Niterói: padre indiciado por “abusar sexualmente de criança”

Desde o início da manhã de hoje eu vinha percebendo uma insistente e anormal audiência para um post do Deus lo Vult! (de mais de quatro anos atrás) sobre a excomunhão de um sacerdote de Niterói que havia abandonado a Igreja para se juntar à ICAB. Agora, na hora do almoço, eu descobri com pesar o porquê desse súbito interesse dos internautas pelo clero da cidade à qual se chega pela Baía de Guanabara.

O Pe. Emilson Soares Corrêa, da Arquidiocese de Niterói, foi indiciado por abusar de uma criança no Rio de Janeiro. A notícia foi publicada hoje, e sua manchete se justifica basicamente por uma denúncia: a suposta vítima relatou que «o sacerdote havia tocado suas partes íntimas». Ela tinha sete anos à época.

A acusação de pedofilia é isso e mais nada. Há, no entanto, outras coisas bem tristes nessa história toda. O padre mantinha um relacionamento com a irmã dessa criança – isso é certo, o próprio sacerdote confessou. Desde quando, é impossível saber da matéria, que começa dizendo ser «desde quando ela tinha 13 anos» para, na frase seguinte, dizer que «[a] jovem» – hoje com dezenove anos – «contou à família que mantinha relações sexuais com o padre há três anos». O advogado do padre, por sua vez, diz que ele «admite ter tido um relacionamento com a jovem de 19 anos, somente em 2012, quando ela já era maior».

Se a menina tinha dezesseis ou dezoito anos é aqui totalmente irrelevante. Do ponto de vista da legislação brasileira, em qualquer um dos casos não há crime; do ponto de vista das leis da Igreja, em qualquer um dos casos é uma violação do sagrado celibato que o padre jurou guardar. E, infelizmente, o pe. Emilson está descobrindo da pior maneira possível que os pecados têm conseqüências, e algumas delas são bem incômodas já nesta vida.

A história escabrosa é a seguinte: a jovem (quando já tinha 19 anos, pelo que entendi) contou à família que tinha (ou teve) relações sexuais com o padre. O pai da jovem, ao invés de dizer-lhe que se afastasse, mandou que ela gravasse um vídeo dessas relações (!). Aí a jovem, para armar contra o padre, chamou outra menina de quinze anos (!!), que eu não consegui entender se filmou uma relação sexual do padre com a primeira ou se ela própria teve relações sexuais com o padre, deixando-se filmar: só sei que existe um vídeo, bastante comprometedor, do padre tendo relações sexuais na casa paroquial. O padre afirma que, de posse desse vídeo, o pai da menina tentou chantageá-lo. O padre não cedeu à chantagem, a história foi à mídia, a acusação de pedofilia (que não tem nada a ver com o vídeo ou com as meninas que o fizeram, diga-se de passagem) veio à tona. O vídeo não foi entregue à polícia. A delegacia está investigando tudo: o estupro de vulnerável, a exploração sexual, a extorsão.

Só faço dois ligeiros comentários. Primeiro: independente do resultado do inquérito, é de se lamentar que o sacerdote tenha violado os seus votos. Isso é motivo de vergonha para os católicos, é injustificável e exige reparação. Foi este o estopim do tudo: se o padre não tivesse se deixado seduzir por um rabo-de-saia, não haveria desonra para o pai da menina, não haveria vídeo registrando o sacrilégio, não haveria tentativa de chantagem, não haveria nada. Sabemos que chantagear é bastante errado, sem dúvidas, mas também é vergonhoso possuir motivos para ser chantageado. Conforme Nota oficial da Mitra de Niterói, o padre já foi afastado de suas funções.

