Marco Civil: censura da internet?

Com a devida vênia, eu só cético quanto à idéia de que o Marco Civil da Internet (PL 2126/2011) vá atentar contra a nossa liberdade de expressão. A tese vem ganhando destaque nos últimos dias por conta da iminente votação do projeto na Câmara, mas eu sinceramente não consigo ver os problemas que vêm sido apontados. Trago o tema à baila mais para esclarecimentos e debates do que para subscrever o que se vem dizendo sobre o assunto.

O estopim, parece-me, foi o texto do Elio Gaspari na Folha de São Paulo no último dia 11 de novembro. Lá o articulista diz que este «[é] o arcabouço do qual saiu o modelo chinês. A internet é livre, desde que cumpra as normas de serviço, portarias e regulamentos do governo». Certamente eu concordo que estas generalidades em textos legais podem dar brechas a aberrações futuras, mas o ponto aqui é que a gente não está muito melhor sem o Marco Civil do que com ele. Alega-se que uma portaria futura pode censurar tal ou qual site de acordo com interesses do governo, e eu concedo; mas qual mecanismo impede que isso seja feito diretamente, sem PL 2126 nem nada? Ou, em outras palavras, por que para o Governo é mais fácil censurar a internet depois do Marco Civil do que antes dele?

A questão da responsabilidade dos provedores (art. 14-16) mais os alivia do que onera. Atualmente, a Justiça Brasileira condena o Google por conta de coisas que terceiros publicaram no Orkut, o que é francamente absurdo; o Marco Civil, ao contrário, diz que os provedores de aplicações só poderão ser responsabilizados se não retirarem o conteúdo danoso do ar após ordem judicial específica. E, no exemplo do Elio Gaspari [O soldado Bradley Manning rouba 750 mil documentos secretos do governo americano, transmite-os para o site WikiLeaks por meio de um sistema impossível de ser rastreado (ele só foi descoberto porque contou sua proeza) e um juiz de Mato Grosso manda o Google esterilizar o link. Se não o fizer, pagará uma multa e seu gerente poderá ser preso.], a coisa se resolve simplesmente replicando o conteúdo censurado em outro link, mecanismo orgânico de divulgação de informação inerente à internet e que a própria comunidade de usuários se encarrega de fazer. Ou acaso alguém conseguiu tirar o conteúdo do WikiLeaks do ar? Ou porventura as pessoas deixaram de baixar vídeo pirata depois que censuraram o Megaupload?

Os sites de tecnologia têm se manifestado de modo positivo sobre o Marco Civil. E algumas denúncias que pululam por aí são simplesmente falsas. P.ex., este site “Contra o Marco Civil da Internet” diz, em sua página principal, que o projeto de lei pretende criar “registros preventivos de toda movimentação na internet brasileira” – as aspas são de lá. Ora, primeiro que isto não está no texto do projeto de lei e, segundo, que é completamente impossível: “toda movimentação na internet” é uma quantidade de dados gigantesca o suficiente para que seu registro seja absolutamente inexequível, por limitações técnicas (de armazenamento e processamento) simplesmente incontornáveis.

Eu não acredito em censura na internet: isto não funciona nem em Cuba e na China. Acho que a discussão é válida e é sadio que as pessoas demonstrem esta preocupação, mas honestamente eu não vejo nenhuma ameaça real no Marco Civil. Não me parece que a internet se tornará um lugar pior com a sua aprovação. Julgo ser sábio distinguir as ameaças verdadeiras das falsas, ou – concedamos – as atuais e concretas das potenciais e futuras. E, diante de cada uma delas, é mister reagir-lhe proporcionalmente.

Sou cristão

Vi estes versos no Facebook de Dom Antonio Keller. Não os conheço, mas jogando-os no Google encontrei o canto neste Cancioneiro Popular. A música religiosa tradicional nos legou verdadeiras jóias de piedade; que diferença para as canções que ressoam hoje inclusive em nossas igrejas! Urge valorizar este o patrimônio dos que nos precederam. É importante redescobrir a beleza da identidade católica subjacente às realizações artísticas populares. O nosso catolicismo brasileiro produziu obras valiosas demais para que as possamos deixar esquecidas sob as tristes manifestações de evidente deficiência estética contemporâneas.

