Velhas falácias em uma roupagem não tão nova assim: o CFM e o aborto

Na última segunda-feira (18 de março), o “Contra o Aborto” fez uma oportuna denúncia: o Conselho Federal de Medicina (CFM) deu os braços à militância abortista para fazer lobby a favor da legalização do aborto no Brasil. Ontem (20 de março), o “Blog da Vida” publicou uma importante matéria chamada “Por que os motivos do CFM para apoiar o aborto não se sustentam?”, levantando questões bem pertinentes (e incômodas…) sobre as alegadas razões do CFM para o órgão se posicionar a favor do aborto. Estes dois textos põem a tagarelice abortista a descoberto e dirimem (pela milésima vez) a questão para quem não tem compromissos ideológicos com a cultura da morte. Ontem, portanto, estavam já sepultados os sofismas dos quais recentemente os burocratas do CFM lançaram mão para minar a defesa da vida no Brasil. O zelo dos pró-vida brasileiros garantiu que a refutação deles estivesse disponível antes mesmo que a imprensa começasse a divulgá-los, trabalho pelo qual estão de parabéns.

A despeito do atraso, com monótona previsibilidade, o establishment tomou partido do Conselho. Hoje, os órgãos de mídia parecem não falar em outra coisa! Em particular, o Sakamoto ressuscitou velhos sofismas e preconceitos puídos para encher de clichês o seu blog:

  • “defesa do direito ao aborto é diferente de defesa do aborto…”
  • “aborto hoje é legal para quem é rico…”
  • “[a] discussão não é quando começa a vida, sobre isso dificilmente chegaremos ao um consenso, mas as mulheres que estão morrendo nesse processo…”
  • “eles [os abortos] vão acontecer legal ou ilegalmente…”
  • “[n]egar a uma mulher o direito a realizá-lo [o aborto] é equivalente a dizer que ela não tem autonomia sobre seu corpo…”
  • “podemos entregar a questão da saúde pública aos cuidados da Igreja Católica…”
  • “[d]efendo incondicionalmente o direito da mulher sobre seu corpo…”
  • “o Estado brasileiro, laico, não pode se basear em argumentos religiosos para tomar decisões de saúde pública ou que não garantam direitos individuais…”
  • “não se pode defender que minhas crenças, físicas ou metafísicas, se sobreponham à dignidade dos outros…”

Incrível, não? Em pleno século XXI o cara me sai com este discurso do século passado, mais furado que tábua de pirulito e mais mentiroso do que propaganda eleitoral gratuita! E o pior é que ele não se dá sequer ao trabalho de argumentar: simplesmente vomita as mesmas bobagens de sempre, como se elas fossem alguma novidade intelectualmente relevante às quais nunca ninguém tivesse sequer tentado dar resposta.

Rapidamente, ajudemos o Sakamoto a se situar no mundo moderno e tragamos à mesa o que já se disse sobre o assunto (sobre o qual ele prefere lançar um cômodo manto de silêncio, fingindo que nunca existiu ou que não é com ele):

  • Defender o direito de se fazer alguma coisa e defender a própria coisa são posições estreitamente afins, de modo que não é possível conceber um sistema de valores no qual a primeira seja moralmente exigível e, a segunda, execrável e inadmissível. A distinção é completamente irrelevante para o mérito da celeuma. Ainda: no caso concreto, insinuar que seja possível defender um “direito” mas não o exercício desse “direito” chega a ser ridículo e ofensivo à inteligência dos adversários.
  • Sim, crimes sempre vão continuar acontecendo e, sim, quanto mais recursos uma pessoa tiver mais fácil será para ela cometer um crime e permanecer impune. Isso é lamentável, mas é uma característica das relações humanas da qual os contemporâneos (e indignantes) crimes de corrupção política são talvez o exemplo mais embaraçosamente eloqüente. A óbvia bandeira de luta a ser levantada diante disso é pela punição dos poderosos, é lógico. Querer democratizar o acesso à degeneração moral e garantir que os pobres também possam cometer “em segurança” os crimes dos ricos é simplesmente nonsense.
  • Nenhum direito é absoluto. A partir do momento em que uma mulher carrega um outro ser humano no ventre ela deixa, sim, de poder dispôr do seu corpo da mesma forma que fazia quando não estava grávida. Isto é uma decorrência imediata do princípio da igualdade fundamental entre todos os homens, fundamento basilar de qualquer sistema de direitos humanos que se possa conceber.
  • Não existe nenhuma discussão sobre “quando começa a vida”, esta resposta já foi dada há muito tempo pela genética e pela embriologia: com a junção dos gametas masculino e feminino surge um novo indivíduo, distinto dos seus progenitores, que é humano e está vivo. Qualquer tentativa de negação dessa verdade é arbitrária e ideológica, nunca racional. O que os defensores do aborto propagam é que alguns seres humanos são mais humanos do que outros: e sobre tão bárbara crença, de fato, nós nunca chegaremos a um acordo.
  • Nenhum dos pontos acima é um “argumento religioso”; são sempre os promotores do aborto que trazem o tema “religião” à baila, numa tentativa patética e desesperada de desqualificar uma discussão incômoda que eles não são capazes de travar com honestidade intelectual.

Enfim, nada de novo sob o sol. No entanto, é de se lamentar que os defensores do aborto não estejam mais sequer fingindo argumentar, e tenham aparentemente partido para a estratégia de ignorar cinicamente tudo o que já se disse contra a posição macabra que eles defendem. É de se lamentar que, agora, a ideologia abortista se limite a papagaiar de tempos em tempos a mesmíssima cantilena que lhe embalou as vergonhosas derrotas passadas, sem nem sequer fingir debater mais.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

47 comentários em “Velhas falácias em uma roupagem não tão nova assim: o CFM e o aborto”

  1. O direito à vida é infinitamente maior que o direito ao corpo, a mulher que pensa em matar seu filho, porque é seu direito sobre seu corpo, teve antes que ter o seu direito à vida assegurado.