Segundo: como apontou um amigo por email, o problema com esse tipo imoral de jornalismo é que qualquer acusação de abuso sexual contra crianças ganha as primeiras páginas dos jornais e o horário nobre da televisão; mas, se o sacerdote é inocentado, isso não sai sequer no jornal da Arquidiocese. Ainda que a acusação de pedofilia se revele falsa (como, convenhamos, parece ser), a imagem do pe. Emilson provavelmente nunca mais será recuperada. Como este assunto historicamente já provocou injustiças, seria de se esperar que a imprensa tivesse se tornado mais responsável com os erros cometidos; mas não, infelizmente, parece que, para bater na Igreja, qualquer pau sempre serve.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

31 comentários em “Niterói: padre indiciado por “abusar sexualmente de criança””

  1. O pior de tudo é o pai, que deveria proteger a filha, mandá-la ir lá filmar. Bastaria gravar uma conversa que deixasse explícito o que aconteceu para provar a culpa do padre. Que pais horríveis.

  2. Ninguém esta certo nesta história, e não existem vítimas, a verdade é esta.

  3. Este Pe. andava com um menino bem novo sempre, e os boatos dentro da própria igreja é que ele cometia pedofilia com este menino. Só que tudo demora vir a tona quando se trata de pessoas protegidas por uma religião tão poderosa.

  4. Ô jujubinha, não venha começar a palhaçada, a Igreja não proteje os padres pedófilos, essas pessoas são jugadas pelas leis civis e depois esses padres são punidos pelas autoridades católicas.

  5. “se o padre não tivesse se deixado seduzir por um rabo-de-saia”… Essa expressão do cara que escreveu o artigo acima, tá com cheiro de peconceito contra a mulher, como se ela fosse culpada de ter seduzido o padre… O safado ainda vai virar vítima… Como diria um amigo: “rabo de saia é o cacete!” Rabo de saia é uma forma humilhante de definir a mulher…

  6. Helena, a ação do pai é medíocre mas o “pior de tudo” na verdade é uma pessoa que deveria ser exemplo de moral e tem uma imagem “exemplar” em uma comunidade cometer abusos.

    Aliás, “a suposta vítima relatou que «o sacerdote havia tocado suas partes íntimas». Ela tinha sete anos à época. A acusação de pedofilia é isso e mais nada.”

    Só isso e mais nada? Um padre, que não deveria ter contato sexual nem com uma mulher, toca uma criança nas partes íntimas e é só isso e mais nada…!?

    O que aconteceu durante anos e pelo visto só diminuiu por causa da tal imprensa malévola e da reação popular intolerante foi que durante anos padres que agiam dessa forma simplesmente eram enviados para outras paróquias e repetiam os mesmos crimes – e seus superiores sabiam. Acredito que a Igreja hoje em dia procure não cometer esse erro mas o cometeu durante décadas e paga até hoje por isso.

  7. Só isso e mais nada? Um padre, que não deveria ter contato sexual nem com uma mulher, toca uma criança nas partes íntimas e é só isso e mais nada…!?

    Não, uma criança alega, após três anos, que o padre numa ocasião lhe teria tocado as partes íntimas, e isso depois do pai desta criança ter tentado chantagear o sacerdote em questão por conta de atos sexuais cometidos com a sua filha de dezenove anos. O “só” refere-se às evidências da acusação, e não à moralidade do suposto ato.

    À parte a irritante mania dos anti-clericais de tratarem os padres como culpados até prova em contrário, aqui a gente vai conceder o benefício da dúvida ao réu enquanto a investigação não termina. A única coisa que existe de deplorável na conduta deste sacerdote (e que já é grave o bastante, e em tempos mais católicos já valeria pelo menos uma temporada num aljube) é o sexo consentido com mulheres já feitas, e não com crianças.

