Viagem à Terra Santa: oportunidade de resgatar a verdade histórica

O Santo Padre estará, dentro de quinze dias, em uma peregrinação à Terra Santa. Sairá da Itália na sexta-feira 08 de maio e retornará a ela na sexta-feira seguinte, 15 de maio. Está programada uma “Visita ao Memorial de Yad Vashem em Jerusalém”, às 17:45 da segunda feira 11 de maio, onde o Papa fará um discurso; no entanto, há comentários de que o Papa não visitará o Museu do Holocausto, que fica no memorial, e que contém uma foto de Pio XII com um texto que lança dúvidas sobre a atuação do falecido Pontífice durante a Segunda Guerra Mundial.

Sinceramente, os “irmãos mais velhos” não ajudam. Parece que compraram a lenda negra fabricada contra Pio XII muito tempo depois de sua morte; por que motivo existe, num museu, ao que parece com a conivência passiva da comunidade judaica, uma sala [ou um quadro ou sei lá o quê] que denigre a imagem do homem que salvou no mundo mais judeus do que qualquer outro na história?

Não são todos os judeus, é questão de justiça frisar. A International Raoul Wallenberg Foundation [que não é uma fundação judaica, ao que me conste] está tentando “obter testemunhos de judeus salvos por católicos durante o Holocausto”. Tal campanha é “uma forma de celebrar a presença do Sumo Pontífice na Terra Santa e o abraço fraternal entre católicos e judeus que a mesma simboliza”. Não sei a quantas anda este trabalho, mas sei que o site da IRWF tem abundante material sobre o assunto. Por exemplo: Catholic saved Thousands during HolocaustCatholic diplomat who saved 30.000 refugees was remembered. Dois nomes: Father Marie Benoit [padre capuchinho] e Aristides de Sousa Mendes [diplomata português]; dezenas de milhares de judeus salvos durante a Guerra. Por que essas coisas nunca são lembradas?

Vale também a pena ler o artigo do prof. Valter de Oliveira, chamado Nazismo: Pio XII e os católicos foram omissos?, disponível no seu blog. “A Igreja teve, tem e terá filhos infiéis. Mas, por outro lado, a História aí está para atestar tudo o que, através de seus filhos, fez e faz pelo bem da humanidade”. Se a Igreja possui filhos infiéis, possui também santos em profusão, porque Ela própria é Santa e Santificante. Só uma análise seletiva da história, dando ênfase naquilo que convém e varrendo para debaixo do tapete o que não se coaduna com o próprio preconceito, é capaz de não se deixar convencer por esta verdade. Todo o edifício da difamação histórica anti-católica está assentado sobre esta metodologia de “mostrar o que confirma a minha tese e descartar tudo o que a contraria”. É eficaz, mas não é honesto, e a mentira não pode durar para sempre: há aqueles que não se deixam seduzir por análises irresponsáveis e eivadas de preconceito.

Vai o Papa a Terra Santa – que ele faça uma boa viagem! Que a presença do Vigário de Cristo na terra onde viveu e morreu o Salvador possa trazer abundantes graças para toda a humanidade e, em particular, para os judeus: que o véu que lhes cobre o coração (cf. II Cor 3, 15) possa ser retirado e sua inteligência obscurecida (cf. id. ibid., v. 14) possa ser iluminada pelas luzes do Espírito Santo. E que o trabalho feito por aqueles que estão verdadeiramente compromissados com a verdade histórica possa frutificar e sobrepujar o preconceito anti-clerical que existe em abundância nos nossos dias.