Conferência Filipina libera comunhão para adúlteros — obedecendo ao Papa?

Cleaner, cleaner… você continua o mesmo, hein? Essa sua igreja conciliar não consegue mudar essa sua índole de jeito nenhum, hein?

Observando, através dos comentários, que a sua audiência anda bem fraquinha, minguando, tentarei lhe ajudar um pouquinho com isto.

Ehh… vejo que continua, como dantes, se esquivando dos temas mais importantes da Cristandade, porque escandalosos demais para abordá-los sem comprometer as suas frágeis convicções, né? Sem rodeios, indo direto ao ponto, a questão é: o antipapa continua aprontando das suas, hein, cleaner? Diz aí?

Eu lhe avisei que escândalos cada vez maiores viriam, devido à atuação obscena do antipapa, não avisei? E olha que ainda nem chegamos no ápice da degradação. Estamos até um pouco distante. A coisa se tornará tão insustentável, tão indefensável, tão intolerável, que talvez até você, como grande cleaner contorcionista, não consiga sair em socorro ao antipapa.

A última dele, você sabe, não é? Trata-se de um documento abjeto, asqueroso, blasfemo sobre o tal Sínodo contra a família.

Os frutos desse texto diabólico, começaram rapidamente a aparecer. Trago aqui, talvez em primeira mão para você, para que aprecie – você, que é grande admirador do antipapa – um desses frutos bizarros, dos quais veremos, cada vez mais, espoucar frequentemente pelo mundo afora. Este, cujo link segue ao final, ocorreu (ou está ocorrendo) nas Filipinas – um dos países com maior população católica do mundo, você deve saber. Ah, detalhe: a ignomínia veio pelas mãos de ninguém menos que o presidente da Conferência Episcopal das Filipinas. Realmente, a obra do antipapa, é algo abissal. Quero dizer, é coisa lá das profundezas, sabe? E irá piorar. O homem veio, mesmo, para trazer o caos e a destruição.

Até quando você irá aguentar isso, hein, cleaner? Até quando?

Que Deus lhe ilumine para que possa sair da escuridão do engano em que se encontra.

Segue o link: https://fratresinunum.com/2016/04/15/o-presidente-da-conferencia-episcopal-das-filipinas-ordena-administrar-a-comunhao-aos-adulteros/

Muito prezado sr. Leonardo, salve Maria!

Antes de qualquer outra coisa, gostaria de dizer que muito me honra esta sua audiência. É realmente impressionante: você, ao que parece, não concorda com absolutamente nada do que eu escrevo, mas mesmo assim não deixa de me ler jamais. E ainda: não perde uma oportunidade, uma única sequer!, de demonstrar, gritar, alardear aos quatro ventos, internet afora, a sua discordância. Esta necessidade quase obsessiva de me fazer saber que discorda de mim… chega a ser tocante. Não me recordo de ter recebido tamanha devoção e entusiasmo dos meus admiradores mais confessos. Agradeço-lhe por isso.

Ontem mesmo eu ouvia um professor, em sala de aula, falar de S. Thomas More. O senhor decerto conhece a história. O rei de Inglaterra emitira alguns decretos tratando sobre a anulação do seu casamento, que não lograra obter junto ao Romano Pontífice. Toda a sua corte, naturalmente, bateu palmas entusiasmadas diante da régia atividade legiferante. Só Thomas More, amigo do rei, insistia em manter-se calado. Toda a corte britânica saía em público dando vivas à decisão tomada por Henrique VIII: apenas o chanceler, sozinho, não fazia coro ao burburinho dos aduladores do velho monarca. E o silêncio de Thomas falava mais alto aos ouvidos do rei do que toda a algaravia realizada pelos seus bajuladores.

Pois sabia que o senhor, com sua missiva eletrônica, termina por me comparar — decerto muito indevidamente — a S. Thomas Morus? Que necessidade é essa, sr. Leonardo, da minha aprovação ao que se anda falando e fazendo nas cortes virtuais? Henrique VIII não tinha já o apoio de praticamente toda a alta sociedade inglesa? A sua visão negativa e denegatória a respeito da autoridade do bispo de Roma já não era hegemônica em toda a ilha? Por que ele fazia questão, também, da explícita submissão do chanceler?

