A vitória de Trump: o aborto

Alguns dos meus amigos, verdadeiramente eufóricos com a vitória de Trump, parecem convencidos de que ele será o melhor presidente dos Estados Unidos desde Reagan. Eu, profundo ignorante a respeito da política americana, não tenho condições de compartilhar do mesmo entusiasmo deles; no entanto, sobre a vitória do bilionário republicano há duas ou três coisas que eu julgo poder dizer.

Muitos trataram essas eleições como se elas fossem uma disputa entre o Diabo e Satanás; houve até quem as comparasse com uma eleição disputada, no Brasil, entre Dilma e Crivella. Aquela história de que “a boa notícia de hoje é que Hillary perdeu; a má, que Trump ganhou” foi repetida milhões de vezes desde as primeiras horas da madrugada. Sem compartilhar nem da euforia de alguns nem do alarmismo histérico de outros, penso que eu próprio, se americano fosse, não pensaria duas vezes antes de votar no candidato do Partido Republicano.

O motivo é muito simples: Trump pode ter todos os defeitos do mundo de que lhe acusam, pode ser grosseiro e xenófobo, pode insuflar nacionalismos, provocar corridas armamentistas, pode ser imprudente, sonegador de impostos, pode haver conflito de interesses entre ser multiempresário e presidente da maior economia do mundo, tudo isso: Hillary defende o aborto até o nono mês da gravidez, e Trump não. Isto por si só é motivo mais do que suficiente para votar contra ela, independente de quaisquer outras questões de governo das quais se possa legitimamente divergir no programa político do GOP. Nenhum assunto que faça parte da disputa política contemporânea é mais premente do que a questão do aborto; nenhuma pessoa que defenda o assassinato de crianças no ventre das suas mães tem suficiente integridade moral para merecer confiança em qualquer outra área de atuação pública.

No último debate presidencial, há menos de um mês, Hillary Clinton defendeu o partial-birth abortion. Para quem não sabe do que se trata, o «aborto por nascimento parcial» é uma “técnica” aplicada no último trimestre da gravidez e que consiste em induzir o parto até o ponto de o feto, ainda vivo, começar a nascer; neste momento, quando está parcialmente fora do corpo materno, o aborteiro lhe faz uma incisão na base do crânio que lhe provoca a morte. Em outras palavras, trata-se de pegar uma criança plenamente formada (com sete, oito ou nove meses de gestação), puxar-lhe pelos pés para fora do útero (mantendo apenas a cabeça ainda no interior do corpo da mãe), enfiar uma tesoura na sua nuca até o interior da caixa craniana (matando-a portanto) para, pelo buraco assim formado, introduzir um aspirador, sugar-lhe o cérebro e depois retirar o corpo com a cabeça murcha. Macabro assim.

O Pontifício Conselho para a Família assim se manifestou em 2003 a respeito do tema:

A expressão partial-birth abortion, aborto com nascimento parcial, designa uma técnica de aborto utilizada nos últimos meses de gravidez, durante a qual é praticado um parto intravaginal parcial do feto vivo, seguido de uma aspiração do conteúdo cerebral antes de completar o parto.

[…]

Segundo os seus promotores, trata-se de um gesto rápido, podendo ser praticado sem hospitalização, com anestesia local. A intervenção é precedida de uma preparação de três dias, com dilatação mecânica do cólon uterino. A operação desenvolve-se em cinco fases: num primeiro tempo, quem opera, guiado por ultra-sons, depois da eventual inversão, se necessário for, da posição do feto no útero, prende os seus pés com uma pinça. Em seguida, com uma tracção tira o feto para fora do útero e provoca o parto, extraindo todo o corpo da criança, excepto a cabeça. Quem pratica o aborto executa então um corte na base do crânio do nascituro, através do qual faz passar a ponta de umas tesouras para furar a caixa craniana. Depois, introduz no orifício assim predisposto a extremidade de um tubo fino evacuativo, através do qual é aspirado o cérebro e o conteúdo da caixa craniana do menino. A este ponto, para concluir o aborto, só falta extrair a cabeça reduzida de volume.

