Lutero, enfim, vai a Roma

Um leitor faz a gentileza de me perguntar:

Queria ver sua explicação para a imagem de Lutero no Vaticano. Sei que você terá uma boa explicação. Já vi um padre dizer no facebook que foi uma provocação dos protestantes. A sua será semelhante? Algo do tipo: os luteranos que trouxeram e seria falta de educação não colocar ali?

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Não acho que tenha sido provocação. A questão me parece toda outra.

Deus criou o ser humano para Si, como diz Sto. Agostinho, e por isso o coração do homem vive inquieto enquanto não repousa n’Ele. Esta inquietude pode ser ignorada e pode ser posta de lado, pode ser enterrada por um tempo, pode ser disfarçada, maquiada, anestesiada, pode tudo: só não pode ser plenamente vencida. Porque ela foi posta pelo próprio Deus e, portanto, nada que o homem faça por si só, por suas próprias forças, será capaz de prevalecer sobre aquilo que Deus mesmo estabeleceu. É como, mutatis mutandis, aquela inimizade — inimicitias ponam… — que no início do Mundo foi estabelecida entre os filhos de Deus e os filhos das Trevas. Ela simplesmente não pode ser superada: o engenho humano não pode, absolutamente não pode lograr sucesso contra a vontade positiva do Onipotente.

Nada que os homens façam por sua própria conta será capaz de (re)estabelecer a unidade do gênero humano. Aqui falharam todas as empresas humanas, todos os impérios do passado, todas as potências do presente, todas as construções teóricas e os modelos de pensamento, tudo, tudo. As verdadeiras paz e concórdia só são possíveis aos pés da Cruz de Nosso Senhor, e mil vezes o mundo não queira aceitar esta verdade, mil vezes será despedaçado por guerras fratricidas. Nem sequer a própria Igreja, digo, nem sequer os próprios homens pertencentes à Igreja, os católicos, independente do prestígio do qual gozem, poderão ser vitoriosos nesta seara: os católicos podem anunciar mil e um arranjos de convivência pacífica plural, podem se esforçar pessoalmente na consecução de semelhante objetivo, e pode ser até — concedamos — que em determinados momentos eles o devam realmente fazer: o resultado assim obtido será sempre uma obra inacabada, terá sempre algo de contingente, de frágil, de periclitante, não raro prestes a desmoronar ao mais leve sopro de realidade. É evidente, todos nós o sabemos, que alguma paz cotidiana e pragmática, alguma condescendência hic et nunc, precisa ser feita para possibilitar um mínimo de vida em sociedade: nós fazemos isso o tempo inteiro. Esse armistício temporário, no entanto, essa — eis a palavra verdadeira — indiferença tolerante não se pode revestir de características deontológicas absolutas. É dizer: não se trata de um fim último a ser buscado a todo custo. Não é assim que as coisas devem ser, embora seja possível que, em determinadas circunstâncias concretas, elas praticamente (só) possam ser assim. Na percepção clara da diferença entre uma coisa e outra reside a distinção entre a Fé e a apostasia.

Volto aos luteranos para explicar o que quero dizer. Deve ser bem difícil ser herege; a posição em que se encontram os filhos da Reforma luciferina do ex-monge alemão é sem dúvidas bastante desagradável. Em todos os aspectos o luteranismo é insustentável: nos (incontáveis) vícios pessoais do seu fundador, nas conseqüências históricas dramáticas de seus pressupostos (eis aí o esfacelamento do Protestantismo em milhares de seitas mutuamente incompreensíveis entre si), na incoerência de sua visão histórica do Cristianismo (afinal de contas, por onde andaria o Paráclito no milênio e meio compreendido entre a ascensão de Cristo e as 95 Teses?), na maleabilidade promíscua de sua doutrina contemporânea (por exemplo, há diversas denominações luteranas hoje favoráveis às práticas homossexuais — talvez até mais do que contrárias), et cetera. Ora, Deus criou os homens para Si; e parece evidente que a Babel protestante, assim como a primeira, não é capaz de conduzir os homens ao céu.

E alguns luteranos o percebem. Eles notam que falta alguma coisa no arremedo de religião que eles se acostumaram a chamar de “igrejas”; é a sede de Deus que clama mais forte nas profundezas de suas almas e que, incapaz de se saciar no lamaçal da heresia luterana, reclama águas mais puras. O encontro dos luteranos com o Papa na última quinta-feira, assim, é talvez a mais eloqüente manifestação da falência do luteranismo. São os filhos degredados, sujos, maltrapilhos e machucados, voltando sobre os passos do pai louco e prestando, timidamente, a vassalagem contra a qual o seu patriarca originalmente se revoltou.

