Novo Rei e nova Mesa

Sua Excelência Reverendíssima Dom Fernando Saburido, Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, saindo da Missa de Corpus Christi para a procissão pública do Corpo de Deus. Olinda, cidade alta, 31 de outubro de 2018, perto das onze horas da manhã.

Quantum potes, tantum aude 
Quia maior omni laude
Nec laudare sufficis.

Jesus e os Muçulmanos

[Reproduzo narrativa sobre um Milagre Eucarístico ocorrido na Palestina no ano de 1879. Não o conhecia, e tampouco sei quem é o autor do livreto aqui reproduzido; encontrei-o no Adversus.

Este tipo de milagre não é novidade na história da Igreja; já no século XIII Santo Tomás de Aquino se referia aos casos em que “um menino” aparecia miraculosamente no Santíssimo Sacramento (Summa IIIa, q.76, a8). E o Aquinate dizia que, nestes casos, a Hóstia Consagrada «permanece verdadeiramente o Corpo de Cristo», digna de toda Glória e adoração. Bendito seja Deus no Santíssimo Sacramento do Altar.]

Louvado seja o Santíssimo Sacramento

A foto abaixo correu o Facebook hoje; conforme me informaram, trata-se de um dos estandartes usados na Rebelião de Shimabara (que eu não conhecia, e que é outro belo capítulo da gloriosa história dos mártires da Igreja). Aqui pode ser encontrada uma galeria com mais fotos sobre ela.

É uma imagem bastante propícia para o dia de hoje, festa do Corpo e do Sangue de Deus. Aliás, bastante propícia também a coluna do Carlos Ramalhete desta quinta-feira (leiam lá!), que termina assim:

Silenciosamente, conduzido em procissão solene pelas ruas por sobre tapetes efêmeros, vai o Eterno. Seu silêncio ressalta a vacuidade e as inanidades do discurso do século, e as orações do povo apontam onde está sua verdadeira lealdade. Ouçamos.

É dia de Corpus Christi. Voltemo-nos para Deus. Rendamo-Lhe, publicamente, nossas homenagens e ofereçamo-Lhe aos pés a nossa vida. Bendito seja Deus, diante do Qual todos os anjos dobram os joelhos. Louvado seja o Santíssimo Sacramento.

“Fé – Amor – Reparação” – D. Fernando Rifan

[Oportuníssimo o artigo semanal de D. Fernando Rifan, que reproduzo na íntegra abaixo, e que vem a lume no momento propício para reparar o estrago causado por certos divulgadores de opiniões heréticas cujas idéias costumam aparecer com mais destaque principalmente nos momentos em que é mais importante voltar-se para Deus. Afundar o mal na superabundância do bem é algo sábio; e depois de ter precisado descascar ontem as bobagens do sr. José Lisboa, poder oferecer aos meus leitores um pouco de catequese positiva a respeito da festa de Corpus Christi apresenta-se como um valoroso refrigério. Bendito seja Deus no Santíssimo Sacramento do Altar.]

FÉ – AMOR – REPARAÇÃO

 Dom Fernando Arêas Rifan*

Amanhã celebraremos com toda a Igreja a solene festa do Corpo de Deus, ou Corpus Christi, solenidade em honra do Corpo de Cristo, presente na Santíssima Eucaristia.

Por que tal festa? “Augustíssimo sacramento é a Santíssima Eucaristia, na qual se contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qual continuamente vive e cresce a Igreja. O Sacrifício Eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam” (Direito Canônico cân. 897).

O mesmo nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “A Eucaristia é o coração e o ápice da vida da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e todos os seus membros a seu sacrifício de louvor e ação de graças oferecido uma vez por todas na cruz a seu Pai; por seu sacrifício ele derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja. A Eucaristia é o memorial da páscoa de Cristo: isto é, da obra da salvação realizada pela Vida, Morte e Ressurreição de Cristo, obra esta tornada presente pela ação litúrgica. Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos, e para obter de Deus benefícios espirituais ou temporais” (nn.1407, 1409 e 1414).

