Ainda o “Deus seja louvado” da moeda brasileira: mais repercussões

– O De Lapsis fez o grande favor de transportar a nossa polêmica tupiniquim ao mundo hispânico ao verter na língua de Cervantes esta batalha cultural que se está travando no Brasil. A análise do articulista me parece bem verdadeira: «tenho certeza de que há católicos, inclusive de boa fé, que julgam estas questões irrelevantes [intrascendentes]. Talvez quando as vejam relevantes [trascendentes] seja já tarde demais»…

Em tempos onde bispos parecem aproveitar o calor da batalha para desferir mais um cruel golpe à Igreja Católica mandando tirar estátuas de santos de uma praça da matriz (o tempora! O mores!), estamos muitíssimo bem servidos de inimigos intra-muros. Chega a parecer incrível que a Igreja permaneça de pé. Cada episódio traiçoeiro destes (já incontáveis vezes repetido ao longo dos 2000 anos de Cristianismo) só nos revela a eficácia daquelas palavras de Cristo de que as Portas do Inferno não prevaleceriam sobre a Igreja d’Ele.

– Em defesa da retirada da inscrição, o sr. Robson de Souza escreveu para o Acerto de Contas e, o Carlos Orsi, para a Folha de São Paulo. Não vou mais repetir que a cédula vazia é tão anti-cristã quanto a mobilização para torná-la vazia é ateísta fanática, porque isto é óbvio: os efeitos apontam para as suas causas e são da mesma natureza destas. Guilhotinar o Rei de França e expôr o trono vazio é um símbolo anti-monarquista, ainda que não coloquem outra pessoa no trono ou mandem afixar na sala real uma placa dizendo “não há rei”.

Cabe apenas notar aqui que o Carlos Orsi, que dedica a maior parte do seu texto a atacar espantalhos ou a despejar falácias – como se (p.ex.) a permanência de uma coisa errada por séculos a transformasse em menos errada [«os nomes de cidades seculares têm peso cultural e histórico muito maior que “Deus seja louvado” (lema adotado nos anos 1980)»], e não – ao contrário – tornasse a luta pelo restabelecimento da Justiça mais premente! -, tem uma interpretação peculiaríssima da língua portuguesa. Para ele, «[o] artigo 19 da Constituição proíbe o Estado de “subvencionar” cultos religiosos. E usar dinheiro para mandar as pessoas louvarem a Deus me parece um caso claro de subvenção». Como se a inscrição na cédula brasileira tivesse a força de um mandado legal para obrigar os cidadãos a celebrarem missas, ou como se a pequena frase implicasse na reserva legal de uma parcela do dinheiro em circulação para a construção de igrejas ou o pagamento de espórtulas, ou – ainda! – como se um indivíduo que, de repente, pegasse uma nota de Real para examinar, prestasse atenção na frase e repetisse mentalmente “Deus seja louvado!” estivesse celebrando um culto religioso!

O fato é que a Fé Atéia irracional não se confunde com a verdade objetiva dos fatos. A existência de Deus é objeto da razão e da Filosofia Natural, esferas que estão perfeitamente ao alcance de qualquer pessoa (e, por extensão, do Estado). O que entra na seara da religião é saber Quem é Deus e como Ele deve ser cultuado; a simples e genérica existência d’Ele não é crença religiosa, mas saber filosófico. Assim, o mero reconhecimento de que Deus existe (chame-se-Lhe de IHWH dos Exércitos, Allah, Primeiro Motor Imóvel, Causa das Causas ou como se queira) não é, sob nenhuma ótica, um culto religioso!

No “Consultor Jurídico”, o Lenio Streck – Procurador de Justiça do Rio Grande do Sul – também escreveu sobre o tema, em um texto longo e provocativo que vale a pena ler. E, além disso, vale fazer uma pequena retrospectiva histórica.

A Maçonaria (que eu não sei se os fanáticos ateístas consideram ou não uma religião, mas não vem ao caso agora, pelo que segue) diz que a efígie da República chama-se Marianne mesmo e – ainda! – que ela é «chamada por uns de Senhora da Liberdade e por outros de Senhora da Maçonaria». Ou seja, o fato de haver uma francesa nas cédulas de Real é (além de racismo, como já mostrado) um injustificável favorecimento dos Maçons em detrimento de todos os não-maçons. Alguém já viu cristãos encaminhando pedidos ao Ministério Público para a retirada deste símbolo?

E mais: a nota de 50.000 cruzeiros reais tinha na frente uma «[e]fígie de “baiana”, com torço e colares, tendo à esquerda painel onde figuram alguns de seus mais importantes balagandãs, os quais possuem diversos significados: romã e cacho de uvas (fecundidade); figa de madeira e dentes de animais (proteção); caju (abundância); peixe, cordeiro e pombas do Espírito Santo» (vejam aqui). Alguém se lembra de algum católico ter então exigido a retirada do símbolo alegando que ele ofendia os seus sentimentos religiosos?

Todas essas coisas servem para mostrar quem é que tem razão nesta história toda: se o punhado de ateístas fanáticos em uma jihad para banir Deus da vida pública ou o resto do mundo que não enxerga esta exigência de alijar a moeda brasileira de sua pequena inscrição de louvor a Deus. A realidade dos fatos mostra de modo insofismável quem são os verdadeiros intolerantes (e, por conseguinte, quem é a maior ameaça à vida em sociedade): não são os cristãos que sempre toleraram no dinheiro do Brasil referências a outras religiões até incompatíveis com o Cristianismo, mas sim os ateístas que – ao contrário – são incapazes de tolerar quaisquer referências (por mínimas e genéricas que sejam) a outras crenças distintas da sua própria.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

51 comentários em “Ainda o “Deus seja louvado” da moeda brasileira: mais repercussões”

  1. Jorge,

    Vou ser curto porque esse assunto já tá esgotado.

    A retirada da inscrição das cédulas serve para reforçar a separação entre Estado e Religião.

    Basicamente, serve pra deixar claro pros cidadãos que:

    – Políticas públicas, principalmente as de saúde, devem ser norteadas por evidências empíricas, e não por conceitos e costumes religiosos;
    As religiões não tem o direito de querer tutelar a moral coletiva, mas apenas a daqueles que nelas creem;
    – Democracia não é a imposição da vontade da maioria;
    – Somos um país plural, não de um deus só.
    – Não é permitido a professores e diretores de escolas públicas fazerem proselitismo religioso em horário de aula, forçando todo mundo a rezar Pai Nosso e instituindo aulas de religião nas escolas.
    – É inconstitucional financiar com verbas públicas e manter totens religiosos em entradas de cidades.
    – Plenários e auditórios de órgãos públicos não são locais de culto.

    E entenda. Isso não é um golpe ateu nas religiões cristãs. Se trata apenas de manter cada um no seu quadrado.

    Abs

  2. Olá, Menke, eu sabia que você iria aparecer aqui. Não, o assunto não está esgotado porque os ateus querem. O assunto ainda tem muito a ser discutido.

    “A retirada da inscrição das cédulas serve para reforçar a separação entre Estado e Religião.”

    Não, a retirada da inscrição é porque os ateus tem urticária e intolerância a tudo que diz respeito a Deus. Eu fico impressionado como os ateus acham que nós somos ingênuos. Menke, Menke, já te disse no outro post seja um pouco mais original. Esse discurso torto de laicismo, já está bem batidinho e bem chatinho.

    “- Políticas públicas, principalmente as de saúde, devem ser norteadas por evidências empíricas, e não por conceitos e costumes religiosos;
    – As religiões não tem o direito de querer tutelar a moral coletiva, mas apenas a daqueles que nelas creem;
    – Democracia não é a imposição da vontade da maioria;
    – Somos um país plural, não de um deus só.
    – Não é permitido a professores e diretores de escolas públicas fazerem proselitismo religioso em horário de aula, forçando todo mundo a rezar Pai Nosso e instituindo aulas de religião nas escolas.
    – É inconstitucional financiar com verbas públicas e manter totens religiosos em entradas de cidades.
    – Plenários e auditórios de órgãos públicos não são locais de culto.”

    Vamos lá:
    1º Políticas públicas, principalmente as de saúde, devem ser norteadas por evidências empíricas, e não por conceitos e costumes religiosos;

    Nossa, Menke, você tem tantos problemas com os costumes e conceitos religiosos. Muito interessante isso, você sabia que as primeiras universidades do mundo foram criadas pela igreja?
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade
    http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2009/05/30/igreja-catolica-mae-das-universidades/
    http://br.noticias.yahoo.com/vaticano-rompe-com-universidade-cat%C3%B3lica-peruana-152523392.htmlhttp://www.comciencia.br/reportagens/universidades/uni03.shtml
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502002000900001

    Quer mais, Menke? Todos os sites falam bem da criação das universidades pela Igreja Católica.E a fé nunca foi inimiga da ciência, se vê nesses sites.