SOU CRISTÃO

Refrão: Sou cristão, e de o ser me glorio,
Sou cristão, Jesus Cristo é meu Rei!
Creio em Deus e só nele confio,
Sou cristão e cristão morrerei!

Viva Deus, nosso Pai, nosso Rei!
Viva Cristo, nosso Rei!

1. Sou cristão, eis a minha esperança
Meu brasão, minha glória também;
Creio em Deus, no meu Deus que em criança
A servir me ensinou minha mãe.
O mais belo e precioso tesouro,
O condão dos soldados da cruz,
Ah! não sejam grandezas nem ouro,
Mas amar e servir a Jesus.

2. Que me importam os ímpios gracejos?!…
Da impiedade desprezo os baldões!
Que, temer dos ateus os motejos,
Não, não podem cristãos corações!
– Ódio e guerra ao cristão e à Igreja,
Morte a Deus! – o blasfemo jurou.
– Mas em vão contra o céu se peleja,
Deus não morre! – o cristão exclamou!

3. O cristão não conhece receio,
Dá-lhe alento a vista da cruz.
Da renhida peleja no meio;
Lutará, vencerá com Jesus.
Sempre o lema das nossas bandeiras
“Pela Pátria” – há de ser, e “Por Deus”!
Não desonrem as nossas fileiras
Renegados, traidores e ateus!

4. Sou cristão, eis a minha nobreza!
E se alguém, de negar a sua Fé,
Algum dia, tiver a fraqueza,
Desleal, valoroso não é!…
Sem temor, sem respeitos humanos
De Jesus professemos a lei!
Eia, irmãos, repitamos ufanos:
“Sou cristão e cristão morrerei”!

“Nazistas denunciados pelo Papa Pio [XI] como anticristãos”

Reproduzo a notícia que o Taiguara de Sousa – editor da Revista Vila Nova – publicou ontem no seu Facebook. É uma notícia aliás até bem velha: da década de 30 do século passado. Mas é importante reproduzi-la agora por ser um serviço de utilidade pública, para tentar pôr freios à propaganda desinformativa que se transformou em lugar-comum quando se fala na história da Igreja Católica.

Sobre isto, explicou o próprio Taiguara:

Pessoal metido a historiador que vive rasgando as vestes porque a Igreja supostamente não teria feito nada contra o nazismo, deem um Google nos jornais da época, antes de saírem espalhando o que leram em qualquer blog por aí.

A notícia acima é do jornal The Milwaukee Sentinel de 21 de março de 1937 e a manchete é impactante: “Nazistas denunciados pelo Papa Pio como anticristãos”.

O texto que dei o print diz: “Concordata com Vaticano violada pela Alemanha, diz o Pontífice; Desfecho do confronto com a Igreja se precipita.

Por William Shirer.

O Papa Pio XI hoje em uma Encíclica de palavras afiadas aos católicos alemães abruptamente acusou o governo nazista de ter violado a concordata com o Vaticano e de favorecer movimentos anticristãos.”

Mas a notícia continua por colunas e pode ser conferida inteira neste link:

http://news.google.com/newspapers?id=fhlQAAAAIBAJ&sjid=Ng0EAAAAIBAJ&pg=6430%2C4227971&dq=pope+pius+nazi&hl=en

Há um momento na notícia em que se diz: “Pelos eventos atuais, um espetacular desfecho no longo conflito entre a Igreja Católica Romana e o Estado Nazista parece inevitável”.

Isto é, em 1937, antes mesmo da Segunda Guerra Mundial, a imprensa já noticiava um “longo conflito” entre a Igreja e o nazismo.

