Nota de falecimento: Eduardo Barreto Campello

Faleceu esta madrugada o dr. Eduardo Jorge do Carmo Bahia Barreto Campello, ex-presidente do Círculo Católico de Pernambuco, advogado, professor, católico fervoroso, amigo dedicado. Recuperava-se de um transplante de fígado, e se recuperava bem; aprouve no entanto a Deus chamá-lo para junto de Si, para a Eternidade onde — assim cremos e esperamos — hoje recebe a glória que este mundo lhe negou em vida.

Deixa esposa e filhos, e primos e sobrinhos, e uma multidão de amigos que hoje se reuniu — em uma segunda-feira à tarde que “coincidiu” de ser o dia de Nossa Senhora de Lourdes — para lhe prestar as últimas homenagens. A todos consolava a esperança da Ressurreição, a certeza de que a vida não termina com a morte — antes começa! — e a confiança de que os corpos que deitamos nos nossos cemitérios haverão, um dia, de ressurgir livres da corrupção da velhice e da doença. Semeamos as nossas fraquezas para colher, um dia, a Imortalidade.

No Círculo Católico, com D. Bertrand

Estive no velório e no sepultamento, pude rever alguns amigos — uma pena que o tenha sido, assim, em tão pungentes condições…! — e lançar um último olhar ao velho colega, ao guerreiro alquebrado, ao servo fiel de Deus que retorna ao Pai antes de nós. Mas, que digo? Não foi um último olhar. Do Céu, agora que pode mais perante Deus, tenho certeza de que o Dr. Eduardo olha por nós com paternal cuidado. Somos cristãos e as nossas cerimônias fúnebres, com todos os seus laivos de tristeza, são, ainda assim, antes um até-logo do que um adeus definitivo.

Estive no Cemitério de Santo Amaro e pude acompanhar o féretro no seu percurso doloroso pelas ruas da cidade dos mortos. Saindo da capela dos velórios por entre os corredores estreitos dos ossuários — cada um em seu escaninho, / cada um em sua gaveta, / com o nome aberto na lousa, / quase sempre em letras pretas, como canta João Cabral –, chegando às suntuosas avenidas dos mausoléus ([a]s avenidas do centro, / onde se enterram os ricos) e seguindo mais além, passando diante da igreja até uma pequena clareira, em um canto, sem pompa, sem luxo, sem nada, debaixo de uma árvore seca, em uma cova rasa de areia, ali desceu o caixão à terra. Ali se derramaram as últimas lágrimas e as últimas orações. Ali deixamos Eduardo, o grande, buscando talvez um lugar esquecido dos homens para que fosse lembrado de Deus.

Descanse em paz, Dr. Eduardo, e que o Altíssimo possa lhe recompensar o zelo apostólico como o mundo não foi capaz de o retribuir.

Pater Noster + Ave Maria.

Requiem aeternam dona ei, Domine,
et lux perpetua luceat ei.

Requiescat in Pace.
Amen.

Deixa as pessoas!

De ontem para hoje a internet se encheu de homenagens a Mr. Catra, o funkeiro que morreu aos 49 anos deixando 3 viúvas e 32 filhos. Em particular, tem obtido boa circulação o seguinte tweet do artista, que condensa em cento e poucos caracteres uma seletiva forma de laissez-faire curiosamente com muito boa aceitação nos dias de hoje:

Deixa as pessoas!

Divulgam-no, como é de praxe, toda a caterva dos anti-clericais, que não esconde a vontade de ver a Igreja deixar de “se meter” na “vida dos outros”. E, nos shares dos paladinos desse neoliberalismo moral, o defunto — cujo corpo nem esfriou direito ainda — se transforma em ponta de lança para atacar o alegado moralismo religioso. Mas o que dizer disso?

