Domingo de Páscoa

E antes que o sol rompesse as trevas da noite, o Sol da Justiça rompeu as Trevas da Morte. Antes que os raios do sol iluminassem o horizonte, o Sol Triunfal iluminava o Sepulcro agora e para sempre Vazio. Antes que nascesse um novo dia, o Amor renasceu: ressurgiu dos Infernos para a nossa salvação, venceu a Morte para a nossa glória, Aleluia!

Porque “esta é a Noite que lava todo crime”, como todas as igrejas do mundo cantaram ontem no Praeconium Paschale. Esta é a Noite pela qual somos redimidos, e a partir da qual podemos ter esperança: o último inimigo era a Morte, e ela acabou de ser vencida pelo Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. O Cristo que nós depositamos Sexta-Feira no Sepulcro deixou-o hoje para trás após ressurgir glorioso; se quando o Verbo desceu dos Céus a terra todos os anjos cantaram em êxtase o Gloria in Excelsis Deo, quão jubiloso não deve ter sido o cântico angélico nesta noite em que Ele subiu dos Infernos à terra?

Ressuscitou! A força desta palavra pode nos parecer já desgastada após o transcurso de tantos séculos; mas ela conserva todo o seu vigor e, se atentarmos bem, a glória do dia de hoje é perfeitamente justificada pelo singelo acontecimento d’Aquele Domingo de há quase dois mil anos. Enterramos os nossos mortos todos os dias, mas de todos eles apenas Um voltou por conta própria ao nosso convívio. De todos os túmulos que já foram levantados na história da Humanidade, este é o único cuja história não termina com o seu lacramento. Todos os dias nós entregamos os nossos defuntos ao pó da terra, mas esta é a primeira vez que a terra nos devolve vivo e glorioso Alguém que, anteontem, depositávamos frio e sem vida no sepulcro. Cristo ressuscitou, aleluia! Este grito que fora reprimido ao longo de toda a Quaresma pode, enfim, rebentar jubiloso do fundo de nossas almas. Cristo Ressuscitado é a razão da nossa esperança e o motivo pelo qual não é vã a nossa Fé.

Mais do que uma simples passagem da escravidão para a liberdade ou – mesmo! – do pecado para o perdão, o dia de hoje marca a verdadeira e definitiva passagem da Morte à Vida, e isto de um modo que está para muito além do alcance de nossas próprias forças. Cristo ressuscitou para que um dia ressuscitássemos também com Ele, e somos desde já partícipes de Sua gloriosa Vitória sobre a morte. Com Ele, é a nossa humanidade que ressucita para não morrer nunca mais. Que um Deus não ficasse prisioneiro da morte era coisa de pouca monta; agora, que um Homem ressurgisse dos mortos e irrompesse glorioso do Hades deixando atrás de Si um Sepulcro Vazio, é coisa que em muito transcende a nossa compreensão e que verdadeiramente nos assombra. Sim, hoje verdadeiramente podemos cantar o Aleluia triunfante, porque um de nós venceu a Morte e, a despeito de tudo o que fizemos, está gloriosamente Vivo!

E Aquele que nós crucificamos voltou para nos perdoar. Mais ainda: voltou Vivo para que pudéssemos viver para sempre com Ele. Ressurgiu dos mortos por amor de nós: a força do Amor é tão grande que a pedra do Sepulcro não a foi capaz de conter, nós não a podíamos mover mas Ele a removeu sozinho por nós. De fato, não cabemos em nós de tanto contentamento, agraciados que fomos com o supremo dom da Vida Eterna após o supremo crime da Crucificação do Filho de Deus: se é verdade que muito ama aquele a quem muito foi perdoado, quão transformadora não será em nossa vida a Ressurreição do Senhor se tivermos verdadeira consciência de que O matamos na Cruz do Calvário na última Sexta-Feira! Esta dignidade à qual fomos elevados com a Ressurreição de Cristo ainda hoje nos desconcerta. Ainda hoje e para sempre, aquele Túmulo Vazio nos maravilha e enche de temor.

