tristes frutos que esta visão marxista do Cristianismo já entregou à sociedade e à Igreja. A TL não dá incentivos à caridade (aliás, ela nem sabe o que é isso), e sim (quando muito!) à filantropia barata. Não forma líderes cristãos preparados para espalhar sobre a terra “o doce odor de Cristo”, e sim sindicalistas. Não salva o homem do pecado, e sim do seu “patrão” (ou – para ser ainda mais impessoal e anti-natural –  “das elites”, ou “do capitalismo”, ou “do neo-liberalismo”, ou de qualquer besteira parecida da qual se queira lançar mão). Não inflama a esperança dos homens acenando-lhes com a promessa do Céu, e sim com a de uma utopia materialista de uma sociedade justa, igualitária… e impossível. Destrói as vocações, em tudo discorda da Doutrina da Igreja, promove a desobediência, as rebeliões e as divisões, propaga uma visão paupérrima de Cristo e da Igreja, solapa a religião em suas bases, aprisiona os homens no mais estéril materialismo… Em suma, de todos os frutos da Teologia da Libertação que se podem dizer verdadeiramente frutos dela (i.e., que sem ela não seriam obtidos), não há um único que se salve. Com a condenação explícita da Igreja e com o triste testemunho factual de seus abundantes frutos podres… qual a razão da insistência nesta teologia inquestionavelmente fracassada?

Voltemos ao artigo publicado no site da Arquidiocese de Campinas. Logo em seguida a ele, está publicada uma (justíssima!) nota da Assessoria de Comunicação Social da Arquidiocese censurando o texto. Nela, se pode ler: “Faz-se mister recordar que os canais editoriais oferecidos (jornais, sites e rádios) expressam o pensamento da Arquidiocese de Campinas, que os selam. (…) Por isso, advertimos a veiculação do referido artigo que em canais da Arquidiocese faz apologia da Teologia da Libertação, condenada pelo Magistério da Igreja em diversos documentos”.

E, para além de quaisquer querelas sobre “liberdade de expressão” ou respeito às opiniões de terceiros, é exatamente isto o que interessa: na Diocese, o Bispo é sentinela responsável por velar pela integridade da Fé. Os canais oficiais disponibilizados pela Arquidiocese devem, forçosamente, fazer eco ao pensamento da Arquidiocese – que deve ser o pensamento da Igreja, em particular do Santo Padre, hoje Bento XVI. Estando para além de qualquer dúvida razoável a inequívoca condenação de Roma – por diversas vezes, repitamos – à Teologia da Libertação, por qual motivo uma sua apologia deveria ser permitida nos meios de comunicação católicos?

A Igreja existe para salvar as almas: recordemos as palavras do Vigário de Cristo. E, para a salvação das almas, é mister o emprego dos meios necessários: em particular, é importante não permitir que uma teologia daninha, estéril e incontáveis vezes condenada pela Igreja tenha livre veiculação pelos meios de comunicação oficiais da Igreja. Outra, aliás, não é a disposição do Direito Canônico: após dizer que os pastores da Igreja devem procurar usar os meios de comunicação social (CIC 822, §1), fala logo em seguida sobre a importância de velar para que, nestes, seja transmitida a doutrina íntegra: “para preservar a integridade das verdades de fé e dos costumes, os pastores da Igreja têm o dever e o direito de velar para que nem os escritos nem a utilização dos meios de comunicação social provoquem dano à fé ou aos costumes dos fiéis cristãos; (…) e também de reprovar os escritos nocivos à retidão da Fé ou aos bons costumes” (CIC 823 §1).

Diante de todo o exposto, resta parabenizar a Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Campinas pelo pronto cumprimento do seu dever, ao reprovar um artigo daninho à Fé Católica – uma vez que este fazia apologia de uma teologia herética e já por diversas  vezes condenada. Que os outros pastores possam seguir-lhe o exemplo! E, no mais, rezemos para que as palavras do Bispo de Roma possam receber melhor acolhida por aqui, nesta Terra de Santa Cruz; que ela possa, liberta das raízes envenenadas da Teologia da Libertação, fazer jus ao próprio nome e oferecer o quanto antes a Deus e à Santa Igreja os frutos – verdadeiros! – de santidade que, pela intercessão da Virgem de Aparecida, o Altíssimo espera receber de nós.

O ditador e a perspectiva da morte

Alguém dizia recentemente que não existem ateus em aviões atravessando uma turbulência. Eu até concedo que, talvez, haja algum ateu fanático particularmente fundamentalista a ponto de sufocar a voz da própria consciência até mesmo em situações extremas como diante da morte; mas aposto que a maior parte dos ateus renegaria rapidamente a sua fé quando se visse na iminência de deixar o único mundo que ele se permite acreditar.