Esse tesouro de valor incalculável, a Santíssima Eucaristia, centro e o ponto culminante da vida da Igreja Católica, foi instituído por Jesus na Última Ceia, na Quinta-feira Santa. Mas, então, a Igreja estava ocupada com as dores da Paixão de Cristo e não podia dar largas à sua alegria por tão augusto testamento. Por isso, na primeira quinta-feira livre depois do tempo pascal, ou seja, amanhã, a Igreja festeja com toda a solenidade, com Missa e procissão solenes, Jesus Cristo, vivo e ressuscitado, presente sob as espécies de pão e vinho, na Hóstia Consagrada. Esta festa tem a finalidade de expressarmos publicamente a nossa e adoração para com Jesus Eucarístico e, ao mesmo tempo, nossa reparação pelos ultrajes, sacrilégios, profanações, e, até também, pelos abusos litúrgicos que infelizmente acontecem com relação à Santíssima Eucaristia.

O Papa João Paulo II, na sua Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”, já nos advertia contra os “abusos que contribuem para obscurecer a reta fé e a doutrina católica acerca deste admirável sacramento” e lastimava que se tivesse reduzido a compreensão do mistério eucarístico, despojando-o do seu aspecto de sacrifício para ressaltar só o aspecto de encontro fraterno ao redor da mesa, concluindo: “A Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambigüidades e reduções”.

Nessa festa de Corpus Christi, demonstremos, pois, a importância da Eucaristia na Igreja e a nossa fé, adoração, respeito, reparação e amor por Jesus Eucarístico.

 

*Bispo da Administração Apostólica
Pessoal São João Maria Vianney

Meditando o Mistério da Eucaristia: contra os maus filósofos e falsos doutores

É verdadeiramente impressionante a quantidade de lixo herético que circula livremente pelos novos meios de comunicação, ostentando ares de catolicismo e disseminando a confusão entre os fiéis católicos. A mais nova pérola é este texto que leva por título “Corpus Christi: Momento para repensar o mistério da Eucaristia”, da autoria do sr. José Lisboa Moreira de Oliveira e (nada surpreendentemente) publicado em Adital, um dos maiores portais de porcaria pretensamente católica que existe na internet dos nossos dias.

O texto é repleto de um ethos anti-católico de uma ponta à outra, além de misturar mentiras deslavadas com interpretações toscas sobre os Evangelhos em tal profusão que consegue (por certo deliberadamente) ofuscar o que existe de mais importante na celebração de Corpus Christi que toda a Igreja vai festejar depois de amanhã. Este texto é de um desserviço tamanho que custa imaginar ter sido possível escrevê-lo de outra maneira que não por inspiração direta de Satanás. Comento-o rapidamente.

O primeiro momento deste processo reflexivo deveria ser um repensar a própria solenidade de Corpus Christi. Sabemos que esta festa surgiu no auge de uma violenta crise pela qual passava a Igreja Católica. A liturgia havia se sofisticado e se distanciado do povo. Era celebrada em latim, língua não mais falada pelas comunidades. Além de serem celebradas numa língua incompreensível, as liturgias eram pomposas, luxuosas, uma verdadeira afronta aos pobres.

Primeiro que é uma mentira deslavada que a festa tenha surgido “no auge de uma violenta crise pela qual passava a Igreja Católica”. Que crise, cara-pálida? A festa foi instituída no século XIII, século das luzes, apogeu da Cristandade, quando as sucessivas vitórias da Igreja nas cruzadas contra os mouros e na Inquisição contra os cátaros já desabrochavam em flor vistosa e já permitiam uma relativa paz e tranqüilidade na Europa, que se desenvolvia garbosamente.

Ademais, a liturgia se sofisticara, sem dúvidas, mas não “se distanciara” do povo porque – nunca é demais repetir – a Liturgia não é para o povo e sim para Deus. É o povo que deve se elevar até Deus através da Sagrada Liturgia, e isso se consegue tanto melhor quanto mais solenes forem as celebrações da Igreja. Os que chamam isto de “afronta aos pobres” curiosamente nunca foram pobres na vida, e a realidade da piedade dos menos favorecidos materialmente (em todos os tempos e culturas) dá testemunho constante a respeito de quão descabido é este discurso de ódio às coisas sagradas que usa por pretexto uma pobreza que é via de regra estranha e desconhecida aos que o proferem.

Assim, por exemplo, o preço da missa dependia do modo como o padre erguia a hóstia consagrada durante a anamnesis, chamada de “consagração”, e considerada o momento mais importante da missa. Quanto mais alta a elevação, mais cara era a missa.