    2°- As religiões não tem o direito de querer tutelar a moral coletiva, mas apenas a daqueles que nelas creem;

    Menke, Menke, deixe de ser rei mandão, se você e outros ateus não gostam, cavem um buraco e morem lá. A população é formada de mais 90% de cristãos. Você queria seguíssemos a moral atéia?Convenhamos que ia ser chato para burro, Êta moral atéia rancorosa que prejudica mais a causa do que ajuda.

    3° – Democracia não é a imposição da vontade da maioria;

    Errado, Menke, vamos lá, quem foi que ganhou nas eleições para prefeitos e vereadores? Não foi a maioria que escolheu? Não foi uma festa da democracia? Talvez, pela sua sua ótica o Giannazzi deveria ganhar em São Paulo ou o Rodrigo Maia deveria ter sido eleitos. Foram a minoria, não é? O Haddad e o Paes foram “imposto”. Vá lá entender não? Agora, para o Menke, quando se pensa em fazer plebiscitos a respeito das uniões gays, da liberação ou discriminalização das drogas, aborto, etc. Ah!Isso, não pode. Porque será uma opressão as minorias. Isso não será democracia. Que visão torta você tem, hein? Se você não sabe, democracia significa governo do povo. E quem é o povo?Não é só os ateus, os gayzistas, abortistas, machonheiros, tem outros personagens. Não se pode enfiar goela abaixo decisões que a maioria não quer. Não questão moral, mas sim de lógica. Seja menos emocionalmente ideológico, Menke. Desça.

    4º – “- Somos um país plural, não de um deus só”

    Pode até ser pra você, mas o povo, como eu disse acima é de maioria cristã, quer vc queira ou não. Se você tem um comportamento antissocial , como muitos dos ateus, eu lamento. Você lembra o que te sugeri no outro post sobre isso, né?Não irei repetir.

    5°- Não é permitido a professores e diretores de escolas públicas fazerem proselitismo religioso em horário de aula, forçando todo mundo a rezar Pai Nosso e instituindo aulas de religião nas escolas.

    Hummmm….gozado. Vamos citar o Ideb – Indice de Desenvolvimento da Educação Básica. Nas melhores posições do ranking são escolas confessionais. Curioso, né? tem oração, tem outras atividades religiosas. Que te garanto pedagogicamente não incomoda ninguém, só os ateus que tem urticária e intolerância. Veja:
    http://www.paraiba.pb.gov.br/55163/programas-pedagogicos-contribuem-para-melhoria-do-ideb-nas-escolas.html
    http://www.adjorisc.com.br/educac-o/governador-inicia-visitas-as-escolas-estaduais-melhor-avaliadas-no-ideb-por-s-o-bento-do-sul-1.1155366
    http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/23690/ideb-paraiba-tem-nota-inferior-a-media-do-pais/
    http://inga-cidadao.com/educacao/g1-visita-a-escola-paraibana-com-melhor-resultado-no-ideb

    Quer mais?

    6 º É inconstitucional financiar com verbas públicas e manter totens religiosos em entradas de cidades.
    Hum….você sabia que há muitas cidades com nomes de santos? Natural que para homenagear, coloque imagens (que vc chama de totens) lá. Ou você queria ter seu busto lá, Menke? (Pausa para gargalhadas) Tá com inveja?Faz biquinho não.
    7º – Plenários e auditórios de órgãos públicos não são locais de culto.

    Largue de ser intolerante, Menke, nao são os ateus que tem de decidir se deve ou não. Isso é de foro intimo das autoridades, se querem fazer culto ou missa não é problema seu. Alias, eu já disse isso, também em outro post, mas dessa vez vou repetir aqui. Tá chegando o verão, curta uma praia com a sua namorada. É mais saudável. Te garanto que será mais interessante que perder tempo fazendo birras que transmitem intolerãncia.

  3. Se eu fosse um ateu fanático que me incomodasse com os símbolos da fé alheia eu entraria com uma ação na justiça para mudar a data do Carnaval, pois esta também é ditada por um calendário religioso. Isso não fere a sensibilidade dos não cristãos? :)

    E, se fosse gay e fundamentalista ateu, proporia que a parada gay não fosse num domingo, pois esse dia não é “dia útil” por inspiração cristã. :)

  4. Aliás, não matar inocentes ou não roubar também é um preceito moral religioso. Por que impô-los a toda sociedade e não apenas aos crentes?

  5. O procurador que entrou com a ação é CATÓLICO! Essa frase não deveria nem ter sido introduzida nas cédulas, é necessário tirar, ainda mais sendo ideia do Sarney.

  6. É Júnior, tá dificil. Esse procurador não é católico. Alias, todo mundo pode dizer que é católico, mas na verdade não é. Não é um julgamento e nem achismo, falo por experiência de convivio com as pessoas dentro e fora da Igreja. Se esse procurador fosse mesmo católico, não se importaria com o dizer. Qualquer interpretação diferente disso, é analfabetismo funcional e mostra acachapante de desconhecimento do que é ser católico.
    Obs: Meu caro Júnior, não grite, pois isso demonstra arrogância e grosseria.

  7. Não sabia que existiam gradações de católico. Ou se é ou não. Quem é você para julgar isso? Muito estranha a sua definição de democracia: os membros dos poderes executivo e legislativo são sim eleitos pela maioria, mas governam para TODOS (é bom colocar em maiúsculas porque você finge não entender). Você certamente não votou na Dilma Rousseff. Entretanto, ela é a Presidente do Brasil e sua decisões valem para TODOS, não só para quem a elegeu, goste você ou não disso. E numa verdadeira democracia, os eleitos tem que preservar os direitos não de quem os elegeu, mas de todos, principalmente o das minorias. Qualquer interpretação diferente disso é analfabetismo funcional e mostra acachapante desconhecimento do que é uma democracia.

  8. Leniéverson,

    Primeiro ponto: o fato das primeiras universidades do mundo terem sido criadas pela Igreja em nada contribui para que a mesma interfira na execução de políticas públicas.

    Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não há qualquer relação plausível e razoável nesse argumento, desde que as instituições que você citou contribuam de alguma forma com dados e pesquisas que orientem o poder público.

    A Associação de Professores da PUC-SP patrocinou um livro pró-aborto, o que mostra que existe gente até dentro das Universidades que discorda da posição religiosa. (Obs: a PUC-SP informou que não concorda com as ideias do livro e que ele não representa o pensamento da Instituição)

    E as primeiras universidades são católicas porque, após a queda do império romano, a Igreja monopolizou o conhecimento e perseguiu todo o conhecimento que não provinha dela.

    Segundo: a história nos mostra que quando entregamos à religião a tutela da moral coletiva, as coisas mais imorais e horrendas foram promovidas e justificadas pela vontade de um ser divino, captadas e versadas por aqueles que se julgavam “mediadores” dessa vontade.

    Ainda, acho engraçado quando você e outros afirmam que 90% da população é cristã e que isso justifica a intromissão da Religião no Estado. Veja bem: você é um dos primeiros a vociferar por aqui que fulano não é católico (é contra a inscrição DSL nas cédulas), ciclano também não (é pró-aborto), e fulano(2) também não (é pro união homoafetiva). Ou seja, vocês se diminuem. Se formos levar a sério o conceito de católico, que segue toda a “legislação divina”, você deveria também excluir desse seu grupo os que fizeram sexo antes do casamento, os que fizeram sexo com a utilização de métodos contraceptivos, os onanistas e etc. Aí meu caro, com certeza só sobrariam uma meia dúzia de católicos xiitas, como alguns que frequentam esse blog. No fim das contas, a quantidade de católicos legítimos, segundo os critérios de vocês, e não os do IBGE, certamente é menor que o número de ateus e agnósticos!

    Outra, utilizar uma maioria pra justificar uma teocracia seria no mínimo hilário para nós ateus. Tive assistindo esses dias um debate ente padres católicos e pastores evangélicos (todos cristãos). Na verdade, me pareceu que foi entre dois padres e o Silas Malafaia. Confesso que fiquei lisonjeado com o Mala, que começa sua fala dizendo que ama a todos, inclusive os ateus! Me pareceu mais tolerante que os comentaristas desse blog…

    Aí, o debate vai esquentando. Malafaia começa a botar os padres contra a parede, dizendo que eles são adoradores de Maria e de ídolos. O cara é tão hipócrita que nessa segunda parte, aos 9:04, ele diz que a Igreja Católica descumpre o laicismo do Estado! Quando uma religião oprime a dele, ele invoca o laicismo. Quando a dele oprime a dos outros, dane-se o Estado Laico.
    Aí o debate vai pegando fogo e descamba pra baixaria na terceira parte, quando Mala diz que Igreja Católica tem um poder enorme, com acesso à mídia e tudo.

