Uma questão mal colocada

Existe “cura gay”? Ou, refazendo a pergunta de um jeito melhor: quer ela exista, quer não, tem o Estado o direito de impedir os cidadãos de buscá-la junto aos psicólogos e estes de [tentar] atendê-los? A Gazeta do Povo abordou hoje esta polêmica e trouxe duas posições contrárias sobre o assunto.

O sr. Sergio Luis Braghini («psicólogo, doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP e conselheiro do CRP-PR») acha que isso é preconceito. Para ele, é tudo a respeito de uma tal «maquinaria do controle sobre a sexualidade» sobre a qual as religiões malvadas querem esmagar homossexuais felizes – ou aos quais só falta aceitarem-se gays para alcançarem a felicidade, a paz, a harmonia plena e absoluta.

Já a psicóloga Marisa Lobo ao contrário, defende que se trata «da liberdade profissional e pessoal do psicólogo, e do direito da pessoa humana de buscar ajuda para seu sofrimento psíquico em relação a sua condição homossexual não aceita». E vai além: diz que «[e]xistem homossexuais que se aceitam e são felizes com sua orientação, porém, há muitas pessoas que apresentam comportamento homossexual, mas que não aceitam tal condição e nunca o farão. E os profissionais de psicologia não podem ignorá-los. A psicologia deve ser uma ferramenta de auxílio, tanto para os que se entendem e querem viver como homossexuais, como para os que não o desejam».

No meu entender, a questão está mal colocada pelos opositores da “cura gay”. Não interessa saber se o homossexual é capaz de ser [terapeuticamente] levado a canalizar para o sexo oposto toda a libido que ele comumente devota a pessoas do mesmo sexo. A grande pergunta é se ele pode ser ajudado a controlar seus maus impulsos, a resistir às suas inclinações desordenadas e a levar uma vida [paulatinamente] livre de atos anti-naturais. E, nestes termos, a resposta me parece ser evidentemente positiva: sim, parece-me claramente possível – mesmo às ciências humanas – auxiliar um homem a praticar virtudes humanas. Negá-lo seria absurdo!

A mim, parece que este é o ponto fulcral que deve ser defendido contra a mistificação dos pró-gay: não nos deixemos confundir por sua retórica vazia! Estou até disposto a aceitar que, em certos casos, não seja possível a um psicólogo “inverter” o objeto de desejo sexual de uma pessoa. Mas daí a defender que ela não possa exercitar o controle dos seus desejos vai um passo enorme; daí a postular que ela está inelutavelmente fadada à intemperança é um salto inteiramente descabido.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

58 comentários em “Uma questão mal colocada”

  1. O apelo ao sexo responde à necessidade de perpetuação da espécie. É fato. O sexo sem a consequente procriação, heterossexual ou homossexual também responde à necessidade de perpetuação da espécie.

    Agora: “Se o apetite não serve ao seu fim precípuo (e a pessoa “gosta” de comer fezes ou de caricaturizar relações sexuais com pessoas do mesmo sexo) então ele está defeituoso, trata-se de uma evidente disfunção.” – isto é especulação se considerar como fim precípuo e exclusivo, a procriação material.

    E por quê? Porque a Terra é uma bola fechada e limitada com recursos consequentemente limitados. Então, a Natureza mantém a sexualidade não procriativa como recurso para a preservação em casos de calamidades provocadas por excesso populacional. As guerras, tão ao gosto do poder não resolvem o problema. Nem mesmo a sexualidade não procriativa resolveria. É apenas um dos recursos utilizados pela natureza para preservar a espécie de hecatombes. O sexo não procriador pode acontecer de duas maneiras: heterossexualmente e homossexualmente e não há contradição nisso. O sexo por prazer é o pretexto, e o prazer do sexo é, ao menos no caso humano, o conhecimento do outro (Amor).

    Reduzir a sexualidade à exclusiva relação entre pênis e vagina é só uma redução, não é a sexualidade por inteiro. E não se trata de incentivar a homossexualidade, mas apenas aceitá-la e respeitar aqueles que por razões que não vêm ao caso se entregam à sua prática.

    O sistema Terra caminha para a estabilidade e nela evidentemente, como já se verifica em alguns sistemas nacionais, o crescimento populacional deve zerar. Entendendo como crescimento populacional a diferença entre nascimentos e mortes.

    Assim, a naturalidade das relações heterossexuais em sobreposição às relações homossexuais simplesmente pode não fazer sentido dependendo do lado em que se encontra o observado, se conservador ou não.

    O avanço da visibilidade da homossexualidade é também um recurso natural porque a urgência se verifica, e a natureza busca com isso evitar casamentos pró forma efetivados em relações inter orientações sexuais, porque o casamento é um encontro importante demais para que homossexual se case com heterossexual só para satisfazer o preconceito.

    O casamento é mais que “breeding” material, genético. É antes procriação espiritual, ou afetiva.

    É com base nesse momento do “povoai toda a Terra”, que já lotou, que temos que entender a sexualidade. Inclusive a assexualidade já está dando as caras.

    Até que se consiga povoar outros planetas e começar tudo de novo do mesmo jeito, já que Deus está lá, antes do big bang de big bangs do universo de universos fazendo tudo como sempre quis.

    Sim. Eu estou no facebook. Seria um prazer.

  2. Bee, ninguém jamais falou em fim “exclusivo”. Precípuo não significa isso, e sim “principal”, fundamental, mais importante. Como o prazer venéreo está intrinsecamente relacionado com o mecanismo por meio do qual a espécie se reproduz, parece-me óbvio que ele serve a este. A razão pela qual comida é apetecível ao paladar é porque o organismo individual necessita de comida, e a razão pela qual o sexo é prazeroso é porque a espécie precisa se perpetuar. O apetite é um mecanismo biológico para conduzir o indivíduo a se nutrir e, o prazer venéreo, para constrangê-lo a gerar descendentes.

    Como já falei, não importa que as pessoas comam por prazer: o apetite existe para que elas se nutram. Isto se vê com evidência quando se considera que mesmo quem come por gula eventualmente está se nutrindo, e mesmo quem faz sexo por luxúria (claro, estamos falando de relações sexuais normais, entre homem e mulher) contribui eventualmente para a perpetuação da espécie. Num apetite desordenado quanto ao seu emprego mas ordenado quanto ao seu objeto, basta remover o empecilho concreto (= basta não pôr o dedo na goela para vomitar depois de comer, basta retirar o látex do membro viril ou o veneno que impede o funcionamento normal dos ovários da mulher durante o ato sexual) para que o fim natural do apetite se realize (= para que o corpo se nutra, para que a espécie se perpetue).

    Ao contrário, comer plástico não serve em absoluto à nutrição e, por isso, a compulsão por comê-lo é uma clara disfunção do paladar e, em paralelo, simular relações sexuais com pessoas do mesmo sexo não serve em absoluto à perpetuação da espécie e, por isso, a compulsão por fazê-lo é uma notória disfunção da libido. Aqui, o apetite está desordenado quanto ao seu objeto e, ao contrário do simples guloso ou luxurioso, não há nada que se possa fazer para que encher o estômago de plástico se transforme em algo nutritivo, e nada pode fazer com que os atos sodomitas sirvam à geração de descendentes. A diferença é gritante.

    Não importa se os hábitos de comer fezes ou praticar a sodomia são congênitos ou adquiridos, não importa se as pessoas sentem orgulho ou vergonha deles. O fato é que são coisas muito diferentes do apetite sadio e da libido sã, que são inegáveis desvios de finalidade e, portanto, é irracional tratá-los como se fossem idênticos ao prazer por comida e ao desejo sexual por pessoas do sexo oposto.

    Tua digressão sobre o “sistema Terra” é somente um disparate de gente que está totalmente fora da realidade. Qualquer demógrafo do mundo sabe perfeitamente que o crescimento populacional de nação nenhuma pode ser [nem perto de] zero[!], porque assim a população economicamente ativa não tem como sustentar a inativa. Mas isso é outra história. Ainda concedendo que este absurdo fosse verdadeiro, a disfunção da libido continuaria sendo uma disfunção da libido, do mesmo modo que a anorexia e a bulimia continuam sendo desvios do paladar mesmo em um país que sofresse uma terrível pandemia de obesidade. Não faz o menor sentido combater a obesidade por meio da promoção da anorexia nervosa, como não faz sentido algum combater a [alegada!] “superpopulação” igualando disfunções sexuais à libido sã.

    Abraços,
    Jorge

  3. Jorge, foi muito bom você ter levantado a questão.

    Embora o JBC seja um militante que prefere seguir a mesma cantilena dos clichês da militância gay, o fato é que tudo que ele postou aqui é passível de contestação mesmo no meio da psicologia, da biologia, da ciência como um todo. No âmbito da homossexualidade não existem verdades absolutas, existem convenções impostas.