Hoje em dia, todo mundo sabe o que se anda falando a respeito do atual bispo de Roma. A impressão que dele se tem nas altas cortes virtuais é pública, notória e praticamente hegemônica. O velho Pontífice já foi julgado e condenado, e já se o trata como a um herege ou um pagão, como a um inimigo notório da Igreja e da Cristandade, um blasfemador a quem os Apóstolos e Santos mandam calar a boca. Já é assim, sr. Leonardo, que se faz! Que necessidade doentia é essa de que também eu, um pobre blogueiro, sozinho, de audiência a cada dia mais fraca e minguante, una-me ao coro dos acusadores?

Era por conta da elevada autoridade intelectual e moral de Thomas More que Henrique VIII fazia tanta questão da sua aquiescência. Mas eu, sr. Leonardo!, eu não chego à metade do início de um só chanceler britânico. Esta sua necessidade de que eu concorde com a opinião contemporânea comum é totalmente desproporcionada e não tem nenhuma razão de ser. Muito me honra, como eu disse, ser tratado como o velho monarca inglês tratou o seu chanceler — pelo que agradeço ao senhor, lisonjeado. Mas é um exagero que eu estou muito longe de merecer.

Não tenho a coragem de S. Thomas Morus, nem a sua fibra, nem a sua importância política, nem a sua envergadura intelectual ou moral. Não tenho nada disso, sr. Leonardo! Mas uma coisa, sim, eu faço questão de compartilhar com o velho mártir britânico, e esta, ao menos esta!, eu peço a Deus que me não deixe faltar: é a tenacidade de manter a posição que considero correta, mesmo contra tudo e contra todos, mesmo que o sr., meu caro Leonardo, escreva-me todos os dias tentando me dissuadir, mesmo que a totalidade da blogosfera católica deponha as armas e passe a ecoar a atual opinião cortesã a respeito do Vigário de Cristo. Os senhores já não conquistaram o mundo inteiro para si? Por que precisam tanto assim, tão desesperadamente, também da minha pobre e humilde opinião favorável?

Era a voz da consciência de Henrique VIII que o inquietava e o fazia ter aquela necessidade de a todos convencer: arrastando os outros ao seu próprio arrazoado, era a ele próprio que intencionava tranquilizar. Será esta a sua situação também…? Mas, ai de mim!, que se Thomas More, amigo do rei e um espírito notável, não conseguiu dissuadir o velho monarca da sua visão a respeito do Papa… poderei eu, pecador miserável e ilustre desconhecido, lograr melhor êxito junto ao senhor? É impossível, sr. Leonardo, não espere tanto assim de mim. Não estou a tal altura. É muita generosidade me ter em tão alta conta, mas não se engane. Grandes espíritos às vezes falam coisas assim por modéstia; mas às vezes são só espíritos medianos mesmo procurando passar uma noção mais acertada da própria estatura.

O senhor vem me transmitir, com ares de bom mensageiro, o que se anda dizendo — nas cortes virtuais… — a respeito da última Exortação Apostólica de Sua Santidade. Ora, sr. Leonardo, eu ouço o que estão dizendo, eu não sou surdo. Se não concordo com a moda contemporânea de tratar o Vigário de Cristo como se fosse um cão sarnento, isso não quer dizer que eu não ouça o clamor popular — ou melhor, o clamor aristocrático — para que se lhe joguem pedras, enxovalhe-se-lhe, dirijam-se impropérios à sua imagem e se franza o cenho ameaçadoramente à sua voz. Eu vejo tudo isso, senhor Leonardo — como não ver? Apenas não considero tal proceder correto. Apenas o acho indigno de católicos. É só.

Mas voltemos à Amoris Laetitia. Eu ainda não li o documento na íntegra — coisa que espero fazer em breve. Mas li algumas coisas, bem poucas, é verdade!, no entanto o suficientes para perceber a injustiça da acusação que o senhor traz.

Pois veja só: o senhor traz, exultante de alegria, uma notícia tristíssima segundo a qual a Conferência Episcopal Filipina ordenou que se conferisse sacrilegamente a Sagrada Comunhão a toda sorte de adúlteros.

Antes de tudo, trata-se de uma ordem claramente iníqua. Antes de qualquer outra coisa, cumpre dizer que se trata de um sacrilégio contra o qual todo católico, leigo, padre ou bispo, filipino ou brasileiro, tem o dever de resistir e protestar. Isso está fora de qualquer consideração.

Mas de onde veio semelhante diretriz?

O senhor, com a sanha de “joga pedra no Papa!” que lhe é peculiar, não hesita um segundo sequer em atribuir esta ignomínia ao recente documento pontifício — chamando-a de “fruto” e “obra” do trabalho do Papa Francisco.

