Obama e Maçonaria

Nunca acreditei nas “listas de maçons famosos” que circulam pela internet, por uma razão bastante óbvia: se a sociedade é secreta, imagina-se que, por definição, ela preze pela não-divulgação das pessoas que fazem parte dos seus quadros. Mais ainda quando estas pessoas são públicas e ocupam cargos importantes no cenário político mundial.

Este site, cujo responsável eu não faço idéia de quem seja, diz que o presidente abortista dos Estados Unidos – Barack Obama – é Maçom. Mais precisamente, que ele é um Sublime Príncipe do Real Segredo, Grau 32 do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), de Obediência pertencente à Maçonaria Prince Hall – seja lá o que isso signifique. Tendo a não acreditar. Se eu participasse de uma sociedade secreta, obviamente não iria sair divulgando isso aos quatro ventos.

Lembro-me de que, no Freakonomics, tem um capítulo em que os autores contam a história de um fulano – cujo nome eu esqueci agora – que desorganizou a Ku Klux Klan simplesmente revelando os seus “segredos”. À época, a sociedade secreta era séria, tinha os seus costumes, os seus códigos, suas senhas e contra-senhas, e tudo o mais que os seus membros – e só os seus membros – conheciam e utilizavam entre si. Quando este fulano – “infiltrado” na organização – começou a revelar os procedimentos internos da KKK, e eles foram parar em paródias de programas (de rádio, salvo engano) infantis, e os seus membros começaram a ver os seus segredos utilizados por crianças em plena luz do dia, em tom jocoso, muitos deixaram de fazer parte dela. Afinal, poderia ainda se dizer “secreta” uma sociedade cujas práticas todas eram por todos conhecidas? Utilizadas em brincadeiras de crianças?

Penso o mesmo relativamente à Maçonaria; as coisas que são divulgadas, na minha opinião, são puro teatro. Preservar o segredo é uma questão de sobrevivência para uma sociedade secreta. Pode ser verdade que Obama é maçom? Poder, pode; mas acho que essa informação, em sendo verdade, pelo fato mesmo de ter sido revelada, tem bem pouca importância. Há coisas que, ao invés de especulações, são fatos e são bem dignas de preocupação.

Por exemplo, o Freedom of Choice Act que já foi por diversas vezes citado aqui (aliás, para quem lê inglês: What FOCA really does; também Abortion and the Obama Presidency). Por exemplo, o convite a um bispo anglicano homossexual para fazer a prece de abertura das festividades da posse de Obama. Por exemplo (aqui, não sei se são fatos, mas são pelo menos denúncias sérias), as irregularidades todas do sr. Hussein, que o Olavo de Carvalho vem repetidamente denunciando. Et cetera. Com tantas coisas palpáveis com as quais nos preocuparmos, acho sinceramente que “denunciar” e “desmascarar” uma suposta ligação do presidente dos Estados Unidos com a Maçonaria não merece tanto assim os nossos esforços. Quer Obama seja Maçom, quer não, há muito com o que se preocupar.

“A cultura católica na América e a eleição de Barack Obama” – Pe. Thomas Euteneuer

[É com prazer que publico a continuação do “Não temos rei, a não ser César”, pelo pe. Thomas Euteneuer, cuja tradução foi-me gentilmente enviada por email pelo sr. Raymond de Souza. O original está aqui.

Seria necessário, immo, fazer alguns reparos quanto às evidentes figuras de linguagem hiperbólicas do revmo. pe. Euteneuer. Frases como “nenhum dos dois grupos recebeu qualquer orientação a respeito de como votar”, ou a “absoluta omissão de nossos líderes eclesiásticos para definir para nós o que a qualidade de membro da Igreja significa”, obviamente não podem ser tomadas ao pé da letra. Houve sim manifestações de sacerdotes bons e fiéis, como eu mesmo tive a oportunidade de publicar aqui no blog. É válida, no entanto, a reflexão sobre a importância de se criar uma cultura católica nos Estados Unidos, e eu me arriscaria a dizer que a mesma necessidade se impõe em nossas terras brasileiras.

Publico também a pequena introdução feita pelo sr. Raymond. Rezemos pelos Estados Unidos.]

Caros Amigos e co-defensores  da Cultura da Vida

É com prazer que partilho com todos a tradução do segundo artigo do Rev. Pe. Thomas Euteneuer, Presidente do Human Life International,  sobre as eleições americanas. O quadro é sem dúvida sombrio do ponto de vista da Cultura da Morte. O maior perigo, entretanto, não se encontra na força e no poder dos corifeus do aborto desbragado e neo-nazista: o maior perigo se encontra entre muitos dos que se dizem católicos, leigos e eclesiásticos, os quais, visceralmente corrompidos pela correção política e relativismo moral, euforicamente apóiam candidatos abortistas sem levar em conta as Leis de Deus e da Igreja.

