Gazeta do Povo contra a lamentável decisão do CFM de apoiar o aborto!

Ainda sobre a obtusa posição pró-aborto do Conselho Federal de Medicina, a Gazeta do Povo – mais uma vez! – foi extraordinária na publicação deste editorial: “Médicos contra a vida”. Leiam lá! Destaco:

Não pretendemos, aqui, tratar como mera estatística as mulheres que morrem em decorrência de interrupções de gravidez, embora seja preciso desmistificar as alegações de uma suposta carnificina causada pela criminalização do aborto. Uma única morte já seria motivo para lamentar profundamente, e nos solidarizamos com as mulheres que se encontram em uma situação tão desesperadora que o aborto acaba visto como a única solução. No entanto, não acreditamos que a eliminação de um ser humano inocente e indefeso seja a resposta. Cabe ao Estado e, especialmente, à sociedade civil encontrar meios para que essas gestantes se sintam acolhidas e possam levar a gestação ao fim.

Não deixem de divulgar e de entrar em contato com o jornal, por meio da página de “Fale Conosco” ou do email <leitor@gazetadopovo.com.br>. Façamos os responsáveis pela Gazeta do Povo saberem a importância do trabalho que eles realizam no Brasil atual.

Afinal, de onde vem o abortismo do CFM?

A recente decisão do Conselho Federal de Medicina de apoiar a descriminalização do aborto no país não saiu do nada. Veio de Belém do Pará, do “I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina 2013”; mais especificamente, de uma mesa redonda chamada “Aborto e Desigualdade Social”, com a seguinte singela composição (grifos meus):

Coordenada pelo presidente do CFM, Roberto d’Avila, [a mesa redonda] contará com a participação da professora Débora Diniz, da Universidade de Brasília (UnB). Além dela, contribuirão o professor Christian de Paul de Barchifontaine, reitor do Centro Universitário São Camilo; o promotor de Justiça Diaulas da Costa Ribeiro e o secretário-geral do CFM, Henrique Batista e Silva, coordenador do grupo técnico criado para avaliar o tema.

O Wagner Moura fez-nos o favor de identificar os participantes deste evento:

  1. A Débora Diniz, velha conhecida nossa, é a provável maior expoente da ONG abortista ANIS, que faz virulenta militância a favor do aborto no Brasil.
  2. O Diaulas Ribeiro «é o jurista que autoriza que rapazes com paralisia cerebral tenham relações sexuais com prostitutas, é ele também conhecido por defender eutanásia e, advinhem, aborto».
  3. Last but not least. o sr. Christian de Barchifontaine é sacerdote católico! É o «padre camiliano que SEMPRE está nos eventos onde a ANIS – ONG pró-legalização-do-aborto da antropóloga Debora Diniz – está».

Faço coro integralmente à indignação do Wagner Moura: como é possível que um órgão que supostamente representa toda uma categoria de profissionais faça um pronunciamento com indisfarçado viés ideológico, embasado pelas conclusões de um “grupo técnico” formado exclusivamente pela patota abortista mais descarada?

Agora me expliquem que medicina é essa do Conselho Federal de Medicina que para tratar de assuntos referentes a aborto forma um “grupo técnico” no qual somente e unicamente militantes pró-aborto foram convidados?!

[…]

Quem são esses médicos que aceitam ser “orientados” por um “grupo técnico” totalmente alinhado com uma ideologia que transforma a vida humana em mero acordo social (só é humano quem o grupo decidir que seja)? Isso é ridículo. Como é que um Conselho Federal de MEDICINA se submete a essa pouca vergonha? Ora, nenhum dos peritos em aborto citado na matéria do próprio CFM é médico. NENHUM! São todos muito bem remunerados por velhíssimas conhecidas organizações internacionais que se intrometem nos assuntos do Brasil: Ford, Rockfeller e MacArthur.

Como é possível que ninguém proteste contra esta absurda ingerência de “especialistas” – a soldo de organizações pró-aborto internacionais – em assuntos de interesse de uma categoria profissional da qual eles sequer fazem parte? Médicos, escrevam ao CFM! É o nome de vocês que o Conselho está emporcalhando com toda essa empulhação!