É evidente que isso se trata de uma coisa profundamente demoníaca, asquerosa, diante da qual nenhum homem de bem pode nem mesmo ficar indiferente — muito menos defendê-la! Tal monstruosidade é ainda praticada nos Estados Unidos; ainda que não o fosse mais, contudo, Hillary Clinton votou a favor dela quando era senadora e, no mês passado, defendeu esta sua posição ao vivo durante um debate presidencial. Uma pessoa dessas deve, sim, ser combatida de todas as formas possíveis, inclusive por meio do voto presidencial, independente de quem esteja contra ela concorrendo (a menos, é lógico, que o outro candidato defendesse alguma outra imoralidade equiparável — o que absolutamente não era o caso). A magnitude deste volutabro é tão grande que obscurece quaisquer outras questões sobre assuntos normais como política econômica, defesa interna ou restrições imigratórias.

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Hillary Clinton foi derrotada nos Estados Unidos, e isso é uma coisa a agradecer a Deus. Foi derrotado o aborto, o assassinato de crianças no ventre das mães, o promíscuo financiamento federal à Planned Parenthood; estando em jogo coisas assim importantes e explícitas não cabe nem discutir o eventual simbolismo machista, homofóbico, xenófobo ou whatever que o voto em Donald Trump alegadamente represente. Não tem nem cabimento entrar nesse mérito. Obviamente Trump não é o cavaleiro de armadura reluzente que a Cristandade espera; isso no entanto perde completamente a relevância quando se está diante de alguém que defende late-term abortions.

Penso que muitos dos eleitores americanos não queriam votar no magnata nova-iorquino; mas quero pensar que muitos quiseram votar contra a despudorada defesa do assassinato de crianças que a sra. Clinton trouxe para o centro de sua campanha presidencial. A voz das urnas, assim, não foi uma vitória do liberalismo sobre o globalismo ou do conservadorismo sobre o progressismo nem nada do tipo, mas da civilização sobre a barbárie e da defesa da vida sobre o assassinato dos inocentes. Neste ponto sim, sem dúvidas, os resultados hoje apresentados ao mundo são alvissareiros e dignos de comemoração.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

28 comentários em “A vitória de Trump: o aborto”

  1. Avaliar uma eleição absolutizando o aborto distorce completamente a análise moral do voto e do apoio a um candidato. Qualquer um que tenha noção de moral católica sabe que não haveria erro em votar em um candidato pró-aborto, desde não seja esta a razão por trás do voto e que haja outras razões morais imperiosas para isto. Saber o que um candidato diz sobre o aborto é suficiente para estabelecer o critério de um voto? Comemorar a vitória de Trump só porque ele se disse “pró-vida” e disse que irá “desfinanciar” a Planned Parenthood? Já faz 4 décadas que o aborto nos EUA é legalizado, e em um passado não muito distante Trump também se dizia a favor… Ele fica o tempo todo dando um passo pra frente e um pra trás nessa história e parece que o aborto é o único problema para os católicos em suas rasas “análises políticas”!

    É hilário ver os católicos politizados comemorando a vitória de Trump. Mas vale recordar que início do século passado, os EUA era um país anglo-saxão e protestante, e os seus CONSERVADORES não suportavam a imigração de italianos, irlandeses e poloneses. Estes imigrantes sofriam grande preconceito principalmente por serem católicos, já que o País era dominado por dogmas protestantes. Eram, inclusive, considerados não “muito brancos” para os padrões!

    Hoje 55% dos latinos nos Estados Unidos são católicos, e eles correspondem a 38% do total de católicos do país e agora correm o risco de serem debandados em massa! E a situação ainda é mais grave se levarmos em consideração que a maioria dos jovens católicos, portanto o futuro da Igreja, são latinos.

    Será que a questão do aborto e dos imigrantes na sua raiz não está a mesma questão? Será que ambas não deveriam passar pela valorização da vida humana e da dignidade em todas as fases da vida e em todas as questões de política pública?