O Pe. Thomas levanta uma bandeira de resistência e de luta que merece ser admirada e imitada. Juntemos-nos todos para reavivar a Ação Católica dos leigos, trabalhando juntos na Oração, no Estudo e na Ação.

Como dizia Santa Joana d’Arc, “Les soldats combattrons, mais Dieu donnera la victoire” – os soldados combaterão, mas Deus dará a vitória!

Raymond de Souza

A Cultura Católica na América e a eleição de Barack Obama

É impossivel continuar falando, por mais algum tempo, de uma “cultura católica” nos Estados Unidos. Um segmento inteiro da população que se autodenomina “católico” nao se sente vinculado a nenhum padrão de ortodoxia ou de sanidade católica.

De fato, é impossível falar de uma cultura católica na maioria das paróquias!

Em uma recente reunião das pastorais numa grande paróquia católica do sul da Flórida, um representante da pastoral do “Respeito à Vida” apresentou seu material pró-vida perto da mesa da pastoral da “Justiça Social” da mesma paróquia. A única coisa em comum entre as duas pastorais era que compartilhavam o mesmo espaço. Suas visões do mundo não poderiam ser mais separadas, mas ambas se autodenominavam católicas.

De fato, o pessoal da “justiça social” estava realmente radiante com a eleição de seu novo messias, Barack Obama. Muitos deles estavam falando de seus planos de assistirem a tomada de posse presidencial, mas estavam desconhecendo totalmente que haveria cem mil pessoas em uma marcha no Capitólio dois dias depois, em defesa do direito à vida dos nascituros, os quais ele tinham justamente destinado à irrelevância quando elegeram Obama para o mais alto posto no governo da nação.

Um deles chegou até a manifestar surpresa diante da previsão da entrada em vigor da “Lei do Direito de Escolha” [FOCA] abortista, quando confrontado com o desagradável fato de que seu ‘messias’ foi um patrocinador desse projeto de lei na última legislatura do Congresso. Como era de esperar, de modo imperturbável recusou-se a permitir que a verdade tivesse qualquer efeito sobre a sua euforia. Sua opinião já estava formada, e ele não permitiria a si mesmo ficar confuso diante da evidência dos fatos.

Não é preciso dizer, o católico praticante e de boa doutrina, o convicto pró-vida, este não comparecerá à comemoração da posse de Obama.

Como podem esses dois grupos estar colocados lado a lado no mesmo recinto, e apresentarem suas atividades no mesmo espaço dentro da mesma paróquia católica?

Simplesmente porque a contradição há anos tem sido tolerada por aqueles que estão no governo de nossa Igreja. Nesta última eleição nenhum dos dois grupos recebeu qualquer orientação a respeito de como votar segundo os princípios católicos, porque, como de costume, houve silêncio nos púlpitos sobre essa matéria.

A absoluta omissão de nossos líderes eclesiásticos para definir para nós o que a qualidade de membro da Igreja significa – e, portanto, para agir em conseqüência – conduziu à degradação da cultura católica e à perda do significado de coisas que são sagradas.

Quando Cristo e Belial são considerados parceiros equivalentes no santuário, então nada nele significa mais nada, e nenhum critério significativo distingue o verdadeiro católico de um falso.

A degradação da cultura católica se deve – em larga medida, mas não exclusivamente – à culpa do clero. Por quatro décadas na Igreja católica norte-americana nós temos visto:

– Abusos litúrgicos numa corrida desenfreada, favorecidos por aqueles que estão no governo de nossa Igreja;

– Duas ou três gerações de católicos de esquerda não catequizados ou ensinados de modo precário, educados como protestantes e não como católicos;

– Abusos sexuais tolerados e não denunciados pela hierarquia católica;

– Cegueira em relacao aos hereges e dissidentes da alta política;

– Ataques sistemáticos ao magistério sagrado que virtualmente não receberam resposta de nossos pastores. E se não fosse pelas Respostas Católicas (Catholic Answers), EWTN (maior canal de TV catolica nos EUA) e pela Liga Católica (Catholic League), nós não teríamos sequer uma defesa.

– A derrota de nossas instituições católicas de ensino superior diante do ataque do “politicamente correto”; e a lista continua…

Diante disto, ficaríamos surpresos se 54% dos católicos votassem em Barack?

Dificilmente.

A batalha pela cultura católica começa conosco mesmo, e não há ocasião mais propícia do que a atual, para vestir a armadura da guerra espiritual.

