«A prudência impõe aos monarquistas absterem-se de qualquer participação em tais manifestações» – Dom Luiz de Orleans e Bragança

[Reproduzo o comentário que recebi via «Acontece na Monarquia». Disponibilizo para download em .pdf aqui. O conselho de “prudência” é importante e revela a sabedoria do Chefe da Casa Imperial do Brasil. O povo está nas ruas e não sabe o que quer. Tenho para mim que, no fundo, o que aquelas multidões de pessoas querem é um Rei pra chamar de seu.]

Pró Monarquia

COMUNICADO

Pró Monarquia comunica que S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, em vista da onda de protestos que se generaliza por todo o País, refletindo um fundo de insatisfação geral e evidenciando que pode haver nos bastidores quem esteja procurando tirar proveito desses acontecimentos, e ademais considerando o risco de envolvimento em atos de anarquismo, julga que a prudência impõe aos monarquistas absterem-se de qualquer participação em tais manifestações.

São Paulo, 18 de junho de 2013.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

56 comentários em “«A prudência impõe aos monarquistas absterem-se de qualquer participação em tais manifestações» – Dom Luiz de Orleans e Bragança”

  1. Viu! outra vez na pressa errei.

    Obrigado por me dar a oportunidade de me corrigir.

  2. Alien, quando eu era menino – hoje tenho 35 anos -, gostava muito brincar com jogos que juntava peças, como quebra-cabeças, legos, essas coisas. A construção de um pensamento, de um raciocínio, de uma conclusão também é feito disso. Eu, basicamente, entendi o Renato quis dizer. O Movimento Passe Livre é, de fato, um movimento esquerdista, e como padrão no Brasil petista, financiado com o dinheiro público. E mais: não queriam pauta ‘conservadora’ em meio as manifestos. leia esses dois textos.
    http://www.midiasemmascara.org/artigos/educacao/14237-educacao-e-senso-critico.html
    http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/14252-o-brasil-acordou-e-nos.html

    Se você perceber as pessoas que participaram dos manifestos foram os inocentes úteis, eu diria que foram os ingênuos úteis, que serviram de massa de manobra para engrossar e enganar a multidão. A declaração de Dom Odilo foi infeliz e da CNBB igualmente, devido ao desconhecimento do real objetivo do movimento. Agora, você pergunta: O que fazer, então?Oras, Alien, parece aquela pergunta agnóstica (ex: tá, você dizendo isso, mas me prove e me mostre uma alternativa?Me Prove!Me Prove!). Como se quisesse colocar a pessoa contra a parede. Oras, Alien, já que você se preocupe tanto com a resposta, eu inverto a pergunta. Como reivindicar algo justo e exequível dentro de um movimento esquerdista?Como protestar algo em um movimento que odeia pauta do tipo “ser a favor do estatuto do nascituro, a favor do projeto 234/11 – chamado erroneamente de “Cura Gay”-, dentre outros?O que fazer, Alien?A inversão do ônus da prova é toda sua. Nós estamos curiosos para saber as suas respostas.

  3. Só sei de uma coisa: infelizmente (mas ressalto que nem nós – nem provavelmente nossos filhos e netos – viveremos para ver isso) a disputa entre as religiões (para cada uma provar que tem a “única, a exclusiva & a incontestável VERDADE”) farão finalmente o ateísmo (ou pelo menos o agnosticismo) triunfarem no mundo… pode levar décadas (até séculos) mas acabará prevalecendo… “dividir para conquistar”, esse é um lema que mais do que nunca vale para as religiões: esperneiem, discordem de mim, mas no findo, no fundo vocês sabem que estou com a razão…

  4. Alien, católico tem o DEVER de defender a Única e Verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja Católica Apostólica Romana.

    Pode espernear e discordar.

    “mas no findo, no fundo vocês sabem que estou com a razão…”

    Fundo se escreve com u e não com i.

  5. Grato pela correção! Claro que tem o dever. NUNCA, repito, NUNCA disse o contrário… onde fui que disse o contrário? PROVE que eu disse o contrário em QUALQUER post meu aqui no “Deus lo Vult!”… o que eu disse não foi isso. Disse que, apesar disso tudo, vai acontecer o que falei anteriormente…

  6. Terminando: quem acompanha a mais tempo minas postagens aqui sabe do que estou falando… podem até não concordar com tudo que posto, mas entendem o meu ponto de vista… e eu sempre manifestei aqui a minha admiração à visão “tradicionalisticamente católica” do Jorge Ferraz & demais colegas… ;)

  7. Edit: onde se lê “VR5”, entenda-se “Alien” (digitei errado no teclado)… ;)

  8. Alien, vai com calma!

    Quando você usou a palavra radicalismo para o meu comentário, não vi nenhuma boa intenção nele. Se cometi algum exagero, peço desculpa. E pode ter certeza: Qualquer pessoa que usar comentários irônicos terá resposta à altura.