Como o sr. José não cita as fontes de suas afirmações gratuitas, fica impossível saber se este fato é verdade ou se é mais uma mentira estúpida (como a da “violenta crise” da Igreja no século XIII). Em todo caso, o que importa aqui é i) que a Igreja jamais determinou “preço” de Sacramento algum, condenando duramente e desde sempre a prática da simonia; ii) que os emolumentos estipulados pelas autoridades eclesiásticas por ocasião da administração dos sacramentos existem até os dias de hoje, sendo uma prática perfeitamente razoável e que não se confunde (a não ser graças à má-fé de alguns) com “preço da missa”; e iii) que não se tem registro histórico de algum tempo ou lugar – caso os haja, apresentem-nos! – onde a cobrança de taxas proporcionais à altura da elevação da Hóstia Consagrada no momento da Consagração tivesse o status de costume legítimo (e não de – no máximo! – abuso coibido).

As pessoas não mais participavam da Eucaristia e a tinham apenas como simples devoção. Iam às igrejas para adorar o Santíssimo Sacramento e não para participar da Ceia do Senhor.

Eu não sei se o autor não sabe ou finge não saber, mas a única maneira de se “participar da Ceia do Senhor” é adorando-O. Não existe esta oposição apresentada entre “adorar o Santíssimo Sacramento” e “participar da Ceia do Senhor”, muitíssimo pelo contrário: esta participação só é possível por meio daquela adoração, como veremos mais abaixo com Santo Agostinho. Comungar é adorar.

A situação ficou tão grave que a própria hierarquia determinou que se comungasse pelo menos uma vez por ano, durante o período da Páscoa.

Mais outra falsidade histórica gritante: as pessoas comungavam pouco não por “falta de piedade” ou por “ignorância” da Eucaristia, mas exatamente pela razão contrária: porque sabiam perfeitamente que a Eucaristia era o Corpo do Senhor e levavam por isso muitíssimo a sério aquela advertência de São Paulo: “quem come e bebe sem distinguir a Carne do Senhor, come e bebe a própria condenação” [cf. 1Cor 11, 29]. A (relativa) pouca freqüência à comunhão eucarística não era porque “o povo” se sentia “distante” da “hierarquia” nem nenhuma outra bobagem do tipo: o povo comungava menos porque levava a Eucaristia mais a sério. Muito mais a sério, aliás, do que A leva o sr. José de Oliveira!

Foi neste contexto que o papa Urbano IV, em 1264, fixou a solenidade de Corpus Christi: uma festa para adorar pública e pomposamente a hóstia consagrada. Portanto, a festa de Corpus Christi, como veremos a seguir, é um desvirtuamento radical do significado litúrgico do mistério do Corpo e do Sangue do Senhor. Ou, se preferirmos, uma traição do pedido do Mestre: “Tomai e comei, tomai e bebei”.

Ora, vê-se que o sr. José ou não sabe usar conjunções conclusivas ou não sabe encadear raciocínios (ou as duas coisas). A afirmação de que a festa de Corpus Christi “é um desvirtuamento radical do significado litúrgico do mistério do Corpo e do Sangue do Senhor” não está implicada (nem mesmo pretensamente) pelo blá-blá-blá anterior e, portanto, não cabe o uso de coordenação conclusiva.

Considero a festa de Corpus Christi, na forma como ainda é celebrada atualmente, um desvirtuamento litúrgico e uma traição do mandato de Cristo por várias razões. Antes de tudo porque Jesus não deixou dito que ele queria ser adorado pomposamente num ostensório luxuoso nas igrejas e pelas vias públicas de uma cidade

Irrelevante, porque Ele tampouco deixou dito o contrário. E Aquele “que não tinha onde reclinar a cabeça” Se permitiu, sim, algumas atitudes dos Seus discípulos que seriam facilmente consideradas como “traições” por gente do naipe do sr. José de Oliveira, como p.ex. naquela ocasião em que Ele deixou uma mulher derramar um vaso inteiro de perfume caro sobre Sua cabeça [cf. Mt 26, 7].

Colocar a Eucaristia, sacramento do simples e pobre pedaço de pão, num ostensório de ouro é, recordando São João Crisóstomo, ofender aquele que não tinha onde reclinar a cabeça.