    – Jorge

  8. Telmo, não se apresse em julgar: vai ver que “rabo de saia” é o tratamento que o sr. Jorge Ferraz (o cara que escreveu o artigo acima) confere à santa mamãezinha dele. Vai saber…

    Mas, com efeito, o sr. Jorge Ferraz, que se julga apologeta (Deus nos livre dos apologetas!) está dando uma de advogado do padre suspeito de estupro — e o pior é que ela acha que, assim, ele está “defendendo” a Igreja. E, para defender o suspeito de pedofilia, joga a responsabilidade em cima da vítima (Jorge Ferraz acha que com essa atitude sórdida vai trazer inúmeras almas do ateísmo para a verdadeira religião, grande apologética!).

    Realmente, é muito crível a hipótese de Jorge Ferraz, o Apologeta Caboclo: adolescentes de 15 anos são espertíssimas em seduzir vividos padres com duas faculdades e mais de meio século de idade nas costas. Apologética católica no Brasil é isso.

    Aí eu te pergunto, Natália: a Igreja (considerada como estrutura humana) não protege os padres pedófilos? Pois você mesma não vê acima a prova documental de um suposto “apologeta” defendendo um padre que confessou manter um relacionamento SEXUAL com uma menor?

    Não se lê no texto do Apologeta (apologeta do quê? do catolicismo ou da pedofilia?) a VERGONHA, a INDIGNAÇÃO de um ministro ordenado ESCANDALIZANDO o rebanho, praticando SACRILÉGIO, quebrando seus VOTOS, violando o SAGRADO CELIBATO, pervertendo talvez irremediavelmente a consciência de fiéis que ELE MESMO BATIZOU! Não se vê a mínima preocupação pelo estado das ALMAS — tanto pelas das fiéis que ele abusou como as de todo o povo católico, agredido por mais esse abuso sacerdotal.

    É por conta desse tipo de apologética (que confunde a justa defesa da Igreja com a defesa de padres corruptos que emporcalham o Corpo de Cristo), que o papa Bento teve de renunciar.

  9. «Ô jujubinha, não venha começar a palhaçada, a Igreja não proteje os padres pedófilos, essas pessoas são jugadas pelas leis civis e depois esses padres são punidos pelas autoridades católicas.»

    Prezada Natália

    A Igreja tem seu direito próprio (o direito canônico) E NÃO PRECISA QUE AS AUTORIDADES CIVIS julguem primeiro os pedófilos para só DEPOIS puni-los. O direito canônico é independente do direito secular e a Igreja tem o dever de punir os padres corruptos mesmo ANTES ou CONTRA as autoridades civis.

    O papa Bento XVI até tentou fazer alguma coisa, até descobrir o tamanho da máfia que estava acobertando a corrupção dos sacerdotes. Veja esse texto interessante:
    http://fratresinunum.com/2013/02/22/sexo-e-carreira-as-chantagens-no-vaticano-por-tras-da-renuncia-de-bento-xvi-traducao-em-andamento/

  10. Senhor Del Greco, não seja palhaço. Deplorei a atitude do padre no corpo do texto e, em comentário imediatamente anterior a este, lembrei que em tempos mais católicos estas peripécias do sacerdote lhe valeriam um bom tempo nas prisões eclesiásticas. Não há sombra de defesa da má conduta do padre aqui.

    Agora distinguir entre abuso de crianças e sexo consentido com mulheres feitas é dever de justiça, por mais repugnante que seja a atitude de um padre que viola o celibato sacerdotal.

  11. Juliana, Telmo e Jorge Land, a pedofilia não está só na Igreja, está na sociedade, está entre pessoas ‘comuns’. Pode ser políticos, juízes, médicos, advogados e até a vizinhança. Porque essa fúria reunida só com a igreja católica que representa uma porcentagem mínima do total de casos? Eu não defendo a pedofilia e acredito que se ele for realmente culpado, que seja punido. Ele já foi afastado da Igreja desde outubro pela arquidiocese. Portanto, antes de sairem com fúrias espere a decisão transitar injulgado, para que tomemos uma opinião. Senão vira meros achismo e opiniões toscas.
    Agora, Jorge Ferraz, o que mais me chama atenção e, não sei de você fez o link. Não me parece ser uma simples coincidência, notícias como essa serem veiculadas as véspera do conclave e próximo da Jornada Mundial da Juventude.