E como é possível que um sacerdote católico esteja de conluio com esta caterva para legalizar o assassinato de crianças no Brasil? Um padreCorruptio optimi pessima, como diz o adágio latino. Quanto a isso, nós próprios podemos exigir explicações. Os contatos eletrônicos da Província Camiliana Brasileira – à qual o revmo. pe. Christian de Paul de Barchifontaine responde – seguem abaixo:

provincial@camilianos.org.br
diretoria@saocamilosede.org.br
imprensa@camilianos.org.br

Não nos calemos, senhores, não nos calemos. O mal avança despudoradamente, e está tão confiante de nossa fraqueza que nem se preocupa mais em agir às sombras: desvela-se em toda a sua fealdade à luz do dia, zombando das leis de Deus e da Sua Igreja. Mas os que militam a favor da morte não prevalecerão nesta Terra de Santa Cruz, não terão a palavra final sobre este povo do qual a Senhora de Aparecida é Imperatriz e Padroeira. Levantemo-nos em defesa d’Ela! Que o solo da nossa Pátria não seja manchado pelo sangue das crianças abortadas. Que a Virgem Santíssima nos ajude e, por Sua poderosa intercessão, livre o Brasil da maldição do aborto.

Velhas falácias em uma roupagem não tão nova assim: o CFM e o aborto

Na última segunda-feira (18 de março), o “Contra o Aborto” fez uma oportuna denúncia: o Conselho Federal de Medicina (CFM) deu os braços à militância abortista para fazer lobby a favor da legalização do aborto no Brasil. Ontem (20 de março), o “Blog da Vida” publicou uma importante matéria chamada “Por que os motivos do CFM para apoiar o aborto não se sustentam?”, levantando questões bem pertinentes (e incômodas…) sobre as alegadas razões do CFM para o órgão se posicionar a favor do aborto. Estes dois textos põem a tagarelice abortista a descoberto e dirimem (pela milésima vez) a questão para quem não tem compromissos ideológicos com a cultura da morte. Ontem, portanto, estavam já sepultados os sofismas dos quais recentemente os burocratas do CFM lançaram mão para minar a defesa da vida no Brasil. O zelo dos pró-vida brasileiros garantiu que a refutação deles estivesse disponível antes mesmo que a imprensa começasse a divulgá-los, trabalho pelo qual estão de parabéns.

A despeito do atraso, com monótona previsibilidade, o establishment tomou partido do Conselho. Hoje, os órgãos de mídia parecem não falar em outra coisa! Em particular, o Sakamoto ressuscitou velhos sofismas e preconceitos puídos para encher de clichês o seu blog:

  • “defesa do direito ao aborto é diferente de defesa do aborto…”
  • “aborto hoje é legal para quem é rico…”
  • “[a] discussão não é quando começa a vida, sobre isso dificilmente chegaremos ao um consenso, mas as mulheres que estão morrendo nesse processo…”
  • “eles [os abortos] vão acontecer legal ou ilegalmente…”
  • “[n]egar a uma mulher o direito a realizá-lo [o aborto] é equivalente a dizer que ela não tem autonomia sobre seu corpo…”
  • “podemos entregar a questão da saúde pública aos cuidados da Igreja Católica…”
  • “[d]efendo incondicionalmente o direito da mulher sobre seu corpo…”
  • “o Estado brasileiro, laico, não pode se basear em argumentos religiosos para tomar decisões de saúde pública ou que não garantam direitos individuais…”
  • “não se pode defender que minhas crenças, físicas ou metafísicas, se sobreponham à dignidade dos outros…”

Incrível, não? Em pleno século XXI o cara me sai com este discurso do século passado, mais furado que tábua de pirulito e mais mentiroso do que propaganda eleitoral gratuita! E o pior é que ele não se dá sequer ao trabalho de argumentar: simplesmente vomita as mesmas bobagens de sempre, como se elas fossem alguma novidade intelectualmente relevante às quais nunca ninguém tivesse sequer tentado dar resposta.

Rapidamente, ajudemos o Sakamoto a se situar no mundo moderno e tragamos à mesa o que já se disse sobre o assunto (sobre o qual ele prefere lançar um cômodo manto de silêncio, fingindo que nunca existiu ou que não é com ele):