    Ou seja, vocês aqui dão as mãos a figuras como Malafaia pra justificar uma maioria cristã para ofender o Estado laico. Aí vamos supor que o Brasil vire de fato uma teocracia.

    Se Hélio Schwartsman estive certo, os evangélicos podem ultrapassar os católicos entre 2030 e 2040. Já pensou?

    Com base no argumento da maioria, Malafaia poderia decretar a proibição de imagens em Igrejas e criminalizar o simples fato de alguém se ajoelhar perante as mesmas. Poderia decretar o fim de referências à Maria, mãe de Deus. Legal né?

    Terceiro: Ideb é uma coisa, proselitismo religioso é outra. Não significa que quem tem educação religiosa é mais bem instruído.

    Quarto: a grande maioria das cidades brasileiras que receberam nomes de santos foram nomeadas na época que o Brasil era um Estado Confessional, onde a religião oficial era o Catolicismo. Agora somos um Estado Laico.

    Quinto: não sou intolerante. Mas um dia talvez você vá sentir o que é, de fato, a intolerância religiosa, conforme eu expliquei…

    Abs

  9. “Não sabia que existiam gradações de católico. Ou se é ou não. Quem é você para julgar isso? Muito estranha a sua definição de democracia: os membros dos poderes executivo e legislativo são sim eleitos pela maioria, mas governam para TODOS (é bom colocar em maiúsculas porque você finge não entender). Você certamente não votou na Dilma Rousseff. Entretanto, ela é a Presidente do Brasil e sua decisões valem para TODOS, não só para quem a elegeu, goste você ou não disso. E numa verdadeira democracia, os eleitos tem que preservar os direitos não de quem os elegeu, mas de todos, principalmente o das minorias. Qualquer interpretação diferente disso é analfabetismo funcional e mostra acachapante desconhecimento do que é uma democracia.”

    Não sabia, Junior? Agora sabe e não sou quem julgo, me baseio no catecismo da Igreja católica que norteia o catolicismo em todo o mundo. Se você tem problemas em entender isso eu lamento. E mais uma vez, pare de colocar em maiúsculo, pois é sinal de grosseria e arrogancia. Não, não votei na Dilma, nesse caso eu concordo com vc. Mas todos quem? Qual é a maioria que votou nela, não são os cristãos? Ou você acha que ela teria que criar políticas públicas só para ateus? Pelo jeito sim. E outra, gente como você e o Menke tem medo de plebiscito porque a decisão da maioria que é a mesma que vota não aceitar os tais “direitos” (que na verdade é empurrar goela abaixo o barulho das tais “minorias”). Plebiscito é o mais democrático e não apelar pela decisão da corte suprema. Se você apoia ditaduras é outra história. Eu não sou como você, meu caro, fique tranquilo, não fui picado pelo mosquito da intolerancia.

    Agora vamos ao Menke:

    “Leniéverson,

    Primeiro ponto: o fato das primeiras universidades do mundo terem sido criadas pela Igreja em nada contribui para que a mesma interfira na execução de políticas públicas.”

    Errado, Menke, como você é lento. Se as Universidades foram criadas pela igreja e elas tiveram excelência, nada atrapalha que o Estado aceite ajuda de linhas pedagógica. Ah!Não ser que vc tenha problemas com isso. Que é o caso.

    “Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não há qualquer relação plausível e razoável nesse argumento, desde que as instituições que você citou contribuam de alguma forma com dados e pesquisas que orientem o poder público.

    A Associação de Professores da PUC-SP patrocinou um livro pró-aborto, o que mostra que existe gente até dentro das Universidades que discorda da posição religiosa. (Obs: a PUC-SP informou que não concorda com as ideias do livro e que ele não representa o pensamento da Instituição)

    Sim, meu caro, as PUCs possuem um alto indice de excelência, mas todas as vezes que estes professores ou reitores usam do marxismo, para calar a catolicidade da instituição, ela cai. De fato, a Apropuc é rebelde, como disse é cheia de marxismo que, pasme, exige um enisno “laico”, em uma Universidade Confessional. Curioso, não? É claro que tudo que os rebeldes fazem, não tem a chancela ou o “imprimatur” da Arquidiocese. É Lógico. Se esses professores discordam e se sentem mal lá, que peçam demissão e procure fazer um concurso e entrem na USP, lá tá cheio de gente como eles e pagos com o dinheiro público.

    “Segundo: a história nos mostra que quando entregamos à religião a tutela da moral coletiva, as coisas mais imorais e horrendas foram promovidas e justificadas pela vontade de um ser divino, captadas e versadas por aqueles que se julgavam “mediadores” dessa vontade.”

    Nossa, Menke, eu já li isso umas “trocentas” vezes e confesso, vocês são geniais em……mentiras. Você não sabe o que é horrendo? pelo jeito, não? Horrendo é a fome, a miséria, o baixo investimento em educação e em saúde, o desemprego, a falta de moradia, de esperança. E as religiões em nada tem a ver com isso, mas sim o capitalismo. Como vocês ateus viajam, não? São tão tolinhos e equivocadinhos.

    “Ainda, acho engraçado quando você e outros afirmam que 90% da população é cristã e que isso justifica a intromissão da Religião no Estado. Veja bem: você é um dos primeiros a vociferar por aqui que fulano não é católico (é contra a inscrição DSL nas cédulas), ciclano também não (é pró-aborto), e fulano(2) também não (é pro união homoafetiva). Ou seja, vocês se diminuem. Se formos levar a sério o conceito de católico, que segue toda a “legislação divina”, você deveria também excluir desse seu grupo os que fizeram sexo antes do casamento, os que fizeram sexo com a utilização de métodos contraceptivos, os onanistas e etc. Aí meu caro, com certeza só sobrariam uma meia dúzia de católicos xiitas, como alguns que frequentam esse blog. No fim das contas, a quantidade de católicos legítimos,
    segundo os critérios de vocês, e não os do IBGE, certamente é menor que o número de ateus e agnósticos!”

    Hummm….que medinho, meu caro. Tô me borrando de medo. Sim, a população é formada de 90% de cristãos, que alias adiantando o último ponto, você demonstra ter intolerância sim. Seria ingenuidade da nossa parte você dizer isso. Seria esperar algo inesperado. Curioso não. Pare de resmungar, meu caro, aprenda a ser sociável, não insista. A cada vez que você e agora o Júnior fala, demostra que possuem uma incapacidade de conviver com quem tem crença em Deus. Você quer saber? Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus!Eu acredito em Deus! (pausa para gargalhada) Deus é a minha razão de viver. A Sua e a do Júnior é o ódio e o rancor. Quanto ao termo católico “xiita” obrigado pelo elogio, isso mostra o quanto vc é “elegante”, “fino” e “cortês”.

    “Outra, utilizar uma maioria pra justificar uma teocracia seria no mínimo hilário para nós ateus. Tive assistindo esses dias um debate ente padres católicos e pastores evangélicos (todos cristãos). Na verdade, me pareceu que foi entre dois padres e o Silas Malafaia. Confesso que fiquei lisonjeado com o Mala, que começa sua fala dizendo que ama a todos, inclusive os ateus! Me pareceu mais tolerante que os comentaristas desse blog…
    Aí, o debate vai esquentando. Malafaia começa a botar os padres contra a parede, dizendo que eles são adoradores de Maria e de ídolos. O cara é tão hipócrita que nessa segunda parte, aos 9:04, ele diz que a Igreja Católica descumpre o laicismo do Estado! Quando uma religião oprime a dele, ele invoca o laicismo. Quando a dele oprime a dos outros, dane-se o Estado Laico.
    Aí o debate vai pegando fogo e descamba pra baixaria na terceira parte, quando Mala diz que Igreja Católica tem um poder enorme, com acesso à mídia e tudo.

    Ou seja, vocês aqui dão as mãos a figuras como Malafaia pra justificar uma maioria cristã para ofender o Estado laico. Aí vamos supor que o Brasil vire de fato uma teocracia”.

    É claro, existe os católicos e protestantes, divergimos em várias coisas, mas nos unimos em temas que nos une. O Silas Malafaia diz isso também quase todos os finais de semana , em seus programas em emissoras de TV. Ou não sabia disso? Quer que eu post um video dele dizendo isso?

    “Terceiro: Ideb é uma coisa, proselitismo religioso é outra. Não significa que quem tem educação religiosa é mais bem instruído.

    Quarto: a grande maioria das cidades brasileiras que receberam nomes de santos foram nomeadas na época que o Brasil era um Estado Confessional, onde a religião oficial era o Catolicismo. Agora somos um Estado Laico.

