Aos que defenderam a Pátria, nossas saudações!

Este vídeo não é propriamente novo; foi feito por ocasião das eleições presidenciais de 2010, quando o então candidato ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, participou da Sabatina da UOL. As palavras do ex-guerrilheiro são suficientemente claras a ponto de não deixarem margens para dúvidas: trata-se de verdadeira confissão dos reais propósitos dos terroristas contra os quais os militares brasileiros precisaram lutar em meados do século passado.

http://www.youtube.com/watch?v=Lkc766dDwhY

Transcrevo o início da fala do Gabeira, sobre ditaduras e lutas armadas; cito-o, afinal de contas, como testemunha autorizada (afinal, trata-se de um ex-guerrilheiro diretamente envolvido na luta armada contra os militares) a respeito dos fatos históricos dos quais foi palco o Brasil no século XX. Ei-lo:

Todos os principais ex-guerrilheiros que se lançam na luta política costumam dizer que estavam lutando pela democracia. Eu não tenho condições de dizer isso. Eu estava lutando contra uma ditadura militar; mas se você examinar o programa político que nos movia naquele momento, era voltado para uma ditadura do proletariado. Então você não pode voltar atrás, corrigir o seu passado e dizer “olha, naquele momento eu tava lutando pela democracia”. Havia muita gente lutando pela democracia no Brasil; mas não especificamente os grupos armados que tinham como programa este processo de chegar a uma ditadura do proletariado.

Circularam hoje no Facebook algumas imagens de documentos da época; entre eles, um periódico militar de 1963 chamado “O Gorila”. Não o encontrei na internet, a não ser alguns trechos transcritos em blogs; encontrei também um artigo (ArtCultura, Uberlândia, v. 9, n. 15, p. 195-212, jul.-dez. 2007) que lhe faz referência. É portanto, ao que tudo indica, documento verídico.

As palavras são fortes: “Marcharemos ombro a ombro, na ocasião oportuna, para fazer as reformas que o país necessita, para fazer o bem ao povo, para defender a disciplina e a hierarquia, para manter a dignidade dos lares, para liquidar os corruptos e os corruptores, para enfim podermos, dentro das melhores tradições de nosso brio de soldado brasileiro, prestar contas a Deus e aos nossos patrícios, com um solene e verdadeiro brado de patriotas autênticos”. O documento, claro, não prova por si só que estivessem corretos os militares que tomaram o poder. Mas revela insofismavelmente a existência de movimentos subversivos no Brasil antes de 1964 e, portanto, serve para enquadrar o movimento dos militares como aquilo que realmente foi: um contra-golpe. As pessoas gostam às vezes de dizer que os movimentos terroristas apareceram como uma “legítima defesa” da população injustiçada contra os desmandos dos ditadores que subjugavam o país, e isto não é exato. Antes de haver governo militar havia movimentos subversivos. Ao invés de terem surgido para lutar contra a ditadura, os terroristas foram precisamente aqueles contra os quais os militares tiveram que se levantar para proteger o país.

Tenho na minha estante um livro do cel. Brilhante Ustra chamado “A Verdade Sufocada”. Os esquerdistas vão rasgar as vestes e dizer que se trata de um seqüestrador e torturador, mas não é este o meu ponto. O que quero dizer é que há algo de muito errado na maneira como os derrotados de 64 contam história. Simplesmente não é crível que as Forças Armadas do país tenham de repente se transformado em uma guilda de criminosos sedentos por sangue e poder. Não é verossímil que a virtual totalidade dos brasileiros – o que pode ser visto tanto pelas gigantescas Marchas da Família quanto pelas publicações dos jornais da época – tenha apoiado com entusiasmo um governo monstruoso como o que nos pintam no segundo grau. Se não é fidedigno (p.ex.) o livro do coronel Ustra por se tratar do relato de um torturador, por qual motivo seriam dignas de crédito as declarações dos terroristas subversivos? Fiquemos, então, com os fatos reconhecidos. E estes são largamente favoráveis aos militares. Só dois exemplos.

