“Reparai na vossa dignidade, sacerdotes!”

Esta eu li no Evangelho Quotidiano de hoje. É da carta de São Francisco de Assis a toda a Ordem. Trago somente os trechos que mais me comoveram:

Reparai na vossa dignidade, irmãos sacerdotes, e sede santos porque Ele é santo (1P 1, 16) […] Grande miséria e miserável fraqueza se, tendo-O assim presente nas mãos, vos entreteis com qualquer outra coisa!

Que todo o homem tema, que o mundo inteiro trema, que o céu exulte quando Cristo, o Filho de Deus vivo, Se encontra sobre o altar, entre as mãos do sacerdote. Que grandeza admirável, que bondade extraordinária! Que humildade sublime! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, humilha-Se pela nossa salvação, a ponto de Se ocultar numa pequena hóstia de pão.

Reparai na vossa dignidade, sacerdotes! Quem o diz é São Francisco, o poverello de Assis. Que diferença entre o verdadeiro santo e o “hippie medieval” que muitas vezes nos apresentam! Lembrei-me agora de Genésio Boff que, recentemente, declarou-se “católico apostólico franciscano”. Que diferença gritante entre o santo de Assis e o herege da Teologia da Libertação! Inspira-te o franciscanismo, Genésio? Olha, então, para o que diz São Francisco, e repara na tua dignidade sacerdotal!

Como não seria diferente o mundo de hoje, se os sacerdotes do Deus Altíssimo seguissem o sábio conselho franciscano e reparassem na própria dignidade. “Que todo o homem tema” quando Cristo é elevado na Santa Missa. “Que o mundo inteiro trema” neste momento terrível. E que o Altíssimo, elevado na Cruz do Calvário – e elevado pelo sacerdote no sacrifício quotidiano da Missa – tenha piedade de nós todos. E nos conceda piedosos sacerdotes, que tenham consciência da própria dignidade, e que se esforcem para ser santos como o Pai dos Céus é santo.

São Policarpo e o valor do Evangelho

[Depois que eu escrevi ontem aqui sobre porcos e pérolas, um leitor do Deus lo Vult! enviou-me por email um trecho da ata do martírio de São Policarpo de Esmirna (da edição “Padres Apostólicos”, coleção “Patrística”, da Paulus; também na “História Eclesiástica” de Eusébio de Cesaréia), bem como algumas considerações que Santo Ireneu (apud Eusébio de Cesaréia) faz sobre o glorioso mártir. Cito-as ambas; primeiro a ata de martírio e, depois, o que escreveu Santo Ireneu, porque ambas as passagens são bastante ilustrativas do valor que os Padres da Igreja davam à Mensagem Cristã, não aceitando de modo algum desperdiçá-la.]

No estádio, o tumulto era tão grande que mal se escutavam as palavras. Ao entrar Policarpo no estádio, veio uma voz do céu: Sê forte, Policarpo, sê homem (cf. Js 1,9). Ninguém viu quem falava, mas muitos dos nossos ouviram a voz .

Ora, enquanto o conduziam, houve um grande tumulto da parte dos que ouviram dizer ter sido preso Policarpo. Ele adiantou-se e então o procônsul perguntou se ele era, de fato, Policarpo. Ao obter a resposta afirmativa, exortou-o a renegar, dizendo: Tem pena de tua idade!, e frases semelhantes, conforme se costuma dizer. Acrescentou: Jura pela fortuna de César! Muda de opinião e dize: Abaixo os ateus!

Então Policarpo, fitando severamente a multidão presente no estádio, estendeu a mão contra eles, suspirou, olhou para o céu e disse: Abaixo os ateus!

Insistiu o procônsul, dizendo, Jura e eu te liberto. Amaldiçoa a Cristo. Policarpo disse: Há oitenta e seis anos que o sirvo e ele jamais me fez mal. Como posso blasfemar a meu Rei, meu Salvador?

O procônsul insistiu ainda e disse: Jura pela fortuna de César! Policarpo retrucou: Se esperas em vão que hei de jurar pela fortuna de César, como dizes, finges ignorar quem sou eu; escuta, falo com franqueza: Sou cristão. Se queres aprender a doutrina do cristianismo, dá-me o prazo de um dia e escuta.

O procônsul disse: Convence o povo. Policarpo respondeu: Considero-te digno de explicação, pois aprendemos a tributar aos magistrados e às autoridades estabelecidas por Deus a honra que lhes compete, contanto que não nos prejudique (cf. Rm 13,1). Quanto a estes, não os julgo dignos de me defender diante deles.