Sábado Santo

É imenso o vazio do dia de hoje; incomensurável a tristeza dessas horas que Deus passou no Sepulcro frio. Sim, aprendemos no Credo que Ele desceu à Mansão dos Mortos, ouvimos no Catecismo que Ele foi aos Infernos para libertar os cativos, e muitos pregadores já nos ensinaram que, hoje, o Bom Pastor foi à busca de nossos Primeiros Pais, foi atrás das primeiras Ovelhas a se desgarrarem do aprisco do Senhor, foi encontrar-Se com Adão e Eva dos quais herdamos a mancha do Pecado Original. No entanto, nós não vemos nada disso. Temos diante dos olhos apenas o Sepulcro lacrado, em cujo interior depositamos há não muito tempo – ontem ainda! – o Santíssimo Corpo de Jesus, dilacerado por nós, assassinado por nossas próprias mãos.

Hoje o mundo inteiro está mais vazio porque o Rei do Mundo até ontem estava aqui, e agora não está mais. Até há bem pouco tempo Ele comia e bebia conosco, ensinava-nos com autoridade, curava os doentes e expulsava os demônios; hoje estamos privados da sua Alegria, que diríamos para sempre lacrada no Túmulo de um rico. Num túmulo anônimo, preparado às pressas – nem sequer a um funeral decente Ele teve direito! Praticamente desceu direto da Cruz ao Sepulcro. Expulsamo-Lo do nosso mundo sem Lhe dar o direito de Se despedir. E talvez agora, só agora que atingimos o nosso intento, estejamos notando o quão pouco realizados nos encontramos. Expulsamos o Filho de Deus para que tivéssemos paz, e tudo o que conseguimos foi esse Vazio enlouquecedor. Tudo fala d’Ele, pede por Ele, clama por Ele – mas Ele não está aqui.

Ela ficou conosco, é verdade. Ela ficou conosco e, n’Ela, nós conseguimos não nos desesperar. Ela nos consola porque, por incrível que pareça, tudo n’Ela fala de Cristo mais do que qualquer outra coisa que exista no mundo; Ele está mais vividamente presente n’Ela do que nas nossas melhores lembranças de quando – ainda ontem! – O ouvíamos falar. Foi nos braços d’Ela que, ontem, depositamos o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo; mas o luto d’Ela é sereno e, por incrível que pareça, consegue nos deixar em paz. O Seu olhar é mais de misericórdia do que de acusação; mais de compaixão do que de sofrimento vazio. No rosto d’Ela nós O vemos ainda!

E de repente parece que a história não vai terminar assim. De repente, parece que a serenidade d’Ela é um pouco mais do que resignação: parece que se trata de uma esperança que nós ainda não conhecemos. De repente, olhando para Ela, parece que tudo vai terminar bem. De repente, nós olhamos para o Sepulcro e ele parece diferente; como se se parecesse mais com um início do que com um fim. De repente, olhamos para o Túmulo e começamos a nos perguntar se não estamos prestes a presenciar um acontecimento extraordinário. Deitamos no colo da Virgem e nos perguntamos como o nosso mundo seria de agora em diante se, por um milagre, aquele Túmulo estivesse vazio.

Sexta-Feira Santa

É a Sexta-Feira. Se não quisermos contemplar os julgamentos injustos que sofreu Nosso Senhor; se não suportarmos acompanhar o Seu doloroso caminho até o Calvário; se não formos capazes de nos deter ouvindo aquele grito terrível que anunciou a consumação do Seu Sacrifício, e nem de fixarmos o nosso olhar no Cadáver pendente do madeiro da Cruz; enfim, se nos fosse possível deixar tudo isso de lado, olhar – ainda que de soslaio – para o Senhor Morto já nos seria tremendamente benéfico e já permitiria à nossa alma usufruir dos influxos benéficos da meditação piedosa da Paixão de Cristo. Porque muito do mistério do dia de hoje está condensado no Corpo sem vida de Nosso Senhor, que a Sua Mãe Santíssima recebeu dos braços da Cruz e em cuja honra saem hoje procissões de nossas igrejas, após a Celebração da Paixão do Senhor.