    Quinto: não sou intolerante. Mas um dia talvez você vá sentir o que é, de fato, a intolerância religiosa, conforme eu expliquei…

    Abs”

    Ideb não é uma coisa é um indice oficial do Estado que define políticas públicas para educação (que engloba escolas públicas e privadas”. Tendo em vista que é o MEC quem regula projetos educacionais de alcance federal. E se lá em cima mostra que as escolas confessionais tem uma educação de excelência, mostra que confessionalidade não interfere pedagogicamente no desenvolvimento escolar. Agora, se isso incomoda os ateus, há doentes intolerantes para tudo.
    Hum….Estado Laico, mas não ateu. Que tal os ateus tentarem tirar o nome dos santos, imagens de nossa senhora em Brasão, ou até tentar arrancar o Cristo redentor, certamente será pior pra vocês por que prejudicará mais do que ajudará a causa de vocês perturbadinhos.
    Vou voltar o que disse lá em cima, você é intolerante patológico. Recomendo que você busque um psicologo – não a Marisa Lobo ou a Rosangela Justino, é claro – (pausa para nova gargalhada) – como elas são cristãs certamente te daria urticária.

  10. Junior,

    Isso é uma outra coisa que me intriga: aqui, os católicos usam o critério do IBGE para justificar a transgressão do laicismo, alegando que representam a maioria da população.

    Mas usam o critério do cristão legítimo quando apontamos que eles estão sendo extremistas, ao darmos exemplos de católicos que abortam, que são a favor de uniões homoafetivas e que são contra a inscrição DSL das cédulas de Real.

    Afinal, existe aqui um oportunismo? Se são apenas os “católicos legítimos” que contam, deveríamos mobilizar o IBGE para que refaça seu formulário de pesquisa, pois não basta perguntar qual é a crença da pessoa. Se ela disser que é cristã, o pesquisador deveria confirmar essa informação, perguntando em seguida se ela é onanista, se já fez sexo antes do casamento, se é pró-aborto, se é contra o laicismo, se é a favor da união de homossexuais… enfim.

    Precisamos urgentemente reavaliar essa proporção de cristãos no Brasil, pois os comentaristas deste blog estão deixando claro pra gente que o número está superdimensionado.

  11. Faço apenas a seguinte reconsideração: não é verdade que a maioria das cidades brasileiras foram nomeadas durante o período confessional, mas sim as principais.

  12. Wagner

    Vamos por partes:

    “Primeiro ponto: o fato das primeiras universidades do mundo terem sido criadas pela Igreja em nada contribui para que a mesma interfira na execução de políticas públicas.”

    Concordo que, em tese, esse argumento não referenda a participação da Igreja no debate público (há outros muito mais importantes que esse). Mas, tal argumentação reflete ou a ignorância ou a má vontade dos cristofóbicos em reconhecer que a participação da Igreja na vida pública teve também (pois reconheço que houve mazelas) importante contribuição para o desenvolvimento social. E não foi só para a ciência, mas também para a educação básica, saúde pública, previdência e assistência social, etc. Em todos esses campos a atuação da Igreja ao longo do tempo foi essencial e precursora da ação estatal atual.
    “E as primeiras universidades são católicas porque, após a queda do império romano, a Igreja monopolizou o conhecimento e perseguiu todo o conhecimento que não provinha dela.”

    Não, Wagner, não foi por isso. Foi porque a Igreja sempre favoreceu o conhecimento humano porque encara a Criação como parte da ação ou Revelação divina. Na prática, o conhecimento humano se deu nos átrios das instituições eclesiásticas porque apenas a Igreja criou ambientes para isso. Após a queda do Império Romano do Ocidente o ordenamento estatal era quase inexistente. Lembre-se que os novos “donos do poder público”, os bárbaros não eram apenas analfabetos, eram ÁGRAFOS.

    “Segundo: a história nos mostra que quando entregamos à religião a tutela da moral coletiva, as coisas mais imorais e horrendas foram promovidas e justificadas pela vontade de um ser divino, captadas e versadas por aqueles que se julgavam “mediadores” dessa vontade.”

    Não nego que aberrações morais foram cometidas em nome de Deus e ainda são. Mas, aqui vale ressaltar dois pontos: o século XX produziu essas aberrações de modo exponencial em regimes baseados no ateísmo de Estado. Portanto, se você for honesto verá que tais aberrações morais não são próprios da teocracia (que não defendo, mas que é fácil ver que o ateísmo foi mais pródigo na sua produção). Além disso, é razoável questionar-se se tais aberrações feitas em nome da religião são compatíveis com as doutrinas religiosas ou se elas foram deturpadas para atender interesses de outra ordem.

    Por outro lado, pergunte-se se as mesmas aberrações morais encontram algum óbice no ateísmo.

    “Ainda, acho engraçado quando você e outros afirmam que 90% da população é cristã e que isso justifica a intromissão da Religião no Estado”

    Mas, Wagner, é democrático calar as convicções morais ou sociais daqueles que creem? Por que você pode expressar as suas convicções e torná-las políticas públicas e os cristãos não?
    “Ou seja, vocês se diminuem. Se formos levar a sério o conceito de católico, que segue toda a “legislação divina”, você deveria também excluir desse seu grupo os que fizeram sexo antes do casamento, os que fizeram sexo com a utilização de métodos contraceptivos, os onanistas e etc.”

    Wagner, parece-me claro que é católico aquele que, além de crer na totalidade da doutrina católica, não defende pontos antagônicos em relação a essa doutrina. Alguém que pratica um aborto ou se junta com alguém do mesmo sexo continua sendo católico. Porém, alguém que nunca tenha feito um aborto e seja heterossexual e defende o aborto ou a prática sexual, mesmo que seja batizado, não está na comunhão católica. Isso não está claro para você

    “Com base no argumento da maioria, Malafaia poderia decretar a proibição de imagens em Igrejas e criminalizar o simples fato de alguém se ajoelhar perante as mesmas. Poderia decretar o fim de referências à Maria, mãe de Deus. Legal né?”

    Não, Wagner, ele não poderia proibir imagens porque estaria indo contra a liberdade religiosa. Isso quem fez foram os regimes confessionalmente ateus comunistas.

    ‘Quarto: a grande maioria das cidades brasileiras que receberam nomes de santos foram nomeadas na época que o Brasil era um Estado Confessional, onde a religião oficial era o Catolicismo. Agora somos um Estado Laico.”

    Isso é um erro histórico. Mas, em sua visão, se hoje a população de um novo município quiser nomeá-lo de, sei lá, São Paulo do Norte não pode???

  13. Correção. Onde se lê: “Porém, alguém que nunca tenha feito um aborto e seja heterossexual e defende o aborto ou a prática sexual, mesmo que seja batizado, não está na comunhão católica.”

    Leia-se: “Porém, alguém que nunca tenha feito um aborto e seja heterossexual e defende o aborto ou a prática HOMOSsexual, mesmo que seja batizado, não está na comunhão católica.

  14. “Vai sair para espairecer….você parece ser inteligente…deixa disso…”

    É o que venho tentando dizer para Ele, além de inteligente (sou obrigado a contragosto a reconhecer isso), é jovem tem uma vida para aproveitar. E sugiro a ele que visite um asilo, uma clínica de recuperação de drogados, um orfanato e faça o bem neste natal. Certamente será bem mais útil.

  15. Olá Lampedusa,

    Seguinte:

    “Primeiro ponto: o fato das primeiras universidades do mundo terem sido criadas pela Igreja em nada contribui para que a mesma interfira na execução de políticas públicas.”

    Concordo que, em tese, esse argumento não referenda a participação da Igreja no debate público (há outros muito mais importantes que esse). Mas, tal argumentação reflete ou a ignorância ou a má vontade dos cristofóbicos em reconhecer que a participação da Igreja na vida pública teve também (pois reconheço que houve mazelas) importante contribuição para o desenvolvimento social. E não foi só para a ciência, mas também para a educação básica, saúde pública, previdência e assistência social, etc. Em todos esses campos a atuação da Igreja ao longo do tempo foi essencial e precursora da ação estatal atual.

    Não nego o direito à participação da Igreja em assuntos da esfera pública. Nego, sim, o caráter totalitário algumas atitudes suas assumem. Para exemplificar: impedir o poder público de distribuir preservativos, o que acontece em grande escala de cidades pequenas do interior; pressões diversas para obrigar alunos de escolas públicas a rezarem Pai Nosso e/ou participarem de aulas de religião; interditar o debate sobre assuntos de saúde pública, como o aborto.

    Dos campos de atuação que você citou, apenas ressalvo a assistência social, por não concordar com políticas de caridade, por não terem efetividade para mudar a situação social dos seus beneficiários.

    De resto, estamos de acordo.

    “E as primeiras universidades são católicas porque, após a queda do império romano, a Igreja monopolizou o conhecimento e perseguiu todo o conhecimento que não provinha dela.”