  • Defender o direito de se fazer alguma coisa e defender a própria coisa são posições estreitamente afins, de modo que não é possível conceber um sistema de valores no qual a primeira seja moralmente exigível e, a segunda, execrável e inadmissível. A distinção é completamente irrelevante para o mérito da celeuma. Ainda: no caso concreto, insinuar que seja possível defender um “direito” mas não o exercício desse “direito” chega a ser ridículo e ofensivo à inteligência dos adversários.
  • Sim, crimes sempre vão continuar acontecendo e, sim, quanto mais recursos uma pessoa tiver mais fácil será para ela cometer um crime e permanecer impune. Isso é lamentável, mas é uma característica das relações humanas da qual os contemporâneos (e indignantes) crimes de corrupção política são talvez o exemplo mais embaraçosamente eloqüente. A óbvia bandeira de luta a ser levantada diante disso é pela punição dos poderosos, é lógico. Querer democratizar o acesso à degeneração moral e garantir que os pobres também possam cometer “em segurança” os crimes dos ricos é simplesmente nonsense.
  • Nenhum direito é absoluto. A partir do momento em que uma mulher carrega um outro ser humano no ventre ela deixa, sim, de poder dispôr do seu corpo da mesma forma que fazia quando não estava grávida. Isto é uma decorrência imediata do princípio da igualdade fundamental entre todos os homens, fundamento basilar de qualquer sistema de direitos humanos que se possa conceber.
  • Não existe nenhuma discussão sobre “quando começa a vida”, esta resposta já foi dada há muito tempo pela genética e pela embriologia: com a junção dos gametas masculino e feminino surge um novo indivíduo, distinto dos seus progenitores, que é humano e está vivo. Qualquer tentativa de negação dessa verdade é arbitrária e ideológica, nunca racional. O que os defensores do aborto propagam é que alguns seres humanos são mais humanos do que outros: e sobre tão bárbara crença, de fato, nós nunca chegaremos a um acordo.
  • Nenhum dos pontos acima é um “argumento religioso”; são sempre os promotores do aborto que trazem o tema “religião” à baila, numa tentativa patética e desesperada de desqualificar uma discussão incômoda que eles não são capazes de travar com honestidade intelectual.

Enfim, nada de novo sob o sol. No entanto, é de se lamentar que os defensores do aborto não estejam mais sequer fingindo argumentar, e tenham aparentemente partido para a estratégia de ignorar cinicamente tudo o que já se disse contra a posição macabra que eles defendem. É de se lamentar que, agora, a ideologia abortista se limite a papagaiar de tempos em tempos a mesmíssima cantilena que lhe embalou as vergonhosas derrotas passadas, sem nem sequer fingir debater mais.

A falsa oposição entre o Papa Francisco e o Papa Bento XVI

Nos últimos dias, grande parte da mídia tem se empenhado em divulgar uma imagem de oposição (totalmente artificial e forçada, diga-se de passagem) entre o Papa Francisco e o Papa Bento XVI. Com a profundidade de consultores de moda analisando as últimas tendências das novelas da Globo, uma multidão de especialistas tem se dedicado a mostrar que o Papa Francisco é muito diferente de Bento XVI por conta da cor dos sapatos que eles usam ou das diferenças em como um e outro envergam suas vestes corais.

O expediente é francamente ridículo, mas tem o fito mal-disfarçado de predispôr as pessoas a acreditarem que o novo Papa poderá tomar posições opostas às de Bento XVI nos assuntos que são os queridinhos da mídia contemporânea: aborto, relativismo moral, laicismo desenfreado, “casamento” gay, divórcio, sexo fora do casamento, et cetera, et cetera. A mensagem implícita transmitida no meio de mozzette e cruzes peitorais é justamente essa: se o Papa Francisco faz tanta questão de se distanciar de seu predecessor na forma como se veste e como se apresenta em público, por que não poderíamos esperar uma divergência proporcional entre os pensamentos de ambos?

Um excelente artigo da Gazeta do Povo de hoje – leiam lá! – aborda justamente este assunto. E revela que, na tentativa de construir a todo custo uma imagem do novo pontífice em tudo contrária à do seu predecessor, a imprensa age de maneira assustadoramente seletiva, beirando a manipulação da verdade:

Francisco se sente muito à vontade entre a multidão, mas é até injusto comparar um pontífice com décadas de experiência pastoral com um acadêmico introvertido que fez praticamente toda a sua carreira eclesiástica em universidades e na Cúria Romana. E, mesmo assim, Bento nunca fugiu dos fiéis ou nunca se mostrou avesso ao contato com as pessoas. O “abraço coletivo” que ganhou dos dependentes de drogas na Fazenda Esperança, em Guaratinguetá (SP), é um dos momentos mais tocantes de sua visita ao Brasil, em 2007.

Especificamente sobre o Papa Francisco, a propósito, é fato público e amplamente conhecido por todos que ele possui as mesmíssimas posições morais (como não poderia deixar de ser) dos seus antecessores. Dos seus 265 antecessores, aliás, talvez valha a pena frisar. E assim nós seguiremos, até a consumação dos séculos: na defesa intransigente dos valores religiosos e morais pelos quais vinte séculos de cristãos deram a própria vida, independente de quem seja o homem que a Divina Providência permita calçar as Sandálias do Pescador. A palavra de Deus não passará e nem mudará, por mais artimanhas sofistas que a mídia empregue contra a Igreja de Cristo.

“O Papa Francisco é o terceiro de três campeões da liberdade” – por Hugh Hewitt

Original: HughHewitt.com
TraduçãoGarcia Rothbard
Publicação Original: Direita crítica e autocrítica

O Papa Francisco é o terceiro de três campeões da liberdade – por Hugh Hewitt

Karol Wojtyla conheceu os regimes nazista e comunista, e ajudou a provocar o desmoronamento do Império Comunista.

