E os servos do Rei da Glória calaram os escravos do Príncipe das Trevas

Eu quero escrever bastante coisa sobre a recente Jornada Mundial da Juventude, em Madrid, à qual tive a grande honra de estar presente [aliás, para quem ainda não viu, há um proto-relato meu publicado pelo Wagner Moura]. Tenho esbarrado na falta de tempo, nas pendências acumuladas, no sono bagunçado pelo fuso horário; contudo, quero aproveitar para fazer um rápido comentário sobre um aspecto do evento que, a despeito de ter (aparentemente) ocupado um grande espaço da mídia local, não tem a relevância que parece à primeira vista. Refiro-me aos protestos contra o Papa feitos pelos anti-clericais espanhóis.

A foto abaixo foi a capa do El Mundo da quinta-feira passada, 18 de agosto de 2011. Era o dia da chegada do Papa à Espanha. Na véspera, ocorrera em Puerta del Sol um embate entre militantes laicínicos e os jovens que voltavam da Plaza de Cibeles, onde estavam ocorrendo atividades da JMJ. Não estive presente a este momento glorioso. Um amigo o presenciou e disse que iria escrever um relato, que estou aguardando. Enquanto isso, quero falar do que eu ouvi e do que eu não vi, eu que lá estive durante estes dias incríveis.

A imagem é belíssima! Reparem no contraste entre a serenidade da jovem que beija o crucifixo e o ódio desesperado de Satanás que avança sobre ela, com a mão em riste à moda italiana. É a diferença entre os servos do Rei da Glória e os escravos do Príncipe das Trevas. Entre os que amam a Deus e os que O odeiam. Não tive a graça de participar deste momento sublime; mas enchi-me de alegria por esta peregrina anônima que, diante de uma horda de demônios, apenas beijou a Cruz de Cristo. Encontrei-me nela, e nesta atitude dela eu vi a atitude de todos os católicos – milhares, centenas de milhares, milhões – que estávamos em Madrid por estes dias, para dar testemunho público da Fé em Cristo. A despeito das perseguições e das incompreensões que porventura sofrêssemos.

Não era outra a razão pela qual nós ali estávamos. Queríamos nos dizer católicos, queríamos encontrar o Vigário de Cristo e queríamos ouvir as suas palavras para nós. Queríamos cerrar fileiras junto a ele, e mostrar a uma Europa descristianizada a vitalidade da Igreja de Cristo em Seus jovens – que somos não somente o futuro da Igreja, mas também o presente da Igreja. E a imponência deste Gigante impressionou os inimigos de Deus. As ruas e praças da cidade, as lojas e as estações de metrô tomadas por uma infinitude de católicos fizeram Madrid estremecer. Tremeram os inimigos de Cristo, que O julgavam já moribundo. Tremeram, quando viram as multidões acorrerem à capital da Espanha atendendo ao chamado do Doce Cristo na Terra.

Tremeram, e vacilaram, e não fizeram senão gestos tímidos e irrelevantes cuja única repercussão digna de nota foi a que lhes concedeu desproporcionalmente a mídia anti-católica. Como eu disse acima, eu quero falar também sobre o que eu não vi, e o fato é que eu não vi nada de manifestações atéias e laicínicas que merecessem o menor destaque. Eram sempre de uma tremenda insignificância. Não ousaram adentrar nos eventos da Jornada: limitaram-se a colar pequenos cartazes cretinos [havia uns dizendo que good catholics use condoms], que nós simplesmente arrancávamos. Limitaram-se a fazer pichações ínfimas, que nós as mais das vezes sequer víamos. Limitaram-se a ensaiar as referidas agressões em Puerta Del Sol, que foram rapidamente controladas pela polícia espanhola (ver também este vídeo aqui). Em suma, os (tíbios) desgostosos com a visita do Papa eram mentirosos, vândalos e baderneiros. Nada mais.