    Não, Wagner, não foi por isso. Foi porque a Igreja sempre favoreceu o conhecimento humano porque encara a Criação como parte da ação ou Revelação divina. Na prática, o conhecimento humano se deu nos átrios das instituições eclesiásticas porque apenas a Igreja criou ambientes para isso. Após a queda do Império Romano do Ocidente o ordenamento estatal era quase inexistente. Lembre-se que os novos “donos do poder público”, os bárbaros não eram apenas analfabetos, eram ÁGRAFOS.

    Bom, em que pese hoje a Pontifícia Academia das Ciências dispor de diversos prêmios Nobel, o que concorda com a sua afirmação de que a Igreja favoreceu o conhecimento, nos séculos passados eu disponho de fontes históricas que deixam claro que a Igreja combateu as fontes de conhecimento que não provinham de seus domínios.

    “Segundo: a história nos mostra que quando entregamos à religião a tutela da moral coletiva, as coisas mais imorais e horrendas foram promovidas e justificadas pela vontade de um ser divino, captadas e versadas por aqueles que se julgavam “mediadores” dessa vontade.”

    Não nego que aberrações morais foram cometidas em nome de Deus e ainda são. Mas, aqui vale ressaltar dois pontos: o século XX produziu essas aberrações de modo exponencial em regimes baseados no ateísmo de Estado. Portanto, se você for honesto verá que tais aberrações morais não são próprios da teocracia (que não defendo, mas que é fácil ver que o ateísmo foi mais pródigo na sua produção). Além disso, é razoável questionar-se se tais aberrações feitas em nome da religião são compatíveis com as doutrinas religiosas ou se elas foram deturpadas para atender interesses de outra ordem.
    Por outro lado, pergunte-se se as mesmas aberrações morais encontram algum óbice no ateísmo.

    Havemos de concordar que, embora “o século XX produziu essas aberrações de modo exponencial em regimes baseados de Estado”, ninguém cometeu aberrações em nome do ateísmo, mas sim do comunismo. Assim como não podemos afirmar que as barbaridades cometidas pelo regime nazista devam ser creditadas na conta do catolicismo.

    Porém, na Idade Média a coisa foi diferente. As doutrinas foram deturpadas para atender os interessas da própria Doutrina.

    Não acredito que aberrações morais encontrem óbice moral em ateísmo, até porque o mesmo não é uma doutrina que prega valores morais. O ateísmo prega apenas descrença em divindades. Então, quem pra mim, é apenas ateísta não está sustentando uma grande qualidade. Meu ateísmo vem de uma visão cética de encarar o mundo e do humanismo, essa sim uma doutrina que vê vários óbices para todo tipo de aberração já cometida.

    “Ainda, acho engraçado quando você e outros afirmam que 90% da população é cristã e que isso justifica a intromissão da Religião no Estado”

    Mas, Wagner, é democrático calar as convicções morais ou sociais daqueles que creem? Por que você pode expressar as suas convicções e torná-las políticas públicas e os cristãos não?

    Não. Minha crítica é que não é democrática impor a visão religiosa a quem detém outras crenças. Nunca propus calar expressão de ninguém.

    Obs: existem locais adequados para expressar suas crenças. Cédulas não o são.

    “Ou seja, vocês se diminuem. Se formos levar a sério o conceito de católico, que segue toda a “legislação divina”, você deveria também excluir desse seu grupo os que fizeram sexo antes do casamento, os que fizeram sexo com a utilização de métodos contraceptivos, os onanistas e etc.”
    Wagner, parece-me claro que é católico aquele que, além de crer na totalidade da doutrina católica, não defende pontos antagônicos em relação a essa doutrina. Alguém que pratica um aborto ou se junta com alguém do mesmo sexo continua sendo católico. Porém, alguém que nunca tenha feito um aborto e seja heterossexual e defende o aborto ou a prática sexual, mesmo que seja batizado, não está na comunhão católica. Isso não está claro para você.

    Isso está tão claro pra mim que problematizei a questão só pra ver que concordava, e você foi essa pessoa.

    Por isso que sempre afirmei que o procurador Jefferson Dias é católico e sempre foi, as mulheres que abortam são católicas, e etc. Católico é todo aquele que se declara católico.

    Essa auto-exclusão só prejudica o próprio catolicismo.

    “Com base no argumento da maioria, Malafaia poderia decretar a proibição de imagens em Igrejas e criminalizar o simples fato de alguém se ajoelhar perante as mesmas. Poderia decretar o fim de referências à Maria, mãe de Deus. Legal né?”
    Não, Wagner, ele não poderia proibir imagens porque estaria indo contra a liberdade religiosa. Isso quem fez foram os regimes confessionalmente ateus comunistas.
    “Quarto: a grande maioria das cidades brasileiras que receberam nomes de santos foram nomeadas na época que o Brasil era um Estado Confessional, onde a religião oficial era o Catolicismo. Agora somos um Estado Laico.”
    Isso é um erro histórico. Mas, em sua visão, se hoje a população de um novo município quiser nomeá-lo de, sei lá, São Paulo do Norte não pode???

    A primeira, talvez você não tenha reparado, mais eu supus anteriormente no próprio comentário uma situação de um regime teocrático no Brasil, no qual os evangélicos do Malafaia seriam uma maioria sobre os católicos. Releia lá.

    E na segunda, eu fiz uma correção logo em seguida. E sim, pode-se nomear cidades com o nome de quem achar melhor. Estava apenas observando que o fator histórico dos nomes de santos em cidades advinha do período confessional do Estado. A inscrição DSL nada tem de histórica nem de cultural.

    Abraços

  16. em, Leniéverson você implicitamente é quem está agindo com arrogância e prepotência e continua sem entender o que é democracia. Então vamos fazer um plebiscito para tirar o nome de Deus das cédulas? Não se convocam plebiscitos ou referendos sobre matérias religiosas e que já estão regulamentadas na Constituição. O Estado brasileiro não é confessional, isso é um fato e ponto final. Longe da histeria de “ateísmo”, trata-se apenas de delimitar a esfera privada da esfera pública. Se o próprio procurador afirmou ser católico, não será você que irá desmentí-lo, não é?

    Não existe nada mais intolerante do que enfiar goela abaixo de toda população determinados atos e comportamentos só porque são da maioria. Democracia NÃO É ditadura da maioria! Um governo verdadeiramente democrático, embora seja eleito pela maioria, governa para TODOS! E tem o dever ainda maior de proteger as minorias por justamente estas, muitas vezes, não terem voz e nem a soberania dos números.

    Você sendo negro deveria entender isso!

  17. Esse Júnior e o Menke, não aprendem, continuam com o orgulho ferido. Eu sei o que é democracia, Junior, e ela não foi feita para favorecer ideologicamente as minorias.É você que pensa lentooooo. Quanto aos “elogios” ao meu respeito, muito obrigado pela parte que não me toca.(pausa para gargalhada). Agora:
    “Não existe nada mais intolerante do que enfiar goela abaixo de toda população determinados atos e comportamentos só porque são da maioria. ”
    Então peça para reformular a lei 9504/97, a lei eleitoral, para que o menos votado seja o eleito. Se for nesse sentido, né?(pausa para rir de novo)
    Menkeeee, cada sua promessa de acatar a decisão da juíza? Esqueceu?Ah!!! ateus militantes não tem ética.
    Bem, deixando eles de lado, fiz uma campanha no meu Facebook. Vamos participar e cobrar deles?

    “No dia em que uma juíza de São Paulo decidiu pela manutenção do dizer “Deus seja louvado”, nas notas de real, darei uma sugestão aos ateus incomodados.
    a) Usem cartão de crédito;
    b) Paguem em débito automático;
    c) Façam transferência bancária para a minha contae,
    d) Dê toda a sua grana com o dizer “Deus seja louvado” para mim, que farei booooooooom uso dele.

    Que tal, minha gente?Tô na campanha “adote” cédulas com o dizer “Deus seja louvado” de ateus incomodados com o dizer. Boa, né?”

    Pois é, que cada Cristão, Budista, do Islã, faça o mesmo, adote cedulas de real dos ateus incomodados. Muita gente vai ficar feliz, eu incluisive. Quer quer dinheinheeeeeeiro?

  18. Ah!Sim, sou negro, Júnior! Mas sou contra a politica de cotas, sou a favor de investimentos em educação básica. A defesa dos negros, sob o viés marxista uma bobagem.

  19. Wagner

    “Não nego o direito à participação da Igreja em assuntos da esfera pública. Nego, sim, o caráter totalitário algumas atitudes suas assumem. Para exemplificar: impedir o poder público de distribuir preservativos, o que acontece em grande escala de cidades pequenas do interior; pressões diversas para obrigar alunos de escolas públicas a rezarem Pai Nosso e/ou participarem de aulas de religião; interditar o debate sobre assuntos de saúde pública, como o aborto.”