Uma peregrinação saída «dalla regione di Lutero» em direção à «sede del Vescovo di Roma» carrega um simbolismo que não se pode ignorar: são os protestantes dando as costas ao heresiarca, deixando Lutero para trás, e caminhando de maneira esforçada, firme, resoluta — ultrapassando os acidentes geográficos e as fronteiras dos países — rumo ao Doce Cristo na Terra!

No limiar da Reforma, quando Lutero não havia ainda rompido definitivamente com a Igreja, ele foi convidado a ir a Roma para defender as suas doutrinas. Recusou-se. Posteriormente o Concílio de Trento convidou os protestantes para participarem das assembleias conciliares. É possível dizer que o convite lançado há quase cinco séculos ainda estava aberto e, finalmente, de algum modo o Heresiarca lhe deu na última semana uma resposta. Leão X não logrou trazer Lutero a Roma; Francisco fê-lo ser carregado pela sua estirpe degenerada em desesperada peregrinação. O monge bêbado provavelmente encararia muito a contragosto semelhante patacoada. Mas aos filhos não deve ser impedido entrar pela porta da Vida Eterna que o pai louco fechou atrás de si.

Enfim, perguntam-me se isso foi uma provocação. Eu digo que foi uma catarse. O luteranismo chegou a tornar-se tão insuportável que, na busca desesperada pelo Deus que Lutero expulsou das igrejas que roubou ao Papa, os luteranos aceitaram até mesmo carregar nas costas o monge rebelde de volta para o Vaticano.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

28 comentários em “Lutero, enfim, vai a Roma”

  1. Não sei quem foi o bobo que questionou o Jorge sobre a estátua de Lutero em Roma, mas a resposta do Jorge é brilhante. Já devei ser claro a todos que o Jorge jamais vai admitir que estava errado o tempo todo a respeito de Francisco.

    Obviamente, nem o próprio Jorge acredita no que escreveu, mas isso é completamente irrelevante a estas alturas.

  2. Quem dera que sua poética visão dos fatos fosse real!

  3. Belíssima resposta, aliás, mais do que uma simples resposta, uma reflexão sincera e brilhante.
    Parabéns Jorge! Independentemente de quem seja o Papa, com suas limitações humanas, como qualquer um, fica registrado o belo trecho quando você disse: “nem sequer os próprios homens pertencentes à Igreja, os católicos, independente do prestígio do qual gozem, poderão ser vitoriosos nesta seara: os católicos podem anunciar mil e um arranjos de convivência pacífica plural, podem se esforçar pessoalmente na consecução de semelhante objetivo, e pode ser até — concedamos — que em determinados momentos eles o devam realmente fazer: o resultado assim obtido será sempre uma obra inacabada, terá sempre algo de contingente, de frágil, de periclitante, não raro prestes a desmoronar ao mais leve sopro de realidade.”
    Bem, para razoável entendedor, meio parágrafo basta! (mas tem gente que não entende…faz parte).

    Parabéns pelo trabalho Jorge!
    Saúde e Paz!!

    MARCIO MONTEIRO

  4. “Quem dera que sua poética visão dos fatos fosse real!”

    Domingos, é essa a tática do teólogo recifense: colocar pano quentes para as heresias feitas por Bergoglio.

  5. Sinceramente Jorge! Já que Lutero em pessoa não poderia ir em nossa época à Roma levaram a estatua dele porque esta não pdoeria recusar ,não é mesmo? Seria melhor admtir que colocar uma estatua de Lutero em pleno Vaticano foi no minimo um tremendo escanda-lo que faria o papa Paulo III do Concilio de Trento e todos os papas anterioes ao Vaticano II tremerem de vergonha e dor.

  6. Ah, Jorge, esses seus fãs, que não perdem um post sequer…

    Quisera eu fosse um fã tão fiel quanto eles…

  7. Poxa Jorge, quanta enrolação nessa resposta. Se os filhos, os luteranos não concordam com o luteranismo então o mais coerente, o mais adequado é eles se converterem, é eles reconhecerem que não é correto seguir uma religião falsa, soberba, e ingressarem na verdadeira Igreja. Essa coisa de estátua, de homenagear uma pessoa que induziu milhões ao erro, levando tantos incautos à perdição não tem nada a ver. Isso não é ecumenismo.