    As mulheres que são abortadas por suas mães, jamais poderão lutar por seus direitos.

    Uma mulher que aborta é, ainda assim e mesmo assim, Mãe. Do pior tipo de mãe possível, e provável pior que a mãe que ela mesma teve, mas é Mãe.

  2. Obviamente, citando como mal exemplo o Conselho Federal de Psicose (Psicologia, sim, é um eufemismo), um órgão plural de classe jamais pode tomar partido ideológico, pois acaba discriminando as vozes que destoam de qualquer das ideologias que se outorgam. Se o Estado é laico, o órgão de classe é apartidário, o que pressupõe a necessária ausência de viés ideológico.

    As mulheres não morrem por causa de bebês que, já vivos, devem gozar da proteção aos seres humanos. As mulheres morrem por causas que vão desde precariedade dos cuidados consigo mesmas (promiscuidade, falta de higiene pessoal, uso de drogas em concomitância com venenos abortivos) até a falta de acompanhamento familiar. O que deve-se fazer não é permitirmos o aborto como forma de prevenir mortes, mas promover um estímulo robusto dao resgate das Famílias para garantir a Vida e cuidar que nossas meninas evitem situações que coloquem em risco sua integridade moral e física.

  3. “…a mesmíssima cantilena que lhe embalou as vergonhosas derrotas passadas”. Quem está sendo derrotado são vocês: o STF liberou pesquisas de células-tronco embrionárias e permitiu o aborto em caso de anencefalia, apesar da histeria dos idiotas “pró-vida” que não são a favor de vida nenhuma, só a de seus supostos privilégios. E podem espernear à vontade porque em 5 anos o aborto será descriminalizado no Brasil.

  4. Os defensores do aborto, odeiam suas mães, desejariam ter sido abortados porque nesta vida não encontraram quem os amasse, os quisesse bem, normalmente frutos de mães odiosas e sem amor.
    A mulher que aborta é uma Mãe que aborta, a mãe que mata o fruto do seu ventre será sempre mãe e este peso terá que carregar até o seu final, seja ele qual for. Cada noite solitária terá como companhia o seu abortivo a lhe cobrar o amor devido. Buscará a paz nas drogas e nas festas e se odiará.

    A mulher que aborta e fica em paz vendeu a sua alma, ela viverá feliz como um fantoche sorridente na mão de seu manipulador.

  5. Interessante como pessoas que tiveram o direito de nascer tudo fazem (e até sentem um gozo quase venéreo) em prol de atacar o direito de crianças não-nascidas em viver! São falaciosos, sim! Canalhas e Homicidas!

  6. Olá, Ebrael Shaddai, sou o @jornalistacmprj do Twitter, mas é por aí o CFM, age igual ao Conselho Federal de Psicologia, que persegue psicólogos de origem cristã como a Marisa Lobo e a Rosângela Justino. O CFM deveria se manter longe dos vícios de ideologias, respeitar o Pacto de São José da Costa Rica, a Constituição Brasileira e, sobretudo o Juramento de Hipócrates..

  7. ““…a mesmíssima cantilena que lhe embalou as vergonhosas derrotas passadas”. Quem está sendo derrotado são vocês: o STF liberou pesquisas de células-tronco embrionárias e permitiu o aborto em caso de anencefalia, apesar da histeria dos idiotas “pró-vida” que não são a favor de vida nenhuma, só a de seus supostos privilégios. E podem espernear à vontade porque em 5 anos o aborto será descriminalizado no Brasil.”

    hahahahah, isso é argumento intimidador?Larga de ser infantil e usa argumento de adulto seu tolo. Parece fala de adolescente mimado.

  8. Primeiro os anencéfalos, agora até trés meses de gestação afinal não sentem dor, amanhã até 8 meses desde que anestesiados preventivamente para não sentir dor, depois ainda os recém nascidos que não sejam satisfatórios para qualquer um dos pais e finalmente qualquer criança que incomode o sossego………..
    Rodolfo Soares, graças a Deus, nos dois não somos iguais, a consciência nos distingue!

  9. Rodofo Soares: até acho que o aborto deveria sim ser liberado… no dia que pudermos criar um maio de ver no que as pessoas vão se tornar. Daí pessoas como VOCÊ poderão ser tranquilamente abortadas, pois se estaria fazendo um FAVOR a sociedade… mas claro que, como cristão, eu falo isso hipoteticamente… tenho é PENA de pessoas como VOCÊ…

  10. “hahahahah, isso é argumento intimidador?Larga de ser infantil e usa argumento de adulto seu tolo. Parece fala de adolescente mimado”.

    Hummmm…E onde estão os seus argumentos? Olhe-se no espelho e veja quem é o “infantil”! Não identiquei nenhum contra-argumento seu para refutá-lo. Já li algumas intervenções suas em alguns sites e sinceramente…vergolha alheia total! No final você sempre leva uma surra argumentativa.

  11. Rodolfo contando vantagem porque a luta anti-abolicionista agora consegue matar com apoio da lei. Que pessoa maravilhosa!

  12. Caramba, é incrível e comovente até – confesso – ver todo esse pessoal aqui defendendo direitos humanos à vida, ao mesmo tempo em que achincalham e negam os direitos humanos dos homossexuais.