  12. «Senhor Del Greco, não seja palhaço»

    Não sou palhaço, mas admiro muito esse tipo de artista. Agora, se a sua intenção foi a de me insultar, ela é deplorável.

    «Deplorei a atitude do padre no corpo do texto. (…) Não há sombra de defesa da má conduta do padre aqui.»

    O texto está aí para os bons entendedores. Se você “deplorou” (vá lá, concedo), o problema é a falta do senso de proporções. Está evidente que você procurou atenuar a responsabilidade do sacerdote (um homem feito, com mais de 50 anos e pelo menos duas faculdades, que tinha especial obrigação de integridade moral e santidade) e jogar a culpa em cima das vítimas.

    «Agora distinguir entre abuso de crianças e sexo consentido com mulheres feitas é dever de justiça, por mais repugnante que seja a atitude de um padre que viola o celibato sacerdotal.»

    Será que esse é o dever de justiça mais importante? Será que se trata mesmo de mulheres feitas? Ou você agora vai defender a liberação da prostituição de menores? — esses “rabos-de-saia” com 15 anos já são bem safadinhas, né?

    Dever de justiça, para mim é suspender de ordens esse sujeito e, depois de regular processo, metê-lo no xilindró.

  13. «Juliana, Telmo e Jorge Land, a pedofilia não está só na Igreja, está na sociedade, está entre pessoas ‘comuns’. »

    O problema, Leniéverson, é que um padre não é uma pessoa comum.

    E, além disso, transar com menores também não é um pecado comum, é CRIME. E é lamentável que a Igreja, a quem deve corresponder o governo moral da sociedade, necessite da Polícia estatal para moralizar seus sacerdotes.

    O pe. Chautard, autor de “A Alma de Todo Apostolado”, dizia: “quando o padre é santo, o povo é íntegro; quando o padre é íntegro, o povo é bom; quando o padre é apenas bom, é melhor não falar do povo”.

    O que acontecerá com o povo quando há padres (beirando a terceira idade) que transam com adolescentes? Como explicar para os jovens que devem deixar o sexo para o casamento, quando os sacerdotes são os primeiros a dar escândalo?

    Será que a crise moral que a sociedade vive hoje não será efeito e consequência da crise moral em que vive o próprio clero?

  14. Grecco, você trabalha com um conceito muito ruim e equivocado. Padres são ordenados para ser na pessoa de Cristo, mas são humanos. Agora, a grande maioria, digo esmagadora dos padres fazem valer o seu sacerdócio, não é? Quem somos nós para julgar o coração dos outros, não é? E mais, se nós verificarmos na internet há muito mais pastores pedófilos e outros elementos da sociedade envoltos com essa prática do que com padres. E eles, grande parte CASADOS. Eu digo isso, porque associam a pedofilia ao celibato. Coisas que não tem lógica. Padres, Pastores, outros elementos da sociedade são humanos e como tais, podem incorrer em demostrações de práticas abomináveis. Todos são passíveis disso. Não é só o clero. Pensar diferente disso é ingenuidade. Agora, vou responder a sua pergunta

    :Será que a crise moral que a sociedade vive hoje não será efeito e consequência da crise moral em que vive o próprio clero?

    Não, meu caro, acho que você nunca ouviu falar de filmes e revistas pornográficos, novelas de TV, pressão por uma cultura mais liberal, dentre outras coisas. Considerar a culpa pelos males morais, seria o mesmo que culpar as armas pelas mortes de pessoas. A Crise moral está relacionada ao querer se afastar de Deus, não tem nada a ver diretamente com o clero.

  15. É o celibato, né?
    Não é bíblico, e sim imposição da igreja católica por fatores econômicos, né?