Joseph Ratzinger cresceu sob os nazistas, também, e passou a maior parte de sua vida ao lado de seu amigo João Paulo II na batalha mundial contra os Soviéticos e suas ramificações em várias fachadas intelectuais através do mundo.

Agora surge Jorge Mário Bergoglio, que também passou muitos anos de sua vida em duplo conflito com fascistas e comunistas. Christopher Hitchens disse-me na última entrevista que fiz com ele que o ditador argentino General Jorge Videla foi o mais perverso dos muitos homens perversos que o escritor tinha conhecido. O novo Papa teve portanto que lutar contra o pior dos piores, justamente como seus imediatos predecessores.

As batalhas do século 20 nos entregaram um novo experimentado líder para os capítulos iniciais do novo século. Francisco vem liderar uma Igreja que está realmente cansada e ferida por aquelas épicas batalhas, e essas feridas têm ficado mesmo mais dolorosas. Um corpo enfraquecido é vulnerável a tais coisas. Como qualquer Americano que pode ler sabe, a Igreja Católica Romana na América e em vários lugares do mundo foi invadida por grandes males que estão ainda sendo expurgados e expiados por novos líderes como o Cardeal Timothy Dolan, de New York, ou os arcebispos Charles Chaput de Philadelphia e José Gomez de Los Angeles.

Uma vez que J.R.R. Tolkien era um Católico, deixem-me tomar emprestado uma referência ou duas de “O Senhor dos Anéis” para ilustrar os desafios que afrontam Francisco.

O mal nunca dorme. Logo que foi desalojado na fantasia épica ele começou a procurar um novo lar, e ocupou Mordor. Eu não imaginaria representar os riscos de Tolkien com o Tom Bombadil da mídia moderna, Stephen Colbert, mas o universo do épico do inglês está sempre em nossa frente.

O Bem luta contra o Mal, e mesmo quando o Bem ganha – como em 1945 e 1989 – o Mal convoca reforços e abre uma nova frente para renovar a batalha.

Muitas e muitas pessoas estão abençoadamente vivendo em seus vários condados, atacando o aquecimento global e vários outros pretensos monstros, mas os horrores reais estão lá fora, e a Igreja Católica Romana tem, pela terceira vez em sequencia, evocado um líder que conhece exatamente a profundeza do mal.

Eu passei a maior parte da última semana entrevistando lideres intelectuais da Igreja Católica Romana na América: George Weigel, e padres como Robert Barron, Joseph Fessio, C. John McCloskey e Robert Sirico. Cada um deles estava surpreso mas também feliz com a escolha do Papa Francisco, confiantes em sua sabedoria íntima (todas essas entrevistas estão disponíveis na página de “Transcriptis” do site HughHewitt.com).

Minha última entrevista desta semana foi com o Arcebispo Chaput, que disse do novo papa que Francisco era “um homem extraordinário” e uma “extraordinária escolha”, e que ninguém deveria temer que a teologia da libertação tivesse penetrado na corte de São Pedro pela América do Sul.

“Esquerdistas argentinos da Teologia da Libertação não gostavam dele como bispo, e realmente tentaram impedir que ele fosse promovido a arcebispo de Buenos Aires”, Chaput disse-me. “Então, eles devem estar especialmente perturbados agora”.

Mas não os defensores da liberdade religiosa. Como com João Paulo II e Bento XVI, eles têm em Francisco um confiável, resistente, experiente e corajoso líder.

Hugh Hewitt é um professor de direito na Universidade Chapman e um radialista que atualiza diariamente seu blog em HughHewitt.com.

Missa de início do Pontificado do Papa Francisco

Li ontem na Folha de São Paulo que o Papa faria uma «cerimônia mais curta e sem latim» na Missa de início do Ministério Petrino do Bispo de Roma Francisco hoje celebrada. A menina da CBN, aliás, foi ainda mais longe e soltou que o latim era uma «língua morta que o seu predecessor, o Papa Emérito Bento XVI, tentara restaurar» – as aspas não são literais porque cito de memória o que ouvi no carro, mas a oposição entre as celebrações litúrgicas do Papa Bento XVI e esta Missa inicial do Papa Francisco era rigorosamente a que exponho aqui.

Estou neste momento assistindo à Solenidade de São José, Esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria transmitida pelo site do Vaticano. Neste exato momento está sendo cantado o Per ipsum, et cum ipso et in ipso que conclui a Oração Eucarística – foi aliás usado o Cânon Romano, todo ele em latim. E ninguém precisava esperar o dia de hoje para o descobrir, porque o .pdf do livrete da celebração já estava ao menos desde ontem disponível para download no site do Vaticano e, nele, era possível ver que, à exceção das leituras e da oração da assembléia, a Missa seria toda em latim. Como o foi.