    Os mesmos Tratados Internacionais aqui citados para proteger fetos de um processo de aborto são solenemente ignorados quando o assunto é direitos de homossexuais a igualdade.

    Confesso que não esperava algo diferente. Afinal, quando o assunto é defender ideais religiosos, o religioso faz o diabo pra que a ausência de racionalidade faça sentido.

    Ah! Só fazer uma pequena referência: num post mais à frente, você diz que a Dra. Débora Diniz é uma militante pró-aborto. Apenas gostaria de acrescentar que a douta pesquisadora é aquela que publicou um estudo que define o perfil da mulher abortista no Brasil – predominantemente mulheres entre 20 e 29 anos, em união estável, com até oito anos de estudo, trabalhadoras, católicas, com pelo menos um filho e usuárias de métodos contraceptivos, as quais abortam com misoprostol.

    Acho que vocês precisam seriamente reforçar a quantidade de posts sobre aborto, porque o discurso não funciona nem pra vocês mesmos, né? As Católicas Pelo Direito de Decidir não me deixam mentir.

    Por fim, “pró-vida” uma ova! Se fossem assim tão preocupados com a vida humana, não teriam dito ao mundo inteiro para deixarem de usar camisinha e permitir que morressem de AIDS e outras DST…

  13. JBC, cara menina!

    Todo homossexual tem SIM direito à vida e nenhum louco no mundo pode matar um homossexual ou uma criança não nascida, o direito à vida dos dois tem SIM valor.

    Você com tua homossexualidade, pode fazer o que você quiser, mas dizer que isto gera direitos é abuso. Se decidir (e conseguir) defecar pela boca é um problema teu, mas jamais na minha mesa. Um homossexual é (talvez) igual a outro homossexual, nada a opor, mas que deseje ser normal?!?!. É abuso.

    Católicas pelo direito de decidir NÃO é catolico.

  14. Alguém diz a este ou esta JBC que a CNBB que as “Católicas” pelo direito de decidir não são católicas coisa nenhuma. Essas “católicas”, ou melhor dizendo, diabólicas, não passam de feministas disfarçadas de católicas. Elas distorcem o ensinamento católico sobre o respeito e à proteção ao nascituro indefeso, elas são contrárias ao Magistério da Igreja, que é contra o aborto. As “Católicas” Pelo Direido de Decidir NÃO É uma organização católica, não representa a mulher católica e não fala pela Igreja Católica. Esta são palavras da própria CNBB, que já se pronunciou contra as ditas cujas: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/sala-de-imprensa/notas-e-declaracoes/1446-nota-da-cnbb-sobre-as-catolicas-pelo-direito-de-decidir Essas ditas-cujas de católicas não têm absolutamente nada. Que isso fique bem claro, viu, JBC? Portanto, não adianta vir aqui com um monte de falácias. A mulher que se diz católica e que pratica aborto, na verdade não é católica coisa nenhuma. Ou por acaso você não sabe que abortistas são automaticamente excomungados pela Igreja? “Caramba, é incrível e comovente até – confesso – ver todo esse pessoal aqui defendendo direitos humanos à vida, ao mesmo tempo em que achincalham e negam os direitos humanos dos homossexuais.” Ué, onde foi que alguém aqui disse que homossexuais não têm direito à vida? Uma coisa é ser a favor ou contra casamento gay, outra coisa completamente diferente é defender o direito à vida, e todo ser humano, seja homossexual ou não, têm direito à vida. Ninguém pode matar um ser humano, seja homossexual ou não, seja uma criança não nascida ou um adulto. Ou a senhora acha que direito à união civil está acima do direito à vida? “Se fossem assim tão preocupados com a vida humana, não teriam dito ao mundo inteiro para deixarem de usar camisinha e permitir que morressem de AIDS e outras DST…” A pessoa que transa sabe bem dos riscos que corre. Por aí o que não falta são casos de pessoas que contraíram AIDS ou outras doenças por conta de camisinha furada, ou por terem deixado de usar camisinha uma única vez. E basta uma única vez para se contrair alguma doença. As pessoas NÃO USAM camisinha TODAS as vezes. Além do mais, a camisinha apenas diminui o risco, não elimina o risco. Camisinha NÃO ANULA o risco de contaminação pelo HPV, por exemplo: http://prazeralexandre.blogspot.com.br/2011/02/mesmo-usando-camisinha-risco-de.html Logo, seu argumento é uma falácia. Há anos que a mídia incentiva o uso do preservativo, nem assim os casos de AIDS e outras doenças diminuíram. Tudo o que a Igreja diz é para as pessoas NÃO TRANSAREM. A Igreja não poderia incentivar o uso do preservativo, pois ela condena o sexo antes ou fora do casamento. Uma pessoa não contrai AIDS por obedecer aos ensinamentos da Igreja, e sim por fazer tudo ao contrário do que a Igreja ensina. Tudo o que Bento XVI tinha dito era que a mera distribuição de preservativos não resolve o problema da AIDS, e não resolve mesmo. Logo, não adianta nos responsabilizar por casos de AIDS. Se existem pessoas que não usam preservativo, isso aí já é um problema delas, é de responsabilidade delas.

  15. Católicas pelo direito de decidir, solteiros casados, triângulos redondos… Se a pessoa não obedece a Igreja, se não professa o credo, não é católica. É lógica simples, mas é dificil pra gente que tem a racionalidade comprometida.

    Alguma vez na vida nós dissemos que tudo bem fornicar, desde que usando camisinha? O cara vai fornicar catolicamente, é isso?

    http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI112395-17774,00-O+PAPA+ESTA+CERTO.html

    Tá aí um pouco de ciência pra você.