  8. ” os luteranos aceitaram até mesmo carregar nas costas o monge rebelde de volta para o Vaticano.”

    Você sabe que o que eles carregaram nas costas foi uma estatua, e por sinal bem feia, do monge apóstata? E eles só o fizeram porque sabem quem é o Papa e o que ele pensa. Com certeza tiveram a permissão de Bergoglio. Jamais teriam feito isso se o Papa ainda fosse Bento XVI.

    Mas não discuto com o sr., teólogo recifense… O tempo sempre mostra que o sr. está errado.

    Vejamos então quanto tempo levará para os luteranos abandonarem e rechaçarem suas heresias e voltarem para única e verdadeira Igreja.

  9. Você sabe que o que eles carregaram nas costas foi uma estatua, e por sinal bem feia, do monge apóstata?

    Mas exatamente! O heresiarca bêbado, se vivo fosse, haveria de espernear e debater-se, de gritar e vomitar impropérios, e nem mesmo todos os seus amigos juntos seriam capazes de o arrastar aos pés de São Pedro. Morto, em efígie, não teve remédio senão resignar-se, mau grado seu, a se apresentar diante do Vigário de Cristo.

    Jamais os luteranos originais — os hereges roots — teriam feito isso.

  10. E o papa? Como avalia a atitude do papa em receber a estatua de Lutero (até li que foi ele mesmo que fez questão de que ela estivesse lá) de braços abertos? Sem a minima critica ao herege e dissidente ou pelo menos uma afirmação que a unidade cristã foi rompida por este homem? E isto no dia em que Nossa Senhora apareceu em Fatima pedindo conversão e oração do terço para estabelecer a verdadeira unidade na Igreja e pela Igreja. Sei que voce não quer criticar a atitude do papa e pensa que nehum catolico tem este direito, mesmo que sejamais que evidente seus erros humanos; Mas precisa defende-lo tambem a qualquer custo?

  11. Espero que os Luteranos, em suas igrejas, recebam uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. Ao menos eles possuem uma certa coerência interna em que acreditam e jamais tolerariam a Co-redentora do gênero humano em seus templos.

    Já o nosso Papa aceita uma imagem do pior heresiarca da Cristandade em nosso Templo.

    Se você aceita que na história da Igreja possam ter existido maus papas, porque não admite que Bergoglio seja um desses Papas?

    Se não concorda com certas posições tradicionalistas, como as de Antonio Socci ou Roberto de Mattei, que com a reta intenção de defender a fé da Igreja, denunciam publicamente, ao menos você podia guardar silêncio diante dos inúmeros escândalos que o atual Papa já cometeu. Seria mais sensato do que justificá-los todos e dando a impressão aos mais incautos de aprová-los todos, o que poderia levar tais pessoas a repetir em suas vidas o que o atual Papa entende o ‘ser cristão’.

  12. Se você aceita que na história da Igreja possam ter existido maus papas, porque não admite que Bergoglio seja um desses Papas?

    Mas é evidente que qualquer Papa — inclusive os Papas contemporâneos — pode ser um mau Papa. A questão é que um mau papado tem que ser suportado com resignação e fortaleza, não com a murmuração paralisante que sói ser encontrada entre os soi-disant “tradicionalistas”. O Quarto Mandamento tem aplicação universal, tanto para os bons papas quanto para os maus. A regra da Fé é objetiva, não se sujeitando aos julgamentos que os particulares façam dos que ocupam o sólio de Pedro.

  13. Você é perspicaz na sua argumentação falaciosa. Como discordar de você? Claro que você tem toda razão. Mas para desmontar uma falácia requer um esforço mental desgastante e por isso muitas vezes você acaba ludibriando alguns incautos. Vamos por parte:

    “A questão é que um mau papado tem que ser suportado com resignação e fortaleza”

    E quem dentre os tradicionalistas diz o contrário?

    “não com a murmuração paralisante que sói ser encontrada entre os soi-disant “tradicionalistas”

    Aí já começa a falácia de tomar uma parte e julgar o todo. Isso é simplesmente falso. O que há é resistência pública de figuras eminentes entres os tradicionalistas refutando erros contra a fé cometidos pelo atual Papa. Talvez para você são Paulo fosse um murmurador ao resistir a são Pedro, o primeiro Papa, publicamente… Resistiu-lhe em face… Há inúmeras passagens de Santos e Doutores que autorizam uma contestação pública quando um gesto ou uma fala do Papa contradiz o ensino da Igreja. Não as citarei, pois você já deve conhecê-las toda.

