Não há santos na Terra Santa

Não há santos na Terra Santa, e não consigo ver solução possível no conflito entre a lua e a estrela, como já escrevi aqui. Há incontáveis nuances, há males menores e piores, há situações concretas onde uma posição é mais aceitável do que a outra – mas, por um estranho fenômeno, apoiar o “mal menor” corre o permanente risco de alimentá-lo e transformá-lo num mal maior.

Não tenho certeza se as camisas do 1 shot 2 kills são verdadeiras. Parecem ser, porque não vi nada em contrário; a notícia está publicada nos mais diversos lugares, desde o El País – passando pela Folha de São Paulo – a um jornal israelense, o Haaretz (que, registre-se, segundo a wikipedia, is described as liberal or left-wing). Deste último, vale a pena também registrar o Shooting and crying.

1-shot-2-kills

O fato é que provocaram uma justíssima revolta mundo afora. A imagem é completamente injustificável, por mais que a mulher palestina representada seja uma “ameaça” (dado o rifle que ela ostenta na mão): o centro da mira está precisamente no ventre da mulher. E ainda é feita uma “brincadeira” de péssimo gosto, que raia à psicopatia, sobre o número de balas e de mortos! Que tipo de mente doentia é capaz de conceber, produzir e utilizar este tipo de camisas?

Entretanto, denunciar estes claros abusos é motivo para – segundo o fenômeno sobre o qual falei acima – os “pró-palestinos” de todos os naipes enaltecerem o justo combate dos árabes e exigirem a extirpação de Israel da face da terra. O mundo maniqueu dessa gente chegaria a ser cômico se não fosse trágico. Maniqueísmo, aliás, também já condenado pela Igreja. Quanto mais as pessoas aferrarem-se às heresias, mais distante o mundo estará da paz – que não poderá ser dada senão por Aquele que é Príncipe da Paz.