    Partindo somente do âmbito da psicologia, há grupos de psicólogos americanos como o NARTH que é conduzido pelo Prof. Joseph Nicolosi que defendem ser possível fazer com que o individuo que tem atração pelo mesmo sexo progrida e adquira atração pelo sexo oposto. Mas além do NARTH, existem outros psicólogos e psiquiatras como o Dr. Aquilino Polaino Lorente, doutor em psicopatologia da Universidade Complutense de Madrid que defendem esta teoria.

    Porém a literatura sobre isso é profícua e abundante, muito embora o lobby gay tente desacreditá-la, como o nosso colega JBC aqui faz. Mas não quero discutir sobre isso, pois não é o objetivo da minha intervenção aqui.

    O interessante disso tudo é que não existe qualquer tipo de debate sobre o assunto. A partir do momento que o Conselho Americano de Psicologia resolveu não mais considerar a homossexualidade como um desvio comportamental, o lobby gay trabalha a todo custo para desacreditar esses estudos e toda e qualquer tentativa de levantar novamente esta lebre.

    Porém, a questão que fica clara é a seguinte: se o lobby gay tem tanta certeza assim da sua posição, ou seja de que a homossexualidade é inata, porque ele persegue violentamente todos os que a contestam? Será que eles tem medo de que a verdade venha a tona?

    Mas é interessante perceber que, a despeito deste fato, o lobby gay volta e meia, por meio de alguns dos seus asseclas demonstram a sua verdadeira proposição: eles querem a qualquer custo obrigar que as pessoas homossexuais vivam a “sua sexualidade” e sejam libertas de todas as amarras da “opressiva moral da sociedade judaico cristã”. Mas, aqui entraria uma pergunta: O que é liberdade, cara pálida?

    O conceito de liberdade dos opositores do cristianismo não é explicito, não é fundamentado e nem claro. (Apesar de eles exigirem provas científicas de todo mundo, menos de si próprio) Contrapartida, a Igreja propõe o seu conceito de liberdade, que é o verdadeiro, que é aquele de que trata o Papa Leão XIII, na Encíclica ‘Libertas Praestantíssimum’ que diz que a liberdade é a capacidade do homem de escolher entre dois ou mais bens que o levem a um fim legítimo. Escolher algo que não é um bem é uma deficiência da liberdade, ou mesmo um abuso dela, como o fizeram nossos primeiros pais, Adão e Eva, que num ato de abuso de liberdade, preferiram seguir a serpente do que a Deus. Liberdade não é poder fazer tudo, como o quer o mundo atual: isso seria libertinagem.

    Portanto, o que se quer não é a liberdade do indivíduo, o que se postula é a liberalização de todos os movimentos libidinosos de psique do individuo pois, segundo os defensores desta teoria, só assim o individuo estaria feliz e pleno em si mesmo e deste modo se evitaria a a queda em estados de depressão e desequilíbrios nervosos de toda natureza.

    Para isso, eles incutem nas pessoas a idéia de que a castidade cristã não é nada senão a repressão sexual ou no máximo a sublimação proposta por Freud, como o pensamento do JBC reproduz muito bem. Segundo os psicólogos, a sublimação sexual pode dar certo em alguns carater mais tenazes, mas que para a maioria dos indivíduos é um fiasco. Mas a castidade cristã não é isso.

    A questão realmente está fora do foco e sempre esteve. Portanto, é possível sim para o homossexual “controlar seus maus impulsos, a resistir às suas inclinações desordenadas e a levar uma vida [paulatinamente] livre de atos anti-naturais”. Como é possível isso? Através de uma vida de oração e ascese, que permitirá que o individuo que enfrenta esta cruz, vá se transformando gradualmente em Cristo e possa chegar a dizer de si mesmo: “Não sou eu quem vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

    A castidade cristã, é um exercício de ordenar os instintos, vontades, desejos, tendencias ‘sub imperium Christi’ (sob o comando de Cristo). Não se trata de reprimir alguma coisa para experimentar a pura e simples abstinência sexual; a castidade cristã é algo muito além disto. A castidade cristã é apenas uma das virtudes que deve fazer parte da vida do homem ressuscitado com Cristo, por isso que para vivenciá-la é necessário, bem como para adquirir qualquer virtude, a tomada um conjunto de atitudes que levem o individuo a sair de si mesmo para viver orientado para Cristo, para as coisas do alto.

    Só que viver orientado para Cristo, significa também aceitar a lei de Cristo, que são os mandamentos do decálogo e o mandamento do amor recíproco. Sim, os mandamentos de Cristo aqui são também o decálogo mosaico (dez mandamentos propostos no Êxodo) e não somente o mandamento novo, pois Ele é o promotor destes porque Ele e o Pai estão em estreita unidade, ou seja, realizam tudo de comum acordo: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30).
    Significa tomar a cruz e seguir adiante, e atualmente as pessoas não querem mais seguir a Cristo abraçando a sua cruz.

    A castidade cristã também não vem naturalmente, ela é um dom divino, que deve ser suplicado com fervor e que para ser recebido exige uma vida que mereça o agrado de Deus para que Ele conceda esta graça a quem o pede. Assim, não é possível ser casto se não se é caridoso, humilde, paciente, manso, piedoso, etc.

    Muitos dizem que a castidade cristã para os padres e para os homossexuais é impossível, mas isso é uma mentira. Tudo que é impossível para a natureza é possível à graça. O que acontece porém é que se despreza a graça e, desprezando a graça, perde-se o senso de sobrenatural e realmente ,a vivência de qualquer virtude, sem senso de sobrenatural, sem uma vida de união com Deus, orientada para Cristo, é impossível.

    Termino minha exposição sobre a possibilidade da castidade e da vivência de qualquer virtude cristã para homossexuais e heterossexuais com um conto retirado das meditações do mês de Maria do Pe. Manelli, fundador dos Franciscanos da Imaculada:

    “Ao juízo de Deus veremos o verdeiro balanço (Lc 16,2) inapelável e justíssimo. E Santo Agostinho nos diz que o demônio será o pior acusador da nossa alma (cf. Ap 12,10).
    — “Senhor, dirá o demônio – esta alma não observou os mandamentos da Tua lei, mas da minha. Dá-a a mim porque me pertence”.
    Ousaremos apenas sussurrar:
    –“Senhor, ao seguir o demônio parecia mais fácil; a Tua lei é muito dura…”.
    –“Não é verdade! não é verdade! – dirá o acusador – Eu te fazia trabalhar até no Domingo, enquanto a Lei de Deus te precedia descanso. E tu trabalhavas para mim. Eu te fazia beber vinho até quando não tinhas mais sede e te fazia mal com a bebedeira. Coloquei-te sob as bestas. Te ordenava dançar e tu cansado de seis dias de trabalho te esgotavas em dançar para me fazer rir. E te sugeria um encontro equívoco e tu deixava os teus [amigos e familiares], embora fizesse frio, chovesse ou nevasse. Eu te dizia gastar nos vícios e o resultado de todos os teus
    suores da semana e tu que tinha medo de dar um tostão de esmola, consumias nos bares com os amigos todo o sustento da tua casa. Não era leve o meu fardo! Mas tu o preferistes àquele de Deus.”

    Ou seja, até o demônio reconhece que o jugo de Deus é mais fácil que o dele, só que o homem sem sentido de sobrenatural nunca vai enxergar isso.

    E para encerrar o assunto, antes que o JBC venha me dizer para eu dar provas de que alguem consegue isso que eu disse e a Igreja ensina, eu mesmo digo: eu vivo isto que a Igreja ensina e estou muito feliz. Nunca estive tão feliz quanto estou agora, desde 2009 quando decidi viver debaixo do jugo de Cristo, do que antes quando vivi debaixo do jugo de mim mesmo, das minhas vontades e dos meus desejos libidinosos.

    O blablabla da militância é vazio de sentido e o seu resultado catastrófico pode ser visto nas milhares de vidas gays vazias, infelizes, preenchidas com sexo, drogas, bebidas e futilidades. Não adianta dizerem o contrário, eu vi com os meus próprios olhos o que se vive nos guetos gays. E digo: É POSSÍVEL VIVER LONGE DISSO, ou melhor, É EXTREMAMENTE MELHOR VIVER LONGE DISSO. “Foi para a liberdade que Cristo vos libertou”(Gl 5,1) e como disse sabiamente o Beato João Paulo II no Jubileu dos Jovens em 2000: “Servir a Cristo é liberdade”. Agora, 9 anos após sua páscoa eu digo: o Santo Padre estava corretíssimo.