Será verdade?

Mais até: será possível?

Veja o que disse o presidente da Conferência Episcopal das Filipinas:

Os bispos e padres devem receber com os braços abertos todos aqueles que permaneciam fora da Igreja por um sentimento de culpa e vergonha. Os leigos devem fazer o mesmo. Quando os nossos irmãos e irmãs, por causa de relacionamentos rompidos, famílias destruídas e vidas partidas, permanecem timidamente no umbral de nossas igrejas e nossas vidas, sem saber se eles serão recebidos ou não, nós devemos ir ao encontro deles, como o Papa nos pede que façamos, e assegurarmo-lhes de que há sempre um lugar na mesa dos pecadores, na qual o próprio Senhor se oferece como alimento para o miserável.

O senhor entendeu? O Mons. Socrates Villegas mandou que todos fossem recebidos na mesa dos pecadores. Ou seja, que fosse concedida a Comunhão Eucarística a todos os divorciados recasados — os que até agora estavam “timidamente no umbral de nossas igrejas”.

Não foi isso que ele disse?

Ora, o senhor porventura sabe o que o Papa Francisco disse na Amoris Laetitia?

Provavelmente não. Porque provavelmente o senhor não sente necessidade de ler os documentos pontifícios, bastando repetir a opinião cortesã a respeito do Romano Pontífice.

Eu, como disse, ainda estou lendo o documento. Mas por sorte a seguinte parte eu já li. Veja só o que determinou o Vigário de Cristo:

É verdade que as normas gerais apresentam um bem que nunca se deve ignorar nem transcurar, mas, na sua formulação, não podem abarcar absolutamente todas as situações particulares. Ao mesmo tempo é preciso afirmar que, precisamente por esta razão, aquilo que faz parte dum discernimento prático duma situação particular não pode ser elevado à categoria de norma. (AL 304, grifos meus)

O senhor entendeu, sr. Leonardo?

O Papa está dizendo, com todas as letras, que o discernimento prático das situações individuais não pode ser elevado à categoria de norma geral!

Ora, como o senhor chamaria uma determinação que manda acolher “todos aqueles que permaneciam fora da Igreja (…) na mesa dos pecadores”? Isso não parece, sr. Leonardo, ao senhor uma norma geral? Exatamente uma daquelas normas gerais que o Vigário de Cristo disse que não se poderiam aplicar ao caso dos divorciados recasados?

Como é possível, então, que possa ser “fruto” de um documento pontifício uma determinação que este documento explicitamente condena? Qual lógica autoriza semelhante operação dedutiva?

Não lhe parece, sr. Leonardo, que se o Papa diz que certas situações devem ser avaliadas em particular, isso significa precisamente que não se lhes pode dar nenhuma determinação genérica?

E não é só nisso que a orientação da Conferência Filipina contraria a Exortação Apostólica.

Pois veja só: o senhor não acha que essa determinação de Mons. Villegas seja escandalosa?

A mim parece que sim. De fato, ao colocar em um mesmo patamar os casais fiéis, os divorciados castos e os adúlteros públicos, o presidente da Conferência Episcopal das Filipinas me parece ter provocado um verdadeiro escândalo entre os católicos.

Pois o senhor sabia que o documento pontifício manda, também, que, no tratamento aos divorciados recasados, tudo seja feito “evitando toda a ocasião de escândalo” (AL 299)?

O senhor sabia? Não?

Não leu o documento né?

Preferiu ouvir as cortes…

Sr. Leonardo, se o documento manda evitar toda ocasião de escândalo, não se pode honestamente dizer que uma determinação escandalosa esteja sendo feita em decorrência deste documento. E, mais uma vez, se o documento dispõe que as situações dos divorciados recasados não pode ser tratada mediante normas gerais, então uma norma que mande receber generalissimamente a todos eles não se pode pretender decorrente do documento — ao contrário, ela o contraria frontalmente.

Tudo isso é claro como a luz do dia.

Mas a luz, “amável aos olhos límpidos”, é no entanto “odiosa aos olhos doentes” (Sto. Agostinho, Confissões, livro VII, 16).

Enfim… obrigado, sr. Leonardo, mais uma vez, por sua mensagem.

Agradeço pela grande consideração que me fez, ao suplicar por minha concordância. Coisa que, graças a Deus, não lhe posso dar neste momento. Como disse, prefiro defender sozinho o que acredito certo a aquiescer gregariamente à moda das cortes virtuais católicas. Obrigado pela oportunidade de o dizer.