Em contrapartida, ao final da jornada, até a mídia laicista foi forçada a reconhecer os méritos da JMJ 2011. Vejam esta coletânea de artigos da imprensa espanhola rendendo-se a Bento XVI. Os mesmos órgãos de imprensa que reclamavam dos gastos públicos com a Jornada, que rasgavam as vestes exigindo a laicidade do Estado e que vaticinavam terríveis protestos contra a visita do Sumo Pontífice foram obrigados a reconhecer o grande êxito da JMJ. No final das contas, opondo um sereno beijo num crucifixo aos gritos histéricos dos inimigos da Igreja, os católicos calamos a mídia anti-clerical espanhola! Este é um feito que não pode ser subestimado. Esta é uma vitória que não pode ser menosprezada. Este é um evento que precisa ficar na história.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

35 comentários em “E os servos do Rei da Glória calaram os escravos do Príncipe das Trevas”

  1. Fiquei muito emocionada vendo as imagens de tantos jovens católicos rezando com o Papa, essa foi a resposta que eu sabia não iria tardar para a mídia laicista. Viva o Papa!

  2. Um dos grandes “chavões” da grande mídia que essa JMJ desmentiu é que as multidões “arrastadas” pelo Papa se devia à personalidade carismática de João Paulo II.

    Ficou demonstrado que os jovens e o povo busca o Sucessor de Pedro, não importa o quão simpático ou carismático ele seja.

  3. Enquanto isto aqui no Brasil, somente, pasmem, a Rede Globo, pelo Jornal Nacional é que fez alguma reportagem positiva sobre este JMJ da Madri, o resto, é claro que não assisti a todos, deram notícias negativas como na quita-feira dia 18/08 na Rede Bandeirantes em que o jornalista Ricardo Boechat noticiou que a visita do Papa causou protesto pelo tamanho dos gastos que a esfera pública teve que desembolsar para cobrir, quando a Espanha está mergulhada em uma profunda crise econômica, porém, nos dias seguinte, não assisti aos demais jornais televisivos, mas, somente na segunda-feira dia 22/08 voltei a assistir o Jornal da Band e mais nenhuma notícia sobre o JMJ, nem mesmo que o próximo encontro será no Rio e Janeiro em 2013, de outras emissoras não assisti a mais nenhum jornal, porém deduzo que boas notícias do JMJ não deram, sobre tudo a Record que esta mesmo é que não ira dar nada de positivo deste encontro, se eu estiver errado por ter deduzido errado e se alguém assistiu algum jornal de outra emissora e deram notícias positivas e não somente negativas deste JMJ, por favor, me corrijam, obrigado.

  4. Como eu gostaria de ser um daqueles policiais naquele momento pra descer o cacete naquela cambada de vagabundo

  5. Em 2013, estarei lá no RJ com meu filho, que vai ter 12 anos!
    Em 2007, qdo JP II estev eno RJ, a imprensa ficava dizendo q ninguém ia aparecer p/ver o Papa… E lá estava eu, junto a centenas de pessoas, pessoas q desciam dos morros, só p/ver aquele idoso tão fragilizado pelas doençaas e sofrimentos do mundo, passar. O Papa nos abençoava pelas ruas, chorando de emoção, e eu me emociono até hoje só de lembrar…
    É aquele ditado: “as palavras ensinam, mas só o exemplo arrasta”. Se Deus quiser, vou me hospedar na casa da minha mãe no RJ em 2013 e seguir o Papa Bento XVI também pelas ruas quando ele passar…
    Abs a todos,

  6. JMJ no Rio de Janeiro será muito boa para a América Latina.
    Muitas jovens de menor renda de nossos países vizinhos que não teriam condições de pagar uma viagem intercontinental poderão estar conosco!

  7. Alvaro, eu te diria muito mais será muito bom porque dará mais visibilidade a Igreja Católica na América Latina, porque, querendo os intelectualóides de plantão, a mídia antirreligiosa, ateus e agnósticos serão forçados a se debruçar a respeito das palavras do Santo Padre.Pode parecer palavras ingênuas, mas é bom que se observe essa questão.