Primeiro, o argumento quantitativo. A lista de mortos e desaparecidos políticos durante o período da Ditadura Militar tem menos de 400 nomes. Ora, estamos falando de vinte anos repletos de seqüestros de embaixadores, atentados a bomba contra aeroportos e assaltos a banco, nos quais os subversivos freqüentemente trocavam tiros com a polícia, fugiam do país mudando de nome e inclusive “justiçavam-se” mutuamente! Em um tal cenário social, é realmente espantoso que tenham morrido duas dezenas de pessoas ao ano em todo o Brasil? Para fins comparativos, a lista de pessoas assassinadas em Recife no mês de abril de 2008 tinha praticamente o mesmo tamanho da de mortos e desaparecidos em todo o Brasil durante toda a Ditadura Militar.

Depois, a popularidade do governo e o desenvolvimento do país durante o governo dos militares. O milagre econômico brasileiro remete a esta época; e Médici (como Lula…) teve 82% de aprovação. O próprio Lula, aliás, já elogiou o governo Médici. Diante de uma tão universal aprovação, como entender as menções ressentidas aos “anos de chumbo”? Como dar-lhes o crédito que exigem?

Enfim, os maniqueísmos costumam ser injustos. Os generais que governaram o Brasil na segunda metade do século XX eram homens. Aceito facilmente que eles não eram santos perfeitos, mas rejeito com veemência que tenham sido os demônios que costumam pintar. Foram homens cujo sincero amor à pátria não pode ser honestamente posto em dúvida. Independente de quaisquer trágicos desdobramentos políticos futuros, o fato é que em 1964 os militares agiram em conformidade com o seu dever, diante de uma ameaça concreta e com amplo apoio popular – isto é incontestável. Merecem, sim, a gratidão dos brasileiros, e não as cusparadas revanchistas dos inimigos da Pátria por eles derrotados e nem as agressões vazias de uma juventude ignorante da história recente do país.

Hoje é 31 de março. É aniversário do contra-golpe de 64. O nosso sincero muito obrigado aos que defenderam o nosso país.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

34 comentários em “Aos que defenderam a Pátria, nossas saudações!”

  1. Não entendo três coisas:

    1) concretamente falando, o tal “contra-golpe” foi uma resposta a qual “golpe”? por que nesse arquivo jpg que vc postou, o único fato concreto é a nomeação de dois comunistas na petrobras… o que me desculpe, mas mesmo pelo tamanho da petrobras na época não significa nada.

    2) se os militares tinham amplo “apoio popular” então por que a gente demorou mais de 20 anos pra ter eleições “normais”? sabe, aquelas onde esse mesmo povo sai das suas casas pra colocar num papel um indício do que eles querem que seja feito no futuro do seu país.

    as duas coisas não combinam, ou vc tem “amplo apoio popular” ou vc “usa a força pra ficar no poder”. não dá pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

    3) ok, os comunistas estavam lutando por uma “ditadura do proletariado”, certo não é segredo pra ninguém, mas isso legitimiza a ditadura do “não proletariado”? 

    PS: ok, médici teve 82% de aprovação… mas quantos votos ele teve?

  2. O milagre econômico brasileiro foi conquistado através do endividamento país com entidades financeiras internacionais. Injetou-se dinheiro emprestado na economia, logo naturalmente houve um crescimento, mas um crescimento oco. Não a toa a década de 80, que se seguiu ao milagre brasileiro, é considera a década perdida, pelos economistas. Além disto o crescimento do PIB da época não foi uniforme concentrou-se no topo da pirâmide social, aumentou a desigualdade social – o próprio link da wikipedia que você colocou no texto fala isso. A aprovação de Médici se deve a bolha do milgre brasileiro, e quando ela explodiu, o MDB levou mais da metade dos governadores dos estados.

