A morte de um exorcista

O recente falecimento do pe. Gabriele Amorth pegou-me de surpresa. Sim, o velho exorcista já contava com 91 anos e, nesta idade, a morte não é propriamente um acontecimento inesperado; a manchete, no entanto, mostrou-me o quão pouco eu estava acompanhando as notícias a respeito dele. Não sabia que estava doente, aliás nem me lembrava ao certo da idade dele. Na sexta-feira passada, no entanto, ele deixou o campo de batalha terreno para nos ajudar lá do Alto, onde agora pode mais junto a Deus.

funerales2_gabrieleamorth_danielibanez_aciprensa_19092016

Há um mau hábito — já devo ter falado dele em algum momento por aqui — no Catolicismo contemporâneo de ser muito condescendente para com as imperfeições alheias, principalmente no que diz respeito à tendência de conceder uma imediata ascensão aos Céus às almas daqueles que minimamente admiramos. Todo mundo é santo sùbito, toda morte é entrada gloriosa no Paraíso. Esquecemo-nos do Purgatório — e isso pode até ser falta de caridade de nossa parte, na medida em que nos sentimos desobrigados de rezar pelas almas daqueles que já consideramos salvos. Esquecemos do Purgatório e queremos que todos os nossos mortos estejam, desde já, desde o instante seguinte à morte, gozando da Bem-Aventurança dos eleitos de Deus.

Ainda assim, eu disse acima que o pe. Amorth já agora estava nos ajudando de junto de Deus. Justifico. Em primeiro lugar, o venerável sacerdote chegou a uma avançada idade, e isso significa duas coisas. Primeiro que não foi apanhado de surpresa pela Morte; segundo, que pôde padecer os sofrimentos próprios da velhice em expiação pelas próprias faltas e em preparação para o Dia sem ocaso. Muitas pessoas acham que a melhor morte é aquela que nos chega sem que percebamos; o famoso “ir dormir e acordar morto”. Não vou dizer que este seja uma má morte (até porque a morte ser boa ou má depende essencialmente das disposições interiores em que nos encontramos no instante derradeiro, e não de ela ser mais demorada ou mais lenta, mais consciente ou mais súbita); mas se trata, parece-me, pelo menos de uma morte arriscada. As pessoas perderam o hábito de pensar na morte e, com isso, a morte repentina, de um mal súbito, ou a morte em um acidente, podem chegar sem que a casa esteja devidamente preparada, sem que as disposições interiores estejam suficientemente lapidadas, sem que a alma esteja pronta, em suma, para se encontrar com Deus e com os pecados de toda uma vida.

A morte na velhice, após uma doença mais ou menos longa, é o contrário. A Inimiga das Gentes vem devagar, vem anunciando a própria presença, vem a passos lentos — e, com isso, dá mais tempo para que nos preparemos. Podemos fazer um demorado exame de consciência; podemos suplicar mais demoradamente o perdão e a misericórdia de Deus. Podemos nos confessar, receber a Extrema Unção e o Viático; podemos até mesmo oferecer os inconvenientes da doença, os achaques, o medo, as dores — os sofrimentos todos em suma — em expiação pelas nossas faltas. Li que o pe. Amorth expirou após algumas semanas internados em um hospital; quero crer, portanto, que ele tenha sabido aproveitar todas essas oportunidades de apressar a própria chegada no Céu.

Uma segunda razão pela qual imagino que o pe. Amorth esteja junto de Deus é o ofício ao qual ele dedicou a própria vida. Não foi apenas sacerdote (como se isso fosse pouco), mas sim sacerdote e exorcista. Foi nesta terra inimigo ferrenho de Satanás, lutando corajosamente contra ele exatamente naqueles aspectos em que a presença demoníaca no mundo é mais forte e mais perturbadora: a obsessão, a infestação, a possessão. O mundo moderno vive em uma crise de Fé que, se muito esquece de Deus, muito mais esquece do Diabo; esta figura é muitas vezes relegada à superstição medieval, à ignorância de um passado obscuro, a concepções maniqueístas primitivas que não encontram mais lugar em um mundo onde Deus é Amor.