  16. S I M U L T A N E A M E N T E, no mesmo noticiario…
    Publicavam o caso de uma jovem que fora dentro do lar violentada pelo proprio pai, com quem tivera alguns filhos, de quem jamais se justificaria tal comportamento.
    No caso do padre, o pai das jovens pareceria pactuar com os fatos devido à obtenção de compensações financeiras, o que poderia caracterizar exploração do mesmo por sobre as filhas.
    Há também muito evidente perseguição ao celibato sacerdotal e à Igreja católica pela midia, em geral em mãos de seus inimigos, levando-se em conta que a incidencia de pastores protestantes em casos semelhantes é superior, dos quais nisso deveria ser nula a incidencia – DEVERIAM SER MODELARES EXEMPLOS A SE IMITAREM – mesmo de casados, como pais, tios, padrastos etc., e a ocorrencia quase ao nível de 85% é sempre dentro dos lares.
    Parece que as violencias em geral são perpetradas por pessoas mais abastadas contra vítimas mais indefesas, sem chances de enfrentarem seus agressores, devido ao poder financeiro inibidor de retaliações.

  17. “É o celibato, né?
    Não é bíblico, e sim imposição da igreja católica por fatores econômicos, né?”

    Quanta estupidez para uma matraca só! Não sabe esse “leitor” de gibizinhos que os padres diocesanos, se tiverem bens, legam tudo para seus parentes imediatos, que a Igreja não fica com nada? Somente alguns monges que se entregam ao monaquismo é que legam seus ganhos para o custeio da comunidade que os acolhe. Padres diocesanos deixam seus bens para suas famílias (pais, sobrinhos, irmãos).

  18. «Grecco, você trabalha com um conceito muito ruim e equivocado.»

    Que conceito é tão ruim e equivocado? O de que os padres têm estrita obrigação de santidade, de ser moralmente melhores que o laicato e de ser exemplo para o resto da sociedade? Ora bolas, um padre, mais que todos, deve ser exemplo do poder da graça de Cristo.

    «Agora, a grande maioria, digo esmagadora dos padres fazem valer o seu sacerdócio, não é?»

    Não sei. A cada dia pipoca um escândalo novo. Torço para que você esteja certo.

    «E mais, se nós verificarmos na internet há muito mais pastores pedófilos e outros elementos da sociedade envoltos com essa prática do que com padres.»

    Que miséria de apologética é essa que consiste num campeonato para ver quem tem mais ou tem menos pedófilos. Na verdade, se houvesse um único padre pedófilo já seria um problema seríssimo para Igreja, a demandar exame público de consciência do Bispo diocesano (como é que podemos haver ordenado esse infeliz?), procissões penitenciais, manifestações solenes de reparação à consciência dos fiéis e à honra de Deus. Você já viu isso? As únicas reparações que vejo a Igreja (enquanto estrutura humana) fazendo, são o pagamento de indenizações milionárias a que vem sendo condenada pela justiça secular…

    «Padres, Pastores, outros elementos da sociedade são humanos e como tais, podem incorrer em demostrações de práticas abomináveis.»

    Ministros de religiões falsas não me admiram quando caem em “práticas abomináveis” — como se o culto herético já não fosse prática abominável o suficiente. Sim, o padre é humano. Mas e as graças de estado? Você não acredita no poder da graça divina?

    A vida de um sacerdote deveria ser, para toda a sociedade, um exemplo do poder regenerador e transformador da graça do Espírito Santo. A corrupção dos sacerdotes, mormente a pedofilia, infelizmente funciona, aos olhos do povo, como um eloquente desmentido do ensinamento da Igreja. Se essa graça, de que a Igreja proclama ser mediadora, é incapaz de regenerar os próprios padres, que continuam tão humanos quanto antes de recebê-la, por que devo procurá-la?

    «Não, meu caro, acho que você nunca ouviu falar de filmes e revistas pornográficos, novelas de TV, pressão por uma cultura mais liberal, dentre outras coisas.»