De novo, não é citada fonte alguma da citação que (se existe) está certamente descontextualizada, uma vez que uma besteira desta magnitude jamais seria sequer insinuada pelo Doutor Eucarístico e que é o autor da Divina Liturgia que leva seu nome.

Em segundo lugar porque o cerne da Eucaristia está não na adoração, mas na refeição, na comida, na ceia. Ou, se quisermos, o modo correto de adorar a Eucaristia é participar da ceia, é comer do pão e beber do cálice

Pode até ser que na cabeça do sr. José o cerne da Eucaristia não esteja na adoração. Na Fé legada por Cristo à Sua Igreja, no entanto, sempre foi necessário adorar a Cristo Eucarístico. Na conhecida frase de Sto. Agostinho (relembrada, p.ex., na Sacramentum Caritatis): «Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; (…) peccemus non adorando – ninguém come esta carne, sem antes a adorar; (…) pecaríamos se não a adorássemos». Ora, diante do Papa Bento XVI citando Santo Agostinho de Hipona, quem é o sr. José Lisboa Moreira de Oliveira para vir com estes despautérios? Por que as besteiras que este senhor escreve mereceriam mais crédito do que as palavras do Papa e dos Padres da Igreja?

As normas para o culto à Eucaristia fora da missa, emanadas pelo próprio Vaticano, são muito claras a este respeito. Chegam inclusive a dizer que se deve evitar neste culto tudo aquilo que possa tirar da Eucaristia a sua natureza de alimento, de comida, de refeição. Por rigor de lógica as espécies eucarísticas, quando colocadas para a veneração dos fiéis, deveriam ser postas em pratos de comida e não em ostensórios luxuosos.

Haja paciência! “A conservação da Santíssima Eucaristia e seu culto fora da missa” é precisamente o nome de um dos capítulos da Redemptionis Sacramentum, instrução “[s]obre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia”. Lá não existe uma única palavra sobre “evitar neste culto tudo aquilo que possa tirar da Eucaristia a sua natureza de alimento, de comida, de refeição” (!) que o autor do artigo inventou. O que existe em outra parte do mesmíssimo documento (n. 77) é precisamente o contrário:

[77.] A celebração da santa Missa, de nenhum modo, pode ser inserida como parte integrante de uma ceia comum, nem se unir com qualquer tipo de banquete. Não se celebre a Missa, a não ser por grave necessidade, sobre uma mesa de refeição, ou num refeitório, ou num lugar que será utilizado para uma festa, nem em qualquer sala onde hajam alimentos, nem os participantes na Missa se sentem à mesa, durante a celebração. Se, por uma grave necessidade, deva-se celebrar a Missa no mesmo lugar onde depois será a refeição, deve-se mediar um espaço suficiente de tempo entre a conclusão da Missa e o início da refeição, sem que se exibam aos fiéis, durante a celebração da Missa, alimentos ordinários.

Entendeu, sr. José? As “normas emanadas pelo Vaticano” dizem exatamente o contrário do que o senhor está dizendo, i.e., que não é permitido celebrar a Eucaristia em um contexto que lembre o de uma refeição comum! E se o autor deste lixo de texto mente assim de modo tão descarado sobre textos recentes que qualquer um pode encontrar na internet, o quanto não será que ele mente a respeito de textos antigos dos Padres da Igreja aos quais o acesso é muito mais difícil?

Assim a concepção comum presente na mente de bispos, padres e fiéis é que os termos “carne”, “corpo”, “sangue” se refiram exclusivamente ao corpo biológico de Jesus.

De novo, só se for na cabeça do sr. José, que já deve ter percebido o quanto é fácil e cômodo atacar espantalhos. À parte as besteiras proferidas no texto, toda criança recém-catequizada aprende que na Eucaristia está presente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não tem nada de “exclusivamente” o “corpo biológico de Jesus”, ao contrário do que disse o autor do artigo. A Fé dos “bispos, padres e fiéis” católicos é esta: «No santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo”» (CEC §1374). Donde fica desmascarada esta [mais uma] mentira do sr. José, sobre a concepção dos católicos a respeito da Sagrada Eucaristia.

