Defendendo o meretrício “a título de informação”

Após a polêmica, da semana passada, envolvendo a Pastoral da Mulher Marginalizada de Belo Horizonte e o aborto (cliquem no link para saberem mais detalhes), descobriu-se que esta não foi a primeira vez que a PMM-BH apresentou, em seu blog, textos (para dizer o mínimo) questionáveis.

Em postagem do dia 02 de junho de 2010, a Pastoral da Mulher de BH comemora o Dia Internacional da Prostituta. O sub-título do post: “na batalha contra a discriminação”. Citando – sem fazer nenhum comentário – um texto de um tal redeprostitutas.org.br, a PMM-BH conta-nos uma história ocorrida em Lyon, exatamente 35 anos atrás, quando “150 prostitutas ocuparam a igreja de Saint-Nizier, em Lyon, na França”. As rameiras protestavam contra a repressão policial que sofriam, e queriam que o seu trabalho fosse considerado “tão útil à França como outro qualquer”. E o texto disponível no blog da Pastoral da Mulher termina: “Por isso, o 2 de junho foi declarado, pelo movimento organizado, como o Dia Internacional da Prostituta”.

Terá sido somente “a título de informação” que este texto foi publicado? Dia 02 de junho, antes de ser o “Dia da Prostituta”, é o dia de São Marcelino e São Pedro, mártires. Isto, sim, seria esperado encontrar em um site de uma “entidade sem fins lucrativos vinculada à Arquidiocese de Belo Horizonte”. Sobre isto, no entanto, nem uma palavra. Na cabeça das responsáveis pela PMM-BH, ao que parece, no dia 02 de junho comemoram-se as prostitutas, e não os santos católicos.

Site divulgado pela PMM-BH
Site divulgado pela PMM-BH

No link apresentado pelo blog da Pastoral da Mulher Marginalizada de Belo Horizonte, antes de qualquer coisa, aparece um grande banner da “Putique – a loja da DASPU” (aliás, já falei sobre esta aberração aqui). “Compre roupas da grife Daspu e apoie a batalha pelos direitos das prostitutas”. Se algum desavisado clicar no tal banner – aconselho, aliás, veementemente que não o façam -, vai ser levado ao “Caberé Daspu”, site onde toca, em alto e bom som, funks de péssima qualidade com letras (não estou exagerando!) de fazer vergonha até mesmo a prostitutas. É também “a título de informação” que a Pastoral da Mulher divulga isso no seu site? Afinal de contas, essa pastoral existe para divulgar que tipo de informação?

A prostituição é, sim, uma violência contra a mulher, contra a sua dignidade, contra a sua feminilidade. A prostituição degrada a mulher, “coisificando-a”, transformando-a em mercadoria, em objeto pelo qual se paga, do qual se usa e, depois, se descarta. Por isso, não pode ser incentivada ou aplaudida. É um ultraje às mulheres que a PMM-BH “comemore” a violência contra a mulher ou reivindique a sua institucionalização. É um escândalo que uma pastoral católica ligada à Arquidiocese de Belo Horizonte venha comemorar o “dia da prostituta” e fazer a apologia da “profissão”.