Abaixo-assinado: Cura d’Ars, padroeiro dos sacerdotes

Esperava-se que o Papa Bento XVI, no fechamento do Ano Sacerdotal, proclamasse São João Maria Vianney como padroeiro dos sacerdotes. Para surpresa e decepção geral, no entanto, isso não aconteceu.

Nós, católicos apostólicos romanos, estamos sinceramente convencidos de que sacerdotes como o Santo Cura d’Ars são exatamente o tipo de sacerdotes dos quais a Igreja precisa nos tempos de hoje. Por este motivo, queremos divulgar o abaixo-assinado (a ser entregue a Sua Santidade) pedindo que São João Maria Vianney seja proclamado padroeiro de todos sacerdotes da Igreja Católica, como fora anunciado anteriormente e como é desejo do povo de Deus, a fim de produzir frutos de vida e santidade para a Igreja dos tempos de hoje.

O Presbíteros também já divulgou. Reproduzo abaixo o texto dele, com os textos para sacerdotes e leigos de língua portuguesa; para outros idiomas, visitem o site do abaixo assinado. Assinem, e divulguem!

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Para sacerdotes:

Súplica dos sacerdotes a S.S. o Papa Bento XVI

Beatíssimo Padre,

desejamos manifestar a nossa gratidão pelo ano sacerdotal há pouco concluso, expressão da paterna solicitude de Vossa Santidade em relação a nós sacerdotes. Nessa ocasião, Vossa Santidade nos propôs como exemplo de ideal sacerdotal São João Maria Vianney, modelo do dom total a Jesus Cristo, sacerdote e vítima. Para melhor recolher os frutos deste ano sacerdotal, nestes tempos em que as vocações precisam ser encorajadas e os sacerdotes apoiados na fidelidade aos compromissos sacerdotais, vimos suplicar, Santo Padre, que haja por bem proclamar São João Maria Vianney Padroeiro de todos os sacerdotes da Igreja Católica, por ocasião da celebração da sua festa.

Asseguramos a Vossa Santidade as nossas orações, segundo as intenções da Santa Igreja e rogamos filialmente que se digne abençoar o nosso ministério…

Assine aqui! (para sacerdotes).

Para leigos, religiosos e seminaristas:

Petiçao em apoio à súplica dos sacerdotes

Fiéis da Igreja Católica, nós somos os primeiros beneficiários do ministério dos sacerdotes, que dirigimos a Sua Santidade o Papa Bento XVI esta súplica, para obter a proclamação de São João Maria Vianney Padroeiro de todos los sacerdotes da Igreja Católica. Desejamos associar-nos à petição dos sacerdotes, convictos de que do seu amor ao ideal sacerdotal dependa a nossa santificação…

Assine aqui! (para os leigos, religiosos e seminaristas)

O bordão e o báculo – Bento XVI

No entanto, falando do vale escuro, podemos pensar também nos vales escuros das tentações, do desalento, da provação, que toda pessoa humana deve atravessar. Também nestes vales tenebrosos da vida Ele está ali. Senhor, nas trevas da tentação, nas horas das trevas, em que todas as luzes parecem apagar-se, mostra-me que tu estás ali. Ajuda-nos a nós, sacerdotes, para que possamos estar junto às pessoas que, nessas noite escuras, nos foram confiadas, para que possamos mostrar-lhes tua luz.

“Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo”: o pastor necessita do bordão contra os animais selvagens que querem atacar o rebanho; contra os salteadores que buscam sua vítima. Junto ao bordão está o báculo, que sustenta e ajuda a atravessar os lugares difíceis. Esses dois elementos entram dentro do mistério da Igreja, do mistério do sacerdote. Também a Igreja deve usar o bordão do pastor, o bordão com o qual protege a fé dos farsantes, contra as orientações que são, na realidade, desorientações. Com efeito, o uso do bordão pode ser um serviço de amor. Hoje vemos que não se trata de amor, quando se toleram comportamento indignos da vida sacerdotal. Como tampouco trata-se de amor se deixa-se proliferar a heresia, a tergiversação e a destruição da fé, como se nós inventássemos a fé autonomamente. Como se já não fosse um dom de Deus, a pérola preciosa que não deixamos que nos arranquem. Ao mesmo tempo, no entanto, o bordão continuamente deve transformar-se em báculo do pastor, báculo que ajude aos homens a poder caminhar por caminhos difíceis e seguir a Cristo.

Bento XVI
Homilia no encerramento do Ano Sacerdotal

Indulgências no Ano Sacerdotal

Leiam o Decreto da Penitenciária Apostólica que estabelece as indulgências que podem ser lucradas ao longo de todo o Ano Sacerdotal que hoje se inicia. Em particular chamo a atenção para as indulgências parciais que podem ser lucradas hoje:

Enfim, concede-se a Indulgência parcial a todos os fiéis todas as vezes que recitarem devotamente cinco Pai-Nossos, Ave-Marias e Glórias, ou outra oração devidamente aprovada, em honra do Sacratíssimo Coração de Jesus, a fim de obter que os sacerdotes se conservem em pureza e santidade de vida.