Na verdade, houve uma única ausência do latim nesta celebração. O Evangelho foi lido em grego e por um diácono grego; isto simboliza a jurisdição universal do Romano Pontífice, que abarca tanto o Ocidente quanto o Oriente. Segundo o costume, haveria uma sua repetição em latim logo em seguida, e esta não foi feita. Foi o suficiente para que a mídia tupiniquim inteira soltasse aos quatro ventos que o Papa iria celebrar uma missa “sem latim”, na patética ânsia de aproveitar qualquer oportunidade – verdadeira ou falsa – para semear na opinião pública um sentimento de oposição entre o Papa Francisco e o Papa Bento XVI. Como se fosse possível à Igreja opôr-se à própria Igreja, ou como se Cristo pudesse estar contra Cristo. Na verdade, a imprensa dá – mais uma vez! – mostras de que não entendeu nada do discurso do Papa aos representantes dos meios de comunicação social que comentei aqui ontem: ela teima em fazer coberturas religiosas excluindo a perspectiva da Fé e, por conta disso, apresenta ao mundo uma visão distorcida da Igreja Católica. Por isso, não deixa de quebrar a cara e de passar vergonha quando os fatos desmentem impiedosamente as suas falsas previsões e notícias sem sentido.

Como  acaba de acontecer. Acabou de ser celebrada em latim a Missa que todo mundo (à exceção da Folha de São Paulo, da CBN e dos outros órgãos brasileiros de imprensa que colocam a sua agenda ideológica acima da busca desapaixonada da verdade dos fatos) sabia que seria celebrada em latim. Com incenso, arranjo beneditino sobre o altar, coral gregoriano e polifônico, paramentos dignos, comunhão de joelhos, Mons. Marini de cerimoniário pontifício, férula papal (a de Bento XVI) nas mãos do Papa Francisco, Te Deum na procissão de saída. Perfeitamente adequada ao dia de hoje: Quaresma, Dia de São José (Patrono Universal da Igreja) e início do Ministério Petrino do Papa Francisco.

A homilia que o Papa proferiu nesta manhã já se encontra em português no site do Vaticano. Dela, destaco:

Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz.

E o Papa Francisco encerrou a sua homilia com um pedido: «e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amen». Sim, Santo Padre, rezaremos. Para que o Espírito Santo Paráclito possa culminar-lhe de todas as abundantes graças necessárias para o santo desempenho do múnus de Vigário de Cristo e Pastor da Igreja Universal. Para que São José, Patrono da Igreja, conceda-lhe a força necessária para guiá-La em meio às tribulações dos dias de hoje. E para que a Virgem SSma., Mãe de Deus, tome a Seu encargo todos os milagres necessários para que este Pontificado dê os extraordinários frutos de santidade dos quais o nosso mundo tanto precisa. Amen!

O Papa, a “Igreja Pobre” e os meios de comunicação social

Do discurso do Papa Francisco aos representantes dos meios de comunicação social haveria muito o que enfatizar. Cito dois exemplos:

1. Só se entende a Igreja sob a ótica da Fé. O Papa Francisco disse que «os acontecimentos eclesiais (…) seguem uma lógica que não obedece primariamente a categorias por assim dizer mundanas» e, além disso, a Igreja «não é de natureza política, mas essencialmente espiritual». O Papa, assim, deu um verdadeiro “tapa sem mão” numa certa mídia que tudo reduz ao materialismo mais grosseiro e que, nas coberturas sobre assuntos eclesiásticos que realiza, trata a Igreja como se fosse simplesmente mais um aglomerado humano em nada distinguível de um clube, um governo laico ou uma organização mundana qualquer. Já na quinta-feira passada o Papa disse que a Igreja não era uma ONG e, agora, neste encontro com a imprensa, faz questão de insistir no assunto e dizer que a história da Igreja não pode ser lida senão a partir da perspectiva da Fé.

2. A imprensa precisa ter compromisso com aquilo que é verdadeiro, bom e belo. O jornalismo, segundo o Papa, «implica um cuidado especial pela verdade, a bondade e a beleza». Isto é, não existe propriamente um direito à mentira, à desinformação, à militância ideológica descompromissada com a verdade dos fatos. Ao contrário, os meios de comunicação existem para divulgar «aquilo que é verdadeiro, bom e belo»! Mais uma vez, discrepância maior entre aquilo que o Papa diz ser missão da imprensa e aquilo que a maior parte dos agentes da imprensa faz de fato seria difícil de imaginar. Mais uma vez, o Papa Francisco usa luvas de pelica para esbofetear os «meios de comunicação social» modernos. E ainda aproveita o assunto para arrematar:

[I]sto [este  «cuidado especial pela verdade, a bondade e a beleza»] torna-nos particularmente vizinhos, já que a Igreja existe para comunicar precisamente isto: a Verdade, a Bondade e a Beleza «em pessoa».