* * *

Ele [São Policarpo] viveu longamente e atingiu idade avançada, morrendo num glorioso e brilhante martírio. Sempre ensinou o que aprendera dos apóstolos, o que a Igreja transmite, somente a verdade.

Atestam-no todas as Igrejas da Ásia e todos os que até hoje sucederam a Policarpo, o qual foi testemunha da verdade mais fidedigna e mais segura que Valentino, Marcião e os restantes de espírito pervertido. Tendo ido a Roma, sob Aniceto, reconduziu muitos dos supramencionados hereges à Igreja de Deus, anunciando ter recebido dos apóstolos uma só e única verdade, aquela transmitida pela Igreja.

Alguns ouviram-no contar que João, o discípulo do Senhor, tendo ido a Éfeso, quis banhar-se; mas vendo ali Cerinto, saiu do balneário, sem se banhar, dizendo: Fujamos daqui, para que o balneário não desabe. Aí se encontra Cerinto, o inimigo da verdade.

O próprio Policarpo um dia viu Marcião, que veio ao seu encontro e lhe disse: Reconhece-nos. Ele lhe respondeu: Eu te conheço. Conheço-te, primogênito de Satanás. Tal era a prudência dos apóstolos e de seus discípulos que não mantinham relação alguma, nem mesmo conversavam com os falsificadores da verdade, segundo diz Paulo: Depois de uma primeira e de uma segunda admoestação, nada mais tens a fazer com um herege, pois é sabido que um homem assim se perverteu e se entregou ao pecado, condenando-se a si mesmo (Tt 3,10-11).’ […]

“Eu venci o mundo” – São Paulino de Nola

Fonte: Evangelho Quotidiano

Segunda-feira da 7ª semana da Páscoa : Jn 16,29-33

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Paulino de Nola (355-431), bispo
Carta 38, 3-4: PL 61, 359-360

«No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!»

Desde a origem do mundo que Cristo sofre em todos os Seus. Ele é «o princípio e o fim» (Ap 1, 8); escondido na lei, revelado no Evangelho, Ele é o Senhor «sempre admirável», que sofre e triunfa «nos Seus santos» (2Ts 1, 10; Sl 67, 36 LXX). Em Abel, foi assassinado pelo irmão; em Noé, foi ridicularizado pelo filho; em Abraão, conheceu o exílio; em Isaac, foi oferecido em sacrifício; em Jacob, foi reduzido a servo; em José, foi vendido; em Moisés, foi abandonado e rejeitado; nos profetas, foi lapidado e dilacerado; nos apóstolos, foi perseguido em terra e no mar; nos Seus inúmeros mártires, foi torturado e assassinado. É Ele quem, ainda hoje, carrega a nossa fraqueza e as nossas doenças, porque Ele é o verdadeiro homem, exposto por nós a todos os males e capaz de tomar a Seu cargo a fraqueza que, sem Ele, seríamos totalmente incapazes de suportar. É Ele, sim, é Ele que carrega em nós e por nós o peso do mundo para nos libertar dele; e assim, é «na fraqueza que a Minha força se revela totalmente» (2Cor 12,9). É Ele que em ti suporta o desprezo, é Ele que este mundo odeia em ti.

Demos graças ao Senhor, porque se Ele é posto em causa, também é Ele que recebe a vitória (cf. Rm 3, 4). Segundo esta palavra da Escritura, é Ele quem triunfa em nós quando, ao tomar a condição de servo, adquire para os Seus servos a graça da liberdade.

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En passant

Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus. “No Criador, não há mudança, não há intenções anteriores ou posteriores; na Sua natureza, não há ódio nem ressentimentos, não há lugar maior ou menor no Seu amor, nem antes nem depois no Seu conhecimento. Pois, se todos crêem que a criação começou a existir como consequência da bondade e do amor do Criador, nós sabemos que esta primeira motivação não diminui nem se altera no Criador em consequência do curso desordenado da Sua criação”.

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Este é um post não oficial. “São doze páginas de propaganda política. O que acho interessante é a estratégia de se divulgar algo que ‘não é oficial’ por vias ‘oficiais’. Claro… As instituições fazem isso o tempo todo, mas foi a primeira vez que vi isso acontecer assim, tão… Tão oficialmente!”.