    Ainda assim, antes a murmuração, que pode ser perdoada devido a fraqueza de nossa carne, do que a rebeldia escancarada e aberta do clero ( e também fieis) modernistas e progressistas, como por ex. nos casos da Dominus Iesus e Summorum Pontificum…

    Auto denominados tradicionalistas? Agora, só porque você deve ter visto algumas murmurações entre tradicionalistas, quer dizer que você insinua que ele possam não sê-lo de fato? Quer dizer que agora você perscruta os corações das pessoas através de postagens da internet?

    Ao invés de você selecionar passagens para contestação (o que é bem fácil e confortável essa posição) porque você não vai em sites tradicionalistas como o The Remnant, Adelante en la fe, Rorate Caeli e Fratres in Unum e refuta um artigo abalizado que abundam nesses sites?

    Por exemplo, agora há dois no Fratres in unum. Um de Socci e outro de Roberto de Mattei.

    Vá disputar com esses…

  14. Noto que a postagem atual, se lida corretamente, pois trata-se de uma óbvia ironia, é na verdade uma crítica ao Santo Padre. Foi o jeito meio cômico do Jorge admitir que a atitude de Francisco foi, uma vez mais, indefensável.

    Quanto à “murmuração paralisante”, da qual obviamente discordo, é preciso ser dito que, se há alguns poucos que perdem a Fé por causa dela, há muitos mais que a perdem por causa do silêncio dos bons. E tem sido assim desde o CVII.

    Quando Nosso Senhor lhes perguntar o que fizeram quando a Sua noiva era ultrajada, os soi-disant tradicionalistas poderão ao menos dizer: “murmuramos na internet”. Já outros dirão que preferiram a segurança do silêncio. Deus os julgará.

    Eu confesso que sou fã do Deus lo Vult. Mas a questão não é essa. O Deus lo Vult é atualmente o único blog brasileiro que ainda tem pachorra para tratar das desfeitas de Francisco (e sempre com bom humor). Os outros já jogaram a toalha há tempos.

  15. Pedro,

    Claro que a murmuração pode ser perdoada. Tudo pode ser perdoado nessa vida. O que não significa dizer que se deva — ou mesmo se possa — fechar os olhos aos graves danos espirituais provocados pelos murmuradores (dos quais o talvez não menos grave é a candura com a qual se ombreiam com um São Paulo ou uma Sta. Catarina de Siena — chega a ser engraçado o non sequitur, São Paulo resistiu em face a S. Pedro logo eu posso chamar o Papa de herege Bergoglio (sic)).

    De todo modo, cada qual exerce o seu apostolado como achar melhor. Se há blogs para os quais chamar o Papa de herege é cumprir um grave dever de consciência, o Deus lo Vult! aqui entende que é seu dever bramir sua verve contra os que julgam poder chamar o Papa de herege. Não vejo necessidade alguma de escrever “em sites tradicionalistas” — mal tenho tempo para escrever aqui.

    JB,

    Agradeço a deferência. Não sabia que eu era o único blog brasileiro a “tratar das desfeitas de Francisco”. Talvez eu deva mudar o nome do blog para «Athanasius Contra Mundum».

