Penso que somos cegos das grandezas de São José

Guercino, Hl.Joseph - Guercino, St.Joseph - Guerchin, Giovanni Francesco Barbieri, d

Para ilustrar o “esquecimento” do Evangelho do qual padece o mundo moderno, dia desses um amigo mencionou um episódio significativo. Certo autor encontrava-se certa vez num museu de St. Petersburg, diante d’O Filho Pródigo de Rembrandt; e percebeu que pouquíssimas pessoas sabiam o que era retratado no famoso quadro. Para a maior parte dos transeuntes, era apenas “um quadro bonito” ou, no máximo, “um Rembrandt”.

O quadro acima é de um pintor barroco italiano, Guercino. Ao vê-lo hoje de manhã, lembrei-me imediatamente da conversa sobre a ignorância evangélica do século XXI à qual fiz referência acima; e pensei, com os meus botões, quantas pessoas seriam capazes de identificar o esposo da Virgem Maria nos traços de Giovanni Barbieri.

Hoje é dia 19 de março, e a data pode parecer corriqueira para muitas pessoas. No entanto, trata-se do dia do Glorioso São José, um santo que se destaca em envergadura acima dos outros santos e santas do Altíssimo como a Sagrada Família da Qual ele é chefe se eleva acima das outras famílias santas que a Igreja já produziu neste mundo. Trata-se de um homem tão santo que sob o seu patrocínio está não um único povo ou uma determinada classe de homens, mas a totalidade da Igreja de Deus.

Infelizmente, penso que estamos muitas vezes como os turistas que não reconhecem a Parábola do Filho Pródigo numa pinacoteca ou os internautas que não distinguem o rosto de São José numa Timeline de Facebook. Penso que somos cegos das grandezas de São José, ignorantes de suas glórias; o poder do Patrono da Igreja Universal é-nos estranho e desconhecido. Se o soubéssemos, provavelmente recorreríamos com mais freqüência à sua valorosa intercessão; e, se o fizéssemos, é certo que seríamos cristãos melhores.

Em uma meditação sobre o dia de hoje, alguém me lembrava que Deus confiou à guarda de São José os Seus dois maiores tesouros na terra: a Imaculada Virgem Maria e o Menino Jesus. Como não tremer de admiração diante da grandeza desse Paterfamilias? Como não se encomendar à proteção do Chefe da Sagrada Família de Nazaré?

Há farto material sobre o santo da lavra dos Papas dos últimos séculos, da Quamquam Pluries de Leão XIII ao Bonum Sane de Bento XV (em português aqui), chegando à Redemptoris Custos de João Paulo II. Outro não foi o tema da catequese de hoje do Papa Francisco. Para qualquer lado que olhemos, os Romanos Pontífices nos acenam com a importância do Protetor da Santa Igreja. Coloquemo-nos confiantemente sob sua providência. E rezemos, especialmente no dia de hoje, para «que mereçamos ter por intercessor no céu o que veneramos na terra como protetor». Que o ilustre filho de Davi nos proteja. Que São José interceda por todos nós.

Caritas in Veritate

Foi hoje publicada a terceira carta encíclica do papa Bento XVI, Caritas in Veritate. Ainda não tive tempo de ler e espero ter oportunidade de trazer comentários mais aprofundados sobre ela mais adiante. Aproveito, no entanto, para desde já deixar o link onde o documento está disponível no site do Vaticano. Também para pôr a estrutura do documento:

Título: Caritas in Veritate

Destinatários: Bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas, fiéis leigos e todos os homens de boa vontade.

Assunto: Sobre o desenvolvimento humano integral na Caridade e na Verdade.

Estrutura:

  1. Introdução
  2. Capítulo I – A mensagem da Populorum Progressio
  3. Capítulo II – O desenvolvimento humano no nosso tempo
  4. Capítulo III – Fraternidade, desenvolvimento econômico e sociedade civil
  5. Capítulo IV – Desenvolvimento dos povos, direitos e deveres, ambiente
  6. Capítulo V – A colaboração da família humana
  7. Capítulo VI – O desenvolvimento dos povos e a técnica
  8. Conclusão

E, na introdução – que foi até onde eu li a Encíclica até o presente momento -, existe uma passagem que é fantástica e bem merecia ser afixada nas nossas paróquias e enviada a certos prelados e Conferências Episcopais (itálico no original):

Só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. (…) Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente.