Cumpre, em primeiro lugar, deixar claro uma coisa: a Moral, assim como a religião em geral e o Catolicismo em particular, deixam e sempre deixaram as pessoas fazerem de suas vidas o que bem entendessem. E nem poderia ser diferente, porque os preceitos morais, assim como os religiosos, não têm propriamente a força de coagir ninguém a fazer nada. A não ser, é claro, a força moral que lhes é intrínseca e que, em um certo sentido muito particular, constrange, sim, a alma humana — que não obstante é sempre livre — a agir de tal maneira ou a deixar de agir de tal outra. Mas essa força moral é própria das idéias e não lhes pode ser retirada: só é possível acabar com aquela silenciando estas.

Daí a importância de entender bem a revolta dos anticlericais. Eles não querem que a Igreja deixe (p. ex.) “os gay ser gay” no sentido, digamos, físico do verbo deixar. Porque ninguém jamais precisou de autorização eclesiástica para namorar rapazes e nem a Guarda Suíça anda à caça de sodomitas para os impedir de conspurcar o ato sexual criado por Deus. O que querem os revoltosos de hoje é uma coisa mais profunda (e mais diabólica) do que as simples liberdades civis das revoluções burguesas: por detrás de um tweet de efeito, o que eles exigem é que as pessoas deixem de condenar como imorais determinados comportamentos — tais como, p. ex., o ato sexual contrário à natureza, a gula, a fornicação.

E vamos colocar as coisas em seus devidos lugares. Ninguém está obrigado a seguir o ensino moral da Igreja Católica (ou de qualquer outra religião) acerca da sexualidade responsável. Exigir, no entanto, que se silencie ou se modifique este ensinamento moral a fim de que as pessoas não sejam sequer confrontadas com uma visão de mundo antagônica às suas próprias, tal é extrapolar um pouco o (justíssimo) papel que as liberdades individuais devem desempenhar em uma sociedade saudável. 

No fundo, o que os propagadores do tweet mistercátrico querem não é simplesmente que a gente deixe “as mina dar” (!), como se elas nos pedissem permissão para isso ou como se tivéssemos o hábito de interromper à força intimidades alheias. Em vez disso, o que eles querem, exigem!, é que a gente sequer ouse levantar um juízo de censura sobre a degradação da sexualidade humana que o Mr. Catra soube tão bem consolidar em menos de 140 caracteres. No fundo, o que ele quer não é apenas fazer os seus filhos, porque isso ele passou a vida inteiro fazendo com espantosa prodigalidade: ele quer fazê-los sem que ninguém sequer sugira que o ato de sair por aí gerando várias crianças em várias mulheres talvez não corresponda muito bem àquilo que entendemos por dignidade humana.

Enfim, não se trata simplesmente de deixar as pessoas; o que se almeja é deixá-las imunes mesmo àquelas palavras que talvez inquietem um pouco as suas consciências. Não é um grito de liberdade, é o contrário: é um libelo em que o que se pede, ao fim e ao cabo, é a censura de idéias pura e simples.

O livre-arbítrio é uma coisa importante. Devíamos deixar as pessoas tomarem as suas próprias decisões, sim. Só que isso inclui também deixar a Igreja dizer o que é certo e o que é errado. Afinal de contas, segue-A quem quer.

Quanto a Wagner Domingues Costa, o Mr. Catra, que o Bom Deus tenha misericórdia dele e lhe conceda, pela Sua Misericórdia, o descanso eterno, a luz e a paz. Que Ele olhe com particular cuidado também para as ex-companheiras do cantor, bem como para a prole generosa que ele (tão desordenadamente) deixa sobre a terra. E que o Evangelho nunca deixe de ressoar na sociedade, ainda que isso incomode o estilo de vida eventualmente adotado por alguns.

[OFF] Nota de Falecimento

Não vi, de manhã, as manchetes dos jornais locais noticiando um «Médico (…) morto a tiros na BR-101». Só quase à hora do almoço recebi a ligação da minha pneumologista, ainda chocada, com a notícia de que Artur morrera.

– Que Artur, o meu cirurgião torácico?!
– Foi, ele saiu do Português ontem à noite e depois ninguém sabe o que aconteceu.