Ó vós que passais, olhai e vede se há dor semelhante! Na imagem do Senhor morto está contida a via crucis e o Gólgota, a injustiça e a culpa, o sofrimento de um Inocente e a dor de uma Mãe. E tudo isso está lá presente precisamente porque não há mais nada: o Amor foi assassinado, o Deus foi expulso da Sua Criação, o Mestre foi silenciado, a Vida jaz no abraço frio da Morte. Tudo está perdido. Somente olhando para Ele morto nós podemos ter uma idéia da dimensão dessa nossa perda. Somente quando Ele não está mais entre nós é que, finalmente, tomamos consciência do quanto d’Ele precisávamos. E estamos novamente diante de uma Viúva chorando a morte do Seu Filho mas, dessa vez, ninguém tem coragem de ordenar-Lhe “levanta-Te!” como Ele costumava fazer. Dessa vez parece que o luto não vai ser interrompido, mas muito pelo contrário: parece que ele não vai deixar de se expandir até abarcar o mundo inteiro.

E o cortejo fúnebre segue pelas ruas da cidade. Os que desfilam com o Senhor Morto têm o Sangue d’Ele escorrendo pelas mãos e derramando-se sobre suas cabeças. E não há sequer um Deus para o Qual eles possam pedir perdão. O Único que os podia perdoar é justamente Este cujo cadáver está sendo levado em procissão. Levam-No, sem saber para onde; choram, sem saber o que fazer.

Quinta-Feira Santa

Já começa a Páscoa do Senhor, e nós não conseguimos vigiar com Ele um pouco sequer. Já é a hora das Trevas, e ela nos pega dormindo.

Dormiriam porventura São Pedro e os demais Apóstolos se sequer desconfiassem que aquela seria a última noite em que estariam com Cristo? A última vez em que Ele os chamaria para rezar? A derradeira ida ao Horto das Oliveiras? Decerto que não. Mas as hostes do Inferno avançam nas sombras, quando não são esperadas. O fim chega “como um ladrão”, para usar uma metáfora cara ao próprio Cristo que, não obstante, os Seus discípulos mais próximos não souberam aproveitar.

É noite, e a Lua Cheia já vai alta no Céu. A Madrugada já avança e, na verdade, já é Sexta-Feira, aquela terrível Sexta-Feira da Paixão. Os acontecimentos não param; seguem em frente, ao contrário, desenrolando-se em ritmo vertiginoso. Não nos esperam dormir, não nos deixam descansar. O Mal não descansa. E cada minuto perdido é um instante que não tem volta: eis a agonia de Nosso Senhor no Getsêmani a nos servir de doloroso exemplo dessa verdade! Cristo chamou os Seus, mas eles também O abandonaram, e um anjo teve que descer dos Céus para consolar o Divino Mestre porque os Apóstolos d’Ele dormiam.

E, como eles, nós.

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Vortex: o seqüestro do Papa

Bastante oportuno e didático este programa do Michael Voris, que alguma alma caridosa fez a gentileza de legendar. Vem ao encontro de tudo quanto estamos dizendo aqui desde a eleição do Papa Francisco: há uma clara tentativa de confeccionar uma imagem falsificada do Sucessor de Pedro e apresentá-la ao mundo como se fosse o Papa verdadeiro. Este é o inimigo concreto contra o qual temos que lutar agora, este é provavelmente o maior empecilho que o Santo Padre terá para governar a Igreja de Cristo.

Citemos, como foi oportunamente lembrado no vídeo, as palavras do Papa aos cardeais na sua primeira Missa:

Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, que acontece? Acontece o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo se desmorona, não tem consistência. Quando não se confessa Jesus Cristo, faz-me pensar nesta frase de Léon Bloy: «Quem não reza ao Senhor, reza ao diabo». Quando não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demónio.

Não nos esqueçamos dessas palavras. Aconteça o que acontecer, não nos esqueçamos dessas palavras. E rezemos pelo Papa! Para que ele, a despeito de todas as dificuldades, consiga conduzir santamente a Barca de Pedro em meio aos mares agitados da História em que Ela precisa navegar.

Nota da Província Camiliana Brasileira sobre o pe. Christian de Barchifontaine e o aborto

[Referente à denúncia de que o sacerdote camiliano pe. Christian de Barchifontaine – feita, entre outros lugares, aqui mesmo no Deus lo Vult! – estaria flertando com o abortismo mais descarado e sem-vergonha, recebemos a seguinte nota de esclarecimento da Província Camiliana Brasileira.