Porque a morte é um mistério que sempre provocou – e sempre há de provocar – espanto nos seres humanos. A possibilidade de deixar de existir repugna à inteligência humana. Pelo fato de ser racional, o homem sabe que é superior à matéria, mesmo à orgânica, uma vez que inteligência não escorre de pedras nem se sintetiza em laboratório. O homem almeja continuar existindo, ainda que insista em dizer a si próprio que isto são fábulas de gente ignorante. Na iminência da morte, penso que o desejo natural há de falar mais alto (pelo menos na maioria das vezes) do que a mentira artificial auto-contada nos momentos de prazer – quando o futuro (aparentemente) longínquo é fácil de ser ignorado.

Pensava nisso quando via o Chávez recebendo a Extrema-Unção. O ditador comunista perseguidor da Igreja descobre não apenas que não é imortal (isto, afinal de contas, é fácil), mas que pode morrer em muito breve. Esta característica profundamente cristã da brevidade da vida, onde não somos capazes de adicionar um côvado sequer aos nossos dias sobre a terra, é um poderoso fator de aperfeiçoamento próprio. Quem toma consciência de que pode morrer hoje mesmo vai procurar ser hoje mesmo alguém melhor. Ao contrário, quem não pensa nunca na morte e passa a vida empregando esforços para se convencer de que o poeta mentiu ao dizer que a mágoa acompanha o homem ainda “quando esse homem se transforma em verme”… tem muito mais facilidade em deixar “para depois”. A propósito, os que entendem inglês não deixem de ler isto.

Claro, é perfeitamente possível que o Chávez esteja somente fazendo uma jogada de marketing hipócrita. Isto, aliás, é até bastante provável. Mas eu gosto de pensar que ele – que enfrentou recentemente um câncer, segundo a notícia – tenha talvez se dado conta de que é tempo (ou já passou há muito do tempo) de fazer conta. Porque, diante da perspectiva da morte, todas as vaidades da vida perdem o sentido; e, se não provocaram a conversão, talvez tenham provocado ao menos a tomada de consciência da necessidade da conversão. Diante da morte, talvez Chávez tenha tremido e temido. Talvez este Sacramento lhe possa fornecer as graças necessárias à redenção.

“Comecei a achar o ateísmo aborrecido”

Várias pessoas já leram (e escreveram sobre) a interessantíssima entrevista que o Pondé concedeu recentemente à VEJA. Eu também quero dar os meus dois tostões sobre o assunto. Desnecessário dizer que vale a leitura na íntegra.

É bem verdade que – como disse o frei Rojão – “[u]m filósofo que conclui a existência de Deus é realmente um filósofo, não estes garotinhos mimados de classe média que leram Dawkins, que nem é cientista, nem filósofo”; e, nos tempos de indigência intelectual nos quais vivemos, isto é digno de ser mencionado e celebrado. Ainda mais quando o filósofo em questão – o Luiz Felipe Pondé – não é um cardeal católico, nem um piedoso padre católico, nem um renomado teólogo católico. Não é nem sequer um católico. Que, aliás – para horror dos livres-pensadores modernos -, foi ateu por muito tempo, até começar “a achar o ateísmo aborrecido”.

“Aborrecido”! É talvez dos mais elegantes adjetivos que eu vi serem usados recentemente para se referir – com propriedade – ao ateísmo. A miséria intelectual auto-elevada – ridicularmente – ao patamar de única posição socialmente aceitável, provocando os maçantes jantares aos quais o Pondé se refere com tanto bom humor. Como se fossem uma decrépita cerimônia ritual onde os velhos fiéis de uma religião sem fé bajulam-se mutuamente, em um mecanismo de auto-afirmação que é a antítese perfeita dos cultos religiosos onde os fiéis confortam-se uns aos outros. Nem mesmo nisso eles são originais. O diabo só faz mesmo tocar cover das canções do Céu.

E o ateísmo é aborrecido, porque auto-limitado. Porque pobre, raso, estéril. Incapaz de satisfazer aos anseios humanos mais profundos – insistindo em ficar às margens e negar a existência do oceano que se descortina diante dele. Um bufão que se julga rei, emitindo ordens disparatadas em sua estultície e rasgando as vestes, espantado, ao perceber serem bem poucos os que o levam minimamente a sério para além das mesas dos “jantares inteligentes”.

“Lei da Marta x Lei de Deus”

[Divulgando iniciativa do IPCO (não deixem de verificar o link), conforme recebi por email. O assunto – como todos sabem – é sério, sendo provavelmente a maior ameaça que paira atualmente sobre esta Terra de Santa Cruz. Que jamais desistamos de combater o bom combate – e que São Miguel Arcanjo nele nos defenda sempre.]