Ecoterrorismo; aborto no corpo docente da PUC-SP

São dois assuntos distintos.

1. “A Frente de Libertação da Terra (FLT), assumiu um ataque incendiário contra oito veículos Land Rover de uma concessionária que comercializa o modelo em São Paulo”. Os sujeitos são ecologistas que, por algum motivo absurdo, acham que queimar carros é uma boa maneira de salvar o planeta. Segundo o comunicado por eles emitido (mesmo link acima):

O alvo foi escolhido pelo simples fato da Land Rover ser uma das marcas líderes na construção, venda e incentivo à compra e utilização de SUV’s. Automóveis altamente poluentes e danosos ao meio-ambiente.

A efetivação do ato se deu através de coquetéis molotovs lançados em direção aos carros, uma maneira simples, barata e eficiente de destruição. O gasto com o material foi de 10 reais, aproximadamente.

Nós não ficaremos parados assistindo a destruição do planeta e suas espécies de braços cruzados. Da mesma maneira que esses carros queimaram, outros carros, casas, caminhões e estabelecimentos que/de quem danificam e exploram a terra e os animais, também queimarão.

Já está mais do que na hora dos pilares de nossa civilização virem abaixo. Esta ação foi feita em nome de todos que foram presos em nome da libertação total.

Nós estamos com vocês!

Interessante notar que o “politicamente correto” está mostrando as suas garras e deixando cair a máscara que escondia a intolerância e o fanatismo. Cabe perguntar: quem são os fanáticos intolerantes mesmo?

2. “Aborto: “carnificina”, desigualdade e as eleições”. O texto é da pena do senhor “Leonardo Sakamoto[, que] é jornalista e doutor em Ciência Política (…) e, hoje, ministra aulas na pós-graduação da PUC-SP”, conforme se pode ler no seu blog. Depois das críticas ao José Serra por conta da (segundo o Sakamoto) posição contrária ao aborto do candidato tucano, o professor da PUC dispara a pérola nua e crua: “[a] discussão não é quando começa a vida, mas as mulheres que estão morrendo nesse processo”.

Ou seja, pouco importa que crianças inocentes estejam sendo assassinadas – a única preocupação é quanto às mulheres que, porventura, morrem durante o ato homicida. Se elas puderem assassinar os próprios filhos em segurança, está tudo muito bem. Analogamente, então, qualquer um poderia advogar pelo “descriminalização do furto” argumentando que a discussão não é sobre o direito à propriedade, mas sobre os ladrões que estão morrendo quando tentam assaltar em condições precárias. Quem acha que isto é um absurdo irracional, deve achar o mesmo em relação ao “argumento” do Sakamoto acima reproduzido.

E ainda:

Se o candidato não quisesse defender publicamente o direito da mulher ao seu próprio corpo, defendesse a questão como saúde pública.

Nem saúde pública, nem direito ao próprio corpo. O aborto deve ser entendido como aquilo que é: o assassinato direto de um ser humano inocente. E, como tal, deve ser encarado. Porque é fora de discussão que o direito à vida tenha precedência sobre o (inventado) “direito ao próprio corpo” ou o (falsificado) “problema de saúde pública”.