  8. Em tempos de internet, quando se poderia fazer um encontro virtual com centenas de milhões de jovens espalhados por todo o planeta, em tempo real, numa legítima manifestação universal e portanto católica; fazer um encontro real com 130 mil privilegiados abonados, só se fosse mesmo pra cansar nosso fisicamente velho Papa e impressionar a mídia numa pífia demonstração de força se equiparada a um encontro virtual com um bilhão e duzentos milhões de fiéis.

    O Papa estaria mais perto de mim, ao vivo, na tela do meu computador do que ao vivo em Madrid, Rio de Janeiro ou aonde for, mesmo que fosse aqui no meu bairro.

    Por que essa necessidade de aproximação física? Então não podemos vivenciar legitimamente um encontro virtual? Com a vantagem de não termos que tirar o Santo Padre do conforto de sua casa. Parece que querem abreviar os dias do bendito.

    Coisa mais antiga…

  9. Se em Madrid foi aa JMJ foi a “euforia” e o samba que foi, imagino o que será no Brasil… pelo sim pelo não, comecem já a encomendar as camisinhas, que vão ser bem necesárias..-

  10. Benjamin,a JMJ foi transmitida de maneira que além dos 2 milhões que estavam lá ,milhões assistiram as pregações do papa.
    Jesus alertou os apóstolos que eles não teriam sequer uma pedra para recostar a cabeça e que se quisessem segui-lo deveriam pegar a cruz .
    Qto á mídia o papa está se lixando para ela.Aliás a mídia secularsó o detona,chamando-o de antiquado e retrógado.A JMJ PROVA O CONTRÁRIO.O PAPA FAZ SUCESSO ENTRE A JUVENTUDE SIM.
    E SE ELE CALAR AS PEDRAS CLAMARÃO!!!!

  11. Sobre o comentário do Benjamin Bee:

    E por que a parada gay não acontece apenas virtualmente também, em vez da concentração nas ruas?

  12. Por que essa necessidade de aproximação física? Então não podemos vivenciar legitimamente um encontro virtual? Com a vantagem de não termos que tirar o Santo Padre do conforto de sua casa. Parece que querem abreviar os dias do bendito.

    Bee, nunca vi algo tão absurdo.Se você entendesse de cristianismo, saberia que Cristo tinha um ministério na terra, ia a diversos povos, lugarejos.Ele, sendo filho de Deus, e principe da paz, poderia ficar sentado em seu trono, “reinando” na terra.Deus se fez homem, para ir a toda humanidade para levar sua palavra.Cristo, Rei dos Judeus, nunca se acomodou.O Papa Bento XVI também não.Outrossim, Benjamin, quando um artista inglês, americano, francês, seja de que nação for, quando quer ter projeção internacional, precisa ir a todos os rincões.Numa comparação forçada, o Papa Bento XVI, tem de ser como o artista, tem de ir onde o povo está.Alias, depois de Jesus é claro, é o chefe da Igreja e chefe de Estado.
    Fui claro?
    Saudações.

  13. Messias: porque, nesse caso, os homossexuais PRECISAM da necessidade de aproximação física (para um bom entendedor)… rsrsrs

    Piadas a parte: também gostaria de saber essa… boa pergunta!

  14. “Se em Madrid foi aa JMJ foi a “euforia” e o samba que foi, imagino o que será no Brasil… pelo sim pelo não, comecem já a encomendar as camisinhas, que vão ser bem necesárias..- ”

    Só se por acaso vocês estiver lá, caso contrário, não terá necessidade, a não ser que caras como você que vão mais para bagunçar do que para a companhar e que não estão nem aí nem para o seu próprio rabo, é que terão quer ter um tonelada de camisinhas e talvez nem será suficiente.

  15. Benjamin Bee,

    O Papa Bento XVI tem dado atenção a você! Ele encara isso como um dever. Não quer usar mal os recursos materiais da Igreja e colocar o papo pra cima, curtindo uma aposentadoria improdutiva. Afinal de contas, os inimigos da Igreja não tardariam a dizer que as ofertas e o dízimo são para sustentar velhacos e vagabundos.