Só depois eu entrei na internet e fiquei sabendo dos detalhes. Vários tiros de pistola; carteira roubada; carro encontrado queimado em outro lugar, distante do corpo. Uma verdadeira tragédia. Não se sabe ainda ao certo o que aconteceu.

artur-azevedo

Foi Sandra quem me apresentou Artur quando, ainda em dezembro, eu cheguei no hospital completamente dispnéico. Ele ia drenar o meu líquido acumulado na pleura. Só o vi pessoalmente já no bloco cirúrgico: jovem e sorridente, explicou-me o que ia fazer e esteve conversando comigo durante todo o procedimento (a toracocentese a gente faz apenas com anestesia local). Pessoa agradabilíssima.

Em janeiro eu tive que me submeter a uma segunda drenagem. De novo Artur esteve comigo, e é a última lembrança que eu tenho dele. Dessa vez, dos dois lados das costas, a mini-cirurgia foi feita no próprio apartamento onde eu estava internado. Conversávamos sobre as nossas profissões; ao saber que eu trabalhava com informática, ele me saiu com não lembro qual chiste de computação. Acho que foi «a informática surgiu para resolver os problemas que antes dela não existiam», ou coisa parecida. Eu disse que ia contar também algumas anedotas sobre médicos, mas só depois que ele fechasse as minhas costas. Rimos. Não esperei tanto e soltei, de memória, aquela quadra de Bocage (acho que é de Bocage):

Aqui jaz um homem rico,
nessa rica sepultura.
Escapava da moléstia,
se não morresse da cura.

Ele riu a plenos pulmões. Ainda conversamos um pouco até eu começar a ficar tonto e ele decidir encerrar o procedimento, após três litros drenados. Deitei e fui descansar; depois disso não me lembro se voltei a me encontrar com ele, casualmente pelos corredores, ou n’alguma visita de rotina. Mas essa foi a última vez – disso tenho certeza – em que conversamos mais demoradamente.

Todos os dias, no espelho, ainda vejo dos dois lados das costas as pequenas marcas dos furos das duas drenagens às quais me submeti; e, respirando incomparavelmente melhor, ainda me lembro dos momentos angustiantes dos pulmões obliterados. Artur muito me ajudou para que eu chegasse até aqui, e é estranho; agora não me lembro se eu o agradeci devidamente, e me bate uma profunda tristeza por ele não ter podido acompanhar o desfecho do meu caso ao qual se dedicou desde o começo. Tenho ainda no meu corpo as marcas do seu trabalho médico, e ele não está mais aqui para se orgulhar dos frutos que me proporcionou. As minúsculas cicatrizes duraram mais do que o homem que as produziu. É assustador; somos mesmo pó e nada.

Artur tinha quase a minha idade: 35 anos. Deixa uma esposa e um filho pequeno. Aos que por aqui passarem, peço que rezem uma Ave-Maria por ele e pela sua família; que o Bom Deus leve em conta a dívida de gratidão que eu tenho para com ele, e que o possa recompensar por toda a atenção que dedicou a mim e à minha família nos piores momentos do meu câncer. Não sei por quê, vêm-me à mente agora duas estrofes de Augusto dos Anjos, escritas pelo poeta paraibano – conterrâneo do Dr. Artur – a um seu amigo falecido. A última delas é assim:

A água quieta do Tejo te abençoa.
Tu representas toda essa Lisboa
De glórias quase sobrenaturais,
Apenas com uma diferença triste,
Com a diferença que Lisboa existe
E tu, amigo, não existes mais!

E aqui existem coisas ainda muito mais perecíveis do que Lisboa – este próprio convalescente que escreve estas linhas, as ainda mais efêmeras cicatrizes que Artur legou às minhas costas -, e o jovem cirurgião não existe mais…! É muito triste. Só não posso concordar em absoluto com o niilismo do controverso poeta. Entendo-lhe a dor, sem dúvidas, mas vejo-a em perspectiva: Artur pode não estar mais entre nós, mas ainda existe, distante daqui; e rezo para que o Bom Deus lhe seja propício e o faça receber, lá, o meu preito de gratidão e minhas preces de sufrágio. Hoje é Treze de Maio, dia de Nossa Senhora de Fátima; que a Senhora do Céu possa valer-lhe e abrir-lhe as portas à Jerusalém Celeste.