Logo em seguida, se fala que o Papa condena a política racial do nazismo e suas doutrinas neo-pagãs: “Isto pode ser ainda mais antecipado porque Sua Santidade, na Encíclica, denuncia energicamente a política nazista de supremacia da raça ariana e aponta o contraste entre os princípios católicos e as idéias ‘neo-pagãs’ nazistas”.

Segue a notícia relatando como a mensagem chegou aos católicos, sendo aventuradamente despachada em motocicletas para cada paróquia.

Historiadores de plantão que escavam “Papas de Hitler”, façam uma pesquisa nos jornais da época. O Google ajuda.

Além disso, entre diversos comentários interessantíssimos que foram publicados nesta foto, um deles em particular me chamou a atenção, do revmo. pe. Celso Nogueira, LC, e que merece ser reproduzido:

Essa carta [Mit Brennender Sorge] foi a única encíclica publicada em alemão. Para redigi-la, Pio XI contou com a ajuda do seu secretário de estado, que tinha sido núncio na Alemanha por muitos anos. O nome do secretário era Eugenio Pacelli, o futuro Pio XII. Além de condenar o nazismo, o comunismo e o fascismo, Pio XI denunciou o que ele chamou de “conspiração do silêncio” dos países democráticos antes da guerra, diante dos avanços do totalitarismo. Esses mesmos países que agora acusam a Igreja de ter silenciado…

Após a boa repercussão da matéria no Facebook, o próprio Taiguara aprofundou a pesquisa e nos brindou com este texto publicado no site da Revista Vila Nova, mais completo e com mais referências. Não deixem de acessar. E, enquanto alguns continuam reproduzindo as besteiras do Cornwell, façamos a nossa parte em divulgar o (abundante!) material verdadeiramente histórico que existe. Ao menos os que conservarem um pouco de honestidade intelectual não poderão mais continuar com a imagem da Igreja filo-nazista.

Os poderosos e os pequeninos (sobre Nossa Senhora de Aparecida)

Hoje é dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil (é por este motivo que é feriado) e 80º aniversário do Cristo Redentor. Para o Google, contudo, o fato que faz o 12 de outubro merecer homenagem é ser o «dia das crianças e 90º aniversário de Art Clokey». Vêem-se assim as prioridades modernas. Lastimável.

Como que em desagravo a este ultraje, contudo, “Nossa Senhora de Aparecida” (assim, sem hashtag nem nada, com toda a naturalidade que distingue uma tendência espontânea de um twittaço programado) está nos Trending Topics Brasil. Dando mostras uma vez mais de que o povo ainda sabe perfeitamente identificar quais são os valores que merecem ser de fato homenageados, e – a despeito da massiva propaganda consumista – não é capaz de se esquecer do dia da Virgem Aparecida. Mostrando que, apesar das indiferenças dos poderosos, é exatamente como canta o Salmo: «Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos» (Sl VIII, 3).

 

Padre Gregor Mendel, pai da Genética

Hoje celebra-se o 189º aniversário do padre Gregor Mendel, pai da genética. Segundo Terra, o “monge agostiniano, botânico e meteorologista […] é o grande responsável pelo que hoje chamamos de Leis de Mendel, leis da hereditariedade, isto é, que regem a transmissão dos caracteres hereditários”.

Todos nós aprendemos genética no segundo grau, e todos nós ouvimos falar em Mendel. O que nós geralmente não ouvimos é o seu “nome completo”: padre Gregor Mendel. E não o ouvimos porque interessa manter incólume a lenda negra segundo a qual a Igreja é “inimiga da ciência” – coisa que fica difícil de sustentar quando verificamos que grandes nomes da história do conhecimento humano (como o próprio pe. Mendel, ou o monge Copérnico, ou o pe. Lemâitre…) não apenas foram católicos como também pertenceram à hierarquia católica.

O Google celebrou o natalício do pe. Mendel. Também nós nos unimos à celebração deste ilustre filho da Igreja. A despeito do que queiram os anti-clericais, hoje nós celebramos a memória de um homem – um fato – que faz calar a lenda negra. Sim, o pai da Genética era um padre. Durma-se com um barulho desses.