    Ficando apenas no campo da argumentação sociológica (que não é a mais importante), perguntar-lhe-ia porque é totalitário não querer que se distribua preservativos em escolas públicas? Parece-me muito menos totalitário a distribuição delas, pois certamente fere a sensibilidade moral e o direito das famílias de educarem seus filhos conforme seus valores. Por que não se distribui essas camisinhas para os pais e esses, se quiserem, deem-nas a seus filhos? Não lhe parece menos autoritário?

    Desconheço a pretensão de obrigar todos os alunos a rezarem o Pai Nosso em escolas públicas. Se isso ocorre, também acho totalmente errado. Algo muito diferente é se oferecer a reza pública àqueles alunos que assim quiserem. O que seria autoritário é impedir que esses alunos rezem em público.

    O aborto não é e nem nunca foi um assunto restrito à saúde pública. E tenho certeza que você sabe disso.

    “Dos campos de atuação que você citou, apenas ressalvo a assistência social, por não concordar com políticas de caridade, por não terem efetividade para mudar a situação social dos seus beneficiários.”

    Talvez não estejamos com o mesmo conceito de assistência social, mas refiro-me a orfanatos, asilos, creches, etc. E mesmo assistência aos menos favorecidos. Imagino que você não ache isso ruim.

    “eu disponho de fontes históricas que deixam claro que a Igreja combateu as fontes de conhecimento que não provinham de seus domínios.’

    Você poderia me disponibilizar tais fontes? Estranha-me muitíssimo isso, pois os primeiros Padres da Igreja fizeram uso do instrumental filosófico neo-platônico para elaborar a teologia e no século XIII foi a leitura de Aristóteles que revolucionou a teologia escolástica (Aristóteles, aliás, trazido de volta ao Ocidente pelos árabes muçulmanos). A medicina medieval teve fortíssima contribuição de médicos judeus e as inovações dos árabes foram rapidamente introduzidas na Europa cristã (a álgebra, por exemplo). E não me consta que as “novidades” trazidas por Marco Polo, por exemplo, do Extremo Oriente tenham sido rechaçadas pela Igreja.

    “ninguém cometeu aberrações em nome do ateísmo, mas sim do comunismo. Assim como não podemos afirmar que as barbaridades cometidas pelo regime nazista devam ser creditadas na conta do catolicismo.”

    Não, Wagner. Stalin mandou matar milhares de sacerdotes ortodoxos porque eram cristãos. O mesmo ocorreu em outros países da órbita marxista. O mesmo fizeram os “republicanos” espanhóis ou os laicistas mexicanos contra os cristeros. Mataram em nome do ateísmo.

    Uma pergunta, antes de responder mais sobre esse tema: você foi batizado?

    ” Meu ateísmo vem de uma visão cética de encarar o mundo e do humanismo, essa sim uma doutrina que vê vários óbices para todo tipo de aberração já cometida.”

    Bom, e meu catolicismo vê tanto ou mais óbices a todo tipo de aberração que qualquer humanismo ateu. E por uma razão simples: temos um fundamento que transcende o próprio homem. Ao humanismo ateu falta base teórica sólida.

    E, Wagner, esses valores que você tem são em grande parte oriundos da herança cristã que forjou a cultura ocidental. É inegável.

    Quanto ao ateísmo em si, nada posso falar. Cada um tem sua fé.

    “Obs: existem locais adequados para expressar suas crenças. Cédulas não o são.”

    E quem define quais são esses locais adequados? Os ateus?

    “Por isso que sempre afirmei que o procurador Jefferson Dias é católico e sempre foi, as mulheres que abortam são católicas, e etc. Católico é todo aquele que se declara católico.”

    Não, Wagner. Acho que não me fiz entender. Não é católico o que se declara católico, mas aquele que além de se declarar católico não DEFENDE nenhuma doutrina contrária à fé católica. Logo, se esse sr. Jefferson se diz católico e é a favor do aborto não está na comunhão católica.

  20. Correção:

    Onde se lê: ” Parece-me muito menos totalitário a distribuição delas, pois certamente fere a sensibilidade moral e o direito das famílias de educarem seus filhos conforme seus valores”

    Leia-se ” Parece-me muito menos totalitário QUE a distribuição delas, pois certamente fere a sensibilidade moral e o direito das famílias de educarem seus filhos conforme seus valores

  21. Hummm, orgulho ferido, Leniéverson? Quem me acusou de ser “arrogante” hein? Quem desde o início tenta desesperada e inutilmente responder aos outros comentaristas aqui? Quem abusa de ironias rasteiras e sarcasmos pueris demonstra implicitamente uma insegurança muito grande, apesar de tentar demonstrar o contrário. Não jogue verde para colher maduro!

    Você continua totalmente ignorante sobre o que é uma verdadeira democracia, até confundiu os princípios democráticos com a lei eleitoral que regula as eleições, não a democracia em si. “Eu sei o que é democracia, Junior, e ela não foi feita para favorecer ideologicamente as minorias”, Não, você não sabe: Democracia não foi feita para favorecer ninguém! Os legisladores não legislam somente para quem os elegeu, mas para toda a população. Será que é preciso ser mais claro?

    Acho muito curioso (e triste) um negro desconhecer totalmente sobre as minorias e como uma democracia deve protegê-las. Por que, na verdade, você é um negro da Casa Grande. Quem já leu Gilberto Freire entende o que eu digo.

  22. Wagner,

    Não sei se tu és do meio jurídico,mas o Ilustríssimo procurador está sendo muito mal visto por todos os outros,inclusive os não cristãos,e posso postar os textos aqui das críticas jurídicas(não religiosas) à bizarra ação.

    Ele vai recorrer….e eu estou achando muito engraçado…veremos os próximos capítulos…

  23. “Católico é todo aquele que se declara católico.”

    E vegan é todo aquele que se declara vegan. Mesmo que coma carne – Você é uma máquina de falar baboseiras.

    Católico é aquele que se submete à vontade da Igreja formada por Cristo, reconhece nos seus ensinamentos a verdade, ainda que às vezes falte contra eles, volta e pede perdão porque faz o mea culpa. É aquele que aceita Jesus como seu salvador e demonstra isso através de ações. O fato de errar às vezes em nada contraria tal credo se a vontade e o reconhecimento estiverem alinhados com o catolicismo.

    Quem crê em Cristo mas não se submete às ordens da Igreja é só cristão. Nisso incluímos os evangélicos e os católicos de censo. Se quiser ser vegan, tem que parar de comer carne. Se quiser ser católico, tem que acatar a autoridade da Igreja.

    – O comunismo é ESSENCIALMENTE ateu. TEM que ser ateu e NÃO PODE falar em direitos. Se eu sou parte de uma ideologia que não só afirma a inexistência de Deus como ainda persegue quem afirma sua existência, o faz em nome do ateísmo. Pare de querer enfeitar a coisa.

    “E as primeiras universidades são católicas porque, após a queda do império romano, a Igreja monopolizou o conhecimento e perseguiu todo o conhecimento que não provinha dela.””

    Engraçado. Como a Igreja ia fazer isso se durante a idade das trevas quem exercia o poder político eram as tribos bárbaras e pagãs? Safadeza, mais desonestidade intelectual.

    ” história nos mostra que quando entregamos à religião a tutela da moral coletiva, as coisas mais imorais e horrendas foram promovidas e justificadas pela vontade de um ser divino”

    Primeiro que quem comete as tais imoralidades não o faz de acordo com os preceitos da Igreja. Age à sua margem, pois em momento nenhuma ela incentiva tais atos. Já o ateísmo diz precisamente que nem moral existe, que certo e errado não existem. O que me faz perguntar: Imorais de acordo com o quê? Em que você baseia seu certo e errado, se Deus inexiste na sua opinião? O que você está sugerindo é que moral é relativa. Por que deveríamos seguir sua moral então, em detrimento do que a igreja diz?

  24. “Democracia não foi feita para favorecer ninguém!”

    Muito menos os ateus. Supressão da menção a Deus de maneira genérica é sinal de ateísmo por parte do estado. Vai viver num estado ateísta então, oras. Coreia do Norte te espera.

    “Acho muito curioso (e triste) um negro desconhecer totalmente sobre as minorias e como uma democracia deve protegê-las. Por que, na verdade, você é um negro da Casa Grande. Quem já leu Gilberto Freire entende o que eu digo.”

    Se eu fosse negro e ouvisse isso, eu processava. É uma ofensa grave achar que porque tenho determinada cor de pele eu seja obrigado a estar atrelado a determinada ideologia coitadista, de outro modo sendo agredido por isso.