Ou seja: identifica Cristo com os transcendentais para aproximar a Missão Evangelizadora da Igreja da missão de informar dos meios de comunicação em massa e, acto contínuo, subordina esta Àquela: afinal, se os meios de comunicação existem para divulgar o que é bom, verdadeiro e belo e Cristo é a Verdade, a Bondade e a Beleza em pessoa, então os meios de comunicação social existem para divulgar o Cristo. Ensinamento contundente e importante para os dias de hoje – que bom seria se os homens o praticassem!

No entanto e infelizmente, há quem prefira enfatizar uma outra frase do Santo Padre (dita aliás totalmente en passant) e noticiar este discurso como sendo aquele onde o Papa Francisco falou «que deseja ‘uma Igreja pobre e uma Igreja para os pobres’». E o jornal nem precisou aludir às chaves interpretativas implícitas nesta declaração, porque a nossa elite bem pensante já as tem muito claras diante de si e sabe, perfeitamente, que isso se trata de uma dura crítica do Papa ao luxo do Vaticano e ao fausto no qual vivem os ministro da Igreja. Para a nossa classe intelectual, isto obviamente significa que o Papa vai vender o seu trono de ouro e utilizar o dinheiro para comprar comida para os pobres. Não é?

Não, não é, como qualquer pessoa que dedique cinco minutos a pensar sobre o assunto pode perceber. Uma “Igreja pobre” não poderia construir escolas e hospitais para os pobres, não os poderia alimentar nem vestir, não poderia realizar programas sociais de nenhuma natureza, em suma, não poderia fazer nada por eles. É bastante evidente (ao menos para qualquer um que não tenha sacrificado o seu senso crítico ao besteirol ideológico da moda) que as únicas pessoas que podem fazer alguma coisa pelos pobres são as que têm recursos, e não as que não têm nada. Uma “Igreja pobre”, assim, certamente não significa (e nem pode significar) uma Igreja que deixe de receber doações, que destrua o seu patrimônio artístico ou que abra mão de todos os seus bens para se transformar numa gigantesca ordem mendicante, porque tal Igreja não poderia fazer nada pelos pobres a não ser dizer-lhes que é pobre também – e semelhante “apoio moral” ajudaria bem pouco a quem não tem o que comer ou o que vestir. A despeito da tagarelice marxista tão impregnada no nosso senso comum, é óbvio que a pobreza evangélica não significa ódio aos bens materiais, e sim a justa ordenação deles à maior glória de Deus e à salvação das almas.

E que ninguém interprete o Santo Padre sob a ótica da própria miopia intelectual: insinuar que o Papa Francisco não sabe dessa obviedade é ofensivo. É apenas a elite bem-pensante destes tempos bárbaros em que vivemos que pode ser estúpida: o Vigário de Cristo não pode se dar este luxo. À luz deste exemplo, aliás, vê-se o quão oportuno foi o discurso do Papa Francisco aos representantes dos meios de comunicação social. Infelizmente, ainda há muitos órgãos de imprensa que fazem de tudo para encaixar a Igreja em modelos sócio-econômicos já há muito tempo falidos. Ainda existe muita mídia preocupada em transmitir não o que é verdadeiro, bom e belo, mas os próprios sofismas ideológicos e a criminosa adulteração intelectual do pensamento alheio.

“Cristo é o único Salvador do homem todo e de todos os homens” – Papa Francisco

[P.S.: Tradução oficial já disponível no site do Vaticano.]

[…]

Alguém me dizia: os cardeais são os padres do Santo Padre. Esta comunidade comunhão, esta amizade, esta proximidade nos fará bem a todos. E [foi] esta consciência e esta abertura mútua [que] nos facilitou a docilidade à ação do Espírito Santo. Ele, o Paráclito, é o supremo protagonista de toda iniciativa e manifestação de Fé. É curioso: faz-me pensar, isto. O Paráclito faz todas as diferenças da Igreja, e [por isso] parece ser um apóstolo de Babel. Por outro lado, contudo, é Ele que faz a unidade destas diferenças, não na “igualdade”, mas na harmonia. Eu lembro aquele Padre da Igreja que a O definia assim: “ipse harmonia est”. O Paráclito dá a cada um de nós carismas diversos e nos une nesta comunidade da Igreja – que adora o Pai, o Filho, e Ele, o Espírito Santo.