Avisos Técnicos

1. O uso do Google Friend Connect para os comentários foi (finalmente) liberado. A funcionalidade permite que os comentaristas sejam identificados por meio da sua conta Google (mostrando o nome que consta no Google, a foto da conta, etc.). Para utilizar, basta fazer o login na própria caixa de comentários (no botão “sign in” que fica abaixo dela) ou do lado direito do site, onde tem os “membros”. A funcionalidade, embora desejável, não é obrigatória: continua sendo possível comentar preenchendo o formulário normal, que pede nome e email.

2. A política de comentários do blog não mudou: continuam sendo aprovados todos os comentários, e censurados somente os palavrões, blasfêmias e trollismo. Há, no entanto, engraçadinhos – nomeadamente o sr. Hermes Pompeu – fazendo comentários absurdos (coisas do tipo “que coisa terrível é o fundamentalismo! Mimimimi!”) em posts antigos, sem nenhuma ligação com o assunto em pauta, e sem nenhuma intenção de defender a sua posição quando confrontado (já que nunca volta para o mesmo post, mas vai jogar o mesmo xororô em algum outro). Trata-se claramente de atitude troll que eu não tenho obrigação de aceitar por aqui. Doravante, serei mais rigoroso com a aprovação deste tipo de comentários claramente baderneiros.

3. A propósito, as diretrizes gerais para a boa convivência nos comentários também não mudaram:

  1. seja educado, evite argumentar ad hominem, exercite a paciência com os demais comentaristas;
  2. defenda as suas posições com objetividade, argumentando racionalmente;
  3. assuma a responsabilidade das coisas que você diz;
  4. evite iniciar outros debates quando há outros ainda inconclusos;
  5. procure, na medida do possível, ater-se ao assunto de cada post;
  6. procure condensar tudo o que tem para falar em um único comentário (evitando diversos comentários seguidos);
  7. utilize links para indicar textos maiores, evitando copiá-los e colá-los inteiros nos comentários.

4. Os últimos meses (e as últimas semanas, em particular) foram bastante conturbadas. Não estou com tanto tempo quanto eu gostaria para me dedicar ao apostolado virtual. No entanto, o pior já passou e as coisas agora tendem a melhorar. Mais novidades virão. 2011 está só començando. Agradeço a presença de todos; continuamos trabalhando para melhor servi-los.

Mais curtas

– Segunda parte da Entrevista com Dom José Cardoso, publicada pelo Gustavo. Esta entrevista – feita, recordo, em 1990 – é muito útil para esclarecer algumas atitudes de Dom José tomadas ao longo dos anos em que S.E.R. esteve à frente da Arquidiocese de Olinda e Recife. Por exemplo:

JC: O senhor poderia citar um exemplo de versões que foram passadas aos jornais e que não correspondem à verdade?

Dom José: O caso mais clamoroso é o da invasão do Palácio dos Manguinhos. Uma típica invasão de domicílio. Veja você que, na hora do almoço, eu sou surpreendido por um grupo de pessoas arrogantes, que chegaram de surpresa e foram logo avisando que chegaram para ficar. Iam acampar no Palácio. Em cada uma das portas do prédio, sentaram três homens ao chão. Eu tentei dialogar e não consegui. O pessoal da casa, que trabalha comigo, foi insultado e agredido com palavrões. O objetivo dos invasores, que usavam a mesma arma de chantagem usada por terroristas e seqüestradores, era coagir o Arcebispo a revogar uma decisão tomada (a transferência de um padre). Como a minha casa, o meu domicílio foi ocupado pela força, eu tive que pedir à polícia que retirasse os invasores. A versão da então diretoria da Comissão de Justiça e Paz, passada para o mundo inteiro, é falsa e caluniosa. Diz que “um grupo de humildes camponeses que desejava apenas falar com o Arcebispo foi repelido pela Polícia”. Essa versão – infamante, falsa, caluniosa – foi mandada, através de circular, para várias partes do mundo, acrescentando que “o Arcebispo não gosta de pobres”. Isso é uma mentira, uma indignidade. Tenho recebido cartas de religiosos, de leigos do mundo inteiro, protestando contra a minha suposta atitude, baseando-se na informação mentirosa e distorcida que a antiga diretoria da Comissão de Justiça e Paz se encarregou de divulgar pelo mundo.