    O Papa tem lembrado de você! De cada um de nós. Ao redigir as últimas mensagens para dias mundiais das comunicações sociais.

    Vejamos trechos das duas últimas mensagens de dias mundiais das comunicações sociais:

    A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual.

    Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital. Mensagem do Papa Bento XVI para o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais. 5 de Junho de 2011.

    Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para reflectir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contacto virtual não pode nem deve substituir o contacto humano directo com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.

    Idem.

    A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé!

    Idem.

    De facto, quando o desejo de ligação virtual se torna obsessivo, a consequência é que a pessoa se isola, interrompendo a interacção social real. Isto acaba por perturbar também as formas de repouso, de silêncio e de reflexão necessárias para um são desenvolvimento humano.²

    «Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade». Mensagem do Papa Bento XVI para o 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais. 24 de Maio de 2009.

    Também pode nos interessar o que o mesmo Papa disse em outras mensagens recentes, de dias mundiais para as comunicações sociais:

    «Os meios de comunicação social: na encruzilhada entre protagonismo e serviço.
    Buscar a verdade para partilhá-la».
    Mensagem do Papa Bento XVI para o 42º Dia Mundial das Comunicações Sociais. 4 de Maio de 2008.
    «O sacerdote e a pastoral no mundo digital:os novos media ao serviço da Palavra». Mensagem do Papa Bento XVI para o 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais. 16 de Maio de 2010.


    Alexandre Magno

  16. Sobre o elogio inesperado, ao Papa Bento XVI, vindo do líder dos ex-comunistas da antiga Alemanha Oriental.

    Gregor Gysi é líder parlamentar de um pequeno partido chamado A Esquerda.

    “Gysi escreveu que, apesar da imagem conservadora, o papa é na verdade um teólogo moderno, que propõe a convivência entre tradições religiosas e argumentos racionais na busca por um consenso moral.”

    “Gysi notou, em tom de aprovação, que Bento 16 vem declarando que a religião sem racionalismo pode levar ao fanatismo, enquanto o racionalismo sem fé pode levar ao excesso de orgulho e à intolerância.”

    Da fonte indicada pela Angélica (acima).

  17. Tenho pena do Papa. Ele tendo que pegar avião, sobe e desce, entra e sai. É muito sacrifício desnecessário.
    Dizer que ele entra em contato físico com os fiéis é trolagem. Entra em contato com duzia o resto é por telão. Telão lá, e telão cá dentro da minha casa é a mesma coisa.

    Mas eu ainda terei a oportunidade de assistir à uma JMJ via internet, com muito mais recursos, interatividade e eficiência que esses encontros turísticos.

    O formato da JMJ que aí está, do tempo do carro de boi, da charrete, das romarias a pé, é um atraso que o clero mais moderno vai superar.

    JMJ Virtual? Com tradução simultânea em todos os idiomas? Dou o maiorrrrapoio! :)

  18. Benjamin Bee,

    Espero que você esteja comentando com sinceridade a respeito da pena que tem do Papa. Afinal, ele tem realmente mais de 80 anos.

    No caso de um evento como uma JMJ, o Papa e os jovens, mesmo com auxílios de telões, estão ou em um mesmo ambiente ou em ambientes muito próximos, muitas vezes similares, conjugados, vivenciando características comuns do momento: tempo, sons, movimentação etc. Não só isso. Cada jovem não se fecha em seu quarto, ou numa sala com os dois ou oito rostos reais de sempre, da família. Os peregrinos interagem quase continuamente entre si. Pessoas pouco ou muito diferentes, com algo importante que as une. Isso é uma riqueza. Uma comunhão é vivenciada, tocada.

    Os sentidos devem ser empregados para captar ao máximo o que for importante, e no “virtual” o que é mais importante, se é possível só de outro modo, perde-se. Na impossibilidade de se ir à JMJ, sem dúvida, mais importante do que não acompanhar a jornada passa a ser acompanhar. E concordo com você e com o óbvio: o uso da Internet, nesse sentido, é muito potente.