Ora, mas Deus sempre foi Amor; Deus é Amor desde a criação dos Anjos e a Queda de Lúcifer, e uma coisa não tem nada a ver com a outra. Satanás não é um “deus do mal”, mas isso não significa que não seja uma criatura capaz de fazer muito mal. Há entre os homens ladrões e assassinos, sádicos e estupradores, salteadores e bandidos de todos os naipes; a quantidade de mal que o homem tem provocado ao próprio homem é enorme e capaz de assombrar por toda uma vida aqueles que dela tenham ainda que um pálido vislumbre. Senão vejamos: se os homens podem causar mal uns aos outros sem que isso seja um óbice à existência de um Deus que é Pai Amoroso, por que um anjo não poderia também provocar o mal aos filhos de Deus sem que isso minimamente maculasse a Onibenevolência do Altíssimo? Não há maniqueísmos dentro da Doutrina Cristã e nunca os houve; não há um deus mau ao lado do Deus que é Bom. No entanto, o mistério da liberdade que permite a existência do mal moral dentro do mundo criado não se restringe apenas aos seres humanos. Também os anjos têm inteligência e vontade, também eles são seres livres, também podem fazer o mal. Satanás não é uma hipótese ingênua e contraditória com a noção de um Deus sumamente bom, pelo menos não mais do que um estuprador ou um serial killer. Na verdade é o contrário: ingenuidade é imaginar que, havendo ladrões e assassinos no mundo, não pudessem existir também seres angélicos voltados à prática do mal.

amorth

O pe. Amorth foi inimigo ferrenho de Satanás nesta terra, eu dizia, e venceu-o por incontáveis vezes, e por isso eu também quero acreditar que Deus o tenha levado depressa para os Céus; pode ser sentimentalismo, mas acho que não convém que aquele que foi inimigo aberto do Demônio no mundo tenha a sua entrada no Céu postergada por causa de algum apego de sua alma aos pecados que nada mais são do que as obras do mesmo Satanás que ele dedicou a vida a combater. Mas há ainda uma terceira razão. É que o tempo e a Eternidade relacionam-se de maneira, digamos, curiosa: aqui a história se desenrola de maneira sequencial mas, lá, é tudo já e(vi)terno.

O padre Pio certo dia rezava pelo seu avô. “Mas padre, o senhor não disse que ele já estava no Céu?”, um amigo perguntou; “sim, está, mas as orações que eu fiz por ele até hoje e as que eu ainda farei até o fim da minha vida o ajudaram a chegar lá”. O John McCaffery registrou a história em seu livro de memórias, e compreendê-la ajuda a contemplar melhor o mistério da Comunhão dos Santos. O Céu já está completo enquanto a História se desenrola; e por mais tempo que uma alma justa tenha passado no Purgatório, já agora ela está no Céu, já agora ela pode interceder por nós.

É com este ânimo que olho para o pe. Amorth e quero já vê-lo em esplendor — o velho guerreiro revestido de suas armas gloriosas, impingindo já a Satanás maiores tormentos do que nos mais formidáveis exorcismos que ele exerceu durante a sua vida…! Que assim seja. Que o bom Deus olhe com misericórdia para o seu pobre servo e lhe dê o descanso eterno, a luz e a paz. E que, do alto dos Céus, o padre Gabriele Amorth continue a fazer guerra terrível contra todos os espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas.

Exorcistas e primazes

Guerra de exorcistas. “Dois exorcistas, ambos respeitáveis em seu ofício, divergiram publicamente nos últimos dias”. O motivo: a existência de satanistas no Vaticano.

Para o pe. Amorth: “Sacerdotes, monsenhores e também cardeais. Sei por pessoas que conheceram isso diretamente. E além do mais é uma coisa ‘confessada’ em outras ocasiões pelo mesmo demônio, sob obediência, durante os exorcismos”.

Para o pe. Fortea: “[A]gora como em todos os outros tempos, existem prelados mais espirituais e outros mais terrenos, alguns mais virtuosos e outros mais humanos. Mas a partir daí afirmar que alguns cardeais são membros de seitas satânicas é uma afirmação inaceitável”.