    Pior ainda é o ataque gratuito à regra gramatical dos porquês.

  25. Daniel Pires, você é outro que não sabe ler e interpretar. A expressão “negro da casa grande” foi dita por um…negro! Você enxergou racismo nisso?

    http://amandhadisouza.blogspot.com.br/2012/01/bbb12-o-negro-da-casa-grande.html

    http://www.afropress.com.br/post.asp?id=13600

    Se alguém sendo parte de uma minoria (ou suposta minoria) não entende sobre o que é ser minoritário em uma verdadeira democracia e como esta deve sim protegê-la, então no mínimo essa pessoa é alienada. Não estou querendo dirigir a vida de ninguém, ao contrário de vocês que querem dirigir o Estado e a vida de todos…

    Em nenhum momento proclamei a suposta superioridade de uma raça sobre outra muito menos o menosprezei por sua cor. Foi apenas uma constatação. Não enxergue chifres em cabeça de cavalo!

    Outra coisa: laicismo não é coisa de comunista muito menos de ateu. A maioria dos ateus não são comunistas. Sua afirmação é típica de um histérico e psicótico que acha que tem comunista escondido até debaixo da sua cama. Deveria consultar um psiquiatra!

    “TEM que ser ateu e NÃO PODE falar em direitos”. Essa frase resume toda a sua intolerância e totalitarismo Não me venha falar em “direitos” depois disso. Você não entende o que é viver em sociedade.

    E desde quando moral depende de religião? Não se esqueça que Hitler era católico. E não me venha com essa história de “cristão condicional”.

    “Muito menos os ateus. Supressão da menção a Deus de maneira genérica é sinal de ateísmo por parte do estado. Vai viver num estado ateísta então, oras. Coreia do Norte te espera”.

    Ah, não diga! Até quando vão repetir ad nauseam que “Estado laico não é Estado ateu”? O Estado brasileiro foi declarado laico já na 1ª Constituição republicana em 1891, quando nem existia país comunista para servir de álibi às suas histerias. E na época pelo menos 98% da população era católica!

    Entendam uma coisa: separação entre Estado e Igreja é um dos pilares da democracia. Do contrário, o Irã te espera…

    Em 2030 há a previsão de que a maioria da população brasileira seja composta de evangélicos. Quando você virar uma minoria, não reclame!

  26. Lampeduza,

    “Não nego o direito à participação da Igreja em assuntos da esfera pública. Nego, sim, o caráter totalitário algumas atitudes suas assumem. Para exemplificar: impedir o poder público de distribuir preservativos, o que acontece em grande escala de cidades pequenas do interior; pressões diversas para obrigar alunos de escolas públicas a rezarem Pai Nosso e/ou participarem de aulas de religião; interditar o debate sobre assuntos de saúde pública, como o aborto.”

    Ficando apenas no campo da argumentação sociológica (que não é a mais importante), perguntar-lhe-ia porque é totalitário não querer que se distribua preservativos em escolas públicas? Parece-me muito menos totalitário a distribuição delas, pois certamente fere a sensibilidade moral e o direito das famílias de educarem seus filhos conforme seus valores. Por que não se distribui essas camisinhas para os pais e esses, se quiserem, deem-nas a seus filhos? Não lhe parece menos autoritário?

    Bom, primeiro que a educação sexual e o ensino de métodos de planejamento familiar tem ajudado a evitar milhares de doenças e de gravidez indesejadas. Inclusive, países que investiram em educação sexual e métodos de planejamento familiar reduziram significativamente os quantitativos de abortos. O problema é que a Igreja Católica só admite sexo para fins de reprodução. Isso a obriga a promover ações que impeçam as pessoas de transarem por diversão. Por isso ela é contra distribuição de métodos contraceptivos.

    E a distribuição de preservativos em nada impede que os pais eduquem seus filhos. Se seu filho/filha quiser fazer sexo e usar camisinha, não é porque elas não serão distribuídas em locais próprios que seus filhos não conseguirão ter acesso às mesmas. Ainda, a falta de acesso a preservativos não irá impedir que eles façam sexo.

    Desconheço a pretensão de obrigar todos os alunos a rezarem o Pai Nosso em escolas públicas. Se isso ocorre, também acho totalmente errado. Algo muito diferente é se oferecer a reza pública àqueles alunos que assim quiserem. O que seria autoritário é impedir que esses alunos rezem em público.

    Então eu te apresento.

    O aborto não é e nem nunca foi um assunto restrito à saúde pública. E tenho certeza que você sabe disso.

    Mas o debate do aborto como política de saúde pública e como direito humano fica interditado.

    “eu disponho de fontes históricas que deixam claro que a Igreja combateu as fontes de conhecimento que não provinham de seus domínios.”

    Você poderia me disponibilizar tais fontes? Estranha-me muitíssimo isso, pois os primeiros Padres da Igreja fizeram uso do instrumental filosófico neo-platônico para elaborar a teologia e no século XIII foi a leitura de Aristóteles que revolucionou a teologia escolástica (Aristóteles, aliás, trazido de volta ao Ocidente pelos árabes muçulmanos). A medicina medieval teve fortíssima contribuição de médicos judeus e as inovações dos árabes foram rapidamente introduzidas na Europa cristã (a álgebra, por exemplo). E não me consta que as “novidades” trazidas por Marco Polo, por exemplo, do Extremo Oriente tenham sido rechaçadas pela Igreja.

    Já ouviu falar da perseguição da Igreja Católica ao movimento renascentista? Já ouviu falar do Index Prohibitorum Librorum? Já ouviu falar da Inquisição?

    “ninguém cometeu aberrações em nome do ateísmo, mas sim do comunismo. Assim como não podemos afirmar que as barbaridades cometidas pelo regime nazista devam ser creditadas na conta do catolicismo.”

    Não, Wagner. Stalin mandou matar milhares de sacerdotes ortodoxos porque eram cristãos. O mesmo ocorreu em outros países da órbita marxista. O mesmo fizeram os “republicanos” espanhóis ou os laicistas mexicanos contra os cristeros. Mataram em nome do ateísmo.

    Olha Lampedusa, chega ser esdrúxulo e demonstra profunda ignorância sua achar que houveram mortes em nome do ateísmo. Ateísmo é *apenas* a descrença em divindades. Não há nenhuma conduta moral impregnada nele.

    Quem achava que a religião/religiosidade era nociva à sociedade era o pensamento comunista. As mortes foram justificadas em nome da manutenção de um regime. Assim como este regime pregava mortes de religiosos, ele pregava ateísmo também.

    Se assim fosse, eu estaria aqui desejando a morte de todos vocês, o que não é verdade, pois meu humanismo (e bom senso) me impede. Ok?

    Uma pergunta, antes de responder mais sobre esse tema: você foi batizado?

    Sim.

    “Meu ateísmo vem de uma visão cética de encarar o mundo e do humanismo, essa sim uma doutrina que vê vários óbices para todo tipo de aberração já cometida.”

    Bom, e meu catolicismo vê tanto ou mais óbices a todo tipo de aberração que qualquer humanismo ateu. E por uma razão simples: temos um fundamento que transcende o próprio homem. Ao humanismo ateu falta base teórica sólida.

    Então eu acho que você deveria estudar um pouco mais sobre o que é o humanismo, pois sua base sólida vem desde a época do Renascentismo.

    Entenda que não precisamos de nenhum guia espiritual ou transcendental para sabermos que matar, torturar e causar sofrimento em outros seres humanos é ruim. Isso vem do próprio bom senso e de nossa capacidade humana de amar.

    E, Wagner, esses valores que você tem são em grande parte oriundos da herança cristã que forjou a cultura ocidental. É inegável.

    Sim. Apenas acredito que os humanistas ficaram com a parte boa, pois os Católicos mostraram que são indiferentes a todo o sofrimento psicológico de mães que dão a luz a fetos anencéfalos nesses últimos tempos.

    “Obs: existem locais adequados para expressar suas crenças. Cédulas não o são.”

    E quem define quais são esses locais adequados? Os ateus?

    Não, mas quem definiu unilateralmente e ilegalmente que as cédulas eram um local adequado foi um católico fervoroso. Imagina se os ateus tivessem o mesmo espaço que os crentes dispõem para professarem suas ideias?

    “Por isso que sempre afirmei que o procurador Jefferson Dias é católico e sempre foi, as mulheres que abortam são católicas, e etc. Católico é todo aquele que se declara católico.”

    Não, Wagner. Acho que não me fiz entender. Não é católico o que se declara católico, mas aquele que além de se declarar católico não DEFENDE nenhuma doutrina contrária à fé católica. Logo, se esse sr. Jefferson se diz católico e é a favor do aborto não está na comunhão católica.