  16. Pessoal,

    E quem não é casto? Também é católico?
    E quem usa camisinha, também é católico?

    Porque a Igreja não excomunga essas pessoas também?

    Aliás, onde consta que as Católicas Pelo Direito de Decidir foram excomungadas?

    A Igreja também deve excomungar essas mulheres pobres que abortaram, do estudo da Dra. Diniz, e que se dizem católicas?

    A Igreja de vocês não excomunga essas pessoas porque ela é frouxa. Porque ela sabe que isso seria decretar sua pena de morte. Porque ela teme que o número de fiéis que dispõe acabe ficando menor que o número de ateus. Abram os olhos!

    O que vocês pregam pros outros nem mesmo vocês cumprem…

    Tiane,

    A Igreja diz para as pessoas não transarem? Que tal a gente fazer um levantamento de quantos católicos transam? Vamos excomungar todo esse pessoal também?

    Porque eu, que não sou católico, não devo transar?

    Você não se constrange em ver seus colegas usando os tratados internacionais de direitos humanos para defender a criminalização do aborto, sendo que esses mesmos tratados advogam pelos direitos de homossexuais ao casamento?

    Há anos que a mídia incentiva o uso do preservativo, nem assim os casos de AIDS e outras doenças diminuíram.

    Dá pra citar uma fonte disso?

    E por último: se a Igreja é tão contra o aborto, e ela supostamente segue os mandamentos de Deus, então porque Deus criou o aborto espontâneo nas mulheres? Teria Deus trollado a Igreja??? Ou ele mesmo???

    Dúvidas…

  17. Ótima matéria!
    Citando uma frase que vi no facebook: “É interessante que todo mundo que é a favor do aborto, nasceu!” Uma brincadeira simples, com um assunto sério, que dá uma boa reflexão.

  18. O que é isso, Wilson Vergonha porque? Você não sabe argumentar, nem, original você é. Sim, eu comento neste blog há uns 6 anos e com muito orgulho. Sou da direita conservadora e sou católico e você….digamos acha certo o Brasil rasgar um pacto que assinou em 1992, pois é, meu Caro o Pacto de São José da Costa Rica. Vamos ver lá o que diz a lei.
    No inciso 1º, do artigo 4º capítulo II, desse pacto ou convenção diz:Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção.

    Sim, Wilson, vamos ver o que diz a Constituição Federal:

    “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade” .Artigo 5º

    Largue de ser infantil, Wilson, vamos debater como adultos e não com triunfalista e totalitário. Quem comenta como você e o JBC, não o faz qualitativamente. Apelam para chavões intimidatórios (será?) discursos copiados de sites abortistas. Pois é, eu trouxe a Convenção Americana, a Constituição Federal e você e o JBC, traz o que? Ideologias? Wilson, do dia 22 de março, as 12:35. Seja técnico e não use discursos emocionais e de torcedor. E mais, esse aqui é um debate e não uma guerra. Cresça como debatedor e evolua. Você, como o JBC se mostram pobres em argumentos e pobres em maturidade. Se você não quer me levar a sério, problema que eu lastimo seu.

  19. JBC, como você é infantil, seu entendimento sobre catolicismo é um tanto interessante. Me faz lembrar o ateus menke e júnior, dos posts sobre o procurador que quer tirar o dizer “Deus seja louvado” das notas de Real. Em primeiro lugar, não existe Católicas pelo Direito de Decidir, existe “católicas” pelo direito de decidir. Afinal, nem todo aquele ou aquela que diz Senhor, Senhor, pertence ao Reino dos Céus. São pessoas que nem religiosidade tem usam a bandeira ou o nome católica para se promoveram. Afinal, qualquer pessoa inteligente sabe que a igreja não excomunga algo que já está excomungado por si próprio. Quando você usa o termo “frouxa” mostra a índole de quem debate, foi o que eu disse ao Wilson, ao invés de debater usa clichês copiados e colados de sites antirreligiosos muitas vezes com linguagens chulas e inconveniêntes. JBC, faça o que eu disse a ele, cresça e evolua, isso aqui é um debate e não uma guerra, ou seja, não é uma briga para quem vai ganhar o Golpe de Estado e implantar um regime verbal totalitário. Quem gosta de regimes totalitários não respeitam tratados, constituições, leis, para ele ou ela, legislação é só um detalhe que pode ser rasgado a todo o momento. Palmas, JBC! isso diz muito de pessoas como vc. Que não suporta a democracia, que não concorda com a possibilidade de um plebiscito sobre o assunto. Talvez você ache interessante que uma comissão de juristas que criaram um anteprojeto de reforma do Código Penalj, ulgue que a vida de um filhote de cachorro, valha mais que a vida humana.
    Não é o que diz a nova proposta ou anteprojeto do Código Penal?Leia:
    Pena – prisão, de um a quatro anos.
    § 1o Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
    § 2o A pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorre lesão grave permanente ou mutilação do animal.
    § 3º A pena é aumentada de metade se ocorre morte do animal.