    Sim, eu ouvi falar de tudo isso. E foi a isso mesmo que eu chamei de “crise moral da sociedade”, como EFEITO da crise moral do clero.

    Ao sacerdócio compete o governo moral da sociedade. Se a sociedade está nessa fossa em que você falou (pornografia, liberalismo etc.) é porque quem deve não está fazendo o serviço direito. Afinal de contas, como padres gays ou com amantes terão autoridade moral (a única que um sacerdote pode almejar) para se opor à imoralidade das novelas? Um único santo (João Batista) se levantou contra a imoralidade de um monarca absolutista. Em nossa democracia, quantos são os padres que têm virtude suficiente para poder corrigir os erros dos outros?

    Na sua cabeça o papel do padre é puramente reativo: ele é simplesmente uma vítima das circunstâncias da sociedade. Quando, na verdade, Jesus Cristo instituiu o sacerdócio justamente para que eles modificassem a sociedade (sim, onze homens converteram o mundo conhecido inteiro e fundaram a Cristandade). Você deveria enxergar que a sociedade é que está sendo vítima do relaxamento e da corrupção do sacerdócio.

  19. Esta história está parecendo aquele velho comportamento da humanidade: o safado tentando tirar vantagem do mais safado. Estou referindo-me ao pai das garotas e ao padre, ambos adultos, ambos autoridades em seu ambiente (igreja e lar), ambos responsáveis por daqueles que Deus colocou sob suas conduções.

    Lamentável não é tão somente o sacerdote ter violado seus votos, lamentável é o sacerdote ter contribuído para que a menina com a qual ele mantinha um caso vivesse uma vida de pecado (sexo fora o matrimônio é pecado), lamentável é pensar que talvez este senhor escolheu o sacerdócio não por vocação, não por amor à Cristo, mas simplesmente por vislumbrar uma vida de facilidades, uma vida cômoda (afinal ele não precisa ir para o mercado de trabalho, ele não precisa “matar um leão por dia” para se manter no emprego, ele não precisa pagar aluguel, ele não precisa se preocupar com o que comer, ele vive em um país em que os católicos não são perseguidos até a morte).

    Lamentável é a conduta do pai dessa garota que parece ter visto na medonha situação uma maneira de se beneficiar, obtendo dinheiro e bens materiais, com o comportamento pecaminoso e com a situação degradante em que sua filha estava envolvida.

    “Rabo de saia”, sinceramente Jorge, com esta expressão (ainda que esta não tenha sido a sua intenção e acredito que não foi) você reduziu o padre (que deve ter mais de 50 anos, mas que também não é nenhum senhor senil) a um pobre coitado passível de ser seduzido por uma garota e lançou sobre ela toda a responsabilidade pela situação escandalosa.

    Não estou dizendo que a garota não possa ter se insinuado para ele, mas ainda que isto tenha acontecido a este padre cabia o dever de manter-se afastado, o dever de parar tal conduta. Ainda que ele tivesse sucumbido uma primeira vez, sendo um homem adulto, plenamente consciente de seus atos, a ele cabia a iniciativa de impedir que a situação perdurasse.

    Se este padre não tivesse se permitido fazer o papel do lobo em pele de cordeiro conduzindo e mantendo a garota nesta relação todo o restante não existiria. Jesus alertou-nos de que seria impossível de que não existissem escândalos, mas ai daqueles por quem os escândalos vierem.

    Agora, quanto a denúncia de pedofilia vejamos o que as investigações demonstrarão.