Requiem aeternam dona ei, Domine,
– et lux perpetua luceat ei.

Requiescat in Pace,
– amen.

Viagem à Lua: um hino de louvor a Deus

Ainda a propósito do recente falecimento de Neil Armstrong e da conseqüente onda de redivivo entusiasmo pela viagem à Lua que se levantou nos últimos dias, vale a pena contextualizar alguns acontecimentos daquela época que, não raro, encontram-se distorcidos em alguns ambientes “tradicionalistas”. Refiro-me às declarações feitas então por Paulo VI. A primeira vez que tomei contato com elas foi há muitos anos, no site da Montfort, onde se insinuava – de maneira bem pouco católica, a propósito – que o falecido Pontífice tinha proferido aquelas palavras em um espírito de idolatria ao homem, de exaltação da Cidade dos Homens em oposição à Civitas Dei.

Lembro-me que isto à época me impressionou bastante, porque a ida do homem à Lua era freqüentemente apresentada como um fetiche neo-ateísta a demonstrar, de maneira cabal, a grandeza do progresso científico que finalmente havia alçado vôo após se libertar dos cabrestos obscurantistas da Religião. A viagem à Lua era apresentada – e, ainda hoje, muitas vezes é – como um troféu da emancipação humana do seu Criador, como um estandarte resplandecente da Ciência que, enfim, fora vitoriosa sobre a Fé. E neste sentido, é verdade, a declaração do Papa parecia profundamente incômoda, como se ele estivesse enaltecendo precisamente o movimento cientificista cuja pretensão era sepultar a Igreja de Deus.

A verdade, no entanto, é bem outra. Não sei em qual momento exato a aventura lunar foi seqüestrada pelos neo-ateus para lhes servir de objeto de propaganda da Descrença; mas sei que isto é sem dúvidas um fenômeno posterior. Porque, à época, os homens de todos os credos acompanhavam os cosmonautas a uma aventura cujo propósito era não destronar o Altíssimo do Seu Trono dos Céus, mas o de fazer valer o mandamento bíblico de submeter a si a Criação. Acompanhavam-se os astronautas com o mesmo espírito que, séculos antes, motivou as Grandes Navegações; com aquela “não menos certíssima esperança / de aumento da pequena Cristandade” que Camões cantou no início d’Os Lusíadas. A viagem à Lua, historicamente, foi uma obra de arte ofertada pelo homem ao Deus Altíssimo, e não a lança erguida contra Ele que se quis posteriormente apresentar.

Prova-nos isto a própria vida de Neil Armstrong que, como eu falei ontem, jamais viu nenhuma oposição entre ir à Lua e ser capaz de elevar a alma a Deus.

Prova-nos isto um pequeno item do acervo dos Musei Vaticani que eu vi em 2008 quando estive na Città Eterna:

Trata-se de uma pequena bandeira do Vaticano que foi levada à Lua pela Apollo 11 e, quando retornou à Terra, foi presenteada ao povo do país (junto com algumas pequenas pedras lunares recolhidas pelos astronautas).

Prova-nos isto, enfim, o próprio teor dos discursos de Paulo VI (pelos quais ele é acusado de idolatrar o homem):

Messaggio ai cosmonauti Armstrong, Aldrin e Collins (21 de julho de 1969);
Mensagem do Angelus (7 de fevereiro de 1971).