    Por outro lado, é preciso ter em conta que nunca algo criado pelo homem terá mais recursos relevantes do que algo criado por Deus. E se formos dar ouvidos a ondas tecnológicas, então nem se fala! Só um exemplo bestinha: comparemos a resolução ótica de um olho humano, de uma máquina fotográfica analógica, e de uma máquina fotográfica digital. A qualidade cai nessa ordem mesmo. A resolução de uma máquina fotográfica analógica é muitíssimo maior do que a resolução de qualquer digital. No entanto, não estou aqui condenando uma ou outra devido ao olho humano ser o mais avançado. Uma nova tecnologia adiciona possibilidades.

    Não é necessariamente ruim as JMJs terem características turísticas. Existe inclusive um Dia Mundial do Turismo celebrado pela Igreja, uma Pastoral do Turismo. O turismo, mesmo o não-religioso, “pode” ser um meio bom de viver prazeres, adquirir conhecimentos e fortalecer a fé na Fé. Depende da medida e da forma.

    JMJ “transmitida por Internet” pode vir a existir. Pode nem demorar muito. Quem sabe se a JMJ 2013, no Rio de Janeiro, não será assim?! Acontece que isso é diferente de “JMJ virtual”. Lembremos que “virtual” remonta a algo que não existe, representação de “algo de mentirinha”. Será triste quando houver uma “JMJ virtual”…

    Alexandre Magno

  19. Magno

    Nem vou insistir na minha opinião. Primeiro, eu realmente tenho imensa pena de ver uma pessoa com mais de oitenta anos enfrentando tamanha maratona. Não cabe, de jeito nenhum.

    Se fosse mais jovem com seus 60, 65 até 70 anos vá lá.

    Além disso há a discriminação econômica nessa participação, que até seria tolerável. Mas o que não dá pra aceitar é que aconteça sem a participação de todos do mundo inteiro, perfeitíssimamente possível via internet.

    E mais. Se a prioridade fosse dada ao encontro virtual, mesmo com a possibilidade do encontro real, certamente muito iriam preferir o encontro virtual e a economia poderia levar a outras aplicações com outros resultados melhores ainda.

    Resumindo, a JMJ no mundo real sem ser puxada pela JMJ do mundo virtual não se justifica.

  20. Bee, pode ser que o papa tenha mais de 80 anos e poderia não se expor a isso.Mas, não faz.Josef Ratzinger, ou melhor Bento XVI é um intelectual extremamente ativo e, ao que parece gosta de estar com as massas, gosta de estar presente ao público e tem prazer com isso.É muito curioso, Bee, você que ès defensor de idéias “avançadas” e simpatizante de Grupos LGBTZ, dizer, pelo meu entendimento, que o Bento XVI deveria ficar sossegado no Vaticano, despachando em seu trono.
    Em muitos países do mundo, a expectativa de vida aumentou muito e foi-se o tempo em que os idosos ficava dentro de casa, fazendo tricô, reclamando da vida, ociosos em asilos, etc.Eles hoje, dançam, viajam, se divertem, usam internet.O idoso de hoje é diferente do idoso de ontem.
    Agora, quanto a internet, eu concordo que se poderia-se estudar uma forma de se usar streamer para transmitir a jornada pela net, assim como a TV faz hoje.Mas a juventude (quem tem condição financeira para isso), prefere estar, no caso do Rio de Janeiro, em 2013,ao lado do Sumo Pontífice.

  21. Leienverson

    Você compare o rosto de Bento XVI de quando esteve no Brasil e como está agora. Ele se acabou nesses poucos anos.

    Vida de lider não é fácil. Não bastam todas as pressões que acabam com qualquer um, mesmo jovem como se pode ver quando um assume a liderança e como se observa poucos anos depois.

    Bento XVI está sendo vampirizado desnecessariamente. Que é aquilo dele naquele carrinho (papamóvel), sem vergonha, sem conforto algum. Francamente, não enxergar o sacrifício dele e ainda achar que ele tinha mais é que ir para o front, é demais pra minha cabeça.