Por fim, a festa de Corpus Christi deveria ser um momento para se pensar numa solução definitiva para o problema daquelas milhares de comunidades cristãs espalhadas pelo mundo e que são privadas da celebração eucarística dominical, por falta de um ministro ordenado que a presida.

A “solução definitiva” para isto foi dada pelo próprio Jesus: «Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe» (Mt 9, 38). Não existe mágica: sem ministro ordenado não há Eucaristia. Infelizmente, ao invés de usar a festa de Corpus Christi para fomentar as orações pelas vocações, o autor do artigo quer reduzir a Santíssima Eucaristia a uma refeição comum que qualquer pessoa pode “confeccionar” por conta própria. Concepção mais protestante impossível.

Mesmo reconhecendo que em circunstância normais cabe ao bispo e seu conselho presbiteral presidir a Eucaristia, Tertuliano afirmava: “Onde não há um colégio de ministros inseridos, tu, leigo, deves celebrar a Eucaristia e batizar; tu és, então, o teu próprio sacerdote, pois, onde dois ou três estão reunidos, aí está a Igreja, mesmo que os três sejam leigos”.

A cereja do bolo vem no final! Depois de mentir, mentir e mentir de novo ao longo de todo o texto, será que merece crédito a citação final de Tertuliano (que, mais uma vez, é sacada da cartola sem referência e sem nada)? Ainda considerando que ela seja verídica com todas as aspas que o autor coloca (o que é inverossímil, mas vá lá), ainda assim não muda em uma vírgula a Fé da Igreja expressa com clareza pela totalidade dos Padres, pois de Tertuliano se pode parafrasear São Jerônimo e dizer: «De Tertuliano não direi senão que não pertenceu à Igreja». De fato, Tertuliano rompeu com a Igreja Católica e, portanto, esta frase alardeada pelo sr. José de Oliveira, se verídica for, é certamente expressão das suas próprias crenças pessoais, e não testemunho da Fé da Igreja de Cristo.

A despeito de eu ter cortado muita coisa do texto do sr. José de Oliveira, mesmo assim esta resposta ficou longa; mas é necessário defender a Fé da Igreja de Cristo, quando [falsos] doutores e [maus] filósofos vêm entulhar a internet com lixo teológico travestido de reflexão católica séria. Estamos às vésperas da Solenidade de Corpus Christi e, nesta Quinta-Feira sublime, importa-nos adorar devotamente a Divindade de Cristo oculta sob as espécies do pão e do vinho. Com toda a pompa que Ele – o Rei dos Reis! – merece, com toda a solenidade com a qual a Igreja de Deus sempre reverenciou o Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Deus. Importa-nos oferecê-Lo tudo o que somos e tudo o que temos! A fim de que, reverenciando com dignidade o Senhor da História oculto sob um pequeno pedaço de pão, possamos ter um dia a – imerecida – glória de vê-Lo como Ele é; de sermos felizes contemplando a face d’Aquele que, hoje, veneramos no Santíssimo Sacramento do Altar.

Aviso

Escrevo do trânsito, em viagem com alguns amigos; acesso restrito à internet nos próximos dias. Comentários serão liberados conforme disponibilidade.

Hoje é a festa do Santíssimo Corpo de Deus. É dia de dar testemunho público da presença real de Cristo na Eucaristia. É dia de sair às ruas levando o Senhor em procissão – para mostrá-Lo ao mundo, e mostrarmos que somos católicos. É Corpus Christi! Que a Santíssima Eucaristia nos guarde para a Vida Eterna.

Tapetes de Corpus Christi

Não me lembro se já falei aqui dos tapetes de Corpus Christi. São um traço da piedade popular e do sentimento religioso do povo do qual eu gosto particularmente. Até onde me conste, eles não são objeto dos livros litúrgicos; também não sei como eles são feitos nos diversos lugares do mundo (o link acima, a propósito, fala um pouco sobre isso).

Eu nunca fiz tapetes de Corpus Christi, mas sempre os admirei. Figuras belíssimas, coloridas, piedosas, desenhadas trabalhosamente no chão, com o único fito de serem destruídas quando da passagem da procissão do Corpo de Deus. Um exemplo que deixa transparecer a noção de que Deus é Senhor de todas as coisas, e que mesmo as “obras de arte” que fazemos nada valem diante da Sua majestosa presença. Um exemplo de que o melhor que nós fazemos pode – e deve! – ser oferecido ao Altíssimo sem que reservemos nada para nós próprios. Os tapetes dão trabalho, e são efêmeros – duram somente até a procissão. Deus é mais importante.