Partindo do autêntico afeto colegial que une o Colégio Cardinalício, exprimo a minha vontade de servir ao Evangelho com amor renovado, ajudando a Igreja a Se tornar cada vez mais – em Cristo e com Cristo – a vinha fecunda do Senhor. Estimulados também pela celebração do Ano da Fé, [que] todos nós, juntos, Pastores e fiéis, esforcemo-nos para responder fielmente à missão de sempre: levar Jesus Cristo ao homem e conduzir o homem ao encontro com Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, [que está] verdadeiramente presente na Igreja e ao mesmo tempo em todo homem. Tal encontro conduz a leva a nos tornarmos homens novos no mistério da Graça, animando-nos com aquela alegria cristã que é o cêntuplo dado por Cristo àqueles que O acolhem na própria existência.

Como o Papa Bento XVI nos lembrou tantas vezes nos seus ensinamentos e, por último, com aquele seu gesto corajoso e humilde, é Cristo quem guia a Igreja por meio do Seu Espírito. O Espírito Santo é a Alma da Igreja com Sua força vivificante e unificante: de muitos faz um só corpo, o Corpo Místico de Cristo. Não nos entreguemos nunca ao pessimismo, àquela amargura que o diabo nos oferece todos os dias; não nos entreguemos ao pessimismo e ao desencorajamento: tenhamos a firme certeza de que o Espírito Santo concede à Igreja, com Seu sopro potente, a coragem de perseverar e também de buscar novos métodos de evangelização, a fim de levar o Evangelho até os confins da Terra (cf. At 1, 8). A verdade cristã é atraente e persuasiva porque responde à necessidade profunda da existência humana, anunciando de maneira convincente que Cristo é o único Salvador do homem todo e de todos os homens. Este anúncio permanece válido hoje como foi no início do Cristianismo, quando se operou a primeira grande expansão missionária do Evangelho.

Caros amigos, força! A metade de nós já somos de idade avançada: a velhice é – me agrada dizê-lo assim – a sede da sabedoria [sapienza] da vida. Os velhos têm a sabedoria de terem caminhado na vida, como o velho Simeão e a velha Ana no Templo. E foi exatamente aquela sabedoria que os fez reconhecerem Jesus. Transmitamos esta sabedoria aos jovens: como o bom vinho, que com os anos se torna ainda melhor, transmitamos aos jovens a sabedoria da vida. Vem-me à mente aquilo que um poeta alemão dizia sobre a velhice: “Es ist ruhig, das Alter, und fromm”: é o tempo da tranquilidade e da oração. E também de transmitir aos jovens esta sabedoria [saggezza]. Voltareis agora para vossas respectivas sedes, a fim de continuar o vosso ministério; [voltareis] enriquecidos pela experiência desses dias, assim repletos de Fé e de comunhão eclesial. Tal experiência única e incomparável nos permitiu compreender em profundidade toda a beleza da realidade eclesial, que é um reflexo do fulgor de Cristo Ressuscitado: [e] um dia veremos o belíssimo rosto de Cristo Ressuscitado!

À poderosa intercessão de Maria, nossa Mãe, Mãe da Igreja, confio o meu ministério e o vosso ministério. Que cada um de nós, sob o Seu olhar materno, possamos caminhar felizes e dóceis à voz do Seu Divino Filho: reforçando a Unidade, perseverando juntamente na oração e testemunhando a verdadeira Fé na presença contínua do Senhor. Com estes sentimentos – são sinceros! -, com estes sentimentos, transmito-vos de coração a Bênção Apostólica, que estendo aos vossos colaboradores e às pessoas confiadas à vossa cura pastoral.

Papa Francisco
Discurso aos cardeais, 15 de março de 2013

“Sua palavra revela uma sólida coerência” – Marcos Aguinis (judeu)

[O texto abaixo é do lanacion.com, e um amigo fez a gentileza de o traduzir. É da autoria de um judeu e foi publicado no dia seguinte ao da eleição do Papa Francisco. Mostra a forma como os não-católicos vêem o Papa, e pode nos ajudar a entender os desafios que o Santo Padre precisará enfrentar para além das fronteiras da Igreja Católica; as palavras do judeu revelam as expectativas que os não-católicos têm para com o Vigário de Cristo. É um texto singelo e agradável que merece ser lido, mormente neste turbilhão de acusações contra o Papa – vindas de todos os lados! – que estamos atravessando. No mínimo, é uma insuspeita homenagem ao Card. Bergoglio; os que reclamavam de falta de virtudes humanas no Papa Francisco talvez mudem de idéia ao lerem estas elogiosas palavras dirigidas a ele por alguém que o conheceu sem comungar da sua Fé.]

