Curtas

Battisti e os conceitos de “justiça”. “Tudo isso significa que consideramos a Itália um país medieval, incapaz de julgar seus cidadãos adequadamente por crimes cometidos em seu território. Já a Justiça brasileira, como sabemos, é exemplar”.

A recente decisão do STF sobre a não-extradição do criminoso italiano é mais um capítulo da triste história da vergonha brasileira, a cobrir de opróbrios esta nação. Que os nossos descendentes nos perdoem!

No mesmo sentido, ouvi ontem e hoje na CBN o Arnaldo Jabor lamentar que a Dilma esteja evitando encontrar-se com a iraniana Shirin Ebadi – segundo o comentarista, por causa da amizade entre Lula e o Ahmadinejad e dos “soviéticos de Brasília”. Aliás, é o terceiro dia seguido que eu ouço o comentário do Jabor, e o terceiro dia seguido em que ele se refere aos “soviéticos” e “bolcheviques” do Planalto…

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Profanação Eucarística na Colômbia: “O Pe. Rodrigo Hurtado, pároco da igreja de San Isidro em Dosquebradas (Colômbia), denunciou que a capela Cristo Salvador foi vítima de um ato sacrílego, pois ladrões ingressaram no templo, furtaram dinheiro e bens valorados em mais de mil dólares, para logo retirar as hóstias do Sacrário, derramá-las no chão, jogar cerveja em cima e pisoteá-las”.

Caberia talvez pensar que foi um ato simples de assalto, onde os criminosos aproveitaram-se da oportunidade para vandalizar o ambiente. No entanto, o sacrilégio apresenta uns requintes de odium fidei tão ímpios que nos levam a pensar se, ao contrário, não foi o assalto uma tentativa de encobrir a profanação…

Rezemos ao Altíssimo em desagravo por este sacrilégio e por tantos outros que ocorrem mundo afora. Que Ele Se compadeça de nós.

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Perito desmente mitos anti-católicos sobre as cruzadas. Leiam lá. Só destaco:

  • Primeiro mito: “as cruzadas representaram um ataque não provocado de cristãos ocidentais contra o mundo muçulmano”.
  • Segundo mito: “os cristãos ocidentais foram às cruzadas porque sua avareza os motivou a saquear os muçulmanos para ficarem ricos”.
  • Terceiro mito: “os cruzados foram um bloco cínico que em realidade não acreditava nem em sua própria propaganda religiosa, senão que tinham outros motivos mais materiais”.
  • Quarto mito: “os cruzados ensinaram aos muçulmanos a odiar e atacar a cristãos”.

O bufão da Globo

Eu não ouvi – graças a Deus, e para a preservação da minha boa noite de sono – as besteiras que o Arnaldo Jabor falou ontem no Jornal da Globo. Só hoje fiquei sabendo que, para honra e glória de Nosso Senhor e desta terrinha de onde eu escrevo estas linhas, o escolhido de ontem para ser o objeto da fúria do comentarista da Globo foi Dom José Cardoso Sobrinho, Arcebispo fiel da Igreja de Deus, de quem eu tenho a imerecida graça de ser súdito indigno. Que grande honra! Ser atacado – em rede nacional – pelo Arnaldo Jabor no Jornal da Globo não é para qualquer um.

Lembro-me de que, há quase quatro anos, quando o Santo Padre João Paulo II estava doente, o comentarista mal-assombrado apareceu na madrugada para pedir a “eutanásia” do Papa. Lembro-me de que, no mês passado (registrei até aqui como um p.s.), esta excrescência pseudo-jornalística veio falar mal de Bento XVI. Se, ontem, foi Dom José o alvo da sanha doentia do Jabor, eu só posso dar graças a Deus porque o meu Arcebispo está em muito boa companhia – em verdadeira comunhão efetiva com o Santo Padre, até mesmo na lista negra dos inimigos da Igreja!

Não consigo ouvir o link da CBN, mas a fala do comentarista da Globo está transcrita aqui (na íntegra, eu suponho). Já começa o bufão evocando imagens (para ele) odiosas: “lá do fundo da idade média, este arcebispo (…)”. Deixando claro desde já – e prescindindo de qualquer argumento para isso, por meio do simples efeito mágico dos chavões que ele bovinamente repete – que Dom José é uma pessoa retrógrada e ultrapassada, e que ele – o Jabor – é o Arauto do Novo Século, o porta-voz da esperança contra o obscurantismo, o profeta que anuncia a derrocada da Idade das Trevas. Idade das Trevas! E quanto a este século no qual vivemos, onde se permitem que crianças sejam brutalmente assassinadas, e o crime horrendo, longe de ser planejado e executado às ocultas, é realizado à luz do dia, sob os holofotes da mídia, e saudado como um sinal de progresso pelos comentaristas da Rede Globo et caterva? Do que poderemos chamá-lo? A alcunha da qual se utiliza o Jabor como epígrafe do seu cretino comentário carrega em si uma completa inversão de valores que se transformou em senso comum graças à maciça propaganda anti-clerical (principalmente) das últimas décadas. “Do fundo da idade média”! Arnaldo Jabor não quer fazer uma análise razoável dos fatos, ele não tem capacidade para isso. Ele quer debochar, zombar, escarnecer: assume algumas posições a priori (coisas como “a Igreja é retrógrada”, “viva o aborto”, etc. – tudo isso não é dito expressamente, mas está subjacente ao discurso jaboriano), exime-se de apresentá-las ou justificá-las, e passa a tecer o seu discurso baseado nessas premissas (não tão) ocultas. Que credibilidade merece esse sujeito?

E começa o show de cretinices, entre mentiras e insinuações, entre meias-verdades e inverdades completas: “leis de Deus feitas por homens”, “queimaram Santa Joana d’Arc”, “João Paulo II era progressista”, “Bento XVI não ama os desvalidos” (complemento óbvio do pensamento dele, ao falar sobre João Paulo II), “os olhos frios de Bento XVI”, pedofilia entre padres, negação do holocausto… é um excelente compêndio dos chavões mais caducos e mais rasteiros que os inimigos da Igreja propagam por aí. Tem o mérito o Jabor de fazer a coletânea; ao que parece, contudo, ele não é capaz de identificar a natureza do excremento que manipula.

Termina o profeta fantasmagórico com uma das maiores pérolas da hipocrisia televisiva moderna que eu já tive o desprazer de encontrar:

Os excomungados de Olinda não devem ter medo. Deus está vendo e está com eles.

Certamente não está com esse inquisidor, o arcebispo José Cardoso Sobrinho.

Ah, claro. Uma pena que age no foro externo, como a excomunhão, não pode ser aplicada porque o “carrasco” é imediatamente acusado de ser um inquisidor surgido sabe-se lá de quais profundezas da Idade Média. Agora, o comentarista se arroga o direito de invadir o foro interno e julgar com quem o Todo-Poderoso está e com quem Ele não está, exprimindo a própria infalibilidade com a sentença que começa por “certamente”. “Certamente” Deus não está com o Arcebispo; assim falou o enviado dos Céus, o Porta-Voz do Altíssimo:  Jabor locuta, causa finita! Cometendo – em uma escala infinitamente maior – o mesmo pecado do qual acusa o Arcebispo de Olinda e Recife, o comediante da Globo revela – uma vez mais – que não passa de uma grande piada. Será possível que ainda haja gente acreditando que dá para levar este palhaço a sério?