    Oras, JBC você é como o Wilson, supera em desumanidade, em maldade, em egoísmo, em individualidade, narcisismo, dentre outras coisas que dariam volumes de livros. Talvez, você ache que todo tem de bater palmas ou rir para o seu discurso ou do Wilson ou quem sabe do Rodolfo santos, porque quem sabe, né deve ser engraçado? Você deva achar que devemos dar Prêmio Nobel para vocês, não é? Não, não achar ou dever, respectivamente. Só ouvirão vaias. Mas vamos pensar, né? Existem pessoas que gostam de um amor bandido, outras de se relacionar com políticos corruptos, outros ter tendência de armar redes de intrigas e mais algumas que apoiam ideologias tortas e maldosas. Que isso, JBC, WILSON e Rodolfo Santos. Se defender aborto para vocês é sinal de inteligência, podemos ter a certeza de que estamos diante de três tolos que não cansam de vociferar tolices, mas….como sempre, orgulho não os deixará admitir e continuarão soltando mais tolices, travestidos de teses ou dissertações inteligentes.Bravo, abençoado Jorge Ferraz, o seu blog já tem o Larry, Moe e Curly marxistas e ‘progreçistas’ (O ‘progreçistas’ tirei de uma redação do ENEM). Que coisa, não?

  20. “E quem não é casto? Também é católico?
    E quem usa camisinha, também é católico?”

    Quem peca é católico, desde que reconheça o que fez como errado. Deus é uma fonte infinita de misericórdia, basta que a pessoa reconheça que está errada. Quem disser que fornicação e camisinha são corretos, que não tem nada de errado, está excomungado também.

    “Aliás, onde consta que as Católicas Pelo Direito de Decidir foram excomungadas?”

    Está escrito no Código de Direito Canônico que qualquer pessoa que comete o aborto está automaticamente excomungada, além de quem apoiar ou ensinar o que estiver contrário ao ensinamento da Igreja.

    Engraçado que você reclama que a Igreja sugira às pessoas como se comportar, mas você pode sugerir à Igreja como se comportar, não é mesmo?

    “A Igreja também deve excomungar essas mulheres pobres que abortaram, do estudo da Dra. Diniz, e que se dizem católicas?”

    Já estão todas excomungadas.

    “A Igreja de vocês não excomunga essas pessoas porque ela é frouxa.”

    Na verdade já excomungou latae sententiae e você não sabe porque é um ignorante desinformado. Construiu um castelo de areia em cima de uma informação falsa.

    “Porque ela sabe que isso seria decretar sua pena de morte. Porque ela teme que o número de fiéis que dispõe acabe ficando menor que o número de ateus. Abram os olhos!”

    Nós já tivemos nossa cota de “pensadores” dizendo que nossa Igreja ia acabar se não abríssemos mão disso ou daquilo. Continuamos de pé e vocês derrotados, obrigado.

    Lembrando que:

    – O tratado de São José da Costa Rica NÃO apoia casamento gay;
    – Você está preocupado em conseguir uma ficção legal para “casais”, mas está se lixando pra vida, senso de prioridade ZERO;
    – A ciência JÁ admitiu que camisinha não adianta nada pra parar uma epidemia de aids e sabemos que as pessoas que não a utilizam não o fazem para fornicar catolicamente, já que isso seria uma contradição. Não usam porque não gostam e vocês querem jogar a culpa nas nossas costas porque são ignorantes. Você pediu uma fonte, eu postei, mas como você é desonesto ignorou: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI112395-17774,00-O+PAPA+ESTA+CERTO.html

    “se a Igreja é tão contra o aborto, e ela supostamente segue os mandamentos de Deus, então porque Deus criou o aborto espontâneo nas mulheres?”

    Nunca vi um argumento tão imbecil a favor do aborto. Você está de parabéns, transcendeu limites. Isso seria como perguntar:
    – Deveríamos legalizar o assassinato, já que Se Deus é contra a morte, por que a criou?? Deveríamos poder matar pessoas, já que no final das contas elas morrem mesmo!

    Deus não criou a morte, quem criou fomos nós, ao aceitarmos o pecado que resultou em degeneração do homem. Nós nos condenamos. Sério mesmo, tem anos que debato essa questão e nunca vi um argumento tão idiota.

    “Porque eu, que não sou católico, não devo transar?”

    O que você faz é problema seu. A Igreja SUGERE uma solução inteligente pra acabar com doenças sexualmente transmissíveis e problemas psicológicos como hedonismo e niilismo. Se você vai seguir ou não, é com você. Ela dita ordens é ao seu rebanho. Se eu te digo pra não pular num buraco porque vai quebrar a perna, daí você pula, quebra – depois a culpa é minha?? Não temos culpa se nossas soluções funcionam.

  21. Nossa… O debate se tornou por demais acalorado, já. Porém, ainda é mais interessante do que qualquer outro que eu tenha visto sobre o tema. Como me falta o tempo necessário para percorrer todos os comentários e responder um a um, vou comentar apenas trechos do artigo original.

    Sou mulher, não cristã, não conservadora, individualista (no sentido do respeito ao indivíduo) e coletivista (no sentido de zelar pelo bem comum), pacifista (no sentido de evitar a violência contra outros seres), animista. Tenho formação científica e filosófica, assim como de abordagem comparativa de culturas e seus sistemas de pensamento, transcendentes ou não. Não possuo a priori, provavelmente graças a essa perpectiva, a maioria das interdições sociais comuns em nossa cultura (interdição do suicídio, do incesto, do canibalismo, da maioria das assim denominadas parafilias, etc). Achei interessante me posicionar para que o meu discurso não pareça descontextualizado nem com pretensões de valor absoluto. Como posso afirmar tais coisas?, é possível perguntar. Por não ter a maioria das amarras sociais para me tolher. Dito isto, sou, também, favorável ao aborto.

    Minha posição pode ser definida em oposição a dois pontos do texto. Os demais seriam redundantes ou decorrências diretas. E, já que a religiosidade da argumentação já foi sabiamente descartada a priori, podemos felizmente trilhar caminhos mais sólidos.