  4. Dentro da mesma perspectiva, desculpe pelos termos.

    a Natureza mantém a sexualidade não procriativa como recurso para a preservação em casos de calamidades provocadas por excesso populacional.

    Se sobrar gente, não faltará merda. kkk

  5. […]E, aliás, fazê-lo também só faria mal se a única coisa que o indivíduo comesse fosse detritos, o que é improvável. O paralelismo entre disfunções alimentares e reprodutivas é evidente.

    Não é não. Comer fezes é socialmente inaceitável. Nem uma boa escovada de dentes tira o cheiro desagradável. E isso prejudica o próprio convívio do indivíduo na sociedade.

    Já a homossexualidade prejudica quem? A perpetuação da espécie é que não é.

    Não importa que as pessoas façam sexo por prazer ou comam por gula, não muda o fato de que os prazeres gustativo e venéreo na espécie humana (e em qualquer espécie) existem para o indivíduo se nutrir e a espécie se perpetuar.

    O fato é que as pessoas fazem sexo por prazer e comem por gula. Poderia citar mais n funções fisiológicas que foram “desviadas de seu objetivo original” ao longo dos tempos. O prazer sexual, em algum lugar do passado, existiu somente para a perpetuação da espécie. Não percebe que foi por isso que os homens criaram os métodos contraceptivos? Pra ficar só com o prazer e deixar de lado a procriação?

    Esta é a razão (mesmo materialista) deles existirem, como foi explicado.

    Um aparte: porque condena tanto as “petições de princípio” e se vale tanto delas? Você está cansado de saber que não é mais assim, então porque ficar repetindo que “a libido existe pra procriação”, como uma mantra sagrado, a toda hora? É pra tentar empurrar essa concepção judaico-cristã goela abaixo?

    Há uma óbvia necessidade do indivíduo obter energia através da alimentação e da espécie continuar existindo por meio da reprodução, e o prazer conexo a uma e a outra existe em função delas.

    Poxa, e eu que achava que esse prazer que elas proporcionam também serviam pra liberar serotonina e nos fazer sentir felizes, simplesmente…

    Se o apetite não serve ao seu fim precípuo (e a pessoa “gosta” de comer fezes ou de caricaturizar relações sexuais com pessoas do mesmo sexo) então ele está defeituoso, trata-se de uma evidente disfunção. Pode-se, como disse, até tolerá-la enquanto não prejudica o indivíduo ou a espécie, mas é irracional incentivá-la ou dizer que ela é a mesma coisa do que o apetite sadio, quando é patente que não é.

    Pera aí. Pode-se tolerá-la. Certo. É irracional incentivá-la. Pra quem? Concordo que seja irracional incentivar “a disfunção da libido” pra quem não é homossexual. Até porque não dá em nada. Mas não devemos incentivá-la aos homossexuais? Isso não entra em conflito com o fato de podermos tolerá-las?

    Ao menos pra mim, tolerância é um conceito que aplico à orientação sexual e a identidade de gênero da mesma foram que aplico à cor e raça, à crença, à idade, ao gênero e tudo o mais.

    E claro, ninguém é obrigado a dar tapinhas nos ombros de homossexuais e dizer: “-Maravilha, continue assim!”, se esse for o seu conceito de incentivo. Se não for, explique.

    Por fim, uma novidade: agora os casais homossexuais poderão direcionar “sua libido” para a procriação. O CFM aprovou nova resolução que inclui os casais gays nos procedimentos de reprodução assistida. Lógico, ela faz uma ressalva ao estabelecer que será “respeitado o direito da objeção de consciência do médico”.

    E agora? Pode casar? Caiu por terra o argumento da procriação?

    Abraços a todos.

  6. Cristiano, parabéns cara! Se você conseguiu controlar seus impulsos homossexuais graças a Igreja, te admiro bastante.

    Contrapartida, a Igreja propõe o seu conceito de liberdade, que é o verdadeiro, que é aquele de que trata o Papa Leão XIII, na Encíclica ‘Libertas Praestantíssimum’ que diz que a liberdade é a capacidade do homem de escolher entre dois ou mais bens que o levem a um fim legítimo.

    Concordo. O conceito de liberdade, assim como o de felicidade é bem amplo. Quando o “lobby gay”, de qualquer forma, sugere que a liberdade só é possível quando homossexuais puderem livremente praticar sexo, eles estão errados. A liberdade pode ser exercida de diversas formas, assim como a felicidade. A realização sexual é só mais uma delas.

    Portanto, é possível sim para o homossexual “controlar seus maus impulsos, a resistir às suas inclinações desordenadas e a levar uma vida [paulatinamente] livre de atos anti-naturais”.

    Sim, é possível. Qualquer ser humano pode controlar e reprimir seus impulsos sexuais e ainda sim, ser feliz e se sentir livre.

    Como é possível isso? Através de uma vida de oração e ascese, que permitirá que o individuo que enfrenta esta cruz, vá se transformando gradualmente em Cristo e possa chegar a dizer de si mesmo: “Não sou eu quem vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

    Aqui chegamos no limite.

    A castidade cristã é apenas uma das virtudes que deve fazer parte da vida do homem ressuscitado com Cristo, por isso que para vivenciá-la é necessário, bem como para adquirir qualquer virtude, a tomada um conjunto de atitudes que levem o individuo a sair de si mesmo para viver orientado para Cristo, para as coisas do alto.

    E aqui passamos dos limites. A sua proposição é que todos os homossexuais encontram Jesus e sejam felizes? É isso?

    Abraços.

  7. Comer fezes é socialmente inaceitável.

    Isso é puro preconceito escatofagofóbico seu!

    O fato é que as pessoas fazem sexo por prazer e comem por gula.

    Nunca neguei esse fato, e já expliquei que mesmo assim o apetite mantém a sua razão de ser, uma vez que está desordenado não no objeto, e sim no meio de utilizá-lo. Assim, quem come por gula eventualmente se nutre e quem faz sexo por luxúria eventualmente contribui para a perpetuação da espécie. O homossexualismo (como a coprofagia) é um erro de outra espécie, uma vez que aniquila em absoluto o motivo pelo qual existe na espécie humana o apetite ou a libido. Você, no entanto, continua com a falta de caráter de fingir que não lê as coisas e recuspir argumentos que já foram respondidos como se fossem uma novidade inaudita e dirimente da questão.

    Você está cansado de saber que não é mais assim (…)

    É evidente que é assim. A reprodução humana se dá por meio do ato sexual, ao qual está associado um certo prazer venéreo. É exatamente assim que as coisas são.

    Concordo que seja irracional incentivar “a disfunção da libido” pra quem não é homossexual

    O próprio homossexualismo, como foi explicado, é por definição uma disfunção da libido, uma vez que a libido sã está ordenada para a perpetuação da espécie.

    Ao menos pra mim, tolerância é um conceito que aplico à orientação sexual e a identidade de gênero da mesma foram que aplico à cor e raça, à crença, à idade, ao gênero e tudo o mais.

    Obviamente a sua já proverbial falta de cultura o impede de dar aos termos o sentido que eles têm. “Tolerar” se aplica justamente a uma coisa que é má, mas que a gente deixa acontecer em atenção a um mal maior a evitar ou um bem maior a obter. Assim, eu tolero a bebedeira do meu vizinho porque dizer-lhe que não beba pode ser tomado como uma intromissão que desgaste a minha relação com ele [evitar o mal maior], e tolero a má-criação de certos comentaristas daqui do blog porque o mau exemplo que eles dão servem para instruir os leitores sérios [obter um bem maior]. Não significa, em absoluto, que a bebedeira ou a ignorância sejam coisas moralmente boas e nem muito menos que sejam equiparáveis à temperança ou à sabedoria.

    Por fim, uma novidade: agora os casais homossexuais poderão direcionar “sua libido” para a procriação. O CFM aprovou nova resolução que inclui os casais gays nos procedimentos de reprodução assistida

    Negativo. Reprodução assistida não envolve ato sexual e, portanto, não envolve libido. Este relincho é uma estupidez tão grande quanto dizer que o soro intravenoso é uma maneira dos coprófagos direcionarem seu apetite para a nutrição (!). Num caso e no outro, as disfunções alimentares e sexuais continuam sendo disfunções sem nenhuma influência no resultado que se está obtendo por vias substitutivas.

    – Jorge

  8. Não tenho preconceito escatofagofóbico. Quem quiser comer fezes, que fique à vontade. Mas depois, se as pessoas começarem a evitar o coprófago, não venha dizer que não avisei sobre o prejuízo individual da “disfunção”. =)

    Você não nega que as pessoas (libidinosas) fazem sexo só por prazer (muito mais do que pra procriação), mas nega que a principal função da libido, atualmente, seja obter o prazer (sexual). Isso não é contraditório?