Onde o primeiro começa com um gloria in Excelsis Deo e finda mandando uma bênção aos astronautas (que “expandem até os abismos celestes o domínio sábio e audaz do homem”) e, o segundo, fazendo explícita referência ao mandamento bíblico de “crescer e dominar”, explica a forma como se encarava então a viagem à Lua:

[O progresso humano n]ão é paixão ambiciosa: é resposta à vocação do seu ser [do homem], que com isso mesmo [nello stesso tempo] aprende a ler no cosmo a exigência de um princípio criador e ativo, misterioso, silencioso, eterno e onipotente: sugere-a a própria desoladora miséria – cheia de realidade e de leis – do satélite explorado. Que meditação! O canto encontra no salmo sua palavra sublime: «Os céus narram a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos» (Ps. 18, 2).

Eis, portanto, o que pensava Paulo VI (e, com ele, a maior parte dos homens) a respeito da empresa lunar! O entusiasmo generalizado de então não tinha a conotação cientificista que se observa hoje; ao invés disso, o homem, principe del cielo, usava o seu engenho para realizar-se mais plenamente e, assim, aproximar-se mais de Deus. O homem não se afastou do seu Criador ao pisar na Lua, muito pelo contrário: da imensidão do espaço vazio, os astronautas – e, com eles, todos os homens que da Terra acompanhavam a inaudita empreitada – podiam ouvir com mais clareza os Céus cantarem a glória de Deus.

Nota de Falecimento: Vitória de Cristo

É com pesar que eu comunico o falecimento da menina Vitória de Cristo, pequena heroína pró-vida que em abril passado ganhou notoriedade no Brasil ao desconcertar os promotores do aborto eugênico – os quais, desgraçadamente, terminaram por conseguir manchar esta Terra de Santa Cruz com a nódoa do apoio (pretensamente) legal ao assassinato de crianças deficientes. Os bárbaros podem ter vencido a farsa judicial, mas Vitória desmascarou os seus sofismas e forneceu aos brasileiros de boa vontade um poderoso contraponto às mentiras então repetidas ad nauseam. A pequena garota por diversas vezes diagnosticada como anencéfala mostrou ao mundo que, ao contrário do que diziam os burocratas do STF, ela podia viver e de fato vivia.

O comunicado foi posto ontem no blog “Nossa Amada Vitória de Cristo”, mantido pelos pais da garota. Vitória faleceu na terça-feira última, dia 17 de julho, às nove e meia da noite.

Ela partiu serenamente enquanto a beijávamos, abraçávamos e lhes dizíamos o quão preciosa era, que sempre a amaremos e que ela podia partir em paz para junto de Deus. E ela partiu.

A foto abaixo é uma das mais recentes que constam no blog de Vitória; foi publicada no último dia 27 de junho e mostra a pequena garota dormindo serenamente. Hoje ela se encontra diante de Cristo; foi juntar-se a outras crianças como ela – como a Marcela de Jesus, anencéfala, falecida em 2008 e tantas outras – para interceder por sua Pátria, para rogar a Deus pelo Brasil.

Deve haver uma grande festa no Céu agora, quando os risos de Vitória foram se somar aos de Marcela para embelezar ainda mais o Paraíso. E nós, a quem aprouve ao Deus Altíssimo que cá ficássemos ainda mais um pouco, entristecemo-nos com a partida de Vitória mas, ao mesmo tempo, consolamo-nos por saber que a Igreja Triunfante ganhou mais uma intercessora poderosa para, de junto a Deus, auxiliar-nos nos percalços desta vida e nos terríveis combates que nos é exigido travar. Que o Espírito Santo possa consolar os parentes que sofrem com a dor da perda. E que, do alto dos Céus, Vitória possa rogar por nós.

Nota de Falecimento – Dom Luiz Gonzaga Bergonzini

É com tremendo pesar que eu comunico o falecimento de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos e terror dos inimigos da Igreja, ocorrido nesta madrugada no Hospital Stella Maris. Segundo informações da sua assessoria, os ofícios fúnebres dar-se-ão como se segue:

13.06 – às 19:30h. – Missa de Corpo presente na Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição

14.06 – às 10:00h. – Missa seguida do sepultamento na própria Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição

Endereço: Praça Tereza Cristina. n. 01, Centro, Guarulhos

P.S.: Conforme recebi por email, as informações mais detalhadas são as seguintes:

Hoje, 13/06 a partir das 12hs missa de corpo presente de 2 em 2 horas na Catedral N. Sra. da Imaculada Conceição, em Guarulhos.