Gay Google: se você digitar “gay” na conhecida ferramenta de buscas, a barra que separa os termos da pesquisa dos resultados mostrados fica colorida, formando uma espécie de “bandeira gay”! Outros termos, até onde me constem, não têm esta gentileza feita pelo Google: “Sport” não faz a barra ficar rubro-negra, “Brazil” não a faz ficar verde e amarela. Qual o motivo do privilégio concedido aos homossexuais? Talvez seja fruto da Corporate Equality Effort

Falando um pouco de Religião: bela carta-resposta do professor Felipe Aquino ao artigo da Danuza Leão ao qual fiz menção aqui. “Como você eu também estudei em colégio católico, salesiano, graças a Deus; e assistia a missa todos os dias, graças a Deus, e ainda hoje a assisto todos os dias, graças a Deus; é a grande alegria do meu dia (o Sacrifício do Calvário) que nos salva. Você despreza o seu Batismo e a sua Crisma; eu quero lhe dizer que o único diploma que eu tenho coragem de expor na parede do meu escritório, é a minha certidão de Batismo; ele me abriu as portas do céu, me deu a graça de ser membro de Cristo, da Igreja, herdeiro do céu. O resto… vai ficar na terra”.

Ad populum na argumentação sobre o aborto? É o modus operandi corriqueiro abortista: manipular tragédias alheias para fazer valer os seus distorcidos pontos de vista. No Peru, a trágica história de uma adolescente de treze anos é o novo cavalo de guerra dos pró-morte. “As representantes do Promsex, a peruana Susana Chávez, e da transnacional Center for Reproductive Rights, a lobista chilena Lilian Sepúlveda, anunciaram que se apresentará uma demanda contra o Estado Peruano ante o Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher das Nações Unidas (CEDAW, por suas siglas em inglês). O drama da adolescente, identificada apenas como L.C., começou ano final do ano 2006, quando tinha 13 anos. A menor foi violada e dois meses depois tentou suicidar-se lançando do teto de sua casa, em um dos bairros mais pobres de Lima”.

Qual a diferença disso para as fotos aqui mostradas? Toda a diferença. O caso da menor peruana é um caso e que poderia ter acabado de forma diferente. Os fetos assassinados estão sempre presentes nos abortos, e não existe aborto sem o assassinato deles. Não há engano algum na exibição dos cadáveres que os abortistas se empenham em ocultar. Ao contrário do lobby baseado em tragédias de outrem.

– O saldo da Parada da Vergonha Gay, que foi ocultado sob a cortina de fumaça da bomba lançada após o desfile: “agressões, atropelamentos, garrafadas, facadas, 68 pessoas feridas, bêbados caídos pelas calçadas, gente se drogando ostensivamente, prática pública de atos libidinosos, mais de 100 casos de roubo e furto (…), 412 atendimentos médicos, muita sujeira e mau cheiro”, como diz o Blog da Família. E mais: “[h]ouve até uma morte, por traumatismo craniano, decorrente de uma briga entre os próprios homossexuais” (quanto a esta última informação, carece de fontes; encontrei na internet que “[a] Polícia Civil trabalha com duas possibilidades: ataque por um grupo de intolerância com motivações homofóbicas ou então assalto, pois o seu celular foi levado”…). Tudo financiado com dinheiro público.