    “Nenhum direito é absoluto. A partir do momento em que uma mulher carrega um outro ser humano no ventre ela deixa, sim, de poder dispôr do seu corpo da mesma forma que fazia quando não estava grávida. Isto é uma decorrência imediata do princípio da igualdade fundamental entre todos os homens, fundamento basilar de qualquer sistema de direitos humanos que se possa conceber.”

    – Poder-se-ia afirmar que, se nenhum direito é absoluto, também não o seria o do feto. Ponto pacífico. Tenho certeza, no entanto, de que essa interpretação não fazia parte da intenção do articulista, e seria um golpe argumentativo baixo explorar este deslize.

    – Afirmar que a mulher deixa de dispor de seu corpo em função do feto é torná-la (ela, um indivíduo completamente formado e autônomo) refém de um proto-indivíduo, refém de uma promessa de futuro ser. É afirmar que a função dela passa naturalmente a ser a maternidade. Essa redução a um papel biológico retira da mulher sua autonomia enquanto indivíduo, tornando-a menos a pessoa que ela é e mais uma função que ela passa a ser obrigada a desempenhar.

    – Ela também parte de um pressuposto perigoso de que o papel biológico original da fêmea como portadora do feto em mamíferos até o nascimento (quando o feto passa a ser filhote) desautoriza uma decisão consciente de não sê-lo, invalidando qualquer julgamento pessoal contrário à procriação. É um raciocínio análogo a outro, mais radical, mas muito pertinente, de que o papel biológico original do macho como fecundador retira sua autonomia enquanto indivíduo, enfraquecendo seu julgamento em contrário e tornando-o mais propenso a atividades sexuais forçadas à fêmea em nome da função de procriação. No primeiro caso, a função biológica teria legitimidade per se, e anularia a validade do julgamento em contrário. No segundo caso, a função biológica anularia o julgamento em contrário, e levaria a um ato de violência que, em nossa sociedade, não teria legitimidade. Seria possível apresentar a função biológica como atenuante em caso de estupro? É possível apresentar a função biológica como base de condenação em caso de aborto? O (pre?)domínio da biologia sobre a cultura pode ser tão perigoso quanto uma cultura que tente ignorar a biologia.

    – O princípio fundamental da igualdade pressupõe iguais. Alguns seres humanos seriam mais iguais que outros? Não. Porém, um feto não é mais um humano do que um ovo é uma galinha. Até o momento em que o vínculo pode ser cortado com chance de sobrevivência para a futura criança, o feto é, sim, parte da mãe, tanto quanto a futura galinha é parte do ovo. O direito da mãe, por conseguinte, prevalece. Some-se a isso a analogia de que, na conduta médica, entre a futura criança e a mãe, cuida-se da mãe. Essa é, inclusive, uma grande base para a sábia decisão do CFM.

    “Não existe nenhuma discussão sobre “quando começa a vida”, esta resposta já foi dada há muito tempo pela genética e pela embriologia: com a junção dos gametas masculino e feminino surge um novo indivíduo, distinto dos seus progenitores, que é humano e está vivo. Qualquer tentativa de negação dessa verdade é arbitrária e ideológica, nunca racional. O que os defensores do aborto propagam é que alguns seres humanos são mais humanos do que outros: e sobre tão bárbara crença, de fato, nós nunca chegaremos a um acordo.”

    – A vida começa na replicação de estruturas formadas por compostos que, em nosso planeta, são baseados em carbono. O fenômeno da vida não está em discussão. Porém, o que surge com a junção dos gametas ainda não é um indivíduo, mas uma vida em processo de individuação. Este processo se completa lá pelos 6 meses de gestação, a partir de quando é possível lhe dar uma existência autônoma. É humano? Proto-humano, certamente. Está vivo? Claro. Vale mais que um humano plenamente individuado? Certamente não. Isso quer dizer que um feto é menos humano? Pois é. Sim. É um potencial de futuro humano, ao qual, em ânsia de antecipação do futuro, deseja-se atribuir uma completude e uma autonomia que lá não estão. De onde vem essa antecipação do futuro? De uma ânsia pela imortalidade por meio da descendência? Ou de um desejo de substituir o torpe presente por um futuro desejável? Essas são questões para outras discussões.

    – A questão central é sobre o indivíduo e seu direito à autodeterminação. Todos os outros derivam daí. Permitir ou não que um ser se individue dentro de mim? Não sei. Na hora em que eu determinar, sim. Antes ou depois? Não.

    A maior parte das mulheres que aborta não o faz por não desejarem ser mães. Faz por saber que aquele não é o momento, nem para ela, nem, por consequência, para a futura criança. Quase ninguém aborta feliz. Mas é, sim, uma porta triste que precisa estar aberta.

  22. Hum…Júlia, eu concordo com você, o debate está bastante acalorado e bastante disputado. Vejamos, vamos começar por um ponto que você disse:
    “A maior parte das mulheres que aborta não o faz por não desejarem ser mães. Faz por saber que aquele não é o momento, nem para ela, nem, por consequência, para a futura criança. Quase ninguém aborta feliz. Mas é, sim, uma porta triste que precisa estar aberta”.

    Muito interessante, a Igreja Cristã incentiva a prática da castidade, é verdade que, para muitas pessoas a castidade é algo ‘careta’ e fora de moda, mas veja, segundo a sua concepção o aborto é uma forma de correção de burradas feitas na cama, ou seja, uma burrada feita a dois e uma vida humana precisa ser apagada para que a consciência fique tranquila. Curioso, Júlia. Que coisa, não? Só o ser humano usa esse expediente. Sabe, muitas pessoas quando querem que seus animais de estimação não tenham filhotes, costumam castrar. Então, se uma determinada mulher não quer ter filhos, ou seja, quer abdicar de sua função natural, faça o mesmo. Veja, estou dizendo partindo do posto de vista de quem não quer saber de valores cristãos, como é o seu caso. Porque para aqueles que tem fé católica, jamais irei sugerir ligadura de trompa para ,mulher ou vasectomia para o homem. Não seria mais fácil que cometer esse crime de aborto?