Sobre o pe. Amorth, creio não ser necessário falar muito. Com relação ao pe. Fortea, há mais informações em seu site e seu blog.

* * *

Que Dom André Mutien Léonard havia sido nomeado primaz da Bélgica, eu sabia. Que ele é considerado um bispo tradicional, eu também sabia. O que eu não sabia era que o nome dele não estava nas listas tríplices:

[O] nome de Léonard não constava nem na primeira, nem na segunda terna (lista de 3 nomes indicados pelo núncio, com cooperação da Conferência Episcopal), enviadas por Raube com os indicados ao posto. Bento XVI em pessoa decidiu e fez Dom Léonard primaz da Bélgica, contra a vontade do Núncio, dos bispos e inclusive do Rei.

Longa vida ao Papa!

Arraste-me para o Inferno

[ATENÇÃO! CONTÉM SPOILERS!]

dragmetohell“Arraste-me para o Inferno” é um filme muito, muito tosco. Quem assiste ao trailler – ou quem vê o cartaz de divulgação do filme – é levado a pensar que se trata de um filme de terror, se não do calibre de um “O Exorcismo de Emylly Rose”, ao menos perto de um “Evocando Espíritos”. Puro engano. O filme não se decide entre o terror verdadeiro, o horror nojento e a comédia.

A intensidade dos efeitos especiais chega a ser cômica, em alguns momentos. Bem feitos, mas – nunca pensei que eu fosse dizer isso – desnecessariamente exagerados. Aquele chão se abrindo já logo no começo e arrastando o menino inteiro para as profundezas do Inferno não assusta. Aquela cabra, quase no final do filme, na qual “entra” o demônio e começa a falar, me arrancou verdadeiras gargalhadas. Isso sem contar quando as cenas são simplesmente nojentas, como a do olho no bolo e a do cadáver da velha vomitando sobre a menina (que me lembraram as mais tenebrosas cenas de “Fome Animal”). Claro, há algumas que valem a pena: a mulher fugindo do demônio que sobe a escada, o portão rangendo e as panelas balançando na cozinha… mas, sinceramente, são poucas. E a indecisão manifesta sobre qual é exatamente o gênero do filme estraga tudo.

À história. A mulher nega a regularização de um empréstimo a uma velha cigana e é amaldiçoada por esta. A velha pega um botão do seu casaco, lança uma mandinga e o devolve; a partir daí, a garota vai ser perseguida por três dias por um demônio – Lamia -, ao final dos quais o ser das trevas vai levar a alma (com corpo e tudo, como já falei) dela para o inferno. A mulher tenta de tudo para se livrar do demônio: procura falar com a velha (que encontra morta), procura um vidente, sacrifica um gato à Lamia (!), paga 10.000 dólares por uma médium experiente, tenta devolver o botão amaldiçoado à velha bruxa (porque a Lamia viria buscar “o dono do objeto amaldiçoado”)… tudo, menos procurar um exorcista de verdade. Nada adianta (a última tentativa, de “repassar” o objeto amaldiçoado, não funciona por mero acaso). A jovem protagonista é arrastada para o inferno ao final do filme. O que, aliás, faz com que o título do filme, no imperativo (mesmo em inglês), não faça o menor sentido… mas deixa pra lá.

Interessam-me aqui principalmente duas coisas: a noção de maldição e as escolhas morais feitas no filme. Primeiro, maldições e exorcismos existem de verdade (há pelo menos duas entrevistas com o pe. Amorth – famoso exorcista de Roma – disponíveis na internet, uma no site do Shalom e, outra, no da Montfort), mas não para “levar a pessoa para o inferno”. As pessoas vão para o Inferno por causa de seus pecados pessoais, e não “arrastadas” por outras. Malefícios podem causar muito mal às pessoas, sim, e o demônio pode atormentar bastante pessoas que deles foram vítimas, sim. Mas Satanás não pode levar para o inferno quem esteja em estado de Graça, e o único capaz de perder a Graça Santificante é a própria pessoa que a possui, por meio do pecado mortal. Nem possessões demoníacas levam ao inferno.