Bento XVI, Caritas in Veritate, 3.

Miscelânea de assuntos

– O Papa Bento XVI está preparando uma encíclica social; e a expectativa é que ela saia até o final deste ano. Excelente notícia, posto que será – sem dúvida – mais um duro golpe na Teologia da Libertação, mais uma reafirmação do Magistério da Igreja sobre assuntos esquecidos dos nossos dias. No entanto discordo, data vênia, do otimismo do card. Martino sobre a invasão muçulmana que sofre a Europa; precisamos não de mesquitas, e sim de mais padres zakarias

– A PEPSI doou meio milhão de dólares para uma fundação que defende direitos gays! Não nos iludamos: o gayzismo é um movimento tremendamente bem organizado e milionariamente financiado. Vale salientar – mais uma vez – que “direitos gays” é uma expressão intrinsecamente absurda, posto que o vício não pode produzir “direitos” adicionais. Não há nenhum motivo para que a homossexualidade seja tratada de maneira diferenciada pelas leis positivas; se – como foi noticiado – a tal organização luta para que “empresas concedam aos funcionários homossexuais os mesmos benefícios concedidos aos héteros”, então ela não está lutando por “direitos gays”, e sim por direitos trabalhistas que valem para todos. Faz muita diferença.

– “Mas o ministro de Deus / possui o santo dever / de estar di lado dos fracos / sua causa a defender, / não é só salvar a alma / também precisa comer” (Patativa do Assaré, “O padre Henrique e o Dragão da Maldade”, in Ispinho e Fulô). Não sei quem foi padre Henrique; a julgar pelo poema, contudo, parece ter sido um dos expoentes da Teologia da Libertação em Recife à época da Ditadura Militar. Em uma carta inédita de D. Hélder sobre o referido padre que encontrei recentemente, diz-se ter sido o padre “trucidado em 1969 por integrantes da ditadura militar brasileira”. Tinha 28 anos de idade. Maldito comunismo (sim, a culpa é dos comunistas), que ceifou a vida de um sacerdote do Deus Altíssimo ainda na juventude, depois de – provavelmente – ter-lhe contaminado a alma! Kyrie, eleison.

– A Santa Sé já disse que a Igreja não possui faculdade de ordenar mulheres. Recentemente, estabeleceu até uma pena de excomunhão latae sententiae para quem tentasse uma “ordenação” feminina. No entanto, um bando de malucas – parece que não se cansam! – esteve esta semana no Vaticano em defesa justamente desta sandice. Acho que o Papa vai precisar desenhar…

In Dominico Agro

ENCÍCLICA
“IN DOMINICO AGRO”
DE CLEMENTE XIII

O PAPA CLEMENTE XIII

a seus Venerandos Irmãos, Patriarcas,
Primazes, Arcebispos e Bispos

Veneráveis Irmãos, saudação e bênção apostólica.

[I. O múnus pastoral exige, do Papa, vigilância…]

No campo do Senhor, cuja cultura nos cabe dirigir, pelo agrado da Divina Providência, nada requer tão atenta vigilância, nem tão zelosa perseverança, como a guarda da boa semente nele lançada; noutros termos, a guarda da doutrina católica que Jesus Cristo e os Apóstolos legaram e confiaram ao Nosso ministério.

Se por preguiça e incúria [Nossa], a sementeira ficasse abandonada, o inimigo do gênero humano poderia espalhar cizânia de permeio, enquanto os obreiros dormissem a bom dormir (Mt 13, 25). Por conseguinte, no dia da ceifa, mais erva haveria para queimar ao fogo, do que trigo para recolher nos celeiros.