Amanhã, 14/06, a partir das 10hs missa de corpo presente de 2 em 2 horas e às 16 horas, enterro na própria Catedral N. Sra. da Imaculada Conceição, em Guarulhos.

Eu não poderei dar o último adeus ao Leão de Guarulhos, a quem eu tive a honra de cumprimentar pessoalmente no Congresso Pró-Vida do ano passado. Mas os que puderem se fazer presentes, por favor não deixem de prestar esta última homenagem a este homem que nos últimos anos tanto fez pela causa pró-vida nesta Terra de Santa Cruz. E, como disse um amigo numa lista de emails, que ele possa continuar o seu trabalho de interceder pelo Brasil agora que pode mais diante de Deus.

Este blog está de luto pela morte de um bispo digno d’Aqueles de quem é sucessor. Que Deus o receba o quanto antes nas Moradas Eternas.

Requiem aeternam dona ei, Domine,
et lux perpetua luceat ei.

Requiescat in Pace.
Amen

O mundo hoje chora o fruto de uma gravidez indesejada – Steve Jobs, R.I.P.

Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era jovem e não era casada; estava fazendo o doutorado, e decidiu que me ofereceria para adoção.
(Steve Jobs aos formandos de Stanford)

Faleceu ontem. No entanto, poderia ter morrido 57 anos atrás, assassinado no ventre da sua mãe que não o queria. Poderia não ter sequer nascido. E então como seria o mundo agora…?

Será que Steve Jobs nasceria no “mundo dos sonhos” dos abortistas modernos? No mundo onde as mulheres têm o “direito” de “interromper” uma gravidez indesejada? Será que, neste mundo, os “direitos sexuais e reprodutivos” delas não privariam o mundo da inteligência do fundador da Apple? Aliás, quantos “Steves” o mundo já não perdeu por conta do egoísmo assassino de algumas mães? Se os “direitos” hoje reivindicados como “humanos” estivessem em vigor em 1955, é possível que Steve Jobs não viesse ao mundo.

Hoje o mundo chora a morte daquele que nasceu de uma gravidez indesejada. Quantas lágrimas seriam derramadas se ele tivesse sido abortado? Aliás, quantos choram os que são assassinados diariamente, às escondidas, sem que ninguém saiba ou se importe? Como seria o mundo de hoje, em um Universo Paralelo onde o aborto era legal na década de 1950?

Todos deveriam poder deixar saudades. Todos deveriam ter o direito de tentar fazer do mundo um lugar melhor. Todos deveriam ter a chance de fazer os outros chorarem. Todos têm direito a luto – e não podem ser descartados como lixo hospitalar, sem que façam nada, sem que ninguém os conheça. Hoje o mundo está mais triste porque houve um gênio que partiu. Mas este gênio um dia foi uma criança indesejada que poderia não ter nascido. Que, segundo a lógica de alguns, poderia ser “interrompido”.

Não ao aborto. Quando menos, porque nunca se sabe de quem se estará privando o mundo.

Steve Jobs, R. I. P.

Nota de Falecimento

[Recebi hoje pela manhã a notícia, via internet – é uma maneira triste de começar o dia! O pe. João Novais era português da Diocese de Braga. Lembro-me de que outro dia comentei com um amigo que tínhamos, aqui em Olinda e Recife, um sacerdote que sabia celebrar no Rito Bracarense, embora nunca lhe tivéssemos pedido que o fizesse. Agora não o podemos pedir mais…

Ouvi há pouco mais de um mês o pe. João, lá nas Graças, encorajando rapidamente os catequistas a continuarem desempenhando com afinco a sua missão. Até o último instante preocupado com a formação daqueles que a Divina Providência lhe confiou. Foram quase cinqüenta anos de sacerdócio! É uma vida. Que o Altíssimo lhe possa dar a devida recompensa.