Obrigado, também, pela chance de protestar, com veemência, quer contra a absurda decisão de uma Conferência Episcopal de conceder universalmente a Comunhão Eucarística para toda sorte de adúlteros, quer contra a tentativa de embasar esta decisão em um documento pontifício que manda fazer exatamente o oposto. Não acho que isso houvesse sido já aventado na blogosfera católica.

E obrigado, por fim, pela sempre fiel audiência. Deus lhe recompense.

Abraços,
em Cristo,

Jorge Ferraz

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Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

131 comentários em “Conferência Filipina libera comunhão para adúlteros — obedecendo ao Papa?”

  1. Cidade do Vaticano, 16 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa disse hoje em conferência de imprensa que a exortação apostólica ‘A Alegria do Amor’, sobre a família, abre novas possibilidades em relação ao acesso de católicos divorciados em segunda união à Comunhão.

    “Posso dizer que sim, ponto final. Mas seria uma resposta demasiado curta”, respondeu aos jornalistas, durante o voo de regresso a Roma, após a visita à ilha grega de Lesbos.

  2. Olá, Jorge.
    Primeiramente saiba que existem leitores que mesmo não comentando muito, lêem sempre voce. Gosto do que escreve, ainda quando não concordo inteiramente. Mas faz pensar, e chama atenção pra pontos importantes. Alem do mais procura sempre ver o lado melhor e mais esperançoso. Eu não tenho muito essa capacidade, principalmente na atual situação, mas admiro a sua.
    Quanto ao assunto acima só queria dizer uma coisa que me preocupou muito no documento papal: quando citou a necessidade de quem se aproxima da Eucaristia estar em condições de recebê-la dignamente, o Papa explicou o que era “dignamente” dando a entender que o que nos tornaria indignos seria o famoso pecado social de indiferença ao sofrimento dos pobres.
    Nessa perspectiva, como tipicamente ensina a Teologia da Libertação, fora isso, nada mais é pecado.
    O que voce acha? Não abre uma porta pra tudo?
    Sinceramente, também eu gostaria de acreditar que o Papa não merece tanta crítica, mas tá difícil. O melhor que consigo, é suspeitar com Antonio Socci, que ele não seja realmente o Papa.

  3. O silêncio do deuslovult.org me incomoda as vezes também, mas só porque as vezes eu leio e dou atenção demais ao fratresinunum.com e acabo, na minha ignorância, ficando muito alarmado. Aí eu venho aqui procurar posts para a grande polêmica dos últimos dias. Fico aguardando o Jorge Ferraz falar pra contra-balancear os argumentos e me tranquilizar.
    O ocatequista.com também ajuda muito nisto. Pena que também andam muito quietos, com posts muito espaçados.

  4. Caro Jorge, creio que é melhor ler o documento antes e comentar com suas reflexões. Não ficou legal ficar rebatendo uma crítica de um leitor, ainda que não concordasse com sua opinião, fazendo comparações que acabam fugindo do centro da questão. O tema central é o documento e o que decorre dele e sua interpretação (dos leigos e dos clero). Portanto, depois de ler escreva seus comentários e evita essa briguinha sem sentido.

  5. Amigo,

    Eu sustento que os conservadores devem dialogar com os tradicionalistas, de qualquer vertente de qualquer lado. No CV II, os conservadores se alinharam com os progressistas e os tradicionalistas ficaram sozinhos. Deu no que deu. Agora, reconheço que o diálogo e o entendimento requer um esforço de ambos os lados. Começar qualquer diálogo já sabendo a “verdade sobre o outro”, querendo apenas desmascarar é uma atitude até desonesta. Esse blog aqui é um dos melhores da internet Católica porque cita fontes, não morre de véspera, não cria balbúrdia onde não existe, tem um cuidado imenso com o decoro e o devido respeito ao clero e é claro, defende a Fé Católica! Ela sim é atacada e vilipendiada a cada dia, pelos inimigos internos e externos.

    Particularmente, sou preocupado com o atual Papa. Sou preocupado com esse documento, pois penso que à longo prazo, acontece o que já acontece com muitas coisas na Igreja: a doutrina é uma, a praxis é outra. O ensino é claro, os conselhos nas salas paroquiais são outros; os documentos são nítidos e o senso comum, confuso. E por aí vai. Essa é a minha visão.