Na verdade, o bem-aventurado Apóstolo Paulo exorta-nos, com instância, a guardarmos a fé que, uma vez por todas, foi confiada aos Santos (Iud 3). Escreve, pois, a Timóteo que guarde o bom depósito (2Tm 1, 14), porque instariam tempos perigosos (2Tm 3, 1ss), durante os quais haviam de erguer-se, na Igreja de Deus, homens maus e sedutores (2Tm 3, 1ss). Valendo-se de tal cooperação, o ardiloso tentador tudo faria por induzir os ânimos incautos em erros contrários à Verdade do Evangelho.

[e prudência]

Como muitas vezes acontece, na Igreja de Deus surgem perniciosas opiniões que, apesar de contrárias entre si, são concordes na tendência de abalar, de qualquer maneira, a pureza da fé.

Muito difícil será, então, brandir a palavra de tal forma, por entre um e outro adversário, que a nenhum deles pareça termos voltado as costas, mas antes repelido e condenado, da mesma maneira, ambos os grupos inimigos de Cristo.

Sucede também, algumas vezes, que a ilusão diabólica facilmente se oculta em erros disfarçados pelas aparências de verdade; como também um leve acréscimo ou troca de palavras corrompem o sentido da verdadeira doutrina. Assim é que a profissão de fé, em lugar de produzir a salvação, leva por vezes o homem à morte, em virtude de alguma alteração, que sutilmente lhe tenha sido feita.

[II. Finalidade do Catecismo Romano:]

Devemos, pois, afastar os fiéis, mormente os que forem de engenho mais rude ou simples, destes escabrosos e apertados atalhos, por onde mal se pode firmar em pé, nem andar sem perigo de queda.

Não devem as ovelhas ser levadas às pastagens por caminhos não trilhados. Por isso, não devemos expor-lhes opiniões singulares de doutores embora católicos, mas unicamente aquilo que tenha o sinal inequívoco, e certo de verdadeira doutrina católica, a saber: universalidade, antigüidade, consenso doutrinário.

[Expôr com sobriedade…]

Além do mais, como não pode o vulgo subir ao monte, do qual desce a glória do Senhor (Ex 19, 12), como vem a perecer, se para a ver ultrapassa certos limites – devem os guias e mestres marcar ao povo balizas para todos os lados, de sorte que a exposição da doutrina não vá além do que é necessário, ou sumamente útil para a salvação. Assim, os fiéis também obedecerão ao preceito do Apóstolo: “Não saibam mais do que convém saber, e sabê-lo com moderação” (Rm 12, 3).

[doutrinas seguras e práticas…]

Possuídos desta convicção, os Pontífices  Romanos, Nossos Predecessores, empregaram toda a energia não só para cortar, com o gládio da excomunhão, os venenosos germes do erro que às ocultas iam vingando; mas também para cercear a expansão de algumas opiniões que, pela sua redundância, impediam o povo cristão de tirar da fé frutos mais copiosos; ou que, pela parentela com o erro, podiam ser nocivas às almas dos fiéis.

Depois de condenar, por conseguinte, as heresias que, naquela época, tentavam ofuscar a luz da Igreja; depois de assim dispersar as nuvens dos erros, o Concílio Tridentino fez rebrilhar, com mais fulgor, a verdade católica.

Como julgassem que aquela Santa Assembléia da Igreja Universal usara de tanta prudência e moderação, abstendo-se até de reprovar opiniões, que por si tivessem a autoridade de doutores eclesiásticos, quiseram os Nossos mesmos Predecessores que outra obra fosse feita, segundo a mente do mesmo Sagrado Concílio, abrangendo toda a doutrina necessária à instrução dos fiéis, mas de maneira absolutamente livre de qualquer erro.

Eis o motivo de terem publicado o presente livro, com o título de “C a t e c i s m o   R o m a n o”. Empresa que acarreta louvor, sob dois pontos de vista.