Especificamente sobre o evento do CFM ocorrido em Belém do Pará, foi aparentemente este o material usado pelo referido padre na malfadada mesa redonda. A apresentação é sucinta e mal contém os tópicos que devem ter sido abordados durante a preleção do revmo. sacerdote; por ela somente, não dá para concluir nada. Inobstante, o padre Christian é conhecido pela proeza de escrever livros sobre bioética nos quais não menciona o aborto uma única vez (!), e este tão inusitado fato é por si só indício suficiente de que provavelmente existe alguma coisa de muito errada no conceito de “defesa da vida” do padre de Barchifontaine. Sentimo-nos, assim, no direito de continuar desconfiados. Reservamo-nos o direito de permanecer com um pé atrás.]

NOTA DE ESCLARECIMENTO

São Paulo, 27/03/2013

Prezado (a) Sr (a)

Saúde e paz!

Respondo e-mail de sua autoria, relacionado ao posicionamento do Pe. Christian de Paul de Barchifontaine, sobre a descriminalização do aborto no Brasil.

A verdade a ser dita é que, o Pe. Christian participou da mesa redonda do Conselho Federal de Medicina, CFM, defendendo a posição da Igreja Católica Apostólica Romana.

Houveram no passado, meados da década de 90, algumas denúncias, por interpretação errada da mídia, relacionadas ao posicionamento do Pe. Christian, totalmente esclarecidas pelas autoridades eclesiásticas.

A Província Camiliana Brasileira é parte da Igreja, comunga da doutrina ética cristã de defesa da vida. Em nenhuma instância é a favor da prática do aborto.

O referido religioso, Pe. Christian não tem feito nenhum pronunciamento público a favor da legalização do aborto, portanto, se o Sr.(a) está inconformado com essa questão, envie ao CFM, www.cfm.org.br, (que é a instância que está levando essa questão à diante) seu repúdio e, divulgue esta nota de esclarecimento em nome da verdade.

Respeitosamente, desejo-lhe uma Feliz Páscoa.

Pe. Leo Pessini
Provincial
Província Camiliana Brasileira

“Miserando atque elegendo” – D. Nuno Brás

[Um leitor de além-mar me enviou estas preciosíssimas palavras de D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa; o texto é tão bom que faço questão de reproduzi-lo aqui na íntegra, com quase nada a acrescentar. Não grifo nada; é um texto curto, que recomendo ser lido na íntegra.

A grande diferença entre o Papa Francisco e seu predecessor é simplesmente essa: Bento XVI nunca gozou do beneplácito da mídia. Isto explica tudo. A propósito, foi o próprio Papa Bento XVI quem, no mês passado, falando sobre o Vaticano II, denunciou a existência de um “Concílio dos meios de comunicação” em oposição ao Concílio verdadeiro, o “Concílio dos Padres”. O exato mesmo processo fraudulento está em curso agora, voltado para os dois últimos Pontífices da Igreja de Cristo. Mas dessa vez os mass-media não têm mais o monopólio dos canais de comunicação: desta vez, na ágora virtual da internet, é possível oferecer-lhes resistência.

Não deixemos que a grande mídia falsifique a realidade mais uma vez. Que a Santíssima Virgem, Nossa Senhora Auxiliadora, ajude-nos nesta luta. Que a verdade possa resplandecer diante do mundo. Que a realidade prevaleça sobre a ideologia.]

“Miserando atque elegendo”

D. Nuno Brás
Voz da Verdade

É óbvio que um novo estilo entrou no Vaticano com a eleição do Papa Francisco. É o estilo próprio de um pastor, que vem de longe, escolhido para suceder ao Apóstolo Pedro. Não é um estilo vazio, simplista, para quem tudo é igual a tudo, e tanto faz escolher o bem e o mal ou, até, não escolher nada.

Muitos têm sido os comentadores que sublinham a diferença deste novo estilo, sobretudo a partir de pequenas coisas: o Papa Francisco foi à Casa do Clero, onde se tinha hospedado, retirou os seus haveres e pagou a conta; mas Bento XVI, no dia seguinte à sua eleição, também foi, sem qualquer aviso prévio, ao apartamento que ocupava em Roma para dali recolher os seus pertences; o Papa Francisco deu uma audiência à Comunicação Social, mas do mesmo modo fez Bento XVI; o Papa Francisco usou um veículo descoberto para entrar na Praça de S. Pedro, o mesmo que o Papa Bento XVI usou, e que só abandonou quando um homem, eludindo a segurança, pôs a sua vida em perigo… Enfim, muitos outros paralelos (mesmo no conteúdo das homilias e discursos) poderíamos encontrar entre o ministério dos dois Papas, e que mais afirmam a continuidade que a rutura.