    A minha libido sã (já que sou hétero), ao longo de meus 30 anos, e igualmente a de 99% das pessoas que eu conheço, esteve orientada para o prazer (graças aos métodos contraceptivos), até então. Vai chegar uma hora que ela vai se orientar para a procriação (talvez). Depois vai voltar para o prazer (com certeza). Vai ver é porque o sexo, por si só, proporciona diversos benefícios ao corpo e à saúde. Só isso já é mais outro bom motivo pra dizer que a libido não está (mais) orientada à procriação.

    Mas enfim, se vamos ficar aqui batendo o pé pra ver quem é que detém a verdade sobre a principal função da libido, melhor pararmos por aqui.

    Respeito a sua opinião sobre a principal função da libido. E espero que um dia você também respeite a principal função da libido para os homossexuais e demais e pare de tentar impor a sua visão sobre a principal função da libido a quem não a compactua. O que significa que vais (apenas) pregar aos seus compactuantes tudo aquilo que queres pregas a todos (inclusos os não-compactuantes).

    Agora, só por curiosidade: qual é o mal maior a evitar ou o bem maior a obter que você (ou a sociedade) ganha “tolerando” a homossexualidade (esta, que é má)?

    Abraços.

  9. Quem quiser comer fezes, que fique à vontade.

    (…) e detritos são idênticos à culinária francesa, a coprofagia é uma expressão perfeitamente natural da alimentação humana, os psicólogos não podem ajudar quem queira deixar de comer fezes, são necessárias políticas públicas para acabar com a escatofagofobia institucionalizada, ninguém pode discriminar uma pessoa por conta do cheiro de fezes que seu hálito exala, os escatófagos devem ter os mesmos direitos dos que comem alimentos (p.ex., digamos, “vale-bosta” pagos pelos patrões aos seus funcionários e equiparação de impostos cobrados para produtores de gêneros alimentícios e fezes próprias para o consumo humano), etc. Não é?

    Você não nega que as pessoas (libidinosas) fazem sexo só por prazer (muito mais do que pra procriação), mas nega que a principal função da libido, atualmente, seja obter o prazer (sexual). Isso não é contraditório?

    Claro que não. As pessoas sempre fizeram muito mais sexo por prazer do que para procriar, uma vez que o número de relações sexuais ao longo da vida é necessariamente sempre muito maior do que o número de filhos que se tem. O fato de hoje termos um ou dois filhos quando nossos antepassados tinham dez ou vinte é uma diferença meramente quantitativa que obviamente não muda a natureza do ato sexual.

    As coisas têm a função que têm, independente do uso que as pessoas lhas dêem. O paladar serve para levar as pessoas a se nutrirem, e isso independe por completo do fato de haver obesidade mórbida no mundo.

    Senão vejamos: o corpo humano tem um órgão responsável pelo prazer venéreo e este prazer (no homem) encontra o seu clímax na ejaculação, que é o mecanismo biológico por meio do qual os gametas são expelidos do corpo masculino, e os gametas são as células responsáveis pela reprodução humana. É, portanto, evidente que este prazer existe para a reprodução humana, que esta é a única razão racional para que ele esteja associado aos órgãos reprodutores – e não fosse, digamos, próprio de um órgão que ficasse na nuca ou no antebraço, responsável, quando pressionado, pela saudável liberação das serotoninas. Semelhante aberração orgânica seria, aí sim, algo voltado principalmente para o prazer. Mas a natureza é suficientemente sábia para não permitir a existência de tal coisa. Isso nos ensina que o prazer pelo prazer não tem sentido nem mesmo dentro do mecanicismo cego que os crédulos ateus pensam que rege o mundo.

    Vai chegar uma hora que ela [a libido] vai se orientar para a procriação (talvez). Depois vai voltar para o prazer (com certeza)

    E é exatamente assim que sempre funcionou a faculdade sexual em todos os seres humanos sadios desde que o mundo é mundo. A única diferença é que os antigos não eram estúpidos a ponto de passar a juventude lutando para evitar a gravidez e a maturidade tardia lutando para que ela venha.

    Coisa totalmente diversa, como já explicado à exaustão, é ter fome de plástico ou excitação sexual por alguém do mesmo sexo (ou até – por que não? – por cabras, bancos de praça ou carros). Nestes casos há uma clara disfunção de um mecanismo biológico voltado para a preservação do indivíduo ou da espécie – cujo fim precípuo nunca é atingido – e, por conseguinte, é totalmente irracional tratá-la como se fosse equiparável ao apetite sadio.

    (…) pare de tentar impor a sua visão sobre a principal função da libido a quem não a compactua

    Isto de forma alguma é a minha visão sobre a razão de existir libido, isto é uma conclusão racional que se impera quando se nota que a reprodução das espécies se dá por via sexual. Se prazer venéreo não tem nada a ver com reprodução, explique-me por que cargas d’água o orgasmo masculino está associado à ejaculação.

    qual é o mal maior a evitar ou o bem maior a obter que você (ou a sociedade) ganha “tolerando” a homossexualidade (esta, que é má)?

    Ué, as depravações particulares e consentidas que cada um comete são de sua própria conta. Dentro de certos limites, o Estado não tem legitimidade para coagir particulares ao exercício da virtude privada. O bem tutelado é o livre-arbítrio e, o mal evitado, o totalitarismo estatal.

  10. Resumindo: homossexualidade é doença/anormalidade/disfunção/anti-natural porque a libido foi feita para procriar. Sendo assim, não importa se homossexualidade é inata ou adquirida.

    Embora tenhamos achado outras funções para a libido, e que a procriação, atualmente esteja relegada a um segundo plano, tendo em vista que “o número de relações sexuais ao longo da vida é necessariamente sempre muito maior do que o número de filhos que se tem”, ainda sim:

    As coisas têm a função que têm, independente do uso que as pessoas lhas dêem.

    Ou seja, segundo sua concepção, todos nós deveríamos agir como os cães, que balançam o rabinho quando ficam felizes, tendo em vista que nosso cóccix é um órgão vestigial de uma cauda, que já foi usada para isso.

    Ainda, deveríamos voltar a comer folhas. Não falo de alface nem repolho. Me refiro a folhas mesmo, quaisquer. Pois temos dentes sisos, que foram feitos para comer folhagem pesada.

    Percebe que sua explicação invalida toda o conhecimento que temos de órgãos vestigiais?

    Além do mais, nosso órgão reprodutor também é utilizado pelo sistema excretor, certo? Ainda, nós não sentimos “prazer venéreo” apenas pelo órgão “responsável”. Existem diversas zonas erógenas em nosso corpo que também o fazem, e que não foram feitas para reprodução, a exemplo das orelhas e pescoço. E mais: nosso órgão reprodutor não é a única estrutura responsável pelo prazer venéreo de nossas parceiras! Usamos também um órgão responsável pela alimentação e fala, a boca!!!

    Percebe o engodo que você criou tentando sustentar essa sua tese de que “o prazer existe para a reprodução humana, e que esta é a única razão racional para que ele esteja associado aos órgãos reprodutores”?

    Desculpe, mas não posso concordar que exista racionalidade nisso. Logicamente, também não posso concordar com a sua “visão sobre a razão de existir libido, sendo ela uma conclusão racional que se impera”.

    Por fim, ficou claro o que é homossexualidade para você: uma depravação. ena que não ha como sustentar isso racionalmente.

    Abraços.

  11. “… não faz sentido algum combater a [alegada!] “superpopulação” igualando disfunções sexuais à libido sã. ”

    E por que? Porque você define a homossexualidade como disfunção (o que não se considera mais como tal) e define a heterossexualidade como “libido sã” (posição conservadora). Se você se deslocar dessa posição para o outro lado, que não seria necessariamente o lado “progressista”, mas apenas o lugar da inquietação, da pergunta, e esquecendo de fato a posição conservadora (senão o reposicionamento não é válido), então, se você se deslocar, provavelmente não poderá mais falar em libido sã ou disfunção.

    Para o conservador não faz sentido que a natureza use dos mecanismos que mencionei. Mas será verdade?

    O exemplo que me ocorre é chão mas pode dar ideia do que quero exprimir.

    Tome um aquário (sistema fechado) e crie nele lebistes (que não admitem que o sistema seja fechado, por óbvio). A espécie é vivípara. O macho possui gonopódio e a fêmea gesta os filhotes até o parto (sim, parto). Retirando-se os machos do aquário, algumas fêmeas desenvolvem falsos gonopódios e estimulam as outras fêmeas, desse modo mantém o aparelho procriador da fêmea em atividade passiva. Até é possível que as próprias fêmeas que desenvolvem o papel masculino se beneficiem disso. E isso acontece até que surjam novos machos.