Por um lado, reuniram no Catecismo a doutrina, que é comum na Igreja, e isenta de qualquer perigo de erro. Por outro, determinaram expressamente que esta mesma doutrina serviria para a instrução pública do povo. Obedeciam ao preceito de Cristo Nosso Senhor, que aos Apóstolos mandou “dissessem às claras o que Ele próprio lhes dissera nas trevas; e dos telhados apregoassem o que ao ouvido tinham escutado” (Mt 10, 27).

Obedeceram, também, à vontade de sua esposa a Igreja que clama: “Mostra-me, onde descansas ao meio-dia” (Ct 1, 6). Onde não for meio-dia, e não houver luz tão clara, que se distinga perfeitamente a verdade, fácil será que por ela se tome uma falsa doutrina, na aparência de verdadeira. Na obscuridade, dificilmente se logra distinguir uma da outra.

Sabiam, pois, Nossos Predecessores que já houve, e futuramente sempre haveria homens, que procuram atrair a si as ovelhas, e lhes prometem pastagens mais ricas de sabedoria e ciência; e que muitos haveriam de segui-los, porquanto as águas furtivas são mais doces, e o pão escondido mais suava (Pr 9, 17).

[Limitadas aos pontos essenciais]

Assim, para evitar que a Igreja, vítima de tal sedução, fosse em pós os rebanhos de companheiros (Ct 1, 6) igualmente desnorteados, que não se apóiam em nenhuma certeza da verdade, que “sempre aprendem, sem nunca chegarem ao conhecimento da verdade” (2Tm 3, 7), os Papas mandaram expor no Catecismo Romano, de maneira clara e luminosa, somente as verdades necessárias, ou as mais proveitosas para a salvação, as que devem ser explicadas à Cristandade.

[III. Nova edição:
1. Ensejo]

Este livro, porém, feito com muito esforço e trabalho, aprovado por consenso geral, acolhido com os maiores aplausos, caiu por assim dizer das mãos dos pastores, graças ao amor de inovações que, em nossos dias, enaltece vários e diversos Catecismos, que de modo algum podem comparar-se com o Romano.

Desse fato resultaram dois males. O primeiro foi de quase se destruir a uniformidade no modo de ensinar. Isto causou certo escândalo aos espíritos fracos, que já não pareciam viver em país de uma só boca (Gn 11, 1), ou da mesma linguagem.

Da divergência, que há nos métodos, de expor a doutrina católica, nasceu o segundo mal, que são as contendas. E da porfia com que um se desvanece de seguir a Apolo, outro a Cefas, aquele outro a Paulo (1Cor 1, 12), surgiram separações de ânimos e grandes discórdias. A nosso entender, a crueza de tais lutas é o que há de pior, para atalhar a glória de Deus, o que há de mais fulminante, para destruir os frutos, que os fiéis deveriam tirar da disciplina cristã.

[2. Finalidade]

No intento de remover, finalmente, estes dois males da Igreja, julgamos, pois, necessário que se tornasse à fonte, da qual apartaram, desde muito, o povo fiel; uns por falta de prudência, outros por soberba, a fim de se vangloriarem de maior sabedoria, no seio da Igreja.

Portanto, houvemos por bem entregar outra vez aos pastores das almas o mesmo Catecismo Romano, pelo qual a fé católica tomara nova vida anteriormente, e os corações dos fiéis se consolidaram nos ensinamentos da Igreja, coluna e firmeza da verdade (1Tm 3, 15). Da mesma maneira, sejam agora os fiéis preservados, o mais possível, de novas opiniões, não abonadas pelo consenso comum, nem pela antigüidade.

Para facilitar a aquisição deste livro, e para emendá-lo dos erros, que se haviam introduzido por descuido dos tipógrafos, mandamos fazer em Roma esmerada reimpressão, conforme o exemplar da edição que Pio V, Nosso Predecessor, promulgara em virtude do decreto baixado pelo Concílio Tridentino. A tradução em língua vulgar, feita e editada por ordem do mesmo São Pio, será agora reimpressa e lançada à publicidade, por iniciativa Nossa (nota: É a tradução autêntica de Figliucci).