  3. Até hoje, na universidade onde estudo, os esquerdistas ficam inventando mentiras contra os militares. Eles continuam vindo com aquela mesma falácia de que lutaram pela democracia, só para posarem de heróis. Já cheguei a acreditar que os comunistas eram pobres coitados, vítimas e mártires, mas hoje eu já não acredito mais nisto. Eles queriam mesmo era implantar a ditadura do proletariado.  Antes eu pensava coisas horríveis dos militares, mas hoje penso diferente. Afinal, tenho de também levar em conta as coisas boas que os militares fizeram, e não somente os abusos que possa ter havido. Dou graças a Deus pelos militares da época terem impedido os comunistas de concretizarem seus planos.  Se os métodos que eles usaram para isso eram corretos ou não, são outros quinhentos. Cada um julga como quiser, de acordo com seus valores. O que realmente importa é que impediram que fosse implantado o socialismo ou mesmo o comunismo no Brasil. Senão, estaríamos vivendo hoje num país totalitário, como Cuba.

  4. Marcos Aurélio, por favor leia o texto do Olavo de Carvalho chamado “História Oficial de 1964” – http://www.olavodecarvalho.org/semana/1964.htm -, que explica exatamente o que estava acontecendo naquele momento histórico no país.

    Resumindo, estava sendo montada uma guerra civil de proporções inimagináveis, de um lado os comunistas com apoio, na forma de treinamento, dinheiro e armas, de Cuba e da União Soviética e de outro milícias civis organizadas por Governadores de diversos estados com o apoio da polícia. O Exército em 1964 entrou e desmontou os DOIS LADOS do conflito.

    Eu, especialmente, Marcos, Jorge, sou uma pessoa que pode falar sobre isso, por três razões:

    1) Meu pai nesta época era tenente aviador, um jovem oficial que se viu encurralado na base de Campo Grande, Mato Grosso (na época estado ainda indiviso em MS e MT), que era comandado por um oficial comunista e que tinha maioria de oficiais e sargentos comunistas também. Na véspera do Golpe Militar, ele deixou minha mãe sozinha com um filho bebê – meu irmão mais velho, eu só viria a nascer em 1965 -, uma pistola 38 e a babá. A recomendação de meu pai para minha mãe
    era a seguinte: “Maria, eu não sei como isso vai acabar; se o lado deles vencer, fuja para casa de seu irmão (a família de minha mãe era do Mato Grosso e este irmão também morava em Campo Grande) espere notícias minhas; neste caso eu vou tentar fugir para o Paraguai e nos encontramos por lá. Graças a Deus e aos Generais, isso não foi necessário.

    Minha mãe, por sua vez, me contava de uma noite em que ela – jovem, assustada, sozinha com uma criança de colo e com o marido entrincheirado no refeitório da base com mais meia dúzia de oficiais que não eram comunistas, com um destino mais que incerto – escutou um barulho que parecia ser de alguém forçando a porta da frente da casa. Ela acordou a babá, botou a menina na porta dos fundos e disse a ela: “Eu vou abrir a porta da frente; se eu gritar, corra para a casa do vizinho (um oficial médico) com o bebê e avise o que aconteceu”. Quando minha mãe abriu a porta, segurando uma pistola que na verdade ela nem sabia usar,
    tremendo… e era um jumento fuçando no lixo. Ela me disse, quase vinte anos depois, com lágrimas nos olhos, que ria e chorava e tremia de alívio misturado com angústia e medo.

    2) Neste mesmo período que precedia 1964 meu avô paterno morava em Porto Alegre – terra natal de meu pai – e era DE ESQUERDA, na verdade Secretário de Agricultura do governo Leonel Brizola. Meu pai se viu brigado com a própria família, que foi colocada em posição oposta a dele. Durante toda a vida eu vi que não se falava de política com meus avós ou tios, porque se falassem de política era briga feia na certa. E muitas das pessoas da Aeronáutica que o conheceram jovem o apelidaram de “Brizola” por conta disto.