Sua palavra revela uma sólida coerência

Por Marcos Aguinis (La Nacion)
http://groups.yahoo.com/group/aguinis/message/234
Tradução: Garcia Rothbard

Nós, que tivemos o privilégio de manter conversações profundas com monsenhor Jorge Bergoglio, podemos confiar que sua eleição foi uma ótima escolha. O mundo, a América Latina e a Igreja caminham por um corredor cheio de perigos. Fazem falta líderes que reúnam virtudes diferentes das que seduzem demagogicamente as massas. Em vez de gritos, o diálogo. Em vez da força, a carícia. Em vez do confronto, a aproximação. Em vez do fanatismo, a racionalidade.

Jorge Bergoglio tem exibido essas qualidades por sua longa e produtiva carreira. Mostrou ser valente sem agredir, ser perseverante sem obcecar-se. Sua formação jesuítica e sua mentalidade aberta fizeram dele um dos homens mais cultos e confiáveis da hierarquia católica argentina.

Ele não hesitou em se manifestar com clareza sobre temas perigosos. Sem cair em ofensas estéreis, ele tem atacado os que abusam de seus concidadãos. Sua palavra oral, gestual e escrita revela uma sólida coerência. É o melhor para estes tempos carregados de confusão e mentiras.

Este momento me recorda a eleição de João XXIII, a quem tive a honra de conhecer pessoalmente. Não parecia ter a elegância, a majestade nem a firmeza de seu predecessor, Pio XII. Mas alguns valorizavam os antecedentes que poucos conheciam, como por exemplo seu arriscado confronto com os nazistas enquanto foi núncio na Turquia.

Sua bonomia não antecipava a revolução que iria empreender, chamada Concílio Vaticano II. Durante seu breve reinado deu um impulso formidável à Igreja.

Jorge Bergoglio asume com o nome de Francisco. Suponho que seu coração vibra com a associação com Francisco de Assis, um homem de aparência e atitudes mansas, mas de caráter imbatível. Um homem que conhecia a pobreza e rejeitava as honrarias. Que se atrevia a enfrentar obstáculos.

Hoje em dia, a um papa o aguardam vários problemas, todos difíceis. Não dispõe de tempo para se dedicar a um por vez. Precisará de esforço e serenidade. De convicções firmes. Na Igreja se multiplicaram os atos de corrupção. Mas a vida inatacável que exibe este resplandecente papa nos faz intuir que será metódico em derrubar os obstáculos.

Têm uma virulência corrosiva os problemas econômicos, políticos e morais. Serão enfocados com atenção especial por alguém que não cessa de denunciá-los. Que conhece muito bem de que se trata, como já o deixou entrever em seus serenos e, ao mesmo tempo, vigorosos pronunciamentos. É possível que produza golpes inesperados. Na maior parte do mundo segue prevalecendo a pobreza, que é usada por líderes inescrupulosos para ganhar poder.

A pobreza pode ser diminuída, como mostram vários países. Mas pode aumentar ou se manter estável, como mostram outros países. Basta dar uma olhada a nosso continente para perceber que alguns de nossos vizinhos estão conseguindo diminuí-la, enquanto outros só a usam, anestesiando aos pobres com esmolas que se convertem em votos. Bergoglio denunciou isso em várias oportunidades. Sabe muito bem, por sua experiência argentina e latino-americana, que a pobreza aumenta com os autoritarismos. Não é por acaso que muitos políticos corruptos tenham se esquivado sistematicamente de seus sábios sermões.

Francisco é também, de agora em diante, um chefe de Estado. Em consequência, seu trabalho se estende ao campo da política internacional. Um papel extraordinário teve João Paulo II ao contribuir na queda do totalitarismo soviético. Também foi maravilhosa sua obra destinada a consolidar os ideais do pluralismo. Não resulta difícil observar que as qualidades de João XXIII e João Paulo II estão presentes no temperamento e na biografia de Jorge Bergoglio.

A extraordinária arte protestante de “interpretar” as Escrituras Sagradas!

Um comentarista veio aqui ao blog e despejou a seguinte pérola:

E eis agora vem um carro com homens, e um par de cavaleiros. Então respondeu e disse: Caída é babilônia, caída é! E todas as imagens de escultura dos seus deuses quebraram-se no chão. Isaías 21:9

E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável. Apocalipse 18:2
– AVE IMUNDA -> GAIVOTA NA CHAMINÉ NA FUMAÇA DOS CONDENADOS!

gaivota-chamine

!!!

Contra esta petulância tão inacreditável quanto cômica, basta-nos citar as palavras de S. Pedro, o primeiro Papa:

Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. (II Pd 1, 20)

É o que ele [São Paulo] faz em todas as suas cartas, nas quais fala nestes assuntos. Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras. (II Pd 3, 16)