    Paz de Cristo

  20. Concordo com teu último post Torre, o clero está contaminado pelo pensamento esquerdista-marxista ateu e isso é como um câncer correndo a Igreja. Confio no Espírito Santo e sei que ele prevalecerá sua divina vontade no final das contas. Mas pressinto grandes tribulações ainda vindo por aí…estejamos preparados.
    Em tempo: o Jorge faz um trabalho fantástico de apologética, como poucos o fazem na Internet. É necessário ter muita má vontade (ou vontade de trollar) para entender que ele defendeu o padre, quando pelo contrário, ressaltou que o que ele fazia era errado.
    O que não podemos admitir (e nisso concordo com o Jorge) é que a Igreja seja atacada injustamente…porque como você mesmo disse Torre, uma notícia de pedofilia na Igreja faz a Igreja cair em descrédito para qualquer um que possa vir no futuro a se aproximar dela. Por isso, não podemos admitir que notícias descabidas manchem a imagem da nossa Igreja -> e é isso que a mídia sensacionalista quer.
    Não estou rotulando essa notícia em específico como descabida, tampouco ninguém aqui está a favor do comportamento detestável que teve esse sacerdote…mas toda notícia que pode vir a ser abusiva deve ser combatida.
    Um exemplo disso foi a alguns anos atrás, quando Bento XVI disse que “para aqueles que estão afastados de Cristo e vivem na promiscuídade, é MENOS PIOR que se utilize preservativos nesse caso para evitar a disseminação de doenças.” …Bento XVI jamais falou uma vírgula a favor da camisinha, pelo contrário, sempre reafirmou o ensinamento moral da Igreja de que é algo mal moralmente. Contudo, os jornais divulgam com a manchete “Igreja Católica recomenda uso de camisinha para evitar HIV”…
    Não acha justo combater esse tipo de notícia? Qualquer incauto que lê apenas as manchetes, pensa que a Igreja mudou de idéia….pense nisso…a Igreja é sempre alvo de críticas, por isso devemos combater os reais erros que acontecem dentro dela (no seu corpo, que somos nós) e TAMBÉM combater os ataques externos que mancham a imagem dos católicos e afastam ainda mais as pessoas de Cristo e de sua Igreja – e esses não são poucos. Para tanto tudo deve ser averiguado, desde a fonte da informação até a veracidade da mesma.

  21. “…se o padre não tivesse se deixado seduzir por um rabo-de-saia, não haveria desonra para o pai da menina…”

    Esqueceu de citar que “rabo de saia” ~ dita da forma mais misógna e insensível do mundo ~ era MENOR DE IDADE na época e que, o tiozão aí é ~ e era ~ um adulto barbado que decidiu por livre e espontânea vontade seguir uma vida supostamente sem sexo.

    Enfim.. o problema da pedofília nas igrejas é mais embaixo do que parece. Infelizmente vem de baixo, dos “fiéis” que acatam todo e qualquer tipo de desculpas dadas por um DOENTE MENTAL.

  22. Se este padre tivesse verificado que não podia mais continuar com o celibato, que pedisse dispensa da Igreja, e viesse a casar com uma mulher, garanto, seria muito mais honroso de sua parte fazer isto, mas não, preferiu ficar na Igreja, cometeu este pecado e crime, e agora é mais um padre que nos enche de vergonha e suja a imagem da Igreja. Padres assim deveriam ser expulsos sem dó e nem piedade, pois se tivesse um mínimo de vergonha na cara, após o pecado e crime cometidos, deveria ser o primeiro a pedir para sair e o primeiro a se auto denunciar a justiça, ele pode até ter levado o fato da denúncia ao conhecimento do Ministério Público, para que apure a veracidade ou não da mesma, como esta na nota da Arquidiocese de Niterói, porém, porque ele não fez isto antes?, porque ele só fez depois que o casos ganhou notoriedade pública?, aí não dá, esta na hora de mostrar a este padre e aos iguais a este que a porta da rua é a serventia da casa, pois, caso contrário, este não será nem a primeiro e nem o último caso que virá a tona, e depois, aguente baixar o porrete na Igreja.

  23. Sidnei, e por que esse padre iria fazer isso se ele tem um teto debaixo da cabeça para poder dormir a noite; ele tem comida na mesa todos os dias; tem uma residencia fixa onde morar;…?