    3) Eu nasci em 1965, cresci durante os anos do governo militar, sou testemunha de muito o que vocês discutem hoje nas escolas, e posso dizer a você que viver neste período da história do Brasil foi viver num país próspero e em crescimento, sem inflação galopante e sem medo de andar na rua. Foi uma época dourada para este país, e apesar de toda a tensão política os inocentes nada sofreram. Mesmo.

    É verdade que algumas pessoas sofreram durante o governo militar, e eu sou contra as eventuais torturas que ocorreram. Mas nada disso é exclusivo do regime militar, nem foi inventado por este. Ainda hoje espancamentos e torturas ocorrem corriqueiramente nas delegacias e penitenciárias do Brasil afora, e também nas diversas favelas comandadas por diferentes facções de narcotraficantes, que inventaram o “micro-ondas” e outras formas ainda mais cruéis de tortura e execução, como por exemplo manter manadas de porcos famintos no topo dos morros do Rio de Janeiro, onde moro, às quais pessoas que desagradam os chefes do tráfico são jogadas para serem devoradas vivas.

    Comparado ao que acontece hoje em dia no país, o regime militar foi uma mãe que dá uma palmada na mão do filho que vai por o dedo na tomada. Parece que eu defendo os militares por ser tendenciosa, mas também não é isso. Eu sei que as torturas aconteceram, e as repudio com veemência, mas foram exceção e nunca ouvi falar de um inocente, que fosse totalmente isolado da briga política da época, que sofresse agressão, tortura ou morte. Os que morreram, principalmente, foram os soldados dos dois lados da batalha. Uma pena tudo isso, mas inevitável num conflito de armas. O ser humano sendo como é, de natureza maculada, sombra e luz, não me deixa acreditar que um dia a tortura acabe neste mundo.

    Eu sou uma pessoa religiosa, Marcos, e acredito que há o ajuste de contas no porvir, depois da morte, e o julgamento dAquele que nos criou é mais severo e infalível que o de qualquer juiz humano. Por isso não minto e procuro não ser tendenciosa. Não estou MESMO tentando mentir ou manipular você, apenas mostrar COM A HISTÓRIA PESSOAL MINHA E DE MEUS PAIS, NADA DE OUVIR FALAR OU DE OUVI DIZER que o país estava trincado naquela época, correndo sério risco de rachar e espatifar em uma poça de sangue. Foi ISSO que os militares impediram que acontecesse. Por amor ao Brasil e aos brasileiros. 

  5. leia o livro que a materia indica. Depois, faca a sua propria pesquisa sobre os dados. Fazendo isso, suas perguntas serao respondidas…

  6. Marcos, apenas complementando, o epíteto de “Gorilas” (como diz o artigo que linkei) é anterior à Revolução de Março. Isto mostra que o clima de instabilidade política é anterior ao governo militar, e não (ao contrário do que se costuma dizer) uma reação legítima a ele. Bem antes de 64 já houvera a intentona comunista e a coluna Prestes (aliás, Prestes recém-voltara da URSS quando os militares tomaram o poder), por exemplo, e os grupos terroristas (como o POLOP ou o próprio PCB) já agiam no Brasil antes de 1964.

    Você tem alguma dúvida de que havia uma ameaça comunista concreta no país, é isso?

    Quanto aos  votos, não sei por que você os condiciona ao apoio popular. É possível apoiar alguma coisa de outras maneiras que não por meio dos votos (p.ex., como citei, através da imprensa ou das manifestações públicas). Na verdade, os votos não significam quase nada. Apenas um terço dos brasileiros votaram na sra. Rousseff, por exemplo. Em contrapartida, as urnas foram muito generosas para Hitler e Sadam Hussein.

    E uma ditadura do “não-proletariado” (a tal “ditadura do proletariado” é balela, porque a gente sabe – memento Rússia, China, Cuba, etc. – o que é feito sob esta justificativa) é uma coisa má, mas acontece que o regime instaurado em 64 não era uma ditadura (estes contornos só surgiram muito depois). Entre o contra-golpe e o banho de sangue comunista (que eram as opções disponíveis no momento), o primeiro é indiscutivelmente melhor – sob qualquer ótica.