    A questão do direito à vida e da imigração também estão historicamente unidas nos EUA e já fizeram parte do sonho da eugenia americana. O Congresso norte-americano em 1924 aprovou uma lei de imigração, a Johnson Reed Act, que limitava a entrada de imigrantes de países classificados como exportadores de “estoques hereditários inferiores”. Qualquer imigrante que não se encaixasse no padrão Branco-Anglo-Saxão-Protestante era “indesejado” e por isso deveria ser deportado, confinado ou esterilizado… E as pessoas estão aí achando que só aborto é eugênico!

  2. Também creio que, consideradas todas as posições de ambos os candidatos ao longo da campanha, e o que a respeito deles foi divulgado, a eleição de Trump é um “mal menor”, se é que é pertinente considerá-la um “mal”. O futuro próximo dirá.

  3. Qualquer um que tenha noção de moral católica sabe que não haveria erro em votar em um candidato pró-aborto, desde não seja esta a razão por trás do voto e que haja outras razões morais imperiosas para isto.

    Abstratamente é isso mesmo (e foi aliás o que eu disse no texto). Neste caso concreto, no entanto, onde temos de um lado uma mulher defendendo que, na hora do parto, os médicos enfiem uma tesoura na cabeça da criança que está nascendo e, do outro, alguém dizendo que isso não é aceitável, o juízo moral não apresenta maiores dificuldades.

    Será que a questão do aborto e dos imigrantes na sua raiz não está a mesma questão?

    A menos que se esteja falando de fuzilar imigrantes (hipótese em que teríamos, assim, duas violações diretas e voluntárias à vida humana inocente), não, a vida é um bem evidentemente mais importante e mais digno de se proteger do que a liberdade de locomoção.

    Qualquer imigrante que não se encaixasse no padrão Branco-Anglo-Saxão-Protestante era “indesejado” e por isso deveria ser deportado, confinado ou esterilizado…

    Primeiro que não é o caso.

    Segundo que entre enfiar uma tesoura na cabeça de uma criança (= violação da vida) e mutilar (= violação da integridade física), confinar ou deportar (= violação da liberdade) um imigrante não existe dúvida possível entre a hierarquia dos bens. Não seria lícito aceitar a morte de uma única criança inocente nem que disso dependesse a paz do mundo. Qualquer pessoa com noções morais rudimentares sabe disso. Vide o capítulo do Sandel (http://acispar.com.br/COMSUS_/mat-apoio/Justi%C3%A7a%20%20o%20que%20%C3%A9%20fazer%20a%20coisa%20certa.pdf) sobre utilitarismo.

  4. Neste aspecto concordo plenamente como o Jorge. Matar um ser indefeso por capricho de uma mulher que o recusa quando até poderia ter evitado a gravidez é um crime hediondo. E isto ser defendido por uma mulher que é mãe o faz mais hediondo ainda. Não sei se o tal Trump é verdadeiramente contra o aborto mas em todo caso ele terá contra ele a o registro de que o defendeu e esta mulher o tratou como a coisa mais simples do mundo. Não quer ter o filho joga no lixo.

  5. Vou te falar porque Ele defende o aborto!!! Porque Ela é mulher, e por mais que um homem venha cm todos os mímimis machistas Ele nunca saberá o que é ser uma mulher!!!! O Homem só quer ser respeitado mas respeitar a mulher e suas escolhas ? Nem fudendo!!! E te falo mais isso aqui não é um discurso de defesa do aborto não, é apenas empatia!!!, cada um sabe o vive , o que quer, o que passa!!! Se é errado ou não , só cabe a Deus julgar !! Não é mesmo?

  6. Fontes para citações como ”38% do total de católicos do país (EUA) ” sendo assim já somos maioria que saiba os protestantes ali tem apenas 26% , sequer acompanhar a campanha do Trump após o primeiro debate demostra clareza já que esta contratou 33 católicos conservadores para o ajudar e após isto foi massacre e massacre , a questão ali maior é sim o STF , protestantes ali não deram importância a aborto , liberdade religiosa etc. a questão do aborto o desgraçado é que se votar em alguém sabendo desta afirmativa tu esta excomungado e peca quando comunga , vai ladrar longe com estes textos pegos e colados , mostre mais acontecimentos de agora e a geopolítica mundial , a questão dos cristãos no Oriente a Otan cercando a Russia que acode os cristãos na síria e Iraque , a Hillary financiando o isis e oa amiguinhos de Dubai provocando a islamização do mundo , cala boca seu bosta, ate o vídeo acima do Trump usando a unidade católica vc se omitiu o que prova que é texto pronto que acha que refuta a questão aborto para católicos verdadeiros e não de IBGE.

