Nota de repúdio à posição abortista do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco

[Publico nota de repúdio do “Comitê Pernambucano da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto” à decisão do CREMEPE (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco) de continuar apoiando o lobby pró-aborto do CFM. Aproveito também o ensejo para chamar a atenção para esta nota da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família/CNBB, que dirigiu ao Conselho Federal de Medicina palavras duras como estas: «[s]ua decisão (…) deixa uma mensagem inequívoca: quando alguém atrapalha, pode ser eliminado».

A decisão dos médicos de Pernambuco de apoiar o aborto, este retrocesso legislativo (porque, em pleno século XXI, quaisquer medidas legais que se proponham a revogar direitos humanos a duras penas conquistados é um retrocesso), é lastimável. Mancha a imagem deste estado perante o Brasil e nos cobre de vergonha diante de nossos compatriotas. Fica aqui ao menos o nosso protesto e, ao menos como desagravo, o registro de que nem todos em Pernambuco são favoráveis a esta atitude vergonhosa que o CREMEPE adotou. Ao contrário do que o CREMEPE disse para o CFM, Pernambuco não apóia o assassinato de crianças inocentes.]

NOTA DE REPÚDIO
AO CREMEPE

O Comitê Pernambucano da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto vem a público repudiar o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE), por sua intransigência em permanecer apoiando a Circular 46/2013 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que propõe a descriminalização do aborto em diversas situações, inclusive, pela simples vontade da gestante, até a 12ª semana de gestação.

Após manifesto público em frente ao CREMEPE, organizado pelo Grupo Natureza Humana, tendo a participação de diversos Movimentos em Defesa da Vida de Pernambuco, incluindo o Brasil Sem Aborto Estadual, a Dra. Helena Maria Carneiro Leão, Presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE) se dispôs a receber, na tarde do dia 08 de abril, uma comissão representativa da Sociedade Civil Organizada, representados pelo Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida – Brasil Sem Aborto/PE e RJ, Grupo Natureza Humana/PE, Associação Jamais Abortar/PE, Casa das Gestantes/PE, Círculo Católico de Pernambuco, Comunidade Maanaim/PE, Obra dos Santos Anjos/PE, Comissão Estadual de Espiritismo/PE, Associação Médico-Espírita de Pernambuco, bem como representação da Grande Loja Maçônica de Pernambuco, através de seu Grande Secretário de Assuntos Filantrópicos.

Na ocasião a Presidente do CREMPE confirmou ser uma decisão da maioria dos Conselheiros de Pernambuco apoiar o documento pró-aborto do CFM, e que ela apenas levou para o Conselho Federal de Medicina o que aqui já haviam também decidido; representando desta forma a opinião e decisão dos Médicos de Pernambuco.

Nós do Comitê Pernambucano da Cidadania Pela Vida – Brasil Sem Aborto lamentamos o fato de que os médicos representados pelo CREMEPE tenham deixando de lado o fato de que a dignidade humana independe do período da gestação.

Ratificamos o posicionamento e o discurso da Executiva Nacional do Brasil Sem Aborto: “qualquer estudante do segundo ano de Medicina já aprende, em suas aulas de embriologia, que os doze pares de nervos cranianos se formam durante a quinta e a sexta semanas do desenvolvimento. Que na nona semana ocorre a inervação dos músculos, e a criança em formação salta dentro do útero, exercitando perninhas e bracinhos, organizando as conexões nervosas. Que na décima semana de gestação o embrião está praticamente todo formado e, a partir daí, haverá basicamente a maturação e crescimento dos órgãos e sistemas do bebê.”

A Presidente do CREMEPE justifica o seu apoio e de seus conselheiros a descriminalização do aborto com base em uma pretensa “autonomia da mulher”. Desconsiderando, assim, o direito à vida, primeiro de todos os direitos, cláusula pétrea da nossa Constituição.

Repudiamos o posicionamento dos Conselheiros do CREMEPE, porque como médicos eles deveriam ser os primeiros a reconhecerem, como diz a Dra. Lenise Garcia – Presidente do Nacional do Movimento Brasil Sem Aborto, que a solução do problema do aborto está na prevenção, na educação com o fim de se evitar  gravidez indesejada, no apoio à mulher que se encontra em situações difíceis, na vigilância pública de clínicas clandestinas e na devida punição dos responsáveis por elas.

Se o aborto é o problema, o aborto não pode ser a solução.

Iraponan Arruda
Coordenador-Executivo Estadual

Gazeta do Povo contra a lamentável decisão do CFM de apoiar o aborto!

Ainda sobre a obtusa posição pró-aborto do Conselho Federal de Medicina, a Gazeta do Povo – mais uma vez! – foi extraordinária na publicação deste editorial: “Médicos contra a vida”. Leiam lá! Destaco:

Não pretendemos, aqui, tratar como mera estatística as mulheres que morrem em decorrência de interrupções de gravidez, embora seja preciso desmistificar as alegações de uma suposta carnificina causada pela criminalização do aborto. Uma única morte já seria motivo para lamentar profundamente, e nos solidarizamos com as mulheres que se encontram em uma situação tão desesperadora que o aborto acaba visto como a única solução. No entanto, não acreditamos que a eliminação de um ser humano inocente e indefeso seja a resposta. Cabe ao Estado e, especialmente, à sociedade civil encontrar meios para que essas gestantes se sintam acolhidas e possam levar a gestação ao fim.

Não deixem de divulgar e de entrar em contato com o jornal, por meio da página de “Fale Conosco” ou do email <leitor@gazetadopovo.com.br>. Façamos os responsáveis pela Gazeta do Povo saberem a importância do trabalho que eles realizam no Brasil atual.