    Aliás, mesmo considerando o que se seguiu depois, com todas as misérias, a ditadura militar foi incomparavelmente menos ruim do que qualquer ditadura comunista em qualquer outro lugar do mundo.

    Abraços,
    Jorge

  7. Existe exagero no lado dos nossos professores marxistas do ensino médio,mas também existe exagero no texto,pois a ditadura militar também matou inocentes,mas respeito a opinião do autor!

  8. Rafael,

    O que você acha que vai acontecer com este inchaço de bolsas-isso, bolsas-aquilo e a “presidenta”  tirando dinheiro daqui e injetando em Cuba? Você AINDA não percebeu que o poder de compra dos brasileiros está diminuindo a olhos vistos, que o preço de tudo está aumentando e toda a infra-estrutura de estradas, pontes, ruas, etc., está abandonada, com uma porca manutenção ou mesmo ruindo?

    Quem você acha que vai pagar a conta, senão a próxima geração? E o pior, a “conta” do governo militar deixou rodovias, hidroelétricas, urbanização. O que é que o festival de “bolsas” vai deixar para trás além de uma população passiva, preguiçosa, que não acredita em estudo e trabalho?

    Como o Jorge disse bem em seu comentário, houve erros, alguns grandes, nos governos militares, mas nada que possa ser considerado “hediondo” como  pretendem os esquerdinhas cuspidores de plantão.

    Comparar com o nazismo então é um absurdo completo.

  9. Em um sistema eleitoral minimamente livre o voto representa opinião popular sim – o que não era o caso de Saddam,  já Hitler foi eleito pelo voto popular numa Alemanha arrasada pela grande depressão, alias o fascismo sempre encontra adeptos em momentos de crise. Caso você não saiba durante o regime militar várias vezes o sistema eleitoral foi alterado para evitar uma derrota da ARENA, criando mecanismos como a sublegenda e o voto casado em que o eleitor era obrigado a votar para todos os cargos no mesmo partido. Alias a abertura do regime se deu, entre outras coisas, da queda meteórica do apoio eleitoral ao regime. Ditaduras sejam de esquerda ou de direita não boas para ninguém.

  10. Eu tô falando da política econômica do regime militar, que é o assunto em questão, o que a politica do bolsa família tem a ver com o tema em debate? E eu não sei de onde você tirou que o poder de compra dos brasileiros tem diminuído, o que eu mais tenho lido, em meios de comunicação diversos, é sobre a emergência da nova classe média, vinda da classe C. Acho ótima a construção de rodovias e hidroelétricas, mas nenhum benesse se justifica com o veto aos direitos políticos e civis de um povo. Ainda mais quando os beneficiários destas serão basicamente os membros do topo da pirâmide social. Como já disse ditadura seja de esquerda ou de direita, não se justifica.

  11. Sua história pessoal com os acontecimentos lhe deu uma visão privada do ocorrido, o que é compreensível, mas do mesmo modo que sua família foi afetada, outras também foram pelo “outro lado”. Analisar a ditadura como um regime de mocinhos e bandidos é ser muito raso. Ok haviam muitos grupos que queria nos transformar numa ditadura de esquerda, daí a resposta pra isso eh nos transformar em uma ditadura de direita? Um erro justifica o outro, agora? Também houve a formação de grupos terroristas de direta, formado por militares radicais avessos a abertura do regime que explodiam bancas de revistas por venderem jornais de oposição ou atacavam teatros que exibiam peças contestatórias. Caso não saiba, um dos motivos da abertura foi a verdadeira anarquia que tomou conta das forças armadas com o evolvimento destas na política, grupos radicais caiam no enfrentamento com os mais moderados, ameaçando a hierarquia militar. Fiz minha monografia de conclusão de curso sobre a abertura, e li várias entrevistas do militares sobre essas questões.