    Um abraço Jorge, parabéns pelo seu bom humor. Concordo com a amiga acima: não ando com muito bom humor não.

  6. Oriundo de uma família protestante, converti-me ao catolicismo romano sozinho, aos dezesseis anos, mercê de Deus, através da leitura do Catecismo [de São Pio X e de São João Paulo II] . Nele, está contida toda a doutrina de sempre de fé e de moral da Igreja de Deus, aplicada aos tempos hodiernos. Nele, aprendi o que é criação, pecado, redenção, fé, moral e batismo: e procurei crer, me arrepender e me batizar. Por ele, fiz meu exame de consciência para minha primeira confissão e, mediante as suas definições de pecado e suas instruções para uma confissão válida, sempre o tenho feito. Nenhum clérigo, seja qual for a sua distinção hierárquica, me convencerá do contrário disso e de nenhuma letra do que está ali. (Não existe pecado novo, mas uma nova forma de cometer o mesmo pecado, que a Igreja, vez ou outra, tem que apontar aos mais desavisados).
    Rogo a Deus que não seja muito difícil aos demais fieis fazerem o mesmo! Vai cair a mão pegar o Catecismo amarelo, tão claro e completo, tão abrangente no que respeita aos temas da atualidade, para sanar dúvidas a respeito da fé e da moral católicas, dos procedimentos que devemos ter e não ter com base nela? Vai se esperar o clero falar sobre tudo, de novo?
    Os pronunciamentos e documentos clericais são auxiliares e por isso mesmo, podem ser falíveis, sujeitos a variadas interpretações, mas os ensinamentos de Jesus, confiados e ensinados por sua Igreja, estão compilados no Catecismo e seu parecer é inequívoco e direto, único, impassível de mais de uma interpretação correta. Façamos, pois, que isso seja propagado: ler, crer e praticar no que está no Catecismo!!!
    Não li nem vou ler o novo documento de Sua Santidade, porque não sou obrigado a isso. Não tenho nada a dizer sobre essa exortação e mesmo se tivesse, não a diria! Mas, como batizado e católico romano, sou obrigado a ler e pôr em prática o Catecismo!!! E a divulgar os seus ensinamentos, a catequizar.
    Viva Jesus, que nunca passa, vida longa ao Papa, que passará e outro virá, viva o Papado, que só findará com a vinda de Cristo, SUMO E ETERNO PONTÍFICE, viva a Igreja Católica Apostólica Romana!!!

    “São numerosos hoje, em muitos países, os católicos que recorrem ao divórcio segundo as leis civis e que contraem civilmente uma nova união. A Igreja, por fidelidade à palavra de Jesus Cristo (‘Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério.’: Mc 10, 11-12), afirma que não pode reconhecer como válida uma nova união, se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados tornam-se a casar no civil, ficam numa situação que contraria objetivamente a lei de Deus. Portanto, não podem ter acesso à comunhão eucarística enquanto perdurar esta situação. Pela mesma situação não podem exercer certas responsabilidades eclesiais. A reconciliação pelo sacramento da Penitência só pode ser concedida aos que se mostram arrependidos por haver violado o sinal da aliança e da fidelidade a Cristo e se comprometem a viver uma continência completa.” (CIC 1650)

  7. … “Ao mesmo tempo é preciso afirmar que, precisamente por esta razão, aquilo que faz parte dum discernimento prático duma situação particular não pode ser elevado à categoria de norma. (AL 304, grifos meus)”…
    Nesse trecho daria a entender que, a partir de agora em diante, as normas, os conteúdos dos Mandamentos, como o caso do 6º Mandamento sofreriam como que mutações, evoluções, atualizações, atendendo a certos casos particulares!
    Ao que se parece nunca teriam existido essas ressalvas; se assim fôra, o Mestre Jesus as teria previsto!
    Assim, “aquilo que faz parte de um discernimento prático duma situação particular não pode ser elevado à categoria de norma”: daria a entender que não poderia se tornar norma, mas já se promove essa abertura, depois virá com o tempo a invasão e seria tática de perverter a doutrina da Igreja de forma gradativa. sem traumas até “chegar ao relativismo”…
    Sem contarem trechinhos que apresentariam ambiguidades, imprecisões, obscuridades ou enigmáticos…
    Recordemos que a Igreja estaria infiltrada de relativistas, como seriam o Card Kasper e ass.