    Esse é um exemplo de como a natureza reage diante de uma situação de penúria procriadora. Vale para o caso humano como se pode verificar no sistema prisional.

    Por outro lado, se a população do sistema continua a crescer indefinidamente, em certo momento entra em colapso, vem a hecatombe, a população decresce e começa tudo de novo.

    No caso humano, a hipótese de colapso e hecatombe existe igualmente (o cólera, a gripe espanhola, tsunamis, acidentes nucleares, são exemplos), contudo a natureza humana tem atributos que impedem de aceitar essas situações. A natureza humana não aceita sujeitar-se a esse tipo de mecanismo de equilíbrio ecológico, porque há em nós um dado que impede. Esse dado é o Amor. Sofremos ao nos depararmos com o sofrimento alheio e hecatombes geram sofrimento às vítimas e aos seus espectadores.

    Assim é que para enfrentar o desiquilíbrio do sistema que a sua lotação provoca, o Amor decidiu que a maneira mais eficiente seria dar à sexualidade procriadora (causadora dessa lotação) nova perspectiva, de modo que a procriação fosse reduzida sem que para isso fosse necessário atrofiar o sistema procriador, por segurança. E foi assim, que o Amor, pensando nesse futuro em que nos encontramos, gestou ao longo da história da vida, a homossexualidade. Nos primórdios era rara, como não poderia deixar de ser já que havia espaço para crescimento. E à medida em que o espaço foi sendo conhecido como limitado, e cada vez mais limitado, a homossexualidade foi expandindo e visibilizando-se. E assim continuará até que o equilíbrio seja alcançado.

    Ainda mais, a sexualidade procriadora só difere da não procriadora pelo fato de gerar novos corpos, no mais, os jogos de aproximação, as preliminares sexuais, a excitação e o orgasmo seguem iguais. Isto tudo do ponto de vista exclusivamente físico. Psicologicamente também não há diferença. Se houvesse, qual seria? E, moralmente, a diferença é estritamente política. Questão de partido.

    E foi por conta disso que a última disputa pela Presidência da República americana se polarizou em torno do casamento igualitário. Do mesmo modo, a França, e, agora segue o Reino Unido. Sua Majestade já deu o aval.

    Eu tenho pra mim que a alternância de poder continuará, mas o que foi alcançado (não conquistado), permanecerá.

    PS: Considerar a homossexualidade como depravação é o mesmo que castrar compulsoriamente. É bullying. ;)

  12. homossexualidade é doença/anormalidade/disfunção/anti-natural porque a libido foi feita para procriar.

    Porque a função dela é mover o ser humano ao encontro sexual com alguém do sexo oposto para, assim, propiciar a perpetuação da espécie, isso.

    (…) Percebe que sua explicação invalida toda o conhecimento que temos de órgãos vestigiais?

    Se o seu pênis é um órgão vestigial, isso é lá problema particular seu.

    Não existe a mais remota analogia possível entre o cóccix (nunca utilizado na espécie humana para ser balançado como rabinho de cachorro) e o pênis e a vagina (órgãos reprodutores necessários e funcionais desde sempre). A comparação é esdrúxula e abertamente ridícula.

    Existem diversas zonas erógenas em nosso corpo que também o fazem

    Não, não existe nenhuma zona erógena no corpo masculino que possa levar a um orgasmo independente do estado de excitação em que se encontre o pênis. É bastante óbvio para quem não queira negar a realidade dos fatos que os órgãos do prazer venéreo por excelência são o pênis e o clitóris. Toda a excitação provocada em qualquer outra parte do corpo dirige-se para os órgãos reprodutores, existe em função deles.

    Percebe o engodo que você criou tentando sustentar essa sua tese de que “o prazer existe para a reprodução humana, e que esta é a única razão racional para que ele esteja associado aos órgãos reprodutores”?

    Esperneie o quanto quiser, JBC. O ápice do prazer venéreo é o orgasmo: portanto, o orgasmo é o fim ao qual está orientado o prazer venéreo. O orgasmo masculino é indissociável da ejaculação. A ejaculação é o meio pelo qual as células reprodutoras masculinas são expelidas do corpo do homem. A função dos espermatozóides, gametas masculinos expelidos na ejaculação, é fecundar a fêmea. Este processo chama-se “reprodução”. Logo, é a reprodução o propósito do prazer venéreo. Isto é claro como água no pote.

    Desculpe, mas não posso concordar que exista racionalidade nisso.

    De alguém como você, eu nunca esperei nada diferente.

    Espero que entenda que a sua concordância ou discordância é completamente irrelevante para os fatos acima expostos, todos eles escancaradamente ao alcance de qualquer pessoa que não tenha sacrificado a própria capacidade de raciocínio no altar do modismo gay.

    Por fim, ficou claro o que é homossexualidade para você: uma depravação. [P]ena que não ha como sustentar isso racionalmente.

    Considerando o espetáculo bizarro que tu desempenhaste aqui (que contou com pérolas como usar o [tesão provocado pelo] cheiro do sovaco masculino para determinar a naturalidade dos atos humanos ou dizer que o pênis é como um órgão vestigial), creio ter ficado bastante claro para os leitores qual é mesmo a posição que não pode ser sustentada racionalmente.

  13. Bee,

    “… não faz sentido algum combater a [alegada!] “superpopulação” igualando disfunções sexuais à libido sã. ”

    E por que?

    Por que o quê? Por que o homossexualismo é uma disfunção da libido? Deus do Céu, de novo?

    O meio de perpetuação das espécies é a reprodução. Todas as espécies têm mecanismos para garantir a continuidade da sua existência. Nos seres sexuados, este mecanismo é o prazer da cópula, à qual os indivíduos são atraídos pela libido. Se em um dado indivíduo concreto a libido não o move à cópula, ela está defeituosa, pouco importando se o objeto ao qual ela (erroneamente) se dirige é um órgão excretor, um animal irracional ou um buraco de árvore ou de outro material qualquer. É uma disfunção porque dirige as energias sexuais do indivíduo para longe de sua finalidade natural.

    (…) para enfrentar o desiquilíbrio do sistema que a sua lotação provoca, o Amor decidiu que a maneira mais eficiente seria dar à sexualidade procriadora (causadora dessa lotação) nova perspectiva, de modo que a procriação fosse reduzida sem que para isso fosse necessário atrofiar o sistema procriador, por segurança

    Bom, isto é a sua visão peculiaríssima dos fatos, que

    i) trata-se de afirmação gratuita jogada sem coisa alguma que a sustente (e que, portanto, pode ser simplesmente negada);

    ii) é escancaradamente blasfema (por insinuar que seja Deus o autor do pecado que clama aos Céus vingança); e

    iii) não se aplica ao caso atual simplesmente porque inexiste a alegada lotação do planeta. Estamos em profundo desequilíbrio populacional, Bee, porque as taxas de natalidade estão baixas no mundo inteiro! Como eu disse, qualquer demógrafo confirma isso. Por favor, não se deixe contaminar pela cretinice do JBC de ficar repetindo as mesmas coisas o tempo inteiro sem ter a consideração de analisar o que seus interlocutores lhe escreveram.

    Ainda mais, a sexualidade procriadora só difere da não procriadora pelo fato de gerar novos corpos

    Negativo, isso é conseqüência. A disfunção homossexual difere-se da sexualidade sadia por canalizar a potencialidade sexual do indivíduo para objetos onde ela não pode se realizar plenamente, como expliquei.

    (…) mas o que foi alcançado (não conquistado), permanecerá

    É pouco provável. O “casamento” gay é barbárie, é irracional. E a iniqüidade não pode durar para sempre.

    Considerar a homossexualidade como depravação é o mesmo que castrar compulsoriamente. É bullying. ;)

    Que pena. Invoco liberdade de pensamento. :)

    Abraços,
    Jorge

  14. Se o seu pênis é um órgão vestigial, isso é lá problema particular seu.

    Ainda bem que as pessoas que leram seriamente o que eu escrevi entenderam que a ideia de que “As coisas têm a função que têm, independente do uso que as pessoas lhas dêem” era furada.

    Criar espantalhos é recurso de gente que não quer debater racionalmente.

    O orgasmo masculino é indissociável da ejaculação.

    Mentira.

    Os médicos especialistas da sexualidade humana discordam que orgasmo masculino seja indissociável da ejaculação. O homem pode se controlar para não ejacular durante um orgasmo. Assim como pode ejacular sem ter orgasmo. Meninos que não atingiram ainda a puberdade podem ter orgasmos sem ejaculação. Homens podem ter orgasmos múltiplos, sendo que os que ocorrem depois do primeiro não há ejaculação.

    Quanto mais você fala, mais se enrola.