  12. O
    golpe militar foi uma resposta justa à
     tentativa da esquerda em implantar o comunismo. O
    grande erro, porém, foi não ter promovido a reestabilização da

    votação direta. Tal acontecimento, foi estrategicamente
    desastroso, não só para a imagem dos militares como para imagem da direita. A
    partir deste erro estratégico, motivado pela a inveja, a esquerda se
    reorganizou e traçou um contra ataque feroz, fundamentado nas
    táticas Gramsciana. Ocuparam a mídia, relegando a direita a um sub-espao, dominaram ideologicamente as universalidades e, empunhados
    de tal poder, demonizaram seus inimigos, dominado assim por completo o cenário politico nacional. 

  13.  Não acho exista exagero no texto. O texto apenas destaca os pontos positivos da época em que os militares governavam o país. E o fato é que os militares impediram o avanço do comunismo, impediram que fosse implantada a ditadura do proletariado. Abusos houve, claro, mas pelo o que entendi, o texto em nenhum momento nega e nem defende esses abusos.  O texto apenas procurou esclarecer que os militares é que estavam defendendo o país, e não o contrário, como os comunistas falam. Sim, porque os comunistas falam até hoje que estavam lutanto pela democracia e que estavam apenas defendendo o povo contra a ditadura militar. O que é uma falácia. O texto é claro ao dizer que os militares não eram santos perfeitos, mas que também não eram os demônios que os esquerdistas pintam.

  14. Cara Assunção de Medeiros,
    Parabéns pelas suas intervenções. Concordo 100% com você.
    Mas não perca tempo com comunistinhas analfabetos que pensam que sabem alguma coisa, mas não sabem nada. Na verdade, sabem apenas repetir os surrados slogans petistas.
    O seu pai, cara Assunção, é um verdadeiro herói da Pátria, porque além de ajudar a nos livrar da ditadura comunista, que era iminente, teve que enfrentar a própria família, o que deve ter sido muito doloroso.
    Quanto ao Rafael, que vá pra Cuba que o pariu!

  15. Só uma pergunta: quantos milhões de combatentes os “comunistas” tinham? 100 mil, 200 mil, 1 milhão? Será que são ingênuos de achar que uns 300 gatos-pingados implantariam uma revolução comunista no Brasil? Nunca ouviram dizer dos frades dominicanos Frei Tito, Frei Ivo e Frei Fernando que foram barbaramente torturados, a ponto de Frei Tito ter suicidado na França em 1974? Nunca ouviram falar de Dom Paulo Evaristo Arns e sua luta por justiça e liberdade, corajosamente se expondo ao perigo para denunciar as arbitrariedades do regime, a ponto do general Garrastazu Médici afirmar que “lugar de padre é na sacristia”? Nunca ouviram falar do jornalista Wladmir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho, morto sob tortura no Dops? O pior é que a maioria são jovens que nem viveram aquele período, “ouviram o galo cantar mas não sabem onde”. Acham que numa ditadura poderiam ter internet e criticar livremente o governo como fazem aqui? São apenas inocentes úteis a serviço da iniquidade!

  16. Jorge, 

    Desculpe a pergunta!Apenas mera curiosidade!Você possui parentesco com militares  ?

  17. de novo… um erro não justifica o outro. As benesses trazidas não justificam a supressão de liberdades políticas e civis. Fora a argumentação primária de que na época da ditadura tudo era as 1000 maravilhas, pesquisem sobre os esquemas de corrupção em que diversos militares se envolveram durante o regime, e a anarquia militar que tomou conta das Forças Armadas por causa das disputas de poder dentro da ditadura. A coleção do Elio Gaspari sobre a ditadura é farta sobre isso, inclusive com depoimentos e documentos dos próprios militares.

  18. “Eu tô falando da política econômica do regime militar, que é o assunto em questão, o que a politica do bolsa família tem a ver com o tema em debate?”Esse Rafael tem cara de Petista.Concordam?

  19. 1. Que haviam grupos comunistas isso é claro, mas que eles eram uma ameaça e que não havia alternative democrática eu nunca vi nada concreto.