É claro que, entre as muitas diferenças que existem, uma sobressai: o Papa Bento XVI nunca teve a benevolência dos Meios de Comunicação. Mesmo agora, quando o Papa Francisco se lhe refere, como aconteceu no encontro com os Cardeais (“Dirijo uma saudação cheia de afeto e profunda gratidão ao meu venerado Predecessor Bento XVI que, durante estes anos de Pontificado, enriqueceu e revigorou a Igreja com o seu magistério, a sua bondade, a sua orientação, a sua fé, a sua humildade e a sua mansidão. Estas continuarão a ser um património espiritual para todos”), nada disso transparece nas notícias ou nos comentários.

É por isso que creio andarem enganados todos aqueles que traçam um antes e um depois da eleição do Papa Francisco, ou que julgam que, para ele, tudo lhe será indiferente.

Até agora, os comentadores têm sublinhado apenas a primeira parte do lema que o Santo Padre já tinha assumido como Bispo e que desejou manter no exercício do ministério de Pedro: “Miserando atque eligendo” (com misericórdia, escolheu). A misericórdia não significa indiferença; traz antes consigo uma escolha – a escolha de Deus e por Deus.

O lobby abortista do CFM: aspectos legais e médicos

Dois importantes textos sobre a posição pró-aborto do CFM. O primeiro, esclarece os aspectos legais e diz que o órgão, absolutamente, não tinha competência para encaminhar moção de apoio ao famigerado projeto que, à revelia da esmagadora maioria da população, legaliza o aborto no país. O segundo se debruça sobre os aspectos médicos e mostra que mesmo as justificativas esfarrapadas do presidente do Conselho não se sustentam à luz do que se sabe sobre o desenvolvimento embrionário humano.

– Aborto: A incompetência do Conselho Federal de Medicina, por Cícero Harada. «A proposta do aborto, pois, sequer poderia ter sido posta em discussão, ser aprovada ou rejeitada, menos ainda a sua defesa encaminhada ao Senado, em nome do CFM. São atos de desvio de finalidade e como tais nulos de pleno direito e de nenhum efeito. Cuida-se de grave instrumentalização política de entidade que sempre gozou da mais ampla respeitabilidade social, mas que agora, ao arrepio da lei, embarca na canoa da morte».

– Nota de repúdio do Brasil Sem Aborto, por Lenise Garcia e Jaime Lopes. «Na tentativa de justificar a iniciativa, o presidente do CFM afirma em sua página que a restrição à 12ª semana motiva-se em que “a partir de então o sistema nervoso central já estará formado”. Surpreende que um médico possa dizer isso. Deixando de parte o fato de que a dignidade humana independe da formação de sistema nervoso, qualquer estudante do segundo ano de Medicina já aprende, em suas aulas de embriologia, que os doze pares de nervos cranianos se formam durante a quinta e a sexta semanas do desenvolvimento. Que na nona semana ocorre a inervação dos músculos, e a criança em formação salta dentro do útero, exercitando perninhas e bracinhos, organizando as conexões nervosas. Que na décima semana de gestação o embrião está praticamente todo formado e, a partir daí, haverá basicamente a maturação e crescimento dos órgãos e sistemas do bebê».

Homossexuais franceses contra o “casamento” gay e a adoção de crianças por duplas gays

[Fonte: infoCatólica.
Tradução: Wagner Marchiori

Trata-se de novo protesto acontecido no último domingo (24/03) na capital francesa, à semelhança daquele realizado em janeiro último, sobre o qual falamos aqui. Há uma verdadeira (e compreensível) luta midiática pelo verdadeiro número de manifestantes: segundo Le Figaro, as estimativas variam entre 300.000 e 1.400.000 pessoas. Novamente, os nossos parabéns aos franceses que tiveram a coragem de tomar as ruas de Paris – de Paris! – para protestar contra o experimento social que está convulsionando a sociedade francesa.