  7. Poxa que alegria poder conhecer seu blog, realmente essa candidatura já está rendendo bons frutos. Ótimo texto, a vida é um direito inegociável, a partir do momento que questionamos isto já estamos no caminho errado.
    Que Deus abençõe Trump e também você meu irmão.

  8. Realmente, o problema moral da Hillary é apenas evidenciado pelo apoio ao aborto com nascimento parcial. Ela foi acusada ainda de praticar pedofilia, satanismo, corrupção, obstrução da justiça e outros crimes. A vitória de Trump é uma vitória da cristandade.

  9. Jorge, o pessoal aceitou a narrativa sobre o Trump de uma forma muito fácil. Eu te desafio a enumerar as coisas terríveis que o Trump teria dito. Tirando umas afirmações “machistas” de 20 anos atrás que ele comenta basicamente o que a maioria dos homens por aí comentam em roda de homens (nada virtuoso mas também nada de outro mundo, e convenhamos que chamar alguém de gorda ou pronunciar a palavra baixar para “vagina” não é crime e não se compara com as acusações e crimes dos Clinton, que estariam envolvidos até com pedofilia e recebimento de dinheiro dos governos árabes financiadores do ISIS, ocultamento e destruição de informação sigilosa e etc etc) o que mais de fascista, xenófobo, racista, transfobista e outros istas inventados pela esquerda ele afirmou? Estão comparando Trump com Hitler. Afirmando que é o fim do mundo. Que exagero patético. Quem viu ao menos um debate das primárias percebe que ele é BEEEM mais moderado do que falam. Quem queria fazer guerra com a todo custo com a Rússia? Hillary. Enquanto Trump fala em negociar, conversar, diplomacia.

    Quem é a doida, instável e perigosa ao mundo é a Hillary. Hillary é a fascista. Hillary é que quer impor todo tipo de coisa absurda ao americano comum.

    Ora, enviar imigrantes ilegais, um parte significativa deles envolvidos com crimes, de volta a seus países é xenofobia?
    Dizer que um número desproporcional de mexicanos que atravessam a fronteira ilegalmente são sim criminosos é xenofobia?
    Dizer que vai valorizar o trabalhador nacional, trazer as empresas de volta para os EUA por meio da diminuição de impostos, valorizar o nacionalismo é xenofobia?

    A verdade é: a elite globalista de George Soros e das Fundações internacionais está desesperada. Pois apareceu alguém multi bilionário que pode se financiar, falar o que quer e não precisa lamber as botas deles.

    Eu vejo a vitória do Trump como a vitória do senso comum contra o politicamente correto globalista enlouquecido. De forma alguma é um “populista” como os analistas tupiniquins estão dizendo, no sentido do político que diz aquilo que mais agrada ao povo. E sim alguém que disse verdades duras e inconvenientes, doa a quem doer, e por isso mesmo o pobre, o americano médio, ou seja, a pessoa comum que não quer saber dessas invencionices esquerdóides resolveu sair do sofá e votar.

    Achei péssimas todas as análises que li que fazem concessão a esse establishment globalista para rotular de forma vazia o Trump. Os analistas políticos brasileiros se mostraram meros militantes e estão completamente atordoados. Se você ligasse na globo news ontem veria um show de desespero de esquerdistas pseudo-jornalistas.

  10. Concordo com o texto do site, e além disso digo mais uma coisa: Nós como católicos não podemos nos esquecer de abordar o fato da Hillary estar em conluio com George Soros, que com seu plano globalista, financia as esquerdas radicais do mundo todo (além de terroristas), num combate aberto aos valores judaico-cristãos.

    Somando isso ao tema do aborto, aqui abordado, somente um católico que acredita na Globo News (a em toda a grande mídia) vai continuar achando que Trump era pior que qualquer um da laia dos Clinton (incluindo o Obama).