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O silêncio. “[É] pelo silêncio que o homem cria e manifesta a sua força e constrói a mansão das suas virtudes; da prudência, pelo silêncio da discrição e da medida; da temperança, pelo silêncio dos seus sentimentos inconfessados; da força, pelo silêncio da paciência; da justiça, pelo silêncio do juízo; da humildade e do apagamento. Já dentro do templo das virtudes cardeais, é ainda pelo silêncio que o homem é introduzido no santuário das virtudes teologais: da fé, pelo silêncio da razão que reconhece os seus limites e se abre a uma luz mais alta; da esperança, pelo silêncio da expectativa, que, no desprendimento dos bens terrenos, aspira aos bens eternos; da caridade, pela união com Deus na oração e na dedicação aos outros”.

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Não à civilização do grito e do barulho. “O grito é o modo mais eficaz de inibir a auto-reflexão, de impedir que a voz da consciência nos diga o que fazer o que não fazer. Gritando, submetendo-me ao barulho diuturno, vivendo em um ritmo frenético entre trabalho e lazer agitado e, quando estou em casa, com a novela ou o filme ou o jornal sempre ligados, calo a consciência. Impeço-a de me proibir, de me pautar, de me fornecer os dados necessários de uma moral objetiva para meu comportamento. Se a consciência e a moralidade tentam falar comigo, enclausuro-me no barulho para que não ouça sua voz. A suavidade da voz da consciência é nublada pela ensurdecedora algazarra moderna”.

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Rei espanhol poderá ser excomungado. “Segundo o bispo, o monarca não incorrerá em qualquer pena canônica caso assine a nova lei [do aborto]. O bispo destacou que o papel do rei espanhol é peculiar – a ele cabe assinar as leis aprovadas pelo legislativo – e que, portanto, sua situação não deve ser comparada à dos parlamentares. A conferência dos bispos advertira os parlamentares católicos que se votassem a favor do projeto abortista do governo socialista espanhol estariam se colocando fora da comunhão eclesial, o que em bom e velho português se chama excomunhão. […] No meu entendimento, [no entanto,] se o rei da Espanha assina a lei está excomungado!”.

O que eles querem e como eles agem

Ao contrário do que alardeia a mídia gayzista, o Projeto de Lei 122/2006 – a lei da homofobia – não tem o propósito de resolver o “alto índice de violência contra homossexuais” que a Secretaria de Direitos Humanos diz existir. A violência no Brasil atinge a todos, independente de raça, credo ou orientação sexual.

Na verdade, com relação a esta aberração jurídica, provavelmente há aqueles homossexuais que são (i) indiferentes, porque não dão muita importância ao assunto; (ii) enganados, porque acreditam na cantilena da mídia gayzista; (iii) sádicos, que – como salientou muito bem o Olavo de Carvalho – alegram-se com a desgraça alheia; e (iv) empedernidos, porque o que querem é não ouvir o chamado à conversão que o Evangelho lhes faz continuamente e, assim, continuarem vivendo em [pseudo-]paz.

E este último ponto é particularmente crítico: querem impedir o Evangelho de ser pregado! O problema moral é sem dúvida um grande empecilho ao acolhimento da Fé verdadeira, mas hoje ele atinge patamares inauditos: se, antes, esforçavam-se os pecadores em fazerem-se de surdos, hoje querem – para se pouparem ao trabalho de fingir não ouvir – calar a boca aos missionários. Não contentes em rejeitar o chamado de Cristo, querem os pecadores empedernidos que a ninguém tal chamado seja sequer dirigido.

Cabe refletir: acaso os gays são os únicos interessados nisso… ?

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Diz reportagem da FOLHA:

A Polícia Civil e o Ministério Público do Ceará concluíram que a morte do professor universitário e militante gay Luís Palhano Loiola, 40, em maio, no interior do Estado, não foi motivada por homofobia, como suspeitavam entidades de defesa dos direitos de homossexuais, mas por vingança de um irmão do professor.

A cifra de “crimes homofóbicos” ficaria bem mais modesta se os dados fossem contabilizados com mais rigor. A Igreja define como “mártir” não simplesmente o “cristão que é morto”, mas sim aquele que é morto por ódio à Fé. Para se falar em “homofobia”, um critério análogo deveria ser aplicado. A sutileza escapa, todavia, à mídia comprometida com a agenda gayzista: eles devem viver qual abutres à caça de cadáveres de homossexuais, que possam ser usados para – per fas et per nefas – engordar as suas estatísticas.