    Se ele pedisse dispensa, teria que correr atrás de tudo isso; aí é que ele não iria querer enfrentar a vida aqui fora.

    O Vaticano II ajudou a criar o que eu chamo de “sacerdócio dos vagabundos”.

    E viva o protestantizado liberal Vaticano II!

    PS: Os moderninhos vaticanos-segundistas podem me criticar a vontade.

  24. Adriana,

    Concordo com o que disse em gênero, número e grau.

    Os católicos devem sentir nojo desse padre que cometeu sacrilégio incestuoso, pois era padrinho da garota com quem tinha, por isso, espiritualidade parental. Não há como defender um *safado* desses e tudo o que está sofrendo é consequencia dos seus atos indignos. Que a mídia, o mundo e os católicos caiam em cima dele pela moralização do clero!

  25. Emanuelle,

    Devemos ficar bem atentos para não nos deixarmos enganar pela mídia secular a qual, na maioria das vezes, desvirtua não só a doutrina da Igreja, assim como os acontecimentos envolvendo católicos leigos e religiosos. Mas também devemos estar alertas e não aceitarmos comportamentos desonrosos vindos de religiosos e religiosas e não aceitarmos acobertamentos de modo que as ovelhas do Senhor continuem entregues a lobos.
    É um sentimento de indignação, de dor, de vergonha que toma conta da gente quando nos deparamos com estas ocorrências. Porém estes sentimentos não podem tomar conta de modo a nos paralisar ou de modo a nos tornarmos amargos, cheios de ódio e ira nem de modo a nos afastar da Igreja, afinal a Igreja também somos nós leigos.
    Devemos orar pelos nossos sacerdotes para que sejam fortalecidos porque o inimigo ronda e urra enfurecido para que eles se percam e levem outros a perdição. Alguns se entregam nas mãos do inimigo e se deixam usar como instrumento para escarnecer de Deus ferindo o rebanho!!!!! Devemos orar também pelo rebanho porque aqui também existem os que se deixam usar pelo inimigo.
    Deixo aqui a exortação de São Cipriano de Cartago, Bispo de Cartago martirizado ano 258: “O fato de brotarem no seio da Igreja cardos e espinhos não deve abalar a nossa fé, nem arrefecer a nossa caridade, afastando-nos também da Igreja. O que devemos é esforçar-nos mais e mais para sermos verdadeiros trigos e para nos tornarmos mais e mais fecundos com o nosso trabalho” (Epístola 51).
    Vamos orar pelo Pe. Emilson Soares Corrêa para que o Senhor o restaure, para que ocorra uma mudança de comportamento. Vamos orar para que a história seja devidamente esclarecida, para que as autoridades civis e religiosas tomem as medidas adequadas ao que for apurado.
    Paz de Cristo.

  26. Alguém se atentou pro fato de que o pai enviou a filha pra fornicar novamente? Belíssimo exemplo, hein? Se fosse ofensa por amor à filha, a manteria longe do padre. Me parece ser aquele tipo de machismo burro (não falo do machismo esclarecido, que é o orgulho de ser homem) que acompanha todos os idiotas egocêntricos.

  27. Jorgette, tu continua a ser um vermezinho mesmo seu saco de [CENSURADO], sempre pronto a falar de “supostas” vítimas em casos exaustivamente comprovados, inclusive com imagens. Além da sua burrice, caro debiloide, enquanto religiosos de verdade viram com pesar a diminuição da idade do consentimento e o estimulo a sexualidade cada vez mais precoce e pior, entre adultos e essas crianças, você como a verminose, como o menos que lixo que é, usa isso para “suavizar” a questão do padre. Sujeitinho você envergonha até os vermes, gosta de bancar o cavaleiro católico quando na verdade você não passa do lixinho mais baixo na hierarquia de uma cela de cadeia.

Os comentários estão fechados.