  16. A QUE PONTO CHEGOU O SINISTRO, EXCOMUNGADO E GENOCIDA LUTERO!
    Tal “doutrina” é-nos mostrada na carta de Lutero a Melanchthon em 1521:
    “Se você é um pregador da misericórdia, não pregue uma misericórdia imaginária, mas a verdadeira. Se a misericórdia é verdadeira, você deve levar em conta um verdadeiro pecado, não um pecado imaginário. Deus não salva aqueles que são apenas pecadores imaginários. Seja um pecador, e peque fortemente, mas que sua confiança em Cristo seja mais forte, e alegre-se em Cristo, que é o vencedor do pecado, da morte e do mundo. […] Basta que através da glória de Deus reconheçamos o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Nenhum pecado pode nos separar d’Ele, mesmo que matemos e cometamos adultério milhares de vezes por dia. Você acha que tal Cordeiro exaltado pagou apenas um pequeno preço com um magro sacrifício pelos nossos pecados? Reze forte porque você é um grande pecador. No dia da Festa de São Pedro Apóstolo, 1521”.(9)
    Em outro local, confiram com que audacia redigiu o peçonhento Lutero:
    “É conveniente que nós nos tornemos injustos e pecadores, a fim que Deus seja reconhecido justo em suas palavras”.(10).
    Lutero, o “reformador”, teria mandado trucidar mais de 100 000 anabatistas apenas no sul da Alemanha e/ou onde se tornava religião oficial, ou onde se instalavam!
    O papa Bento XVI não aprovou a comemoração de 2017 do protestantismo!
    ..“No entanto, o papa decepcionou as expectativas”, (Erfurt, 2011), afirma o jornal de Munique, acrescentando julgamentos muito severos: “Ele não deu nenhum sinal de aproximação entre as confissões, não mostrou nenhuma perspectiva para uma celebração comum do 500º aniversário da Reforma, em 2017. Ele não viajou para a sua pátria com presentes de hóspede, e a religião não pode ser objeto de negociações. Quando se trata de fé, esse papa descarta qualquer compromisso”.
    http://blog.comshalom.org/carmadelio/26550-papa-bento-xvi-nao-reabilitou-lutero-afirma-porta-voz-do-vaticano.
    Se o papa Francisco, se de fato comparecer à Suecia como previsto, logo para prestigiar o sabotador da fé Lutero, e infelizmente, com respeito, em consciencia, não podemos compartilhar dessas comemorações junto com ele…

  17. Considerando o que fez Atanásio e considerando que o mundo, católico e não católico, idolatra Francisco, seria o supra sumo da ironia.

  18. Os blogs citados por mim não estimula a ninguém a quebrar o vínculo hierárquico com o Vaticano, nem pude observar num dos sites que eu citei que algum deles tenha chamado Bergoglio de herege. Mas se um papa é infalível (em certas condições) ele, por certo, não é impecável. E dentre os possíveis pecados que alguém pode cometer é o pecado contra fé. E, torço que não, veremos esse pecado ser cometido. Esperemos o que Francisco irá dizer sobre Lutero ou sobre o protestantismo quando visitar a igreja protestante.

  19. S v me permite, Jorge, entre parênteses, minhas observações:
    O encontro dos luteranos com o Papa na última quinta-feira, assim, é talvez a mais eloqüente manifestação da falência do luteranismo( não creio; se foram lá seria porque o papa Francisco não os contesta). São os filhos degredados, sujos, maltrapilhos e machucados, voltando sobre os passos do pai louco e prestando, timidamente, a vassalagem contra a qual o seu patriarca originalmente se revoltou.(vassalagem: não foram lá para serem evangelizados, mas como prestigiados, levando a imagem do pais deles, agora algo reabilitado…)
    Uma peregrinação saída «dalla regione di Lutero» em direção à «sede del Vescovo di Roma» carrega um simbolismo que não se pode ignorar: são os protestantes dando as costas ao heresiarca, deixando Lutero para trás( por então levaram a imagem dele? Deveriam tê-la quebrado dentro do Vaticano, na presença do papa Francisco!) e caminhando de maneira esforçada, firme, resoluta — ultrapassando os acidentes geográficos e as fronteiras dos países — rumo ao Doce Cristo na Terra!(Por antes não fizeram isso, apenas com o papa Francisco, que os prestigia e os nivelaria aos católicos, não é?)

  20. Seu Jorge,

    Que vergonha! Um raciocínio falacioso tão fraquinho para esconder o óbvio dos católicos…
    Segundo você: “Uma peregrinação saída «dalla regione di Lutero» em direção à «sede del Vescovo di Roma» carrega um simbolismo que não se pode ignorar: são os protestantes dando as costas ao heresiarca, deixando Lutero para trás, e caminhando de maneira esforçada, firme, resoluta — ultrapassando os acidentes geográficos e as fronteiras dos países — rumo ao Doce Cristo na Terra!”

    Assim, como o Papa vai em breve para Lund comemorar (!!!) a reforma protestante, poderíamos dizer que “o bispso de Roma, dá as costas ao Cristo, deixando Nosso Senhor para trás (ou seria a Babilônia?), e caminhando de maneira esforçada, firme, resoluta — ultrapassando os acidentes geográficos e as fronteiras dos países — rumo ao Doce Reformador na Terra!”