– Royalties ao Wagner Moura: para acabar com a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, foi lembrado pelo STJ que o Brasil é signatário do Pacto de São José da Costa Rica:

O art. 4º, inciso V, do Decreto-Lei n° 972 [que exige “diploma do curso superior de jornalismo”], de 1969, foi revogado pelo art. 13 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). Segundo o MPF, “qualquer posição que se adote – que o tratado tenha força de lei ordinária ou de norma constitucional – leva à mesma conclusão: de que o art. 4º, inciso V, do Decreto-Lei n° 972/69, foi revogado pelo Pacto de San José da Costa Rica” (fl. 1669).

[Relatório do Sr. Ministro Gilmar Mendes (sem revisão), p. 11]

Acontece que o mesmo Pacto de San José da Costa Rica impede o aborto, a pesquisa com CTEH’s e outras barbaridades legalizadas pelo mesmíssimo Supremo Tribunal Federalvejam o Pró-Vida de Anápolis. O STF cita o que quer, quando quer, e a mesma coisa coisa ora vale e ora não vale, dependendo dos interesses dos senhores ministros, é isso? Esta é a última instância da Justiça brasileira? Patético.

Catholic Google

Só para comentar: existe uma coisa que foi colocada na internet recentemente, chamada “Catholic Google”. Grossíssimo modo, trata-se de um sistema de buscas que utiliza google search para responder às pesquisas feitas pelo internauta, com a diferença de que o resultado apresentado passa por uns filtros que eliminam aquilo que é inadequado ao público-alvo – no caso, os católicos.

Assim, por exemplo, se você digitar “porn”, o sistema não retorna nenhum documento. Se você digitar “sex”, aparecem textos sobre o Matrimônio Católico, ensinamentos da Igreja sobre a sexualidade humana, etc. Sobre a idéia, gostaria de fazer dois pequenos comentários.

O primeiro, é que este site não faz o que se propõe a fazer. Não sei quem é responsável por ele, mas os resultados que aparecem não são bons. Por exemplo, digitando “sex”, o primeiro link apresentado é uma artigo debochado e blasfemo de muitíssimo mau gosto intitulado “sexo mata, seja católico e viva para sempre”. Desnecessário dizer que nada poderia ser mais estranho à Doutrina Católica do que esta frase sem sentido, sendo portanto inexplicável que um artigo assim apareça – muito menos como o primeiro resultado – em um sistema de buscas que se pretende católico.

[En passant, há um outro site de buscas – o “Busca Católica” – que é mais antigo e me parece ser muito melhor, tendo inclusive a vantagem de ser em português. No entanto, quando entrei agora para fazer o mesmo teste e digitei “sexo”, descobri com horror que os dois resultados que ficam em cima, indexados como “destaques da busca”, são propaganda chula e pornográfica de sites que prometem (com termos de baixíssimo calão) uma melhoria no desempenho sexual. Portanto, parece infelizmente que o problema não é restrito ao novo site de buscas…]

O segundo comentário que gostaria de fazer é mais… conceitual. Sinceramente, se a única coisa que o sistema fizer for “filtrar” resultados inadequados, eu não vejo lá muita utilidade nele; afinal, qual católico interessado em doutrina católica iria digitar “porn” num caixa de textos de um sistema de buscas?! O que seria interessante – e importante – de ser feito seria um sistema que apresentasse os resultados classificados por critérios como fidelidade dos textos escritos à Doutrina da Igreja Católica (absolutamente fundamental), didática do texto, tipo de material desejado, etc. Mas acontece que, pra fazer isso, dá muito trabalho…

Para o “católico médio”, é muitíssimo difícil discernir, entre todas as coisas que encontra na internet – mesmo em uma busca sobre Doutrina Católica -, aquilo que presta daquilo que é lixo. Há uma carência de formação muito grande, e seria muito bom se houvesse um mecanismo que “ajudasse” o leitor pouco instruído a encontrar aquilo do qual ele realmente precisa. Infelizmente, a tarefa é muito complexa para ser automatizada. Ferramentas como o Catholic Google, portanto, do jeito que estão agora, terminam por prestar um desserviço à Igreja, na medida em que se apresentam como um local onde se pode encontrar material católico e, ao revés, apresentam verdadeiras porcarias aos que acessam o site para fazer consultas. Neste sentido, é muitíssimo menos ruim o Google original; pelo menos não existe nele a “propaganda enganosa” de que os resultados obtidos serão conforme a Doutrina Igreja, o que obriga assim o usuário a pesar com discernimento os resultados que lhe forem apresentados, tornando menos fácil que ele tome gato por lebre.