    Toda a excitação provocada em qualquer outra parte do corpo dirige-se para os órgãos reprodutores, existe em função deles.

    Outra mentira.

    Também a excitação “dirige-se” para os mamilos, nas mulheres, e para a região do períneo e ambos os sexos, além de diversas outras partes do corpo.

    Contudo, a principal excitação é a cerebral, que não é um órgão reprodutor nem de longe.

    Logo, é a reprodução o propósito do prazer venéreo.

    Possivelmente é a terceira ou a quarta vez leio isso. Quer que eu diga “amém”?

    Cara, na boa, ficar jogando “achismos” pra sustentar a ideia preconceituosa é uma opção sua e até cola no seu blog.

    Mas a pergunta é: você teria coragem de sustentar essas ideais diante dos psicólogos do CFP e dos médicos especialistas em sexualidade humana do CFM? Porque é assim que se dará o debate em torno da “cura gay” e foi assim que se deu o debate no STF sobre o casamento gay. Adivinhe quem levou a melhor neste último…

    Além disso, eu teria a coragem de sustentar tudo que postei aqui. Tudo que eu disse está minimamente embasado em conhecimento humano legítimo e muito pouco em “achismos” pra defender o suposto “modismo gay”. Até mesmo “o [tesão provocado pelo] cheiro do sovaco masculino para determinar a naturalidade dos atos humanos” tem sustentação em experimento científico válido. Até mesmo a questão do cóccix e da cauda vestigial, que em nossos antepassados distantes, dos quais evoluímos, era sim usado para comunicação e também apoio do corpo.

    Abraços.

  15. Ainda bem que as pessoas que leram seriamente o que eu escrevi entenderam (…)

    Decerto elas entenderam que órgãos sexuais funcionais e necessários não têm nada a ver com órgãos vestigiais, e a [insistência na] comparação descabida é portanto um claro sinal de irracional desespero.

    Os médicos especialistas da sexualidade humana discordam que orgasmo masculino seja indissociável da ejaculação (…)

    Totalmente irrelevante. Leia o que tu estás escrevendo: é possível se controlar para segurar a ejaculação, i.e., fazer um esforço para evitar algo que tende a ocorrer naturalmente. Meninos que não podem ejacular, cáspita, não ejaculam – que fantástica incursão no terreno da metafísica! Os orgasmos subseqüentes à primeira ejaculação não são acompanhados de ejaculação – que coisa! Não será por que eles se seguem à ejaculação já ocorrida e, portanto, estão associados a ela? Com isso se vê que estas (forçadíssimas) tentativas de contra-exemplos antes reforçam a validade da regra do que a invalidam.

    Quanto mais você fala, mais se enrola.

    O que é isso? Você está (finalmente!) fazendo um (potencialmente salutar, se Deus quiser) exercício de auto-crítica?

    A despeito das tuas tentativas cada vez mais patéticas de dar nó em pingo d’água para negar o óbvio, JBC, qualquer mínima experiência de mundo é capaz de revelar com clareza insofismável os liames indissolúveis existentes entre o prazer venéreo e a função reprodutora humana.

    (…) a principal excitação é a cerebral, que não é um órgão reprodutor nem de longe.

    Nenhuma excitação de nenhuma parte do corpo humano é independente dos órgãos sexuais. A qualquer excitação (da imaginação, dos mamilos, do períneo, do pescoço, do cotovelo ou de qualquer zona erógena que porventura o indivíduo possua) de um ser humano sadio segue-se como conseqüência inelutável a preparação dos órgãos sexuais para a cópula, com a ereção do pênis, a lubrificação da vagina, etc.

    Possivelmente é a terceira ou a quarta vez leio isso.

    E eu já perdi as contas das vezes em que tive que responder a “arjumentações” disparatadas de quem está ridicularmente se debatendo para negar os dados mais imediatos da experiência da realidade.

    você teria coragem de sustentar essas ideais diante dos psicólogos do CFP e dos médicos especialistas em sexualidade humana do CFM?[…] eu teria a coragem de sustentar tudo que postei aqui.

    Meu amigo, eu sou o cara que tenho um blog e um nome. As minhas posições já estão publicamente sustentadas pelo próprio fato de serem postadas aqui, ao alcance de qualquer pessoa do mundo. O sujeito que não tem sequer coragem de mostrar a cara para não ser associado ao mau-caratismo que exerce aqui é você. O pateta comodamente escondido por trás do anonimato não sou eu.

    – Jorge

  16. Caro Julio

    Você leu o trabalho publicado na PNAS? Teve a paciência de ler pelo menos as conclusões?

    Poderia ter visto que foi um estudo preliminar e que dependia de confirmações que jamais houve.

    Que o estudo concluiu que os gays desejavam homens, tanto quanto as mulheres hetero participantes da pesquisa. Espero que não tenham gasto muito dinheiro do contribuite sueco para chegar a esta conclusão.

    Esta pequisa ABANDONADA foi feita em 2008, caso tenha novidade …

  17. A localização de uma falha\caracteristica genética que identificasse o individuo como homossexual não alteraria a necessidade de auto controle.

    Caso houvesse uma forma clara de identificar o ser homossexual antes do nascimento e com a moderna tentativa de liberalização do assassinado dos ainda não nascidos, os pais poderiam optar entre matar o recem concebido se menino ou menina ou optar por ter um filho homo. Todos os casais heteros(que geram filhos) estariam “loucos” para optar por ter apenas um único filho e ainda homossexual. Neste momento a real homofobia teria o poder de vida e morte, e isto seria um holocaustro.

    Creio que os gays seriam um movimento fortemente PRÓ VIDA, o mais dedicado.
    Os católicos continuarim pró vida pois não podem escolher a quem salvar, seja homem mulher ou algo não determinado.

  18. Ferraz, encerrando minha participação.

    “”… não faz sentido algum combater a [alegada!] “superpopulação” igualando disfunções sexuais à libido sã. ”
    E por que? Porque você define….” etc, etc.

    Você não deve ter lido minha resposta à minha pergunta. Eu estava tentando mostrar sua postura política. Não perguntei para que você repetisse seu argumento dado, mas para que eu pudesse replicá-lo. Você definiu seu modelo e eu propus que você tentasse olhar outro modelo.

    Enfim, você não considerou replicar meu argumento por ele, mas somente considerou reafirmar o seu argumento.

    O planeta lotou sim. Estamos consumindo a Terra uma vez e meia sua capacidade de recuperação, ou seja estamos esgotando a Terra. E a população mundial continua crescendo. Diminuiu a velocidade de crescimento, mas continua crescendo. Significa que logo estaremos consumindo duas Terras. Verifique no Footprint a pegada ecológica:
    http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/world_footprint/

    e no Worldclock você verifica a evolução do crescimento populacional

    http://www.poodwaddle.com/clocks/worldclock/

    Ou seja, já passamos do ponto ideal.

    O que você chama de disfunção sexual, eu entendo como mecanismo de preservação da espécie diante do quadro que acabo de colocar.

    Você chama o casamento gay de iniquidade. Esse é um ponto de vista religioso e não técnico, apesar de que respeito sua posição quanto ao que você considera natural. Eu estou colocando meu ponto de vista quanto ao que para mim é natural e dei as informações pertinentes para defendê-lo.

    E finalmente, você invoca liberdade de pensamento para afirmar que a homossexualidade é uma depravação. Nem o Papa diria uma coisa dessas. Nem o Papa Emérito tampouco. Há maneiras e maneiras de defender um ponto de vista POLÍTICO sem emitir uma opinião que o mundo científico já descartou. Você pode permanecer no passado mas o fato é que a ciência já descartou há tempos que a homossexualidade seja uma “depravação”.

    Eu penso que que é possível manter-se fiel à doutrina sem sequer mencionar a homossexualidade (como sempre tem sido até pouco tempo atrás), já que o sexo é para a doutrina exclusivo entre marido e esposa. Isto deveria bastar para doutrinar sem a necessidade de usar de expressões que para aqueles que não pertencem à doutrina são ofensas.

    Acho que o discurso afirmativo da doutrina passa ao largo da difamação. O termo “depravado” é difamatório e não configura liberdade de pensamento. É discurso de ódio.

    Até a próxima e que Deus te abençoe. A você e ao teu lar.

    Bee

  19. Bom, pra finalizar minha participação nesse debate, já que não iremos mais avançar em nada por aqui, além de ficar trocando farpas:

    – Primeiramente, se alegou que não havia naturalidade na sexualidade de homossexuais. Então, mostrei, com base em dados científicos, coisa que já é velha conhecida: orientação sexual não é escolha.

    – Foi dito que isso não importava. O que importa é que “Uma libido que não sirva ao seu fim natural é defeituosa” e esse fim é a procriação. Ainda, tal disfunção levaria ao fim da espécie humana.