  8. Quando Papa, e se fizer, condenar e punir a referida Conferência episcopal por liberar comunhão para adúlteros, aí sim acreditarei que o Papa não quis isso! Até lá é só neoconsada querendo tapar o sol com a peneira e convencer os outros de que tudo vai bem!

  9. Você, Jorge, agora já concorda com a opinião de D. Athanasius ou ainda discorda?

  10. JB,

    Se você está se referindo a isto aqui:

    Sim, acho que é um erro estratégico de D. Schneider atribuir ao Relatório Final a abertura de uma porta dos fundos para admissão dos adúlteros à Eucaristia. O artigo como um todo traz valiosa argumentação, patrística e magisterial, a favor da disciplina da Igreja Católica, de modo que — por essas coisas — acho importante que ele tenha sido escrito, sim. Naturalmente, se ele tivesse escrito isso sem endossar a tese anticatólica dos promotores da agenda Kasper seria muito melhor.

    Eu mantenho a minha opinião, e aliás acho que o desenrolar dos fatos corroborou tudo o que eu dizia no final do ano passado.

  11. Ok. Vamos por partes ver se eu consigo entende-lo.

    1) Você, depois da Amoris Laetitia, ainda acha que o último sínodo não abriu as portas à comunhão dos divorciados?

    2) Suponho também que você ache que D. Atanasius Schneider voltou a cometer o mesmo erro estratégico. Ou não? Desta vez o bispo acertou?

    3) À luz da AL, você ainda sustenta que o Papa Francisco **não** é favorável à comunhão dos divorciados?

  12. JB,

    1) Sim, nos contornos que expusemos largamente àquela época, continuo achando a mesmíssima coisa.

    2) Desta vez S. Excia. acertou o tom. Veja a diferença:

    «É, portanto, um verdadeiro infortúnio que bispos católicos, sucessores dos Apóstolos, tenham utilizado duas assembleias sinodais para atentar contra uma prática constante e imutável da Igreja sobre a indissolubilidade do casamento» (D. Athanasius em novembro passado).

    «Se num documento eclesiástico – que, no nosso caso, não é nem definitivo nem infalível – são encontrados elementos que por ventura possam dar origem a interpretações e aplicações que levariam a consequências espirituais perigosas, todos os membros da Igreja, especialmente os Bispos, como colaboradores fraternos do Sumo Pontífice na colegialidade efetiva, têm o dever de denunciá-las e respeitosamente solicitar uma interpretação autêntica» (D. Athanasius hoje).

    Naquela intervenção os bispos tinham instrumentalizado o Sínodo para atentar contra a santidade do Matrimônio. Nesta, é possível solicitar respeitosamente a interpretação autêntica de textos que podem levar a aplicações equivocadas. É da água pro vinho.

    3) Nos moldes em que foi desgraçadamente liberado nas Filipinas, sim, é evidente que o Papa Francisco é abertamente desfavorável, como penso ter sido à saciedade demonstrado neste post daqui.

  13. Jorge,

    Quanto às questões 1 e 2:

    É inacreditável que, depois da Amoris Laetitia, você venha dizer que S. Athanasius Schneider estava errado. Ele viu, todos viram, menos você, que o sínodo era o preâmbulo do estava por vir. Não fossem saudáveis reações, como a de D. Schneider, Amoris Laetitia seria certamente muito pior.

    Há uma mudança de tom nas duas cartas de D. Schneider? Sim, há, muito naturalmente.

    Na primeira, sobre o sínodo dos bispos, D. Schneider criticava um documento assinado por seus colegas de episcopado. Na segunda, sobre a família, D. Schneider critica, com o respeito devido, um documento de autoria do próprio Papa.

  14. Jorge,

    Quanto à questão 3, eu vou reescrever:

    “Na Amoris Laetitia, o Papa Francisco admite a possibilidade que alguns casais, não casados sacramentalmente mas vivendo maritalmente, possam ter acesso ao sacramento da comunhão, o que anteriormente lhes era interdito.”

    Essa frase, em sua opinião, está correta ou não?

  15. É desfavorável, mas ainda não falou nada neh? Que adianta? [2]

    Foi o que eu disse acima, que repetirei:

    “Quando Papa, e se fizer, condenar e punir a referida Conferência episcopal por liberar comunhão para adúlteros, aí sim acreditarei que o Papa não quis isso! Até lá é só neoconsada querendo tapar o sol com a peneira e convencer os outros de que tudo vai bem!”

    Se o Papa continuar calado apesar da heresia da Conferência Filipina está tacitamente aprovando tal atitude. Simples e sem mais.