A nota de falecimento abaixo reproduzida foi publicada hoje no site da paróquia das Graças. Peço aos visitantes que rezem uma ave-maria pelo piedoso sacerdote. Que a Virgem Santíssima, Janua Coeli, o receba o quanto antes nas Moradas Eternas.

Requiem aeternam dona ei, Domine,
Et lux perpetua luceat ei.

Requiescat in Pace
Amen.]

É com pesar que comunicamos à comunidade paroquial das graças do falecimento do nosso querido pastor, Pe. João Novais.

Segundo as primeiras informações obtidas pela secretaria paroquial, o Pe. João Novais faleceu nas primeiras horas do dia 1º de Setembro de 2011, hoje, ainda dentro do avião que o levava a Lisboa para suas férias anuais. Seguiu viagem acompanhado de um médico, por orientação da companhia aérea. Foi socorrido num primeiro infarte dentro do voo, tendo recuperado-se. Passado o susto, tendo agradecido a todos, teve um segundo infarte, já próximo ao pouso, sobre o qual houve pouco a se fazer.

Pe. João era português e por isso costumava curtir suas férias em sua terra natal. No próximo mês (outubro) completaria 50 anos de sacerdócio.

O Pe. João esteve à frente dessa comunidade durante as últimas décadas, tendo levado nossa comunidade a romper o milênio a passo da Igreja. Sempre fez questão de trazer os desafios propostos por todas as instâncias superiores da Igreja, fosse as campanhas de evangelização promovidas desde Roma, fosse pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fosse pela própria Arquidiocese de Olinda e Recife.

Também era zeloso pelas orientações da Igreja, quando Roma falava, em qualquer matéria, ele aceitava sem qualquer tipo de questionamento. Sua liturgia era impecavelmente obediente ao que manda a Igreja.

Aqueles que o conheciam mais de perto puderam, ao longo dos trabalhos da comunidade, perceber que a falsa aparência que alguns tinham dele, de que seria um homem bruto, duro, caia por terra rapidamente. Tratava-se de um pastor sensível às dores dos homens, de cada homem. Sempre disposto a pacificar os conflitos, além de insistente promotor da unidade paroquial.

Ainda há pouco a ser dito quanto às implicações que seu falecimento para a comunidade, e tampouco é o momento de discutir o assunto, já que certas decisões cabem ao nosso Arcebispo, Dom Fernando Saburido. Por hora, cabe-nos sentir a dor da despedida, ao mesmo tempo em que podemos agradecer a Deus pela chance de ter conhecido e convivido com esse pastor tão humano e solidário.

A missa de sétimo dia será celebrada em nossa comunidade no próximo dia 8 de setembro, dia da natividade de nossa senhora, às 20 horas. O sepultamento e demais celebrações naturalmente serão realizado em Portugal, pelas razões já citadas nesse texto.

A Pastoral da Comunicação abre esse canal para depoimentos dos fiéis. A próxima edição do Porta-Voz será uma homenagem, e gostaríamos de publicar depoimentos que fizessem juz ao que o Pe. João deixou, seu legado em nossa comunidade. Por favor, cliquem em comentar e ponham sua mensagem. Ela será publicada no site à medida que vá sendo aprovada pelo moderador.

Dr. Nathanson +2011

É digno de registro o falecimento do dr. Bernard Nathanson, ex-abortista e, depois, vigoroso militante pró-vida. R.I.P. Praticou milhares de abortos, até se convencer de que os fetos eram realmente seres humanos e que, portanto, não havia diferença entre um aborto e um assassinato.

Convenceu-se de uma maneira simples: após ver os abortos que praticava por meio de um aparelho de ultrassom. Convenceu-se pela simples autoridade dos seus próprios olhos. Convenceu-se quando a tecnologia lhe possibilitou enxergar a realidade. Convenceu-se, e arrependeu-se tão amargamente dos seus feitos que dedicou as últimas décadas de sua vida a combater exatamente aquilo que, antes, defendera com tanto vigor.