    Seu raciocínio só leva obrigatoriamente a essa conclusão, sobretudo quando lemos, no site da Rádio Vaticana (http://en.radiovaticana.va/news/2016/10/13/pope_to_lutheran_pilgrims_seek_unity_through_charity/1264815):
    “At the end of this month, God willing, I will go to Lund, in Sweden, and together with the Lutheran World Federation, we will remember (!!!), after five centuries, beginning of Luther’s reform (!!!) and thank the Lord for fifty years of official dialogue between Lutherans and Catholics. An essential part of this commemoration (!!!!) will turn our gaze towards the future, with a view to a common Christian witness in the world today”

    O Papa chama a heresia de reforma, quer recordá-la e comemorá-la!!!

    E ainda completa: “Thus, free from prejudice and trusting only the Gospel of Jesus Christ…” É o sola scriptura!!!! Cadê o Magistério e a Tradição?

    Voltando da Armênia, em uma entrevista, o Papa afirmou (http://www.catholicnewsagency.com/news/full-text-pope-francis-inflight-press-conference-from-armenia-45222/):
    – “think that the intentions of Martin Luther were not mistaken. He was a reformer.”
    – “all of us agree on the doctrine of justification. On this point, which is very important, he did not err. He made a medicine for the Church”
    – “There was corruption in the Church, there was worldliness, attachment to money, to power…and this he protested” [O quarto mandamento não se aplica aqui? O Papa não deveria honrar, amar e defender sua mãe, a Igreja?]

    Após tais palavras, leitores do Seu Jorge, quem vocês acham que se converteu? Lutero, que declarou seu ódio à Igreja, ao papado, à missa, ou o Papa?

    Você deveria ter vergonha, seu Jorge, de distorcer as coisas de tal maneira e enganar os pobres incautos que confiam em seu saber “teológico” (ai dos soi-disant teólogos!!).
    Seus argumentos primários podem ainda ser refutado com o exemplo de Lutero:

    São Paulo e Sta. Catarina corrigiram o Papa, mas eles eram santos.
    Mas Lutero, que segundo o Papa foi um reformador e corrigiu a “mundanidade” (worldliness) e a corrupção da Igreja, era um herege.
    Logo, os simples fiéis católicos, que não são santos como São Paulo e Sta. Catarina, mas não são hereges como o diabólico Lutero, podem corrigir o Papa também. Talvez venham, no futuro, ganham uma estátua no Vaticano e uma visita em comemoração por terem reagido contra a atual “mundanidade” e a corrupção da Igreja.
    Sai dessa, ó Tomás de Aquino recifense!!
    TQ.

  21. Lutero foi levado a Roma, carregado, pois se estivesse vivo nem passaria perto!
    No Facebook do frei Rojão, ele estampou varias caretas de Stálin, Cunha, Lula, terrorista do ISIS em cima da estatueta de Lutero, achei até que deu muito certo, pois quem aceita uma carniça dessa lá dentro, aceitaria lixos iguais dentro do Vaticano.

  22. Jorge, meu amigo.

    Parabéns pelo texto. Prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Eu noto que há uma sede geral nos Católicos conscientes de ter “a resposta”, a posição firme definida. E convenhamos, A posição Católica, ortodoxa, correta, sobre tudo não é algo que cai do céu, a Igreja para se pronunciar, espera o tempo. Sobretudo nesses tempos pós-revolução e afins. A posição oficial da Igreja sobre o protestantismo é claríssima, as atitudes práticas em 2016, não o são.

    Eu admiro a posição do Padre paulo Ricardo e outros sacerdotes de linha tradicional: por um lado reconhece que o Papa não é claro e o critica construtivamente e em paralelo, afirma que nem todos os problema da Igreja o Papa é que vai resolver. A impressão que dá é que os Católicos querem sair da crise na base da caneta, do mandato, quando poucas décadas já demostraram que não dá certo, dada a desobediência dos Bispos, torna-se letra morta na prática (Ex. Sacrossantum Concilium, Humanae Vitae, veritatis explendor, summorum pontificum, etc. etc). A mentalidade precisa mudar.

    Particularmente, acredito que não será nenhum Papa que resolverá os problemas atuais, nem Bento XVI, gênio teológico, conseguiu. Quem de nós não gostaria de uma palavra final sobre temas complicados? Mas o Papa é um pai e nenhum pai quer que nenhum dos filhos se perca.( ” Pedro, apascenta as minhas ovelhas…”). E serei mais sincero: nos problemas que enfrentamos dia a dia nas nossas combalidas paróquias, não é uma imagem de Lutero no Vaticano que mudará nada. O povo Católico não entende bem nem o que é Santidade, pensam que é bom humor e lágrimas nos olhos.

