Protestos, credulidade e teorias da conspiração

Hoje eu estou, ao mesmo tempo, muito cético e muito afeito a teorias conspiratórias. Como eu comentei ontem, fora publicado no site da ABGLT um convite para um “evento” de protesto que incluiria a queima de um exemplar da Bíblia Sagrada. O evento – que a entidade posteriormente classificou como um ataque hacker – estava marcado para ontem à tarde e obviamente provocou a indignação de muita gente.

Os fatos são os seguintes: o tal aviso mudou, saiu e voltou pelo menos três vezes do site da ABGLT entre a terça e a quarta-feira. “Protestos” de militantes gays tremendamente ofensivos a símbolos sagrados do Cristianismo são a coisa mais banal e corriqueira do mundo. A capacidade de vitimização dos gayzistas ultrapassa todas as medidas da razoabilidade. A ABGLT foi à imprensa alardear ter sido hackeada. Assim sendo, a dúvida é perfeitamente legítima: a que tipo de militante – hacker ou não – interessa mais plantar uma notícia falsa (mas verossímil) no site de uma conhecida associação gay brasileira que, depois, vai usar o fato para se fazer mais uma vez de vítima, para acusar mais uma vez os seus opositores e para “demonstrar” a “homofobia” vigente em nossa sociedade – que exigiria a imediata distribuição do kit-gay nas escolas e a aprovação sem demora da lei da Mordaça Gay? A um “conservador”, ou a um gayzista? Sim, o meu álter-ego conspiratório exige que eu lance a dúvida.

Voltemos ao dia de ontem! Logo no início da tarde, começou-se a divulgar (via blogs e Twitter) que os militantes homossexuais estavam queimando bíblias dentro da UnB – de novo, uma notícia perfeitamente verossímil. Veja-se, por exemplo, aqui, aqui, aqui e aqui. No entanto, agora – passadas já algumas horas do suposto evento – prevalece o meu lado cético: onde estão as fotos e os vídeos de semelhante protesto pirotécnico? Nenhum órgão de imprensa registrou o protesto, não havia um único fotógrafo, ninguém tinha um celular à mão? Não é razoável que ninguém tenha sido capaz de registrar este ato de “tolerância” homossexual, até porque todos foram orientados a fazê-lo.

Portanto, até que me apareçam os vídeos e fotos da manifestação piromaníaca gay de ontem, tal evento é boato. E aqui volta o meu lado conspiratório: a quem interessa divulgar esta mentira facilmente desmascarável contra os homossexuais? Aos cristãos, ou aos próprios militantes gays – que aliás já têm histórico de ridicularizar os que são contra o PLC 122?

E tudo isso aconteceu ontem, porque ontem era o dia do protesto contra o PLC 122/2006 que reuniu milhares de católicos e protestantes em frente ao Congresso Nacional. O Jornal Nacional, ao menos, noticiou à noite: tanto o protesto quanto a entrega de um milhão de assinaturas contra o PLC 122/2006. No entanto, durante o dia, a repercussão deste evento (real) foi, de certo modo, sufocada pelos gritos de protesto contra queimas de bíblias que – em princípio – não ocorreram! É lamentável. Não dá para dizer de onde partiram os primeiros boatos. No entanto, uma coisa dá para dizer com certeza: esta história indubitavelmente beneficiou mais os revolucionários gayzistas do que os defensores da família. O Movimento Gay sem dúvidas saiu no lucro.