[3. Exortação aos bispos]

Nestes tempos tão difíceis para a cristandade, nós oferecemos assim, com toda a solicitude, um meio eficacíssimo de remover os enganos de falsas opiniões, de propagar e consolidar a doutrina sã e verdadeira. A vós pertence agora, veneráveis Irmãos, fazer que o livro tenha boa acolhida entre os fiéis. Quiseram os Pontífices Romanos fosse ele proposto aos párocos, a fim de se manter uma unidade geral no método de ensinar.

Portanto, muito vos recomendamos, veneráveis Irmãos, e encarecidamente vos exortamos no Senhor a que mandeis usá-lo, na explicação da doutrina católica, todos os que se ocupam com o ministério das almas, a fim de conservarem não só a unidade de método, como também o amor e a concórdia nos corações. Sendo estas afinal as suas atribuições, deve o Bispo, por isso mesmo, tomar tento que se não ensoberbeça de suas honras, e venha a provocar cismas, e a romper os vínculos da unidade.

[IV. Condições para o uso salutar:
1. Ciência e humildade]

Nenhum, todavia, ou minguado proveito traria este livro, se menos hábeis fossem para ensinar, os que devem propô-lo e explicá-lo.

Muito vai, portanto, que para o cargo de ensinar escolhais homens, não só instruídos nas ciências sagradas, mas sobretudo humildes, e ardentes de zeloso amor pela santificação das almas.

Não é, pois, em catadupas de palavras, nem na agudeza de controvérsias, nem na ambição de louvor e glória, que consiste toda a ciência cristã, mas em verdadeira e voluntária humildade (Leo M. sermo 37 in Epiph. c 3.).

[2. caridade]

Existem pessoas a quem uma ciência mais profunda engrandece, ao mesmo tempo que as separa do convívio dos outros. Tanto mais sabem, tanto mais ignoram tais pessoas a virtude da concórdia. Cabe-lhes, pois, a admoestação da própria Sabedoria Divina: “Tende sal em vós, e entre vós conservai a paz!” (Mc 9, 49) Devemos possuir o sal da sabedoria, de maneira que sua força nos faça guardar o amor ao próximo e suportar-lhe (nota: Em latim é mais expressivo: infirmitates condiantur) as fraquezas.

[3. espírito de concórdia]

Se largarem, porém, o desejo de sabedoria e edificação do próximo, e passarem a promover discórdias, essas pessoas terão sal sem paz. Nisso não vai dom de virtude, mas um sinal de condenação.

Quanto mais instruídas forem, tanto maior será também o seu pecado. Certamente que as condena esta palavra de São Tiago: “Se, todavia, abrigais no coração um ciúme desabrido e o espírito de contenda, não vos glorieis nem mintais, em contradição com a verdade. Não é, pois, esta a sabedoria que desce do céu, mas é terrena, sensual, diabólica. Pois onde reina ciúme e discórdia, aí há desordem e toda sorte de maldade. No entanto, a sabedoria que vem do céu, é em primeiro lugar pudica, depois pacífica, modesta, dócil, acessível ao bem, cheia de compaixão e de bons frutos, não faz juízos, não é invejosa” (Tg 3, 14).

[V. Súplica e bênção do Papa]

Rogamos a Deus, na humildade de Nosso coração e na angústia de Nosso espírito, que aos esforços de Nosso zelo e diligência advenha a largueza de Sua graça e misericórdia, a fim de que não surja nenhuma desavença a perturbar o povo cristão, mas que antes, em vínculo de paz e em espírito de caridade, todos nós unicamente conheçamos, unicamente louvemos e glorifiquemos a Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor. Com este desejo é que vos saudamos num ósculo santo, veneráveis Irmãos, e com a maior afeição vos concedemos a Bênção Apostólica, a vós e a todos os fiéis de vossas igrejas.

Dado e passado no Castelo Gandolfo, aos 14 de junho de 1761, no terceiro ano de Nosso Pontificado.

[Clemente XIII,
in “Catecismo Romano”,
“Nova Versão Portuguesa baseada na edição autêntica de 1566”
Aliança Missionária Eucarística Mariana
]