  9. Alien, não existe guerra em religiões. Existe a defesa do o catolicismo que foi fundado por Jesus Cristo e as críticas negativas as igrejas que surgiram a partir da reforma protestante de Lutero. Cristo fundou a Igreja Católica, Alien, querendo você ou não.

  10. Glauco,

    A monarquia basicamente é um governo hereditário(pai para filho) e nesse sentido estrito a Igreja romana não é uma monarquia e foi isso que quis dizer e também nunca ouvi falar que a Igreja romana tivesse predileção por alguma espécie de governo.

  11. Acho que o comentário mais sensato até agora foi o do Alexandre Magno.

    Sei que o post expressa tão somente a opinião pessoal do Jorge, porém acho que deveria ter um pouco mais de cautela para que não confundam as coisas.

  12. O que quis dizer é que o motivo de você tê-lo publicado aqui foi, como você mesmo disse, sua simpatia à causa. E quando digo que é para não confundirem as coisas é porque o blog tem um apelo específico para a apologética católica, logo os leitores poderiam confundir sua opinião pessoal com o que diz a Igreja.

  13. Não vejo como alguém possa achar que um comunicado da Casa Imperial a respeito das recentes manifestações brasileiras faça parte do Depositum Fidei. Eu sinceramente me sentiria frustrado se um leitor regular do blog chegasse a tão estapafúrdia conclusão. :)

  14. Álvaro,

    Monarquia não tem nada a ver com hereditariedade. Sempre houve monarquias eletivas no mundo e nem por isso deixam de ser monarquias.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquia

    Monarquia significa simplesmente o governo vitalício de uma só pessoa. A Igreja é certamente uma monarquia; e absoluta ainda por cima pois não há tripartição de poderes nem há mecanismos legais para depor nem julgar um Papa. O Colégio de Cardeais pode eleger um Papa, mas não pode jamais “impicha-lo”.

    Se a monarquia funcionaria hoje no Brasil é uma questão polêmica. Mas é fato facilmente observado que ela é a forma mais natural de governo. É monarquicamente que um pai governa sua família e é monarquicamente que Deus governa o Universo e a Sua Igreja através de seu vigário, o Papa.

  15. O problema de uma Monarquia Vitalícia, no âmbito do Poder Secular, em comparação com a Monarquia da Igreja, é que o Papa tem a promessa de infalibilidade nas decisões mais importantes para Igreja enquanto que nenhum Rei tem essa prerrogativa. Na Igreja não há necessidade de “controle” dos poderes papais, haja vista do Papa (ex cathedra) atuar sob a inspiração da divina providência.
    Entretanto, um rei sem controle poderia, inclusive, instituir preceitos anti-cristãos dentro da sociedade (o que me parece bastante plausível diante da ideologia dominante no Ocidente).
    Dizer que poderíamos guilhotiná-lo parece-me um solução pouco racional, haja vista que, na ausência de mecanismo de controle, ficaríamos reféns de um eterno processo revolucionário.
    Dai, ao meu ver, esse rei teria que estar submetido: a) ou autoridade de um organismo infalível, ou seja, a Igreja Católica (pouco provável); ou b) submetido ao controle popular, pois, pelo menos, poderíamos influir,sem precisar de uma revolução, contra qualquer política iníqua deste governante.
    Acho meio complicado dizer que tem que ser uma Monarquia, fazendo comparação com Deus e o Papado, haja vista do rei não ter as mesmas “prerrogativas” de Deus e do Papa.

  16. Flávio,

    Obviamente, a Igreja é muito diferente de uma monarquia secular. Mas isso não impede que a Igreja seja uma monarquia. Historicamente e mesmo nos dias de hoje, o Papa sempre foi considerado um monarca. Procure a expressão “gloriosamente reinante” na internet. Ela é usada especificamente para referir-se aos papas.

    A infalibilidade atinge apenas assuntos de fé e moral. A infalibilidade não garante um papa piedoso, bom e justo. A maioria dos “assuntos importantes” na vida da Igreja não estão protegidos pelo dogma da infalibilidade e já houve papas que eram muito piores que a maioria dos reis leigos.

    Não sei por que seria pouco provável que o rei fosse submetido à Igreja. Essa era a regra até pouco tempo atrás e ainda é assim em algumas pequenas monarquias como Mônaco e Lichtenstein.

    Não sei o que você quer dizer com “tem que ser uma Monarquia”. A Igreja é indubitavelmente uma monarquia. Outros países serão ou não.

  17. Como eu me senti ao vê-lo ironizando de maneira gratuita os meus comentários. Não sou um leitor tão assíduo assim do seu blog, mas venho aqui esporadicamente e leio os conteúdos que acho mais interessantes.

    A confusão que me referi (e tenho quase certeza que você entendeu) não diz respeito ao teor do comunicado em si, mas ao fato de dizer respeito à monarquia e ter sido publicado em uma página de apologética católica. No mínimo quis levantar a discussão em torno do assunto.

    Só fiquei curioso em saber se existe alguma relação de obrigação para os católicos com um estado monárquico. Não que o seu post implique explicitamente que haja, porém o fato do blog tratar desse assunto aqui me fez parar pra refletir.