Certa feita, há alguns anos, uma amiga relatou-me algo interessante acontecido no dia de Corpus Christi. Foz do Iguaçu, se a memória não me trai. O povo havia preparado, na véspera ou pela manhã (não lembro bem), enormes e bonitos tapetes nas ruas da cidade. Antes da procissão, contudo, choveu, e a chuva desmanchou o trabalho dos fiéis antes que a Santíssima Eucaristia passasse. Quando o padre chegou, as pessoas, vendo os tapetes destruídos pela chuva e não admitindo que o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores pudesse passar, na Sua Festa, sobre desenhos estragados, tiraram as próprias vestes – camisas, casacos – e as jogaram ao chão, para que Deus passasse. Bendita chuva! O testemunho espontâneo do povo foi ainda mais bonito do que todo o trabalho feito antecipadamente. As intempéries da natureza não são capazes de impedir o povo fiel de manifestar o seu amor e a sua devoção a Nosso Senhor Eucarístico.

Porque é Deus que passa – e, disso, o povo simples tem absoluta convicção. As pessoas aprendem isso também vendo as procissões de Corpus Christi, e os tapetes preparados com dedicação apenas para serem consumidos pela passagem do padre que leva a Eucaristia. Não deveria ser assim também a nossa vida? Ornada de virtudes e preparada com esmero, com o único fito de louvar ao Onipotente – consumindo-nos neste processo? Hoje é a festa do Corpo de Deus! Que a Virgem Santíssima nos ensine a fazermos da nossa vida um tapete enfeitado apenas para a passagem do Rei.

Corpus Christi, desagravo

[Reproduzo email que recebi do pe. Mateus Maria, FMDJ. O vídeo citado é antigo, mas a dor é recente – é sempre atual. Hoje é a Festa do Santíssimo Corpo de Deus. Rezemos em desagravo.]

“Que a Paz de Cristo e a Ternura de Maria esteja contigo e com os teus!”

Hoje dia do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Solenidade, busquemos dar a “VERDADEIRA ADORAÇÃO AO SENHOR”, com um coração humilde simples, no silêncio que demonstra não termos mais palavras para louvar e adorar Jesus Sacramentado.

Nesta ocasião, desta festa solene, eu me pergunto: “Ou eu sou muito quadrado, juntamente com toda a sã tradição da Igreja, ou se perdeu totalmente a noção do Sacro!!?”

Encontrei este vídeo, o qual está postado para o vosso conhecimento, onde um sacerdote, juntamente com leigos, ao vivo na TV Canção Nova, fazem praticamente um ato tribal diante do Santíssimo Sacramento.

São Pedro Julião dizia: “Jesus é muito ofendido na Eucaristia pelas múltiplas irreverências cometidas pelos próprios cristãos; pelos sacrilégios, cujo número e malícia causam admiração aos próprios demônios” (São Pedro Julião Eymard, A Divina Eucaristia, Vol. 3).

É uma pena que as autoridades eclesiásticam muitas vezes não tomam nenhuma medida para conter estes abusos liturgicos, frutos de uma onda protestante dentro da Igreja, que está arrastando a muitos.

Resumo este vídeo como uma Vergonha e Profanação! A Igreja precisa de pessoas sérias, que não estão dentro dela para fazer showzinho e pedir dinheiro, mas para levar Jesus, para ensinar oa povo a verdadeira aodração que é feita de joelhos no chão, e oração silênciosa diante do Senhor!!!

Piedade Senhor!!!!

Para assistir clique:

http://pt.gloria.tv/?media=79868

“Cabe a cada bispo, como regulador, promotor e guarda de toda a vida litúrgica na comunidade eclesial que lhe foi confiada, fazer frutificar a graça de Deus (cf. Decr. Christus Dominus, 15), e por isso é dever de cada um de vós vigiar a fim de que se observem com cuidado e diligência as normas e diretivas que dizem respeito às celebrações, sejam essas comuns a todo o território da Conferência Episcopal ou particularmente a uma Diocese. Uma errada aplicação do valor da criatividade e da espontaneidade nas celebrações, mesmo se típica de tantas manifestações da vida do vosso povo, não deve levar a alterar nem os ritos, nem os textos, nem sobretudo o sentido do mistério que se celebra na Liturgia” (João Paulo II, aos Bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB, por ocasião da visita ad limina Apostolorum 1995-1996).