  16. VEJA SE PODE MAIS UMA DESSAS, JUNTO COM A ACIMA?
    PAGARIA PARA VER SE OUSARIA PROPOR UMA HETERODOXIA DESSA AO PAPA BENTO XVI!
    D Erwin Kräutler procurando o papa Francisco por causa do deficit de padres na Amazonia, mas nesses 2 trechinhos, quanta ousadia e anti catolicismo; seria infiltrado na Igreja!
    … “Eu pedi um relaxamento do celibato. Deve haver tanto padres casados como padres celibatários, tanto os homossexuais como heterossexuais.
    – E a resposta?
    – Francisco agradeceu-me pelas minhas reflexões, o que me deixa muito feliz”.
    … ” Ele me disse que temos que fazer propostas concretas. Mesmo propostas imprudentes, ousadas. Ele me disse que temos que ter a coragem de falar. Ele não vai tomar a iniciativa sozinho, mas só depois de ouvir as pessoas”.
    D Erwin ediu relaxamento no celibato ou acabar com ele, fazendo dele uma zorra total?
    Os 2 trechos acima realmente deixam a gente bastante apreensivo do que tem na cabeça de D Erwin – ele é zumbi do PT? – quer dizer, se houver uma pressão dos “católicos” no acima, seria liberado!
    Padres homossexuais? Sucursal da Igreja anglicana?
    Pergunte ao papa Bento XVI se ele aprovaria; só mesmo se algum relativista atrevesse a lhe falar sobre isso…
    Só o amigo do predador do Brasil Lula, o cardeal damigo das esquerdas D Hummes e o similar D Erwin numa empreitada macabra dessa!

  17. Julgo que a “opinião cortesã” a respeito do Papa Francisco é exatamente a defendida por este Deus lo Vult.

    Os que ousam apontar problemas no pontificado de Francisco são franca minoria das minorias e é incompreensível que sejam chamados pelo autor do blog de “cortesãos”, pois não têm qualquer contato ou influência junto a Francisco e tipicamente nem sequer têm voz em suas paróquias.

    É o mundo, é a mídia, é a maioria do clero, é a quase totalidade dos leigos que, por malícia ou ignorância, aclamam Francisco como um grande pontífice.

    Como é notoriamente sabido, este blog, talvez para não dar o braço a torcer e admitir que se enganou, segue a opinião cortesã da maioria e aplaude de pé qualquer coisa que venha do Vigário de Cristo.

    Querendo ou não, este blog faz parte da corte do mundo que adora Francisco.

    Por outro lado, Thomas More e João Fisher, se vivos fossem, teriam coragem de dizer que o rei vai nu.

  18. JB,

    “Na Amoris Laetitia, o Papa Francisco admite a possibilidade que alguns casais, não casados sacramentalmente mas vivendo maritalmente, possam ter acesso ao sacramento da comunhão, o que anteriormente lhes era interdito.”

    Essa frase, em sua opinião, está correta ou não?

    Pois é, este é exatamente o problema com o qual eu presentemente ando às voltas — nas horas vagas entre o trabalho, os estudos e a família.

    Sim, parece que a Amoris Laetitia admite que em certos casos excepcionais é possível conferir a Sagrada Comunhão a quem vive em situação de pecado objetivo.

    Acontece que, ao que parece, ainda no séc. XIX os hereges protestantes, comentando S. Afonso de Ligório, criticavam-no por admitir o santo que, em certos casos, fosse possível conferir o Sacramento da Confissão aos que viviam em concubinato. Antes de abandonar a concubina.

    É o que diz o Rev. Blekeney comentando a Theologia Moralis (cf. p. 176(177) aqui).

    Ou seja: ao que parece, o Papa Francisco não é o primeiro a considerar que isso seja matéria de confessionário a ser avaliada caso a caso.

  19. “Hoje em dia, todo mundo sabe o que se anda falando a respeito do atual bispo de Roma. A impressão que dele se tem nas altas cortes virtuais é pública, notória e praticamente hegemônica. O velho Pontífice já foi julgado e condenado, e já se o trata como a um herege ou um pagão, como a um inimigo notório da Igreja e da Cristandade, um blasfemador a quem os Apóstolos e Santos mandam calar a boca.”

    O deslocamento da realidade é visível nesse trecho da postagem acima.

    Ora, qualquer pessoa que ligue o televisor, ouça o rádio, leia a internet ou saia a rua só ouve louvores e elogios ao Santo Padre! Será preciso procurar nas franjas da internet, em pouco frequentados blogs, uma ou outra coisa criticando o Bispo de Roma.