    Agora vamos a essa questão dita por você:

    “O princípio fundamental da igualdade pressupõe iguais. Alguns seres humanos seriam mais iguais que outros? Não. Porém, um feto não é mais um humano do que um ovo é uma galinha. Até o momento em que o vínculo pode ser cortado com chance de sobrevivência para a futura criança, o feto é, sim, parte da mãe, tanto quanto a futura galinha é parte do ovo. O direito da mãe, por conseguinte, prevalece. Some-se a isso a analogia de que, na conduta médica, entre a futura criança e a mãe, cuida-se da mãe. Essa é, inclusive, uma grande base para a sábia decisão do CFM.”.

    Errado, um conselho da envergadura do CFM fez uma coisa errada. Não soube ter a inteligência de convocar para o encontro de Belém, pessoas que eram contra e não quem só era a favor. Num debate democrático, numa mesa redonda, tem de se ouvir o contraditório, quem pensa diferente. Já ouviu falar de ditadura, de ideologias totalitárias e absolutistas? Acho que não. Sabedoria minha cara, é quando um debate há dois lados, há discordância de ideias, senão vira monólogo. Ainda mais para um conselho de profissionais que salvam vidas. Esse conselho não representa a totalidade dos médicos, então não pode representar todos. E irei fazer a você a mesma pergunta que fiz aos outros acima:
    Talvez, você ache que todo tem de bater palmas ou rir para o seu discurso porque quem sabe, né deve ser engraçado? Você deva achar que devemos dar Prêmio Nobel para vc, não é? Não, não achar ou dever, respectivamente.Ouvirá vaias, também.

    Vamos a outro ponto dito por você:

    “Sou mulher, não cristã, não conservadora, individualista (no sentido do respeito ao indivíduo) e coletivista (no sentido de zelar pelo bem comum), pacifista (no sentido de evitar a violência contra outros seres), animista. Tenho formação científica e filosófica, assim como de abordagem comparativa de culturas e seus sistemas de pensamento, transcendentes ou não”.

    Esse é exatamente o perfil que tenta se sobressair no mundo de hoje. Pessoas que são avessas a cultura judaico-cristã e querem empurrar sua visão de mundo egoísta, individualista, intimista, egocentrista e desprovida de freio moral por decreto (leia-se Supremo Tribunal Federal), Alias, isso tem a ver, de certa forma, com a pressão de certa ala da ‘sociedade’, do PT, do PC do B, do PSOL e da imprensa para tirar o Marco Feliciano da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Afinal, os que querem tirá-lo, são fãs de regimes comunistas que matam pessoas que são opositores do regime. Entendem muuuuuuuuito de Direitos Humanos, não?Jean Wyllys principalmente.

  23. “Afinal, os que querem tirá-lo, são fãs de regimes comunistas que matam pessoas que são opositores do regime”.

    Isso é uma falácia! Cuidado com afirmações falaciosas e generalizantes! Sou católico praticante e apóio a saída do tal pastor. Católico de verdade não tem que apoiar pastor evangélico picareta que entrou lá por conluio político. Direitos Humanos não se resumem a direitos de homossexuais, é muito mais do que isso.

  24. Muito bom Leniéverson Azeredo Gomes, apenas um pouco a mais…

    Dona Júlia.

    1) “se nenhum direito é absoluto, também não o seria o do feto.”
    Caríssima quando você usa de um direito em si mesma para relativizar este mesmo direito em outro não é uma argumentação inteligente. Você usando da vida que a mantém, decide que a VIDA de outro não é importante. Na verdade, decide sobre a própria vida, tua vida tem o valor que você lhe dá, o fato de você ainda ser um aborto incompleto, não te permite ser tão inconsequente.

    2) “Tenho formação científica e filosófica”
    O uso do cientificismo para justificar atrocidades não denigre a ciência e os cientistas pois nada tem em comum. Nenhum conhecimento pode te fazer estúpida, pouco conhecimento pode te fazer ateia, muito conhecimento pode te fazer cristã.

    3) “uma porta triste que precisa estar aberta.”
    Poderia ser um útero com um zíper? Na medida em que as mulheres vão se reduzindo a objeto de seus “próprios” desejos, que na verdade nem são seus e na medida que o uso da ciência permite que mulheres artificiais se tornem bastante reais, fica para um devasso, difícil diferir uma da outra.

    4) “refém de um proto indivíduo” … “redução a um papel biológico” … “que aborta não o faz por não desejarem ser mães”
    Chamar a um filho em gestação de proto indivíduo, soa como chamá-lo de “tumor benigno”. Chamar a maternidade humana de, “redução a um papel biológico”, aumenta a minha compaixão por você, filha de chocadeira. Sim uma mulher que aborta o faz para Não ser mãe, mas querida, havendo a fecundação esta mulher já é mãe, se aborta é também assassina, mesmo assim já é mãe.