Homossexualismo, aborto, eleições americanas

– A Arquidiocese da Paraíba divulgou uma contundente nota a respeito da posição da Igreja sobre as “uniões homo-afetivas”. Parabéns a Dom Aldo Pagotto, pela clareza na exposição da Doutrina da Igreja, sem se preocupar com o politicamente correto e sem medo da reação dos militantes gayzistas.

4. Sobre as uniões homo-afetivas, tanto o Estado quanto a Igreja, não reconhecem sua validade e legitimidade, equiparável à formação de uma Família, porquanto claudicam as condições essenciais para a sua finalidade, ou seja, a união fecunda do homem e da mulher, tal que sejam gerados filhos, seguidamente educados e adequadamente formados em ambiente familiar.

5. A respeito de pessoas de condições homo-afetivas, a Igreja entende a complexidade da fenomenologia, que se reveste de inúmeras formas ao longo dos séculos e das civilizações, em contextos culturais variáveis. Apoiando-se nas Sagradas Escrituras, pela Tradição, a Igreja sempre declarou que atos de homossexualismo são intrinsecamente desordenados, porquanto contrariam a lei e a ordem da natureza, pelo fato de fechar o ato afetivo-sexual à transmissão da vida. Não procedem, pois, à complementaridade efetiva e sexual verdadeira, e por isso em caso algum podem ser aprovados.

Camille Paglia, uma conhecida americana, feminista e militante pró-aborto, reconheceu que o aborto é assassinato e, mesmo assim, afirma defendê-lo! É incrível como as pessoas podem perder tão completamente o senso moral. Se, antes, os resquícios de consciência tendiam a mascarar a verdade sob mil máscaras e sofismas, agora parece que a consciência, sufocada e calada, enfim morreu por completo e esta senhora pode afirmar sem rodeios que defende o assassinato de seres humanos indefesos. Se isso não é o fundo do poço, eu tenho medo de até onde nós seremos capazes de ir.

Num artigo sobre a nova candidata republicana a vice-presidente nos Estados Unidos, uma feminista famosa Camille Paglia admite que, assim como a candidata, ela também acredita que o aborto envolve o assassinato de uma vida inocente. Mas ao contrário de Palin, Camille Paglia diz que é uma firme defensora do aborto.

– O Google havia se recusado a vender espaço publicitário na internet para grupos anti-aborto; incrível! É, sem dúvidas, politicamente incorreto ser católico hoje em dia, já que não temos direito nem mesmo de pagar pelos serviços do maior site de buscas do mundo. O Instituto Cristão foi aos tribunais contra o google e ganhou. Os maiores discriminados deste século são os católicos, indiscutivelmente.

O maior site de busca na internet havia recusado servir de montra para a campanha liderada pelos grupos católicos pró-vida. Concretamente, recusou publicar um anúncio intitulado: “Lei do aborto no Reino Unido: Principais pontos de vista e notícias sobre o direito ao aborto na perspectiva do Instituto Cristão “.

Inconformado, o Instituto Cristão (IC) interpôs uma acção contra o Google, tendo o tribunal decidido a favor dos grupos religiosos, anunciou ontem o Times online. O Google foi condenado, ao abrigo da Lei sobre a Igualdade de 2006 – que terá infringido – e foi obrigado a rever a posição.

– Quem conhece Barack Obama? Alguém tomou conhecimento destes dados biográficos do candidato à presidência americana? Alguém soube da apresentação de documentação forjada em sua campanha eleitoral? E da satisfação que o Islam terrorista tem com a sua candidatura? E a FOLHA anuncia que o democrata está na frente do seu adversário…