    Não sei se é triste ou cômico ver os pseudo-politizados repetindo como papagaios os chavões da imprensa como se fossem verdade irrefutáveis. O povo em geral que não liga para o politicamente correto, seja aqui ou lá nos EUA está fazendo o trabalho de varrer o lixo espalhado por esquerdistas, globalistas e libertários.

    E mais um detalhezinho, se essa ladainha de que o Trump é contra latinos fosse tão grande verdade, por que em estados de grande presença latina, como por exemplo a Florida, ele venceu?

    Acho sua análise padrão Globo News está um pouco furada, não acha católico defensor da Killary!?

    Thanks, Our Lady of Guadalupe!

  11. Também foi uma imensa derrota para toda a mídia corrupta e ávida de sangue inocente. O tempo todo boicotaram e desinformaram acerca da campanha do Trump.
    Graças a Deus e à Sua providência – que nos últimos tempos tem se chamado Internet – as pessoas de bem venceram.
    Eu creio que Trump fará um excelente governo, afinal ele já provou ser um grande empresário. Por outro lado, também já acenou publicamente disposição para troca de bons ofícios com a Igreja.
    Abraço

  12. “um católico seria culpado de cooperação formal no mal, e tão indigno de se apresentar para a Sagrada Comunhão, se você fosse para votar deliberadamente para um candidato precisamente por causa da posição permissiva do candidato sobre o aborto e / ou a eutanásia ” . Papa Bento XVI

  13. Sabe que estou admirando mais este Trump, pelo menos esta virtude de ser contra a barbarie do aborto ele tem, e o povo sabia disto, mais uma derrota dos esquerdistas, 2016, está melhorando.

  14. Caro Jorge, não pretendi colocar necessariamente Aborto X Imigração como um discussão. A questão é que absolutizar a escolha de um candidato apenas por um determinado ponto, seja ele qual for, é uma leitura muito superficial de um todo muito complexo. Como disse o aborto nos EUA já é legalizado há 4 décadas e o sistema federativo norte-americano é muito complexo em relação ao nosso, já que aos Estados federados tem larga competência em legislar o direito civil.

    A Suprema Corte reconhece o direito ao aborto como simples decorrência do direito à intimidade da mulher. O Estado não pode impor qualquer restrição ao “livre arbítrio” da mulher até o primeiro trimestre da gestação. No segundo trimestre, o Estado ainda não pode intervir para proscrever a prática do aborto, mas pode regular a prática de forma que esteja relacionada à saúde da mulher, admitindo-se, então, contenções ao livre arbítrio feminino. E no terceiro e último trimestre de gestação, o Estado pode proibir o aborto, exceto para preservar a vida ou a saúde da mãe.

    Só que o Estado pode adotar entendimento segundo o qual a maternidade, ou número excessivo de filhos, pode representar angústia e sofrimento para a vida da mulher, com possíveis repercussões em sua saúde física e mental. Tanto é que sete estados não têm restrição de idade para abortos. Ele abortos podem ser praticados até o momento do nascimento, inclusive no último dia.

    Ainda segundo a lei federal americana o aborto por nascimento parcial é proibido, mas acontece que em 31 estados eles podem ser realizados. E embora a posição da Suprema Corte seja sempre passível de uma revisão podendo proibir o aborto, há vários estados que já votaram suas leis “provisórias” reestabelecendo o direito ao aborto caso a proibição seja estabelecida.

    Mesmo com a vitória de Trump, que agora se diz pró-vida, mas já foi pro-escolha e também pro-aborto, o caminho é longo. Já têm várias petições on-line rodando por lá para que ele mantenha seu discurso de nomeações pró-vida para a Corte Suprema. Cantar vitória dos valores cristãos como muitos estão fazendo, pode parecer precipitado. Acima de tudo se verificarmos que seu apelo aos cristãos foi muito tardio na sua campanha, fruto de conselheiros católicos que se juntaram só recentemente. Aliás, recentemente tivemos ações repudiadas até pelos pró-vida como a do Padre Pavone que profanou um altar e desrespeitou a dignidade humana ao exibir um corpo de um feto! E isso é lastimável!