    Com a liberdade do termo, gostaria de lhe pedir o seguinte: tenta desenvolver melhor esse tema: “resistir na fé”, da nossa parte enquanto leigos. Creio que seria de uma boa edificação espiritual. São Paulo resistiu “face a face”, ao mesmo tempo que respeitou a autoridade de Pedro e dos outros apóstolos.

    Forte abraço.

  23. Esse acontecimento,ora abordado,é muito significativo do ponto de vista de um eloquente sinal dos tempos.Para entendermos a Igreja Católica Apostólica Romana é absolutamente necessário voltarmos toda a nossa atenção para Jesus Cristo.Para que a Igreja tenha uma experiência nova, notória e reconhecida com o Espírito Santo, de forma Institucional e Coletiva, se faz necessário que líderes religiosos judeus e protestantes reconheçam pública e solenemente a Primazia da Igreja Católica, que, por sua vez, vai assumir plena,consciente e entranhadamente a sua Unicidade com Cristo.Isso deve dar início a um período de intensa oração,jejuns,abstinências,mortificações e penitências envolto em tentações e provações, conclamado e convocado pela Autoridade da Igreja,em todo o mundo.Passado esse período a Igreja entrará numa fase verdadeiramente prodigiosa em que em toda a face da terra se realizarão sinais,prodígios,milagres,curas,ressurreições e exorcismos através de católicos e católicas fiéis,membros da Hierarquia,Religiosos e Religiosas e Leigos.Tudo isso incitará o ciúme,a inveja e o ódio de outros líderes religiosos e também líderes ligados às ordens secretas e esotéricas que acusarão a igreja de fazer proselitismo sem nenhum respeito e consideração pelas outras religiões e crenças,pois multidões acorrerão à Igreja e abarrotarão os templos e eventos.Conseguirão junto aos tribunais internacionais sanções contra a Igreja Católica,proibindo as Celebrações de maneira pública e com portas abertas,especialmente a Celebração da Santíssima Eucaristia.Ainda assim as pessoas não deixarão de procurar a igreja,mesmo com as Celebrações realizadas a portas fechadas e de forma privativa.Por fim,os inimigos da Igreja,apoiados pelas forças do inferno,conseguirão a total proibição das Celebrações Litúrgicas e,claro,da Celebração da Santa Missa como alvo principal.A Igreja não deixará de celebrar a Santa Missa de forma reservada e escondida,mas aparentemente parecerá paralisada e destruída.Os inimigos da Igreja comemorarão o Seu fim e se congratularão mutuamente.Quando aos olhos do mundo tudo parecer perdido acontecerá um fato extraordinário, só experienciado pelos católicos e católicas fiéis:parte significativa da Igreja Triunfante,liderada pela Santíssima e Imaculada Virgem Maria,virá em socorro da Igreja Militante, reavivando e reanimando a Igreja.Essa experiência e comunhão será algo estritamente realizado no seio da Igreja.Então,Jesus Cristo,o Senhor da Glória,voltará sobre as nuvens do céu,acompanhado da outra parte da Milícia Celeste que com Ele ficou,e Nossa Senhora,juntamente com os que vieram com Ela da Igreja Triunfante irá se encontrar com o Senhor nos ares.O Senhor Jesus ressuscitará os mortos,fazendo com que as almas se unam aos seus respectivos corpos e as sentenças serão manifestadas.Os que forem dignos do Senhor irão se juntar também a Ele nos ares e os outros se afastarão para sempre.É a consumação da História e instauração plena do Reino de Deus.Tudo isto está para acontecer e o tempo está próximo.Vem Senhor Jesus!

  24. Amigo e Sábio Jorge,

    Tu poderia, com todo o seu preparo intelectual e sabedoria, redigir um artigo em homenagem ao Santo Padre o Papa Francisco e ao novo Cardeal Ernest Simoni , que foi perseguido pelo antigo regime albanês?

    Fazer um artigo enaltecendo as virtudes do novo cardeal e do Santo Padre ao criá-lo? Todas as perseguições que o novo cardeal passou?

    Uma duvida: ele era um sacerdote apenas, ao ser criado cardeal é elevado ao episcopado?

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