    Eu amo Bento XVI e gostaria de vê-lo com muito anos mais de pontificado, mas do jeito que vai, ele não dura muito não.

    Crueldade, é o que é. E muita, mas muita burrice mesmo. Bento XVI é muito especial. Ele é muito mais cabeça que João Paulo II. Não dá pra esgotar um poder desses com viagens cuja repercussão até são menores do que se ele viajasse pela internet.

    O Papa na internet revolucionaria a catolicidade. Revolução de que precisamos e muito.

    Viagens presenciais são coisas do passado. Coisas de Lady Gaga e Justin Bieber. Eu, hein…

  22. Bee, além dos questionamentos do pessoal – Alexandre, Leniéverson, Messias, Alien, Angélica e Sidnei – levanto o problema da repercussão midiática. Será que uma JMJ circunscrita à internet teria o mesmo impacto na mídia que a que se faz na presença física do Sumo Pontífice?

    Em particular, esta edição de Madri, malgrado a atenção excessiva para protestos de grupelhos anti-religiosos, teve um saldo positivo no tocante à cobertura da imprensa. Até um declarado agnóstico, o Mário Vargas Llosa, dedicou o tema de sua coluna ao resultado – para ele bom – da Jornada.

    Penso, até, que poderia ser considerada, para o futuro, a realização de eventos também pela internet – exclusiva ou inclusivamente, sem prejuízo da forma “in loco”.

  23. Então, Eduardo. Pelo menos um teste deveria ser feito, não é? Um ensaio.

    Mas que a repercussão de um encontro virtual com o Papa seria muito maior não tenho a menor dúvida. A mídia trabalha com números, audiência. E na internet a audiência do Papa seria chocante.

    Se o encontro em Madrid teve a repercussão que teve e segundo li bateu recorde, imagine só as centenas de milhões de computadores conectados a Santa Sé.

    Claro que a logística teria que ser enfrentada de modo inédito e os custos iniciais seriam enormes, mas sempre é possível conseguir patrocínio. E tenho comigo que seria menor que os gastos que se teve com os 130 mil deslocamentos e acomodações em Madrid.

    E mais, estou seguríssimo que um encontro virtual seria evangelizador em grande estilo.

    Há iniciativas tímidas do Vaticano de fazer a Igreja alcançar a internet. Isso precisa mudar. Internet é universal, então é o espaço ideal para a Igreja Católica. Mais que o espaço físico. Não que se deva descartar a igreja física, esta tem seu espaço local, a paróquia, etc.

    A internet tem mais futuro que a tv e a ICAR mais vocação que todas as outras denominações pulverizadas.

    Eu realmente não consigo me conformar com tanto atraso existente hoje.

  24. Só mais um adendo. A repercussão midiática de um evento católico não deve ser mote para a sua realização. A repercussão entre os católicos sim, é o mote fundamental. Segue-se a ele naturalmente as possíveis e inevitáveis adesões de não católicos. Mas a mídia é de somenos.

    Em tese, esses encontros não são feitos para chamar a atenção da imprensa, são?

  25. Que «130 mil deslocamentos e acomodações em Madrid», cara-pálida?? Provavelmente este era o número de presentes ao encontro vocacional do Neo-Catecumenato na segunda-feira posterior à Jornada [que, aliás, até onde eu saiba, foi transmitido online]. O número de participantes da Jornada foi pelo menos dez vezes maior do que isso.

    Outrossim,

    i) nada se compara a um encontro presencial e, portanto, este não pode ser negligenciado de nenhuma maneira;

    ii) é óbvio que a repercussão de qualquer evento real é incomparavelmente maior do que a repercussão de um evento virtual.

    Ademais, há limitações tecnológicas: provavelmente não há servidores e largura de banda no mundo capaz de transmitir um stream de vídeo decente para “centenas de milhões de computadores” conectados simultaneamente. Não obstante, facilitar o acesso virtual a estes encontros é algo louvável [o madrid11.com não fez isso não?] e que pode e deve ser encorajado.

    – Jorge

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