Velhas falácias em uma roupagem não tão nova assim: o CFM e o aborto

Na última segunda-feira (18 de março), o “Contra o Aborto” fez uma oportuna denúncia: o Conselho Federal de Medicina (CFM) deu os braços à militância abortista para fazer lobby a favor da legalização do aborto no Brasil. Ontem (20 de março), o “Blog da Vida” publicou uma importante matéria chamada “Por que os motivos do CFM para apoiar o aborto não se sustentam?”, levantando questões bem pertinentes (e incômodas…) sobre as alegadas razões do CFM para o órgão se posicionar a favor do aborto. Estes dois textos põem a tagarelice abortista a descoberto e dirimem (pela milésima vez) a questão para quem não tem compromissos ideológicos com a cultura da morte. Ontem, portanto, estavam já sepultados os sofismas dos quais recentemente os burocratas do CFM lançaram mão para minar a defesa da vida no Brasil. O zelo dos pró-vida brasileiros garantiu que a refutação deles estivesse disponível antes mesmo que a imprensa começasse a divulgá-los, trabalho pelo qual estão de parabéns.

A despeito do atraso, com monótona previsibilidade, o establishment tomou partido do Conselho. Hoje, os órgãos de mídia parecem não falar em outra coisa! Em particular, o Sakamoto ressuscitou velhos sofismas e preconceitos puídos para encher de clichês o seu blog:

  • “defesa do direito ao aborto é diferente de defesa do aborto…”
  • “aborto hoje é legal para quem é rico…”
  • “[a] discussão não é quando começa a vida, sobre isso dificilmente chegaremos ao um consenso, mas as mulheres que estão morrendo nesse processo…”
  • “eles [os abortos] vão acontecer legal ou ilegalmente…”
  • “[n]egar a uma mulher o direito a realizá-lo [o aborto] é equivalente a dizer que ela não tem autonomia sobre seu corpo…”
  • “podemos entregar a questão da saúde pública aos cuidados da Igreja Católica…”
  • “[d]efendo incondicionalmente o direito da mulher sobre seu corpo…”
  • “o Estado brasileiro, laico, não pode se basear em argumentos religiosos para tomar decisões de saúde pública ou que não garantam direitos individuais…”
  • “não se pode defender que minhas crenças, físicas ou metafísicas, se sobreponham à dignidade dos outros…”

Incrível, não? Em pleno século XXI o cara me sai com este discurso do século passado, mais furado que tábua de pirulito e mais mentiroso do que propaganda eleitoral gratuita! E o pior é que ele não se dá sequer ao trabalho de argumentar: simplesmente vomita as mesmas bobagens de sempre, como se elas fossem alguma novidade intelectualmente relevante às quais nunca ninguém tivesse sequer tentado dar resposta.

Rapidamente, ajudemos o Sakamoto a se situar no mundo moderno e tragamos à mesa o que já se disse sobre o assunto (sobre o qual ele prefere lançar um cômodo manto de silêncio, fingindo que nunca existiu ou que não é com ele):

  • Defender o direito de se fazer alguma coisa e defender a própria coisa são posições estreitamente afins, de modo que não é possível conceber um sistema de valores no qual a primeira seja moralmente exigível e, a segunda, execrável e inadmissível. A distinção é completamente irrelevante para o mérito da celeuma. Ainda: no caso concreto, insinuar que seja possível defender um “direito” mas não o exercício desse “direito” chega a ser ridículo e ofensivo à inteligência dos adversários.
  • Sim, crimes sempre vão continuar acontecendo e, sim, quanto mais recursos uma pessoa tiver mais fácil será para ela cometer um crime e permanecer impune. Isso é lamentável, mas é uma característica das relações humanas da qual os contemporâneos (e indignantes) crimes de corrupção política são talvez o exemplo mais embaraçosamente eloqüente. A óbvia bandeira de luta a ser levantada diante disso é pela punição dos poderosos, é lógico. Querer democratizar o acesso à degeneração moral e garantir que os pobres também possam cometer “em segurança” os crimes dos ricos é simplesmente nonsense.
  • Nenhum direito é absoluto. A partir do momento em que uma mulher carrega um outro ser humano no ventre ela deixa, sim, de poder dispôr do seu corpo da mesma forma que fazia quando não estava grávida. Isto é uma decorrência imediata do princípio da igualdade fundamental entre todos os homens, fundamento basilar de qualquer sistema de direitos humanos que se possa conceber.
  • Não existe nenhuma discussão sobre “quando começa a vida”, esta resposta já foi dada há muito tempo pela genética e pela embriologia: com a junção dos gametas masculino e feminino surge um novo indivíduo, distinto dos seus progenitores, que é humano e está vivo. Qualquer tentativa de negação dessa verdade é arbitrária e ideológica, nunca racional. O que os defensores do aborto propagam é que alguns seres humanos são mais humanos do que outros: e sobre tão bárbara crença, de fato, nós nunca chegaremos a um acordo.
  • Nenhum dos pontos acima é um “argumento religioso”; são sempre os promotores do aborto que trazem o tema “religião” à baila, numa tentativa patética e desesperada de desqualificar uma discussão incômoda que eles não são capazes de travar com honestidade intelectual.

Enfim, nada de novo sob o sol. No entanto, é de se lamentar que os defensores do aborto não estejam mais sequer fingindo argumentar, e tenham aparentemente partido para a estratégia de ignorar cinicamente tudo o que já se disse contra a posição macabra que eles defendem. É de se lamentar que, agora, a ideologia abortista se limite a papagaiar de tempos em tempos a mesmíssima cantilena que lhe embalou as vergonhosas derrotas passadas, sem nem sequer fingir debater mais.