  25. Leniéverson, vamos por partes.

    – É fato que não acho que a abstinência seja uma política razoável. A atividade sexual é benéfica ao humano mesmo quando não há o objetivo reprodutivo. Sexo consensual, valorizado pela dádiva que é, e não por quaisquer carências que supra nem neuroses que aplaque. Sexo como atividade de dar prazer à outra pessoa e recebê-lo de volta, e não de masturbação com um corpo alheio. Faz sentido que, dispondo dos meios para impedir uma gravidez e dificultar a propagação de doenças, o sexo possa fazer parte, como tantas coisas benéficas, de uma existência saudável. Sim, vale muito mais a pena a contracepção do que o aborto. Este, exceto quando tudo mais falha, é um absoluto contrassenso.

    – A castração só é opção para quem não quer ser mãe. Quem quer ser mãe no futuro precisa se manter fértil, correto? Castrar para evitar o aborto seria, na verdade, excluir totalmente a possibilidade de geração de uma vida que, espera-se, tenha melhores condições de acolhimento no futuro. Vale a pena impedir que a mulher que aborta chegue ao momento em que decidirá ser mãe? Certamente não. Isso é dizer: “Você pode ser mãe, mas não pode escolher quando. Tem que aceitar o que vier.” Fazer isso quando a possibilidade técnica para determinar o momento da maternidade está disponível é muito complicado.

    – Olha… Sim, a decisão foi sábia. Foi absolutamente racional e tomada, pasme, em defesa da vida. Mesmo que a estatística de 200.000 mortes em tentativas de aborto seja superestimada, 50.000 já seriam suficientes para embasar a mesmíssima decisão. O CFM, assim muitos conselhos profissionais, não é um órgão democrático, uma vez que não é um órgão de representação, mas de regulação (ao contrário da OAB, que se propõe a representar os advogados, por exemplo). Dizer que o Conselho representa é uma falha na qual a imprensa (e que surpresa?) incorre.

    – Não compreendo como as palmas e o Nobel entraram nessa discussão… :/

    – Mmm… Não me senti empurrando nada a ninguém com meu comentário. Na verdade, me senti advogando pelo direito de os que adotam uma cultura judaico-cristã continuarem a adotá-la. Assim como os muçulmanos, os budistas, os umbandistas, os hindus, os satanistas, os ateus… Cada um vivendo conforme sua fé ou convicção, mas não obrigando indivíduo algum a viver também. Confesso que tenho extrema dificuldade para identificar o totalitarismo nessa atitude.

    – Quanto a regimes políticos que matam opositores, essa é uma seara muito complicada. Em geral, regimes matam opositores, exceto quando banem a pena de morte (e mesmo assim nem sempre). Tivemos aqui mesmo no Brasil dois regimes ditatoriais nos últimos 100 anos. Ambos, inclusive, aceitos pela sociedade em parte pela capacidade de rechaçar o comunismo. Enfim… Enveredar por aí leva toda uma outra discussão vasta e espinhosa. A princípio, não recomendo.

    – Quanto ao Marco Feliciano, não, não acho que seja a pessoa para presidir a comissão. Sim, aceitaria a presença dele a contragosto. Não acho que duraria muito tempo mesmo… Porém, ele mesmo já se condenou com a história do vídeo dos assessores, e vai sair mais cedo do que tarde. Quanto mais tempo ficar lá, inclusive, melhor para seus opositores, uma vez que estará forçando uma politização do mérito da representação religiosa na política do Estado.

    Sim, considero benéfica uma polarização política não conciliatória entre bancadas religiosas e bancadas laicas, e acho que as bancadas religiosas, se pressionadas, cairão na armadilha de um discurso de democracia como “ditadura da maioria”. (Exemplos: “A maioria dos brasileiros é a favor do porte de arma.” “A maioria dos brasileiros é a favor da pena de morte.” “A maioria dos brasileiros é a contra o casamento homossexual.” “A maioria dos brasileiros é contra o aborto.” “A maioria dos brasileiros é a favor do trabalho forçado para presidiários.” E por aí vai.) Uma vez escorregando-se nesse tipo de argumento, a refutação jurídica é fácil. Obviamente imagino que isso acelerará uma “desreligiosização” da política e, posteriormente, da legislação, algo que considero fundamentalmente bom para o Estado e seus cidadãos.

    Wilson Ramiro: Vou continuar a debater com o Leniéverson, tá? Todas as suas respostas estão contidas no primeiro texto e na resposta a ele. E tente, assim como a matéria original, descartar a religiosidade de antemão. Fosse este um debate religioso mal haveria debate. E, por favor, não finja que não leu e não edite ao seu bel prazer de novo, ok? :)

  26. Caríssimo, Jorge Ferraz e demais, a título de organização, vou separar meus argumentos em dois blocos (postagens) cada bloco para cada um que falou comigo. Eu começo com o Antônio Gusmão>

    Vc disse:

    “Isso é uma falácia! Cuidado com afirmações falaciosas e generalizantes! Sou católico praticante e apóio a saída do tal pastor. Católico de verdade não tem que apoiar pastor evangélico picareta que entrou lá por conluio político. Direitos Humanos não se resumem a direitos de homossexuais, é muito mais do que isso”.

    É meu caro, por isso que a Ala conservadora no Brasil está rachada, porque não sabe superar as diferenças. Eu também sou católico praticante, não concordo com a Teologia da Prosperidade, mas nós cristãos temos de lutar por temais morais comuns, porque pra você isso é dificil. Seu argumento é bem parecido com a nota pífia, superficial e vazia da CNBB sobre o assunto, Quanto ao me chamar de falacioso, você não fundamentou seu debate, só disse que estou generalizando. Provas? Fatos?os que querem o lugar dele na CDHM são aos mesmos que são a favor do aborto, do casamento homossexual, dentre outras coisas e que são fãs de regimes tiranos. Se você não lê sobre o assunto e tá por fora, não é problema meu. (risos)

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