  18. Não, nenhum católico é obrigado a apoiar nenhuma forma de governo específica, porque a Igreja ensina que todas – a monarquia, a aristocracia e a democracia – são lícitas.

  19. “Obviamente, a Igreja é muito diferente de uma monarquia secular. Mas isso não impede que a Igreja seja uma monarquia. Historicamente e mesmo nos dias de hoje, o Papa sempre foi considerado um monarca. Procure a expressão “gloriosamente reinante” na internet. Ela é usada especificamente para referir-se aos papas.”

    Mas eu nunca neguei ser a Igreja uma Monarquia. O que ponderei foi de se a partir disso concluir que a forma de governo secular deve ser uma Monarquia também, haja vista de nenhum rei secular deter as mesmas garantias e prerrogativas (infalibilidade) que o Papa possui,

    “A infalibilidade atinge apenas assuntos de fé e moral. A infalibilidade não garante um papa piedoso, bom e justo. A maioria dos “assuntos importantes” na vida da Igreja não estão protegidos pelo dogma da infalibilidade e já houve papas que eram muito piores que a maioria dos reis leigos.”

    Sim, alguns hereges, imorais e impiedosos, inclusive. E é justamente pela infalibilidade dada ao Papado que a Igreja se resguarda de futuros Papas iníquos, pois os poderes do Papa não são absolutos já que encontram limites no próprio Depósito de Fé e nas manifestações ex cathedra de outros Papas. Ao meu ver, a doutrina católica é o único assunto essencial para Igreja, sendo os demais meramente acessórios a ela. Enquanto a doutrina – fé e moral – não se desvirtuar a Igreja sobreviverá e realizará sua principal missão que é a salvação das almas, independentemente da condução das outras questões tratadas dentro da Igreja. Por isso, mais uma vez, um monarca secular não é um papa, pois seus poderes não encontram limites em manifestações anteriores de outros monarcas, haja vista não haver entre eles infalibilidade.

    “Não sei por que seria pouco provável que o rei fosse submetido à Igreja. Essa era a regra até pouco tempo atrás e ainda é assim em algumas pequenas monarquias como Mônaco e Lichtenstein.”

    Bem, depende do que você considera pouco tempo. Acho que já vão uns 500 anos que a Igreja perdeu seu poder sobre os Estados Nacionais, E mesmo nos Estados, que eram oficialmente católicos, como p.ex. a Espanha, a Igreja não mais impunha sua opinião ao Monarca ( ao contrário, muitas vezes, cedia diante da situação). Pouco provável sim diante da ideologia que predomina no Mundo Ocidental, e para mim, a retomada do catolicismo pelo Mundo precisa de um verdadeiro milagre da Divina Providência.

    “Não sei o que você quer dizer com “tem que ser uma Monarquia”. A Igreja é indubitavelmente uma monarquia. Outros países serão ou não.”

    Sim, nunca neguei ser a Igreja uma Monarquia.

    . .

  20. Diego Padilha, fico alegre por você elogiar o que está em meu comentário de 20/06/2013 às 16:46. Mas sinto-me mal por você elogiá-lo como “meu” comentário. Na verdade, eu ative-me — Graças a Deus! — à Palavra de Deus por ter consciência de que, se colocasse ali mais de mim, muito provavelmente desagradaria ao Senhor. Preferi deixar tão apenas a minha reverência à Palavra, então, desejando que todos recebam Esta da melhor forma.

    A carta encíclica Quas Primas, de Pio XI, introduziu a Solenidade de Cristo Rei.

  21. ” a Igreja ensina que todas – a monarquia, a aristocracia e a democracia – são lícitas.”

    Ué, Jorge, uma monarquia não pode existir num regime democrático?

  22. Lampedusa, sim, as formas puras também podem existir combinadas. Aliás, se não me engano, é o próprio Santo Tomaz quem diz que a melhor forma de governo é justamente uma monarquia com elementos aristocráticos e democráticos, citando como exemplo o Reino de Israel, onde o Rei governava junto com uma casta aristocrática de Juízes, os quais eram escolhidos pelo povo.

  23. São Tomás de Aquino defende a necessidade da desigualdade e da hierarquia social
    A sociedade não nasceu para ser uma massa em que todos sejam iguais. Afirmar que o máximo bem da sociedade consiste no máximo nivelamento é destruir a sociedade (Livro II, lição 1).

    É necessário que existam desigualdades entre os membros da sociedade. É necessário que uns governem e outros lhes estejam sujeitos (Livro I, lição 1).

    A sociedade humana não somente deve ser composta de muitos homens, mas é preciso que estes sejam de diversas categorias, isto é, que pertençam a diversas classes sociais.
    Pois com homens que são totalmente iguais do ponto de vista social não se constrói uma sociedade, dado que a sociedade é uma coisa totalmente diversa de uma multidão congregada para fazer a guerra. […]

    (S. Tomás de Aquino, “In Libros Politicorum Aristotelis Expositio” – Marietti, Turim, 1951)

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