É dele, a propósito, o documentário “Grito Silencioso” – que recomendo aos que porventura ainda não conheçam. Ao descobrir que os fetos que ele assassinava eram seres humanos, o dr. Nathanson abandonou a sua vida de crimes e passou a defender os direitos daqueles que ele antes perseguia. É, mutatis mutandis, uma verdadeira queda do cavalo que transformou Saulo de Tarso em São Paulo Apóstolo.

Sim, o grande pró-vida acumulou méritos nesta vida! O reconhecimento de que um aborto é um assassinato é um deles, mas não é o mais importante. Muitos abortistas confessam isso claramente. A coragem de mudar as próprias convicções e de passar a combater o que antes defendera – eis o maior exemplo do dr. Nathanson. Esta é a sua história. De arauto da morte a defensor da vida – esta é a trajetória sua vida. Que o Altíssimo o possa perdoar pelos muitos crimes e recompensar pelo gigantesco serviço prestado em defesa da vida humana. Aos que passarem, rezem uma ave-maria por sua alma.

E leiam também, sobre o mesmo assunto:

Morre Bernard Nathanson, autor do vídeo pró-vida “O Grito Silencioso”.

Dr. Bernard Nathanson, R.I.P.

Nota de falecimento

Faleceu hoje à tarde, aos noventa e um anos de idade, a filha de Deus Maria José da Silva Lopes, minha avó materna.

Minha avó querida! Morava com duas tias minhas, irmãs da minha mãe. Na casa dela passei grande parte da minha infância. Ela é responsável direta por muito do que hoje eu sou. Não conheci nenhum dos meus avôs, ambos falecidos antes que eu nascesse; sempre me gabei, contudo, de dizer que tinha duas avós. A partir de hoje não o posso mais dizer.

Faleceu no hospital, onde estava já há quase dois meses, lutando contra algumas infecções, entre UTIs, semi-UTIs e apartamentos. Vi-a pela última vez na segunda-feira, quando a fui visitar. Estava ótima. Sorria, conversava, mandava beijos, dizia que queria ir para a casa. O pior já havia passado, pensava eu; quem resistiu às UTIs frias pelas quais minha avó esteve no mês passado, claro que iria para casa viver mais algumas décadas e ver os filhos dos filhos dos netos.

Engano meu. Aprouve ao Deus Altíssimo chamá-la hoje. Não sei os detalhes, recebi a ligação do trabalho e voltei para casa. Daqui, vou ao cemitério. O enterro vai ser amanhã, em horário que ainda não sei.

Não lhe tirei uma foto sorrindo na segunda-feira. Não a fui visitar ontem. Tristeza! Se eu soubesse… sim, se nós soubéssemos faríamos tudo diferente, é claro. O grande drama da vida é que nós nunca sabemos. E o Deus que faz nascer o sol sobre justos e injustos também o esconde a ambos. E, ao contrário dos crepúsculos cujo horário nós conhecemos relativamente bem, a nós não nos é dado saber a hora do anoitecer das nossas próprias vidas e daqueles que nos são caros.

Minha avó querida! Que a Virgem Santíssima, Janua Coeli, possa receber-te o quanto antes nas Moradas Eternas. Por esses dias, ontem ou anteontem, sonhei contigo; e a única coisa que recordo do sonho é que andavas. E não podias mais andar já há alguns anos… Que o meu sonho possa ser realidade na Jerusalém Celeste e que, longe de toda dor, n’Aquele Lugar Santo onde toda lágrima será enxugada, tu possas agora caminhar como me recordo de que caminhavas quando eu era criança. Que as lágrimas que aqui derramamos possam servir-te. Que descanses em paz.

Aos que passarem, peço que rezem uma ave-maria por dona Maria José. E também pelos familiares que sofrem a dor da perda.

Requiem aeternam dona ea, Domine,
et lux perpetua luceat ea.

Requiescat in Pace.
Amen.