Na entrevista abaixo referida, é uma mulher lésbica [p.s.: de acordo com este comentário (que cita esta referência, que me pareceu verídica), ela não é lésbica, e sim mãe de família casada há vinte e cinco anos – por favor, levem isso em consideração ao ler todo o resto] que dá a sua opinião sobre o assunto – e toma posição firme e decidida contra o projeto que pretende legalizar o “casamento” gay e a adoção de crianças por duplas de sodomitas e safistas. Genial a declaração dela: se a dupla homossexual adota uma criança que perdeu seus pais biológicos, então esta criança está sendo mais uma vez privada de um pai e uma mãe. Por infortúnio da primeira vez; mas, desta, por capricho ideológico premeditado. E isto é cruel. Contra esta terrível discriminação contra as crianças nós temos que lutar. Por mais que sofismem os bárbaros. Por mais que nos agridam e nos tentem calar.]

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«SOU FRANCESA, SOU HOMOSSEXUAL E A MAIORIA DE NÓS NÃO QUEREMOS O CASAMENTO E NEM A ADOÇÃO»

Diferentemente do que costuma divulgar a mídia, Nathalie Williencourt, uma das fundadoras do HOMOVOX, considera que a maioria dos homossexuais, incluído ela, não quer nem o matrimônio gay e nem a adoção de crianças e, portanto, não concordam com a proposta de lei do presidente da França François Hollande. Em uma entrevista concedida em 11 de janeiro ao site italiano Temp.it, Nathalie afirmou que “o par homossexual é diferente do par heterossexual por um simples detalhe: não podemos dar origem à vida”.

Williencourt afirmou com clareza: “sou francesa, sou homossexual e a maioria de nós não queremos o casamento e nem a adoção de crianças. Sobretudo, não queremos ser tratados como heterossexuais, porque somos diferentes; não queremos igualdade, mas sim justiça”.

A líder gay disse, ainda, que “cremos que as crianças têm direito a ter um pai e uma mãe, se possível, biológicos e, se possível, que se amem. Uma criança que nasce fruto do amor de seu pai e de sua mãe tem o direito de saber disso. Se os pares homossexuais adotam crianças que já estão privados de seus pais biológicos, deixá-las-ão sem um pai e uma mãe mais uma vez”.

“Os pares heterossexuais estão esperando anos sem poder adotar uma criança, e corre-se o risco de que muitos países não permitam mais adoções para pais franceses se essa lei for aprovada. China e outros países da Ásia contam com procedimentos que excluem a possibilidade de adoção por pares do mesmo sexo”.

“A paz se constrói na família e para ter paz na família é necessário dar às crianças a imagem mais natural e que mais segurança infunde para crescer e ser adulto. Isto é, a composição clássica de homem e mulher”.

Williencourt denunciou que “na França somos censurados (Homovox.com). Escuta-se sempre o lobby dos ativistas LGBT que sempre falam nos meios de comunicação, mas a maior parte dos homossexuais estão incomodados pelo fato dessa organização fazer lobby em nosso nome. Não votamos neles para que nos representem”.

Nathalie explicou que os membros do lobby gay já têm uma ferida em relação à sua homossexualidade “porque não a aceitam, reivindicam ser como os heterossexuais . Em vez disso, nosso movimento reinvidica que os homossexuais sejam tratados de forma distinta dos heterossexuais porque somos diferentes”. “Não podemos pedir igualdade porque somos diferentes. Não é a igualdade que é importante, mas a justiça. É uma desigualdade justa e uma igualdade injusta”, insiste.

Homovox é a associação que reúne o maior número de homossexuais na França. A associação foi uma das organizações gays que marcharam pela ruas de Paris no último 13 de janeiro com mais de um milhão de pessoas em defesa do autêntico matrimônio.

 

Encontro de gigantes

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O Papa Francisco e o Papa Bento XVI se encontram em Castel Gandolfo. Se uma imagem vale mais do que mil palavras, este abraço entre os dois bispos de branco é suficiente para calar a boca dos que passaram os últimos dias a divulgar uma alegada oposição entre o atual Papa e seu predecessor. Esta imagem, aliás, chega quase a valer a renúncia de Bento XVI; este encontro entre os dois papas serve de freio ao mau-caratismo da imprensa e seria impossível se o Papa Francisco tivesse sepultado o seu antecessor.

Sim, estamos em guerra. Mas há paz no Trono de Pedro. Rezemos pelo Papa!

[foto: Gazeta do Povo]