    Ótimo, então vocês devem concordar que não são maioria da população brasileira. O percentual que define essa maioria é coletado e divulgado pela IBGE. E este o registra com base na declaração pessoal de cada cidadão.

    Católicos de verdade não abortam, não respeitam a laicidade do Estado, não fazem sexo antes do casamento, não usam métodos contraceptivos, são contra uniões homoafetivas, não se masturbam… enfim, são certamente numericamente inferiores aos ateus e agnósticos. E sabe porque? Porque ser católico de verdade, em comunhão com as normas divinas, é um saco!

    Poderíamos pedir pro IBGE reavaliar os números de católicos de verdade no Brasil, o que acha?

  27. “Católico é todo aquele que se declara católico.”

    E vegan é todo aquele que se declara vegan. Mesmo que coma carne – Você é uma máquina de falar baboseiras.

    Se você minimamente leu o que eu escrevi, é exatamente isso que conta para o IBGE: autodeclaração.

    PS: Esqueci que estou falando com Daniel Pires, o cara que não lê o que voc~e escreve e quer te dar lição de moral…

    Católico é aquele que se submete à vontade da Igreja formada por Cristo, reconhece nos seus ensinamentos a verdade, ainda que às vezes falte contra eles, volta e pede perdão porque faz o mea culpa. É aquele que aceita Jesus como seu salvador e demonstra isso através de ações. O fato de errar às vezes em nada contraria tal credo se a vontade e o reconhecimento estiverem alinhados com o catolicismo.

    Quem crê em Cristo mas não se submete às ordens da Igreja é só cristão. Nisso incluímos os evangélicos e os católicos de censo. Se quiser ser vegan, tem que parar de comer carne. Se quiser ser católico, tem que acatar a autoridade da Igreja.

    Exato. Por isso reafirmo: existem mais ateus e agnósticos no Brasil do que católicos.

    – O comunismo é ESSENCIALMENTE ateu. TEM que ser ateu e NÃO PODE falar em direitos. Se eu sou parte de uma ideologia que não só afirma a inexistência de Deus como ainda persegue quem afirma sua existência, o faz em nome do ateísmo. Pare de querer enfeitar a coisa.

    Engraçado. Sou ateu, pois não acredito em deuses, mas não tenho a mínima vontade de perseguir e matar religiosos. O que sou eu, então?

    Você simplesmente está fazendo a burrice intencional de confundir ateísmo com anticlericalismo, antiteísmo e/ou antirreligião.

    “história nos mostra que quando entregamos à religião a tutela da moral coletiva, as coisas mais imorais e horrendas foram promovidas e justificadas pela vontade de um ser divino”

    Primeiro que quem comete as tais imoralidades não o faz de acordo com os preceitos da Igreja. Age à sua margem, pois em momento nenhuma ela incentiva tais atos. Já o ateísmo diz precisamente que nem moral existe, que certo e errado não existem. O que me faz perguntar: Imorais de acordo com o quê? Em que você baseia seu certo e errado, se Deus inexiste na sua opinião? O que você está sugerindo é que moral é relativa. Por que deveríamos seguir sua moral então, em detrimento do que a igreja diz?

    Primeiro que as ordens das aberrações provieram da própria Igreja, na Santa Inquisição.

    Segundo, ateísmo não diz precisamente que moral não existe. Me mostre onde consta tal definição, que não seja de mais um site cristão idiota. Pela última vez: ateísmo é *simplesmente* ausência de crenças em deuses. Será que a essa altura do campeonato isso ainda não está claro?

    E como eu já havia dito e você não leu (pra variar!!) minha moral vem do humanismo.

    E porque deveríamos seguir o humanismo e não a Igreja? Por um motivo simples. O humanismo nos coloca como as figuras mais importantes, dentro de uma escala, sem no entanto desprezar as demais. Segundo, não há hierarquia entre seres humanos. Terceiro, as decisões são tomadas com base em nossa racionalidade, e não com base na vontade de um ser divino que a toda hora tem que ser interpretado por pessoas hierarquicamente superiores. Quarto, não precisamos de seres superiores para sermos éticos e morais. Esses vem de nosso bom senso e de nossa racionalidade.

    Se quiser ler mais, fique à vontade.

  28. Wagner

    “Bom, primeiro que a educação sexual e o ensino de métodos de planejamento familiar tem ajudado a evitar milhares de doenças e de gravidez indesejadas. ”

    Não é o que dizem as estatísticas:http://www.advbpe.org.br/blog/2011/09/gravidez-na-adolescencia-um-problema-crescente

    Apenas um trecho, caso você não queira ler o link: ” Os números assustam: a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem no Brasil são filhas de adolescentes. Esse índice representa três vezes mais garotas menores de 15 anos grávidas do que na década de 70. O índice de gravidez entre adolescentes cresceu 150% em relação às duas últimas décadas.”

    “E a distribuição de preservativos em nada impede que os pais eduquem seus filhos. Se seu filho/filha quiser fazer sexo e usar camisinha, não é porque elas não serão distribuídas em locais próprios que seus filhos não conseguirão ter acesso às mesmas. Ainda, a falta de acesso a preservativos não irá impedir que eles façam sexo.”

    O problema, Wagner, é que não é o Estado que tem de dizer quando é conveniente ou não mostrar uma camisinha para meu filho. Isso cabe a mim e à minha esposa!!! É impressionante, mas a sanha cristofóbica admite até o totalitarismo se isso servir para atacar a Igreja.

    “Desconheço a pretensão de obrigar todos os alunos a rezarem o Pai Nosso em escolas públicas.

    Então eu te apresento.”

    Obrigado, realmente desconhecia essas bizarrices. Mas, já havia falado que discordava disso. Mas, apenas uma curiosidade: os dois casos que essa lista fala (ao menos na primeira página) foram, ambos, propostos por políticos evangélicos…

    “Mas o debate do aborto como política de saúde pública e como direito humano fica interditado.’

    O que é ótimo, pois, de fato, o aborto não é uma coisa nem outra.

    “Olha Lampedusa, chega ser esdrúxulo e demonstra profunda ignorância sua achar que houveram mortes em nome do ateísmo.

    Bom, se matar alguém apenas porque essa pessoa crê em Deus não á algo feito por causa do ateísmo, então é complicado saber o que é. Engraçado que quando um cristão mata alguém por ter outra crença aí é em nome do cristianismo…

    ” Ateísmo é *apenas* a descrença em divindades. Não há nenhuma conduta moral impregnada nele.”

    Ateísmo é fé na inexistência da divindade. E em nome dessa fé, muitos já mataram e se construíram regimes que o indivíduo poderia ser sacrificado em nome de um “Paraíso na Terra”, pois “se não há Deus, então, tudo é permitido”, nos dizeres dostoieviskianos.

    “Se assim fosse, eu estaria aqui desejando a morte de todos vocês, o que não é verdade, pois meu humanismo (e bom senso) me impede. Ok?”

    E algum cristão, hoje, está desejando a morte de todos os ateus? Não, ok?

    “Já ouviu falar da perseguição da Igreja Católica ao movimento renascentista?”

    O renascentismo nasceu e floresceu no seio do catolicismo. Michelângelo. Da Vinci, Rafael, Bernini, etc eram o quê? E Bocaccio ou Erasmo?

    “Já ouviu falar do Index Prohibitorum Librorum? Já ouviu falar da Inquisição?”

    Já, e daí? Foram instrumentos de defesa da doutrina e que, certamente, se cometeram abusos. Você não vai falar que Galileu foi queimado pela Inquisição, não?

    “Então eu acho que você deveria estudar um pouco mais sobre o que é o humanismo, pois sua base sólida vem desde a época do Renascentismo.”

    O humanismo ateu, que é sua referência, não começou na Renascença. Você pode buscar suas bases em Feuerbach, Nietzsche ou Comte.

    ” Imagina se os ateus tivessem o mesmo espaço que os crentes dispõem para professarem suas ideias?”

    E não têm? Dê uma folheada nos jornais e revistas brasileiras e veja se não há mais artigos que contrariam a doutrina cristã do que artigos que a defende.

    “Católicos de verdade não abortam, não respeitam a laicidade do Estado, não fazem sexo antes do casamento, não usam métodos contraceptivos, são contra uniões homoafetivas, não se masturbam…

    Quanto preconceito, Wagner! Não você está errado. Católicos “de verdade” lutam para não fazer tais coisas e se fazem procuram o perdão divino e não deixam de ser católicos. O que um católico “e verdade” não faz é chamar algo que a doutrina diz que é errado de certo.

    ” E sabe porque? Porque ser católico de verdade, em comunhão com as normas divinas, é um saco!”

    Você sabe pouco, realmente muito pouco, sobre o que é ser católico! Sempre gostei daquele ditado que diz ‘quem não age como pensa, acaba pensando como age’.

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