    O Papa Francisco julgado e condenado pelas altas cortes virtuais?!

    Em que universo paralelo tal aconteceu, Jorge? As altas cortes virtuais, as redes globos, os times, as BBCs fizeram de Francisco o homem do ano!

    Já se o trata como a um herege, um pagão?! Onde e por quem, Jorge?

    Francisco é idolatrado e amado por todos onde quer que vá. Pagãos, hereges, católicos, todos o adoram. De Obama a Putin, todos gostam dele. Até a SSPX gosta dele!

    Inimigo notório da Igreja? Como assim, Jorge?

    Não há um bispo, um cardeal que se tenha levantado contra ele. Poucos papas conseguiram uma unanimidade tão grande quanto Francisco entre o clero. Pio XI viu o Cardeal Billot depor o barrete cardinalício em protesto à excomunhão da Ação Francesa. Alguém consegue imaginar o Cardeal Burke fazendo o mesmo pela comunhão dos recasados?

    Com exceção de D. Schneider e meia dúzia de párocos, Amoris Laetitia foi recebida com júbilo e aprovação completa. Há bispos que divergem dessa ou daquela interpretação, mas paradoxalmente são unânimes em afirmar a maravilha que é tal exortação.

    Mas é assim. Quando não se pode enfrentar a realidade, o jeito é nega-la.

  20. É o mundo, é a mídia, é a maioria do clero, é a quase totalidade dos leigos que, por malícia ou ignorância, aclamam Francisco como um grande pontífice.

    Irrelevante. O mundo não é católico e todo mundo sabe disso. A nobreza — as cortes — é por definição uma minoria. As massas são as massas e as cortes são as cortes.

    Entre os que se dizem católicos e são percebidos como realmente católicos, a posição deste blog é totalmente minoritária porque critica quer as massas midiáticas, quer as cortes rad-trads.

  21. Eu acho que Tomás More deve ter morrido à toa. Afinal, pra que tanto radicalismo? Qual o problema em casar várias vezes e continuar adulterando com elas, continuar comungando etc?

  22. Obrigado pela informação. Eu sabia que era apenas uma questão de tempo até vir uma solução engenhosa para o problema. Não há sapato que lhe impeça de tirar a meia sem tirar o calçado.

    Aparentemente então, Francisco não inovou ao permitir que, em certos casos, os divorciados comunguem. Francisco é a Tradição. Há precendentes. Há fundamento teológico para a comunhão dos recasados.

    Muito bom, Jorge!

  23. Vocês já leram aquela parte da Bíblia que diz:

    “Todo o que abandonar sua mulher e casar com outra, comete adultério; e quem se casar com a mulher rejeitada, comete adultério também, EXCETO SE FOR UM CASO COMPLEXO, ENTÃO PODE-SE ANALISAR CASO A CASO e ATÉ MESMO COMUNGAR DO MEU CORPO E SANGUE”

  24. Insinuar que os críticos a Francisco constituem uma “nobreza” é técnica marxista.

    Os críticos de Francisco não exibem títulos nobiliárquicos, nem acadêmicos, nem eclesiais. São uns pobres coitados leigos, sem estudo e nem posições importantes. Se possuem blogs, estes não são lidos senão por uma minoria. Ao contrário do Deus lo Vult, não fazem parte de nenhuma “corte”, pois não orbitam ao redor de nenhum potentado clerical.

    “a posição deste blog é totalmente minoritária porque critica quer as massas midiáticas, quer as cortes rad-trads.”

    Fuga da realidade. A opinião deste blog é alinhadíssima com o mainstream. Posição minoritária? Só se for em relação a outros aspectos.

    Em relação a Francisco, Jorge, a sua opinião é a mesmíssima de 99% dos católicos que conheço. Concedo que as motivações são diferentes. Concedo que o caminho é diferente, mas o destino é o mesmo: Você já compara Francisco a Santo Afonso Maria e até encontrou um precedente para comunhão dos divorciados!

  25. JB

    Apenas para compreender seu arrazoado, você considera que Santo Afonso Maria de Ligório errou ao concluir que

    “Whether a man who lives in a state of concubinage can be absolved before he abandon his crime. It is his opinion that in some cases he may: thus for instance, if a man were to suffer great loss by putting away his concubine, the Priest may give him absolution before the sacrifice be made. “” ?

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