“Que o Senhor que é rico em Misericórdia te abençoe: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!”

Benedictio puerorum et puellarum

Agradeço ao Taiguara por ter divulgado, entre amigos, esta oração que agora divulgo publicamente. Trata-se da “Bênção das crianças”, que faz parte dos “Exercícios para o dia da Primeira Comunhão” de São Pio X. Aliás, o dia da Primeira Comunhão é indulgenciado, por São Pio X, conforme segue:

1º – Uma indulgência plenária para os meninos e meninas que fazem a primeira Comunhão, orando segundo as intenções do Sto. Padre;

2º – Uma indulgência plenária a seus parentes consangüíneos até o 3º grau que, confessados, comungarem e orarem segundo as intenções do sto. Padre;

3º – Uma indulgência de 7 anos e 7 quarentenas a todos os fiéis que, de coração contrito, assistirem à solenidade da primeira Comunhão.

Amanhã é Corpus Christi. Renovemos o nosso amor por Nosso Senhor Eucarístico.

Baixe aqui os Exercícios para o dia da Primeira Comunhão.

Site “Presbíteros” de volta

Repasso mensagem que recebi do pe. Demétrio sobre o site “Presbíteros”:

Prezados Amigos e Colaboradores,

Duas semanas depois do acidente com a hospedagem que nos tirou do ar, o Presbíteros está de volta.

Aproveitamos a pausa forçada nas atividades do site para implementar um novo layout, mais intuitivo, mais fácil de navegar e mais amigável a dispositivos ‘touch’, como iPhones, iPads e semelhantes. Facilitamos também o acesso aos destaques homiléticos semanais, que sempre foram um dos itens mais procurados, além das últimas publicações, que agora ficam logo na parte superior. Procuramos deixar o tudo ainda mais limpo e com mais foco no conteúdo. Esperamos que o site esteja, mais do que nunca, preparado para os próximos anos de serviço.

E essas são apenas as novidades que preparamos para o layout. Para o segundo semestre de 2010, esperamos trazer ainda muitas novidades de conteúdo, além de atualizações mais ágeis e constantes.

Agradecemos a todos que colaboraram para que o site voltasse ao ar e aos que ajudaram a divulgar que em breve estaríamos de volta.

Pedimos também que, os que assinam nosso RSS, atualizem o endereço de feed clicando no ícone próximo ao box de “publicações mais recentes”, ou no link no rodapé da página.

Confiantes em Deus, seguimos adiante!

Atenciosamente,
Equipe Presbíteros

E aproveito para recomendar: homilia para Corpus Christi.

Diante da presença de Jesus Cristo, sejamos educados, corteses, elegantes. Ao entrar na igreja, não nos esqueçamos de usar um pouco da água benta disposta nas paróquias para esse fim, a água benta nos lembra o nosso batismo e nos livra das ciladas do demônio. Em seguida, procuremos onde está o Sacrário e façamos uma genuflexão pausada diante do nosso Deus; que seja uma genuflexão bem feita, isto é, dobrando joelho direito até o chão (não é jeitoso benzer-se ao mesmo tempo, primeiro se faz a genuflexão e depois se benze, ou ao contrário). Não conversemos dentro da Igreja, caso seja necessário falar algo com alguém, façamo-lo em voz baixa. É de boa educação chegar uns minutinhos antes na Missa, dessa maneira manifestamos que nós esperamos a Jesus. Escutemos com atenção as leituras. Às palavras da consagração, está previsto que nos ajoelhemos e não que fiquemos de pé (a não ser que haja alguma causa justa; neste caso, pelo menos façamos uma “inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração”); caso se receba a comunhão de pé, é bom fazer alguma reverência antes de recebê-la. Depois da comunhão, não nos esqueçamos de dar graças a Deus, normalmente se recomenda pelo menos uns 10 minutinhos em oração depois de comungar. Também seria muito bom se nos acostumássemos a fazer visitas a Jesus no Sacrário, pois frequentemente o Senhor está muito sozinho nos Sacrários das nossas igrejas