    – Mostrei que a consequência da libido defeituosa era absurda, pois só poderia ocorrer se todo mundo resolvesse virar gay, e ao mesmo tempo. Dois absurdos numa proposição só.

    – Desistiram da ideia do fim da espécie. Mas não abriram mão da ideia de que sexo é pra procriação e quando o sexo não atende esse fim, ele é defeituoso. Porém, era possível tolerá-lo, mas era irracional incentivá-lo. Foi estabelecido um paralelo entre disfunção da libido com disfunções alimentares.

    – Argumentei que atualmente a função principal do sexo não é mais a procriação, sendo feito para prazer, este que gera diversos benefícios ao ser humano. Ainda, eu disse que sexo homossexual não trazia prejuízo a ninguém, o que era diferente de comer cocô.

    – Foi aceito o argumento de que sexo era feito principalmente para procriação. Porém, sustentou-se que o homossexualismo é um erro de outra espécie, uma vez que aniquila em absoluto o motivo pelo qual existe na espécie humana a libido. O motivo da libido na espécie humana é a procriação. Aí entrou o brilhante argumento de que “As coisas têm a função que têm, independente do uso que as pessoas lhas dêem”. Ou seja, órgãos sexuais tem como função a procriação. Ainda, argumentou-se que “o prazer existe para a reprodução humana, e que esta é a única razão racional para que ele esteja associado aos órgãos reprodutores”.

    – Mostrei que “As coisas têm a função que têm, independente do uso que as pessoas lhas dêem”, invalida o conhecimento que temos sobre órgãos vestigiais. Ninguém é obrigado a comer folha de bananeira só porque tem dentes sisos, que um dia serviram pra isso. Também, o prazer venéreo não é proporcionado apenas para os órgãos reprodutores.

    – Foi dito que eu havia argumento que o pênis é um órgão vestigial. O orgasmo masculino é indissociável da ejaculação. E a ejaculação é feita pra reprodução. Sexo é feito pra procriação.

    Ou seja, o tempo todo frisou-se que o sexo foi feito pra procriação, e que isso decorria da razão, mesmo que algumas conclusões esbarrassem na lógica (a espécie humana vai acabar), que as premissas tropeçassem no conhecimento (as coisas têm a função que têm, independente do uso que as pessoas lhas dêem) e que cambaleassem no que dizem especialistas em sexualidade humana (o orgasmo masculino é indissociável da ejaculação). O importante foi manter-se firme no argumento de que o sexo foi feito pra procriação.

    E porque essa obsessão em sustentá-lo? A concepção judaico-cristã explica!

    Segundo a obra do teólogo Urbano Zilles, a “VISÃO CRISTÃ DA SEXUALIDADE HUMANA”, na página 343 encontramos a seguinte assertiva:

    O Aquinate [Tomás de Aquino] entende a finalidade do matrimônio no quadro da lei natural, distinguindo entre lei natural genética e lei natural específica. No âmbito da sexualidade, a primeira refere-se ao que é comum entre os homens e os animais; a segunda caracteriza o homem como animal racional. Segundo a lei genética, as relações sexuais destinam-se à procriação e à conservação da espécie. Esta, então, é o fim primário do matrimônio. A lei específica exige que a procriação seja completada pela educação que, por sua vez, postula a união estável entre os cônjuges. É curioso que ele não coloca as relações sexuais no plano específico. Permanecendo no plano biológico, Tomás afirma que todos os órgãos têm uma função e a dos órgãos da sexualidade é a procriação de filhos. Mas, segundo o Aquinate, as relações sexuais no matrimônio também são lícitas quando não têm a finalidade explícita da procriação, mas visam manter a fidelidade do outro cônjuge.

    Caramba! Foi exatamente isso que permeou todo o debate “racional” por aqui!

    Não importa o quanto eu me esforce para mostrar que o conhecimento atual diz que a orientação sexual é natural ou que o sexo não é feito principalmente para fins reprodutivos. Estive esse tempo todo discutindo contra argumentos de um padre medieval!

    E quando eu disse que respeitava a visão da função da libido do Jorge, ele me diz que sua visão era racional. Sim, era de um homem racional que viveu entre 1224-1274 e que não detinha nem metade do conhecimento que temos hoje!

    Pra finalizar, mais uma vez, respeito a visão sobre sexo das pessoas, qualquer que ela seja. Mas não é legal impor uma visão medieval do sexo a toda uma sociedade. Além de autoritário, é discriminante, como eu já havia dito.

    Jorge, embora tenha que ter lido as suas indelicadezas de maneira corriqueira por aqui, mais uma vez te parabenizo por promover o debate de ideias.

    Abraços a todos.

  20. JBC

    Não existe a mínima possibilidade do Jorge defender suas idéias em um evento científico. Quem iria querer ouvir o seu discurso a respeito da sexualidade humana baseada na moral católica? É algo totalmente surreal, seria o mesmo que um Padre ateu..
    A Igreja está conseguindo desacelerar o progresso, mas ele continua avançando mesmo assim. Imagina o dia em que não houver mais Igreja, o mundo vai ser um paraíso.

  21. JBC, a sua noção de “resumo” é bem sui generis. Aparentemente ela significa não uma recapitulação objetiva do que de fato aconteceu no debate até o presente momento, mais sim uma tentativa canhestra de dispôr pedaços aleatórios de tudo quanto foi dito de modo que a rapsódia mais lhe pareça favorável do que seja fiel ao desenrolar do debate. É, em suma, o último estertor sofista de quem passou a última semana badernando.

    Passemos em breve revista este último comentário:

    Primeiramente, se alegou que não havia naturalidade na sexualidade de homossexuais

    Falso. Primeiramente, se pôs a seguinte singela pergunta que encabeça este artigo, rapidamente soterrada pelo trollismo pouco honesto de gente que acha que copiar-e-colar um número cada vez maior de coisas aleatórias merece ser chamado de debate sério:

    Existe “cura gay”? Ou, refazendo a pergunta de um jeito melhor: quer ela exista, quer não, tem o Estado o direito de impedir os cidadãos de buscá-la junto aos psicólogos e estes de [tentar] atendê-los?

    Daí a sua primeira intervenção aqui foi uma comparação descabida (como aliás soem ser as suas comparações) entre o homossexual que quer abandonar a sua disfunção da libido e um hipotético ser humano sexualmente saudável no meio de uma inexistente (e impossível) sociedade gay querendo tornar-se gay também – comparação rapidamente desmascarada.

    Acto contínuo, tu cuspiste uma maçaroca de artigos científicos copiados e colados que i) nada tinham a ver com o assunto e ii) nunca haviam sido antes lidos por ti, tendo este expediente cretino sido empregado tão-somente para dar um ar de seriedade à vacuidade participativa de quem, ab initio, estava apenas nervoso por dizer qualquer coisa mesmo que nada tivesse a ver com o post original e, com ares afetados, queria passar uma imagem de superioridade intelectual frente ao seu interlocutor.

    Claro, expediente em que foi prontamente desmascarado, pois diante da pachorra (visivelmente fanfarrônica!) de se oferecer para comentar artigos alegadamente bem conhecidos, escolhi da lista aquele que tinha evidentes problemas metodológicos. O resultado foi uma bela sonoplastia cricrilante de doze horas de embaraçoso silêncio, para depois o moleque (que nos queria fazer acreditar ter já consultado a bibliografia cuspida!) nos sair com um “resumo” que basicamente consistia numa tradução leiga e ignorante do abstract do texto (no qual ele evidentemente punha os olhos pela primeira vez na vida), passando ao largo o fato de que o artigo não poderia jamais provar o que pretendia uma vez que usava pressupostos metodológicos controversos no meio científico.

    Após a insistência quase doentia em querer julgar a moralidade dos atos humanos com base na sua gênese naturalística, foi explicado o óbvio: que a libido está para a preservação da espécie assim como o apetite para a preservação do indivíduo, i.e., uma e outra são mecanismos biológicos que existem para que quem a possui alimente-se ou realize cópulas que servem à perpetuação da espécie.

    Isto, o fato. Qual a imagem mental (totalmente fantasiosa!) que o JBC quer nos passar como se fosse o ocorrido?

    Mostrei que a consequência da libido defeituosa era absurda, pois só poderia ocorrer se todo mundo resolvesse virar gay, e ao mesmo tempo. Dois absurdos numa proposição só.

    Ora, que mentira descarada. Isso eu próprio já havia dito imediatamente antes dessa resposta dele! Eis o que escrevi:

    A disfunção do paladar está para o indivíduo assim como a da libido está para a espécie: em ambos os casos ela, se total, leva à morte do indivíduo por inanição e ao desaparecimento da espécie por extinção. Sigismundo José “pode” comer fezes contanto que coma também outras coisas que o mantenham vivo, e João Veneziano “pode” ser gay conquanto haja em Veneza homens tendo relações sexuais com mulheres, e assim o sr. José e a Bela Veneza continuam existindo.