Sagrado Coração de Jesus e Ano Sacerdotal

Amanhã, sexta-feira, festa do Sagrado Coração de Jesus, será aberto o Ano Sacerdotal desejado por Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Esta devoção – cujo “fundamento (…) é tão antigo como o próprio cristianismo” (cf. Bento XVI apud pe. Claudiomar) – teve como grande propagadora Santa Margarida Maria Alacoque, no século XVII. Há uma curiosa história sobre esta santa e esta devoção, narrada por Plinio Corrêa de Oliveira:

As revelações do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque, ocorridas em Paray-le Monial, na França, se verificaram durante o reino de Luiz XIV, glorioso sob tantos títulos, mas maculado pela incorreção dos costumes privados do soberano. Incumbiu Nosso Senhor a Santa Margarida Maria de fazer saber ao soberano que se quisesse evitar para seu país as maiores catástrofes, o consagrasse ele em pessoa, ao Sacratíssimo Coração de Jesus. O rei não deu ouvidos ao aviso, e o fato passou desapercebido. É curioso notar, entretanto, que na família real talvez a negativa de Luiz XIV tenha deixado uma impressão penosa, porque Luiz XVI, preso durante a Revolução, consagrou no seu cárcere a França ao Sagrado Coração de Jesus, a fim de libertar sua Pátria dos horrores da perseguição que sobre ela se abatia. Mas era tarde demais. A recusa de Luiz XIV havia afastado a possibilidade de se evitarem para a França os males que sobre ela vieram a cair. Por aí se vê como pode ferir a Nosso Senhor a recusa de um ato público e solene de piedade. E, neste caso, tratava-se de uma recusa muito menos grave do que a dos Estados leigos que, ao contrário da França de Luiz XIV, não reconhecem a Religião oficialmente, e erigem em norma habitual de conduta para com Deus o não cumprimento de seus deveres religiosos.

E, hoje, em Paris, há a Basilique du Sacré Coeur. Com uma placa contendo uma declaração do Parlamento Francês, dizendo ser “de utilidade pública a construção de um Templo em honra ao Sagrado Coração de Jesus” – ou algo assim, pois cito de memória. Foram necessários os horrores da Revolução Francesa para que a Cidade das Luzes desse ouvidos a Santa Margarida Maria Alacoque. Que nós nos empenhemos em divulgar esta devoção sem que precisemos passar pela mesma terrível experiência.

O Santo Padre escreveu uma carta aos sacerdotes para a proclamação do Ano Sacerdotal. Destaco:

Todos nós, sacerdotes, deveríamos sentir que nos tocam pessoalmente estas palavras que ele [São João Maria Vianney] colocava na boca de Cristo: «Encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto a recebê-los, que a minha misericórdia é infinita». Do Santo Cura d’Ars, nós, sacerdotes, podemos aprender não só uma inexaurível confiança no sacramento da Penitência que nos instigue a colocá-lo no centro das nossas preocupações pastorais, mas também o método do «diálogo de salvação» que nele se deve realizar. O Cura d’Ars tinha maneiras diversas de comportar-se segundo os vários penitentes. Quem vinha ao seu confessionário atraído por uma íntima e humilde necessidade do perdão de Deus, encontrava nele o encorajamento para mergulhar na «torrente da misericórdia divina» que, no seu ímpeto, tudo arrasta e depura. E se aparecia alguém angustiado com o pensamento da sua debilidade e inconstância, temeroso por futuras quedas, o Cura d’Ars revelava-lhe o segredo de Deus com um discurso de comovente beleza: «O bom Deus sabe tudo. Ainda antes de vos confessardes, já sabe que voltareis a pecar e todavia perdoa-vos. Como é grande o amor do nosso Deus, que vai até ao ponto de esquecer voluntariamente o futuro, só para poder perdoar-nos!». Diversamente, a quem se acusava de forma tíbia e quase indiferente, expunha, através das suas próprias lágrimas, a séria e dolorosa evidência de quão «abominável» fosse aquele comportamento. «Choro, porque vós não chorais»: exclamava ele. «Se ao menos o Senhor não fosse assim tão bom! Mas é assim bom! Só um bárbaro poderia comportar-se assim diante de um Pai tão bom!». Fazia brotar o arrependimento no coração dos tíbios, forçando-os a verem com os próprios olhos o sofrimento de Deus, causado pelos pecados, quase «encarnado» no rosto do padre que os atendia de confissão. Entretanto a quem se apresentava já desejoso e capaz de uma vida espiritual mais profunda, abria-lhe de par em par as profundidades do amor, explicando a inexprimível beleza de poder viver unidos a Deus e na sua presença: «Tudo sob o olhar de Deus, tudo com Deus, tudo para agradar a Deus. (…) Como é belo!». E ensinava-lhes a rezar assim: «Meu Deus, dai-me a graça de Vos amar tanto quanto é possível que eu Vos ame!».

Cor Iesu Sacratissimum,
miserere nobis!