    Ao contrário das eleições de 2008 e 2012, dessa vez um republicano foi o mais votado entre os católicos, 52% para Trump contra 45% para Clinton. Sendo que dos católicos brancos 60% para Trump e 37% para Clinton, e dos hispânicos a diferença é de 41 pontos, 67% para Clinton e 26% para Trump. E dos evangélicos brancos, 8 em cada 10 eleitores foram Trump. Uma abordagem de uma única questão dá a impressão de que não importa realmente, nos Estados Unidos, o que acontece com as mulheres, as vítimas da violência, as pessoas com deficiência e as de outras etnias e religiões.

    Se realmente “a vida” venceu nestas eleições, por qual motivo, mesmo com o lobby intenso da Igreja Católica, em alguns Estados legalizaram o suicídio assistido, trouxeram de volta ou decidiram manter a pena de morte, acelerar as suas execuções?

  15. Independente de ser católico ou não nós cristãos devemos proteger a vida e nos doarmos em prou deste legado,neste qual vocês não podem esquecer que o maior homem do mundo morreu para nos salvar e o mínimo que devemos fazer é proteger a vida custe oque custar.Nao têm essa de a criança está doente ou deformada,a confiança e a fé em Deus deve ser unânime e não há fronteiras neste pensamento,é o certo e pronto.

  16. O “Pensamento Thiaguista”:Só porque ela é a favor da pedofilia, ela não pode ser professora do Jardim de infância?Isso não é motivo para ele ser o professor, pois ele pode ser pedófilo também: olha o passado dos outros pedófilos.

    Obs-Não estou dizendo que ninguém é pedófilo apenas fazendo um paralelo utilizando outro fator para agussar o princípio do pensamento utilizado pelo cara.

  17. Olá, seu Jorge. Já que você escreveu este artigo, eu gostaria de esclarecer a finalidade do programa Planned Parenthood. O Planned Parenthood não é um lugar para abortos. Isso é somente um dos serviços que eles fornecem para as mulheres que estão em extrema necessidade. Esse serviço somente faz parte de uma grande lista de serviços sociais que famílias precisam. Alguns dos serviços oferecidos pela Planned Parenthood são anticoncepcional, ultrassons, cuidados médicos extensivos e conselho para famílias que estão esperando um bebe, mas não tem condições financeiras de pagar por um plano de saúde.
    Não quero ser rude, somente gostaria de clarificar o que a Planned Parenthood realmente faz – não gosto de informações erradas serem espalhadas.

  18. È muito complexo o assunto, decidir qual o candidato é o mais conveniente ou adequado para o mundo, ou para uma parcela da humanidade, cristãos e ou católicos. Não existe verdade como 100% certa ou errada, são apenas posições de formadores de opnião. Para ser Presidente de uma nação, um candidato apresenta suas bagagens de conhecimentos e experiências acumuladas durante sua vida. O mais importante é que tenha bagagem cultural, englobando política, e conhecimentos acerca da globalização, saúde e sustentabilidade além da economia. A questão moral, fica a desejar, porquê não ha unanimidade nesta área acerca de valores religiosos e éticos, porquê estes são individualizados..
    Me furto a opinar, por perceber esta complexidade. Só o que me preocupa o que se fará para levar a termo as questões que necessitam de reflexão sobre assuntos que dizem respeito à vida em toda a sua plenitude, desde o nascimento até o final desta.

  19. TRUMP GANHOU, SIM – via delegados!
    PORÉM, NÃO LEVOU – no voto popular!
    QUER A PROVA?
    A satanista Hillary: 60.376.000 de pró aborto e mais diabolismos, inerentes a todos os esquerdo-globalistas.
    D Trump: 60 017 000!
    O número de seres humanos cuja mente está repleta de esterco marxista que o relativista Obama encheu é muita gente!

  20. Franciele,

    Chamar o aborto um serviço comparável a ultrassom ou aconselhamento financeiro é, verdadeiramente, assustador!

  21. Ver e ouvir os “progressistas” estarrecidos com a vitória de Trump? Não tem preço!

    Pena que eles sofrem de obsessão e não descansam pela causa do inferno.

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