Lembro-me de Fausto, que – aí sim! – é uma história majestosa de pacto com Satanás. O final é apoteótico: Fausto (que havia vendido a alma a Mefistófeles na juventude) morto, a cratera do inferno aberta de um lado, os anjos do Céu descendo do outro e afastando os demônios… Salva-se. Mas o que interessa é que, no caso do clássico de Goethe, o negócio foi feito entre o demônio e o próprio dono da alma. Vender almas de terceiros não faz sentido.

E as escolhas morais… ao final da trama, a senhorita tem a opção de entregar o botão amaldiçoado para alguém e, assim, livrar-se do Inferno. Pois Lamia viria buscar “o dono do objeto amaldiçoado”… Aqui, a injustiça atinge as raias do surreal: vai-se ao inferno pelo simples ato de se receber um botão velho, ainda que não se saiba o significado do gesto! A garota pensa quem vai ser “presenteado” com a maldição. Encontra um velho doente e pensa em entregar-lhe, mas desiste. Pensa no seu colega de trabalho que a havia desonestamente passado para trás, chega a chamá-lo, mas desiste. Por fim, pensa na velha (morta) que a amaldiçoou. E decide fazê-lo.

E eu fiquei pensando… obviamente é imoral passar maldições – aliás, fazer qualquer mal – para terceiros que não têm nada a ver com a história. Mas, na impossibilidade de se destruir o malefício, não será lícito devolvê-lo a quem o lançou? Na minha opinião, é um caso de legítima defesa contra o agressor injusto, sim. Não é uma vingança pura e simples, porque não foi “outra” maldição que a garota lançou – ela pensou em devolver a mesmíssima. A agressão estava “em acto”, e não era passada, dado que Lamia ainda não viera buscar-lhe a alma. Não houve desproporcionalidade. Não havia opções. Neste final do filme, parece-me que conseguiram apresentar uma escolha razoável: o dilema diante das opções de injustiça (p. ex., passar o botão até mesmo para o sujeito que lhe havia sacaneado), a recusa de escolher qualquer uma delas, a escolha definitiva que é – no meu entender – defesa legítima.

Mas permanece o bizarro e o surreal, porque esta reação dependia da entrega, física, do objeto amaldiçoado – e a menina acaba entregando outra coisa à velha, por engano. E o chão se abre sob os pés dela, e os demônios a arrastam para o inferno. À injustiça de ser levada para o inferno por maldição de outrem, juntou-se a injustiça de não ter – por acaso, por uma troca de envelopes – conseguido defender-se da agressora injusta. Neste mundo kafkiano retratado pelo filme, realmente, é complicado viver. Se o filme quis passar desesperança, conseguiu.

Mais sobre Medjugorje

Fiz alguns comentários aqui no BLOG ontem sobre Medjugorje e, por uma questão de justiça, preciso passar mais algumas informações.

Citei um conhecido exorcista de Roma que considera as aparições um embuste do Demônio. No entanto, há um outro exorcista muitíssimo conhecido e excelente referência, o Gabriele Amorth, que tem uma opinião diametralmente oposta:

FCP – Entrevista: Padre Gabriele Amorth, Es cierto que Medjugorje es un “gran obstáculo” para Satanás?
Seguro. Medjugorje es una fortaleza contra Satanás. Satanás odia Medjugorje porque es un lugar de conversión, de oración, de transformación de vida.

Chamou-se a atenção também para o fato de que uma condenação ao sacerdote que é ex-diretor espiritual das videntes não é uma condenação às aparições em si, coisa com a qual é forçoso concordar. Outro aspecto do problema levantado é o de que as supostas mensagens da Virgem são bem católicas e em nenhum momento referendam o comportamento deletério de algumas pessoas em Medjugorje, não podendo as aparições serem condenadas simplesmente pelo comportamento dos católicos locais – o que também é verdadeiro.

Com tudo isso, entretanto, a minha posição permanece a mesma: os dois pés atrás. Se Medjugorje for uma real aparição de Nossa Senhora, é completamente atípica, por diversos motivos.