Ou nós acreditamos e praticamos o que a Igreja ensina, ou vivemos como parte da igreja das trevas, falsamente fazendo uso do nome de católico para o seu benefício, sem ao mesmo tempo carregar as cruzes que isto requer.

Há, entretanto, uma grande esperança para o futuro, porque a batalha já começou: novos colégios católicos estão nascendo para substituir as velhas e decrépitas escolas de heresia, novas ordens religiosas com abundantes vocações e boa doutrina têm surgido, escolas nos lares e fortes   movimentos leigos agora são abundantes.

Só quando nós recuperarmos nossa amada Igreja das mãos dos falsos católicos e clérigos, nossa Igreja estará pronta para levantar-se e repreender os ventos tempestuosos do paganismo que estão soprando mais rápido do que nós queremos admitir. Este projeto, entretanto, não se realiza sem um custo.

O custo de ser um verdadeiro fiel será, sem dúvida, muito mais alto do que foi antes em nossa vida. Começando agora, até a próxima geração, nós como católicos mostraremos ao mundo não apenas no que acreditamos, mas mostraremos que estamos dispostos a sacrificar nossas vidas como testemunhas da verdade.

Sinceramente vosso em Cristo,

assinaturapadrethomaseuteneuer
Presidente, Human Life International

Novena contra o aborto

Recebi por email, e está no site do Apostolado da Nova Evangelização (não conheço), uma mensagem enviada por católicos dos Estados Unidos sobre uma novena a ser começada HOJE (11 de janeiro), contra o aborto. É de fundamental importância que a rezemos, em união com os nossos irmãos americanos, na intenção de que este crime horroroso não venha a se alastrar ainda mais pela América. Nas palavras com as quais se inicia o email, e que fornece uma visão geral sobre o problema enfrentado pelos Estados Unidos hoje com a eleição do presidente abortista:

Se você se opõe ao aborto, há más notícias no horizonte. Para aqueles que não estiverem a par, o Ato de Liberdade de Escolha (FOCA, por suas iniciais em inglês) está pronta para ser firmada se o Congresso dos EUA a aprovar em 21 e 22 de janeiro.  FOCA é o capítulo malsano seguinte no avanço do aborto.  Se se converte em Lei, então todas as travas referentes ao aborto serão suspensas, o que resultará no seguinte:

1) Todos os hospitais, incluindo os Hospitais Católicos, terão que realizar abortos a pedido.  Se isto acontecer, os bispos prometeram fechar todos os hospitais católicos, que são mais de 30% dos hospitais nos Estados Unidos.

2) Os abortos de nascimento parcial seriam legais, e não teriam limitantes (poderiam ser realizados depois das 20 semanas ou 4 meses e meio. Os bebês são extraídos pelos pés, e com a cabeça ainda no canal vaginal, se faz uma punção no crânio com umas tesouras e se lhes extrai o cérebro com uma seringa gigante para que a cabeça caiba pelo canal vaginal).

3) Todos os cidadãos que pagam impostos estariam provendo os fundos para estes abortos.

4) A notificação aos pais já não seria requerida (para realizar aborto em menores de idade).

5) O número de abortos aumentaria para pelo menos 100.000 por ano.

A situação é realmente triste; ponhamos, contudo, os olhos no Deus que é Senhor da História, e supliquemos a Sua Misericórdia. O plano é muito simples: nove dias de oração, a partir de hoje, e pelo menos dois dias de jejum ao longo da novena. A oração é o terço. Portanto, um terço por dia, daqui até a próxima segunda-feira, dia 19. Rezemos. Como termina o email já citado, [r]ecordem que com Deus todas as coisas são possíveis, e o poder da oração é inegável. Se você se opõe à insensata matança das crianças indefesas, agora é o momento de fazer algo a respeito!

Estados Unidos e objeção de consciência

Apenas comentando: segundo o Noticias Globales, foram apresentadas pelo governo norte-americano as novas leis que regulamentam o direito à objeção de consciência por parte de profissionais da saúde. Elas salvaguardam inclusive – e principalmente – o direito dos médicos de se recusarem a realizar procedimentos abortivos, mesmo que o assassinato de crianças seja legalizado.

Entrará em vigor dois dias antes do presidente abortista assumir o cargo. Considerando que o primeiro ato do sr. Obama será – pelo que se diz – assinar o Freedom Of Choice Act, e considerando que está nos seus planos inclusive violar a consciência dos profissionais de saúde no que se refere à prática nefasta do aborto, vamos ver no que isso vai dar. Deus salve os Estados Unidos.