    2. ditadura do “não proletariado” é a ditadura de “direita” que se instalou até o momento onde não dava mais … o que é completamente incoerente com essa estória de “apoio popular”.

    Apoio popular se consegue através do voto a gente bem sabe. 

    X milhões de votos valem mais que 100k de pessoas numa manifestação pública ou meia dúzia de intelectuais que publicam artigos amigáveis ao regime numa época de ditadura.

    Mas é claro, se havia medo da solução democrática é por que há um motivo…

    3. Só um terço dos brasileiros votaram na sra dilma, mas menos que isso votou no “concorrente” e todos os outros foram livres pra votar em quem quisesse, inclusive pra criar um novo partido e eleger um candidato concorrente. 

    isso se chama democracia. a gente pode passar o dia listando os defeitos dela, mas é muito melhor que meia dúzia de coronéis abusarem da confiança que foi depositada neles e combater uma ditadura com outra na base da arma.
    4. Com certeza a nossa ditadura militar foi “menos ruim” que qualquer outra ditadura “do proletariado”, mas o dever dos militares era mais de evitar que grupos tomassem o controle da forma armada do que de fazer isso eles mesmos!

    []s

  20. Essa maldita esquerda diabólica maquinava antes da ditadura, durante e agora.  Se em 20 anos num sistema democrático conseguiu afundar o Brasil, imagina se tivessem chegado ao poder antes.

    Deus me livre!

  21. A guerrilha em Cuba iniciou em 80 guerrilheiros… tiraram um ditador do poder e colocaram outro bem pior…  Veja como está hoje a Ilha-prisão…  

    300 gatos pingados (eram muito mais) com apoio de Cuba, China e URSS poderiam sim fazer um bom estrago… 

  22. Marcos,

    Como alguém disse por aí, ninguém precisa de dois milhões de revolucionários para fazer uma revolução.

    Independente do fato dos comunistas serem concreta e objetivamente uma ameaça (*), o fato histórico que interessa é que todos os agentes do período levaram a ameaça a sério. Levaram-na a sério os terroristas que mataram e morreram por sua causa, levaram-na a sério os milhões de brasileiros que tomaram as ruas para pedir o socorro das Forças Armadas, levaram-na a sério os militares que depuseram o presidente e assumiram o poder.

    Não havia uma ditadura militar em 64. Não havia perspectiva de uma ditadura em 64, e não há elementos para dizer que os militares a quisessem ou (menos ainda) a planejassem no ato da Revolução Redentora. A ditadura veio (bem) depois, entre outros motivos porque os comunistas recrudesceram o seu terrorismo (com atos bem concretos do tipo de seqüestros de embaixadores, carros-bombas lançados contra quartéis e matando soldados inocentes ou bombas matando jornalistas aqui no nosso Aeroporto dos Guararapes mesmo).

    Eu não sei a razão deste seu fetiche pelo voto… :) No nosso Brasil o voto é o que menos representa apoio popular e todo mundo sabe disso. Se a gente for desprezar as manifestações públicas e dar valor somente ao que está escrito em um pedaço de papel, então há mais apoio popular à legislatura do Tiririca do que ao próprio processo eleitoral brasileiro, uma vez que o deputado nordestino teve mais votos do que pessoas foram às ruas para as “Diretas já”.

    Aliás, proporcionalmente as Marchas de 64 tiveram muito mais brasileiros do que Jânio Quadros teve votos. Este foi eleito com 5,6 milhões em todo o Brasil, e a Marcha teve meio milhão de pessoas só na cidade de São Paulo. Até dá para discordar do que aconteceu em 64, mas não dá para dizer que o ato não teve então apoio popular somente porque – imperdoavelmente! – não foi convocado um pleito extraordinário para que as pessoas, civilizada e ordeiramente, decidissem se os terroristas podiam continuar explodindo bombas ou não.