Qual o sentido de aparições indefinidas? Alguém cadastrou o meu email numa lista para a qual são enviadas mensalmente as “mensagens de Nossa Senhora” em Medjugorje. A mensagem deste mês – que está disponível num site chamado “queridos filhos” – é a seguinte:

Mensagem do dia 02/09/2008 à Mirjana Soldo

Queridos filhos,
Hoje, com o meu coração maternal, eu os chamo reunidos ao meu redor a amarem o seu próximo. Meus filhos, parem. Olhem nos olhos do seu irmão e vejam Jesus, meu Filho. Se vocês vêem alegria, regozijem-se com ele. Se há dor nos olhos do seu irmão, com a sua ternura e bondade, lancem ela fora, por que sem amor vocês estão perdidos. Somente o amor é efetivo, ele realiza milagres. O amor lhes dará unidade em meu Filho e a vitória de meu coração. Portanto, meus filhos, amem.

Nossa Senhora abençoou a todos que estavam presentes e a todos os artigos religiosos. E novamente ela nos chamou a rezarmos pelos nossos pastores.

Sinceramente, é-me muito difícil acreditar que Nossa Senhora faça aparições mensais, durante vinte e sete anos, para enviar mensagens deste tipo. Comparando-as com as mensagens de outras aparições (como Fátima, por exemplo), o contraste é gritante. É verdade que não há erros nestas mensagens, mas também… uma mensagem dessas poderia ser enviada por qualquer pessoa, e é-me difícil acreditar que a Virgem Santíssima viesse pessoalmente fazer uma coisa que pudesse ser feita por um católico normal. Eu aplico o princípio da subsidiariedade também como critério de discernimento espiritual.

O mesmo site apresenta ainda todas as mensagens de Medjugorje em português, que também se encontram (embora separadas por ano) neste outro site. Não comparei ambas as versões. Fuçando o arquivo,  numa leitura superficial, não encontrei nenhuma coisa absurda. As mensagens são católicas, sim, mas todas têm a mesma característica acima mencionada: não são inacessíveis aos católicos normais a ponto de justificar uma revelação privada.

Depois, aparentemente existem os segredos de Medjugorje. Parece que são dez. Tem um site que faz um paralelo entre estes segredos e os da aparição de Garabandal (da qual eu não conheço nada). O já citado site “Queridos Filhos” fala em um “objeto indestrutível” de “origem Celeste” no qual estão escritos os dez segredos. O outro site (do paralelo com Garabandal – não me parece merecer muita confiança) faz previsões catastróficas:

O Quê: uma sequência de sofrimentos terríveis enviados por Deus para esta geração, como um conjunto final de castigos originados pelo pecado, nomeadamente, as primeiras seis Trombetas do Sétimo Selo do Livro do Apocalipse. (A Sétima Trombeta, as Sete Taças da Ira de Deus, está reservada para um futuro distante.)

[…]

Quando: após a IV Guerra Mundial, e após o Selo do Deus Vivo ter sido dado a alguns fiéis, os acontecimentos do Décimo Segredo ocorrerão: de 2038 até ao fim de Março de 2040.

[…]

Onde: em todo o mundo sem excepção. Nenhum ser humano estará a salvo, independentemente de onde viver, excepto aqueles que tiverem o Selo.

Para mim, isto claramente não é digno de crédito. Não acredito nem mesmo que mensagens deste teor existam em Medjugorje; mas afinal, quais são os segredos?

Finalmente – e mais importante -, existe a questão daquilo que cerca as supostas aparições. O fato do diretor espiritual dos videntes ser acusado de escândalos sexuais não é uma acusação ao fenômeno em si; mas é muitíssimo estranho e – até onde me consta – completamente inusitado que este tipo de contra-testemunho dissemine-se em pessoas envolvidas diretamente com aparições da Virgem Maria. Santos foram censurados e perseguidos injustamente por autoridades eclesiásticas, sim; mas se submeteram às penas injustas. Não é isso que se vê em Medjugorje. Não há reconhecimento oficial da Santa Sé, mas também não há condenação oficial de Roma. Uma notícia que recebi sobre o assunto em abril deste ano falava que o Vaticano estava analisando a questão. Aguardemos, portanto – eu, com minhas ressalvas -, e rezemos. Que Nossa Senhora de Fátima interceda por todos nós.