    Certamente foi a falta de vergonha na cara do JBC que o fez falsificar a minha objeção, apresentando o meu próprio texto (com quase as mesmas palavras!) como se fosse uma objeção dele a uma (inventada) posição minha! E após essa maravilha de picaretagem intelectual, ele ainda prossegue a narrativa dele cantando vitória: [d]esistiram da ideia do fim da espécie. Fantástico!

    Segue o picareta:

    Foi estabelecido um paralelo entre disfunção da libido com disfunções alimentares. […] eu disse que sexo homossexual não trazia prejuízo a ninguém, o que era diferente de comer cocô.

    E foi demonstrado aqui que as conclusões a que levavam a sua idéia de “coma fezes quem queira” levariam a enormes absurdos em tudo paralelos à absurda forma com a qual pessoas que pensam como jumentos (como ele próprio) defendem com zurros e coices que os homossexuais devem ser tratados. De novo, a resposta foi uma eloqüente sonoplastia do grilo dos campos.

    Mostrei que “As coisas têm a função que têm, independente do uso que as pessoas lhas dêem”, invalida o conhecimento que temos sobre órgãos vestigiais

    E mostrei o desespero que é comparar órgãos sexuais funcionais e absolutamente necessários a qualquer espécie de reprodução sexuada com órgãos vestigiais que nunca tiveram a (alegada) utilidade original dentro da espécie. À parte a tagarelice vazia, resta evidente (como foi explicado à exaustão) que o aparelho digestivo humano serve para nutrir o corpo ainda que as pessoas comam por gula e, do mesmo modo, o aparelho reprodutor humano serve para a reprodução da espécie ainda que as pessoas façam sexo por luxúria.

    Foi explicado, tintim por tintim, o processo de reprodução humana nos seguintes termos:

    Esperneie o quanto quiser, JBC. O ápice do prazer venéreo é o orgasmo: portanto, o orgasmo é o fim ao qual está orientado o prazer venéreo. O orgasmo masculino é indissociável da ejaculação. A ejaculação é o meio pelo qual as células reprodutoras masculinas são expelidas do corpo do homem. A função dos espermatozóides, gametas masculinos expelidos na ejaculação, é fecundar a fêmea. Este processo chama-se “reprodução”. Logo, é a reprodução o propósito do prazer venéreo. Isto é claro como água no pote.

    As subseqüentes tentativas esdrúxulas de pegar evidentes exceções pontuais (“quem não pode ejacular não ejacula”, “se o homem se esforçar por não ejacular ele não ejacula”) apenas confirmam a regra geral (aliás óbvia): o prazer venéreo, de fato e insofismavelmente, é relativo à cópula, como aliás é o significado etimológico de “venéreo”.

    E, aqui, o silêncio embaraçoso do Troll que viu os seus sofismas ruírem um a um é rompido pela última cartada de canalhice: sob a alegação de resumir o debate, ele o reescreve completamente, voltando a levantar espantalhos, a ignorar as respostas que recebeu e a cantar patética vitória. Seria lindo, se o blog não fosse público e as participações dele não estivessem todas registradas. Com esta última intervenção, espero desmascarar definitivamente o mau-caráter e enterrar por completo as tentativas dele de tumultuar o Deus lo Vult! lançando uma cortina de mistificação sobre os fatos óbvios a respeito da sexualidade humana que eu expus aqui e que estão ao alcance de qualquer pessoa dotada de honestidade intelectual. Sinto muito, JBC, não foi desta vez.

    Por último, a cereja do bolo. O JBC passou a sua vida inteira tentando levar a discussão para o campo religioso, onde ele poderia comodamente dizer que as questões decorrentes de crenças particulares não podem ser usadas para guiar o comportamento da sociedade como um todo. Claro, eu jamais permiti que este expediente sofista horroroso fosse utilizado, e sempre fiz questão de justificar exaustivamente cada uma das minhas proposições com argumentos racionais, independentes de crença e facilmente alcançáveis por qualquer pessoa intelectualmente honesta. O JBC, como mostrado, falhou miseravelmente em rebatê-los dentro da esfera da razão.

    Tanto ele percebe isso que, no último esgar de dor, vendo o seu castelo de cartas ruir vergonhosamente, lança mão de um último sofisma nonsense e simplesmente cospe que as minhas concepções são religiosas sim, porque (independente de eu ter explicado e reexplicado tudo em termos racionais alcançáveis a qualquer pessoa intelectualmente sã), ora bolas, isso tudo fora dito por Santo Tomás de Aquino no Medievo! Veja-se o relincho:

    Estive esse tempo todo discutindo contra argumentos de um padre medieval! E quando eu disse que respeitava a visão da função da libido do Jorge, ele me diz que sua visão era racional. Sim, era de um homem racional que viveu entre 1224-1274 e que não detinha nem metade do conhecimento que temos hoje!

    Cáspita, então uma argumentação evidentemente racional, toda construída em cima de pressupostos racionais e evidentes, toda conduzida sem fazer uma mísera menção a argumentos de autoridade religiosos, no final das contas é simplesmente descartada porque um padre medieval pensou a mesma coisa!

    Jamais passou pela cabeça dele perguntar se o referido padre chegara a estas conclusões por vias religiosas ou racionais. Nunca. Ele simplesmente cospe que, se foi um padre que disse isso, ergo é porque é matéria religiosa e não pode ser imposta a ninguém! Semelhante desculpa esfarrapada é de uma comodidade bem interessante: o JBC exime-se de argumentar porque, afinal de contas, tudo isso foi dito por um padre medieval!

    Todos conhecem a falácia do argumentum ad antiquitatem, que consiste em concluir (indevidamente) que uma coisa é verdadeira apenas porque os antigos a disseram. Arrematando com inegável criatividade a sua participação neste post do Deus lo Vult! o JBC, cansado de repetir sempre as mesmas falácias, inventou uma nova para coroar as suas patacoadas: o argumentum ad antiquitatem às avessas! Ou seja, para ele, se uma coisa foi dita pelos antigos, ergo ela é falsa! Brilhante!

    Até logo, JBC! Não foi desta vez, sinto muito. Aproveito o ensejo para reiterar o meu conselho de ler mais e papagaiar menos, de ser menos preconceituoso e mais honesto intelectualmente, de tratar as atividades intelectuais não como um moleque sem caráter que esgrime irresponsavelmente palavras ao vento com fins recreativos, mas sim como a pessoa que está honestamente em busca sincera da verdade dos fatos onde quer que ela se encontre.

  22. Pois é, Gustavo: ainda bem que eu e você não estaremos mais aqui quando esse “Paraíso” for verdade… não gostaria de viver num mundo assim (e agradeço a Deus por isso)…

  23. Bee, “política” é a militância catastrofista de órgãos como o Global Footprint Network. Política e não científica. Ao contrário, a posição contrária ao homossexualismo não tem nada de política, é moral. Como a militância gay define “discurso de ódio” como “qualquer coisa que não seja exatamente aquilo que a gente quer” (note que a sua brilhante sugestão («é possível manter-se fiel à doutrina sem sequer mencionar a homossexualidade») é que fiquemos calados sobre este ponto da Moral Católica!), eu sinceramente estou me lixando para o que você pense ou deixe de pensar sobre o tema :)

    Até a próxima e que Deus te abençoe. A você e ao teu lar.

    Amen, e que o +ES possa iluminar-te com as Suas luzes a fim de que deixes de recalcitrar contra a verdade conhecida.

  24. Jorge,

    Acharia bom você escrever (ou ressuscitar algum texto, se já tiver escrito) esclarecendo os desinformados sobre por que, no que diz respeito aos atos sexuais, o objeto de natureza é tão importante, diferenciando das proposições precipitadas sobre a funcionalidade/finalidade de cada membro do corpo “ad absurdum” que costumam nos rebater. Daí podia-se refutar de vez aquele famigerado texto do AdHominem. Creio que tem muita gente honesta que pode compreender se devidamente explicado.

    Grata.

  25. Caro Jorge,

    Eu te parabenizo pela paciência e capacidade para responder a pessoas que têm sofismas como axiomas e sequer percebem em que consiste um debate.

  26. Gustavo,

    Um “mundo” sem Igreja já existiu, e ainda existe. Se chamou União Soviética e Coréia do Norte. Seu paraíso matou e continua a matar milhões mais do que a Igreja já fez em toda sua existência. Acho uma pena você desejar um mundo assim, pois demonstra um desejo bem pouco sadio de auto-destruição.

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