    Quanto à democracia no Brasil, eu não sei se você está brincando ou falando sério (tenta aí fundar um partido político no Brasil e se lançar candidato à presidência, só para fins acadêmicos de aferição da “liberdade política” do brasileiro!), mas esta discussão foge ao escopo do post. No que interessa aqui, é óbvio que a democracia (considerada em si) é melhor do que “meia dúzia de coronéis abusarem da confiança que foi depositada neles e combater uma ditadura com outra na base da arma”, mas o que se está dizendo é (justamente) que não foi isso que aconteceu em 1964. Nem havia “democracia” pisoteada pelos militares e nem houve “ditadura (…) na base da arma” imediatamente subseqüente à deposição de Jango. Esta caricatura maniqueísta que tu apresentaste aí não tem nada a ver com os acontecimentos da história recente do Brasil.

    Abraços,
    Jorge

    (*) Esta pergunta na prática é um exercício de futurologia do passado, que pode ser reduzida a “será que o Brasil seria uma grande Cuba se lhes fosse dada liberdade de ação?” e que não pode ser usada para emitir uma condenação moral aos homens que, naquela época, agiram em defesa da Pátria e no cumprimento do seu dever. Ficar crucificando os que agiram (para todos os efeitos e na ausência de prova cabal em contrário) de boa fé porque se acha hoje (quarenta anos depois e no conforto de um computador…) que eles poderiam – ou, pior ainda, deveriam (!) – ter feito diferente é de um anacronismo atroz e injusto.

  23. Ué, e ninguém aqui está canonizando Castelo Branco. O que se quer é, justamente, desmascarar o discurso hipócrita e maniqueísta esquerdista que pinta 64 como o ano em que ditadores corruptos traíram a Pátria e martirizaram os heróicos comunistas que não tinham outros anseios que não os pela Liberdade e Democracia (assim, em Maiúsculas mesmo).

  24. Opa,

    1) Entendo seu argumento sobre o exercício de “futurologia”. Mas bom, o fato de eles terem agido achando que estavam fazendo a coisa certa não muda o fato de que algumas coisas que eles fizeram
    foram erradas. E colocá-los como “mocinhos” contra os “bandidos”  comunistas também é injusto como todos os que foram prejudicados pela ditadura e que não tinham nada a ver com atentados terroristas.

    Ou vai dizer que todo mundo da esquerda era um homem bomba em potencial? do presidente da república até o moleque de recados da VAR-Palmares? Não tem nenhum exagero aí não?

    2) Sobre a democracia no brasil, votos e etc, eu não conheço maneira melhor de saber o que as pessoas pensam do que perguntando a elas o que elas efetivamente pensam. E o voto é basicamente isso.

    Eu só acho que as pessoas deveriam ter sido consultadas sobre o futuro do seu país, ou mais objetivamente com o seu próprio futuro e com seus direitos e deveres, ou mais objetivamente ainda sobre o que se faz com o dinheiro dos seus impostos e principalmente com as dívidas que se faz em seu nome.

    Se em 64 não desse por causa da ameaça de “guerra civil”, que fosse em 70, sei lá, mas 20 anos depois… não é exagero não?

    Se mais brasileiros preferissem viver em cuba a viver no céu de brigadeiro oferecido pelos militares, que assim fosse!!

    Ou vc acha que a opinião de uns vale mais que a opinião de outros?

    []’s

  25. As bolsas isso e aquilo tem tudo a ver sim, o dinheiro sai de onde?
    Falam muito desta tal classe C emergente mas quem trabalha em banco sabe que o que existe é uma corrida absurda de crédito, agora com a crise aparecendo por aqui o que o (des)governo faz? força os bancos estatais a baixar suas taxas de juros  e emprestar mais dinheiro, vai dar certo?talvez, mas como nos EUA, não para sempre, a politica assistencialista do governo(que por sinal é um absurdo vindo do governo FHC) esta minando a capacidade produtiva do pais e vai acabar , uma hora ou outra, em uma nova decada perdida.
    Quem tentava procurar emprego no começo da decada de 90 sabe o quanto isso será ruim.

Os comentários estão fechados.