«Setor Atos Centrais da JMJ» zomba de católicos e convida para atos centrais da Jornada expoentes da degeneração moral dos nossos tempos

Que Satanás odeia qualquer coisa que se proponha a servir para a maior glória de Deus é uma conclusão teológica da mais alta obviedade. Que ele reserve um especial ódio para a Jornada Mundial da Juventude é coisa da qual já estamos carecas de saber. Que ele conte com servos tão dedicados nos bastidores da organização da JMJ do próximo mês, contudo, é um fato que só agora nós vislumbramos em toda a sua aterradora dimensão.

O site oficial da JMJ revelou o nome dos «artistas» convidados – registre-se, convidados! – para se apresentarem de alguma maneira durante o evento. Os nomes provocam horror e perplexidade; mais ainda, soam como um escárnio dos infernos aos católicos fiéis que se empenham em fazer da JMJ um evento católico e a lutar por Deus e por Sua Santa Igreja em um mundo que Lhes é cada vez mais hostil.

A «Cássia Kiss» (sic) «interpretará Maria Santíssima» na Via Sacra. Não sei quem é esta senhora. Uma rápida busca no Google, no entanto, revela-me uma bonita história protagonizada por ela. É a seguinte:

A atriz Cássia Kiss, 39 anos, um aborto, dois filhos, lembra: “As pessoas têm de ter consciência de que o aborto, em qualquer circunstância, é um crime”, afirma. Ela baseia sua opinião em dois fatos de sua vida. Em 1990, alguns anos depois de ter feito o aborto, Cássia Kiss fazia parte do elenco da novela Pantanal, da Rede Manchete. Ela interpretava uma mulher forte, parideira, de nome Maria Marruá. Em uma cena antológica, a personagem dá à luz a menina Juma Marruá. “Fiquei emocionadíssima durante as gravações dessa cena. Logo depois, chorei copiosamente durante quase uma hora. Foi um momento divino. Ali comecei a descobrir o valor da maternidade e da importância de ter um filho”, diz. Numa segunda fase de sua vida, já casada e disposta a ter um filho, engravidou. Mas, com três meses de gravidez, Cássia foi surpreendida por um aborto espontâneo. “Recebi aquilo como um castigo de Deus. Mesmo traumatizada resolvi que iria tentar novamente, quantas vezes fossem necessárias. Hoje eu acho que me recusaria a fazer qualquer exame, pois, mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê, ainda assim eu levaria a gravidez adiante.”

Colocar num dos papéis mais importantes da Via-Sacra uma mulher que se arrepende de ter feito um aborto é uma escolha que tem o seu quê de louvável. Mais adequado, sem dúvidas, seria se o papel por ela desempenhado fosse o de Santa Maria Madalena arrependida, mas deixemos isso para lá. Afinal, uma atriz famosa que diz em público que «o aborto, em qualquer circunstância, é um crime» e que «levaria a [sua] gravidez adiante» «mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê» é uma boa escolha para um evento da Igreja que – na contramão do mundo moderno – coloca-Se intransigentemente contra o aborto em qualquer situação.

O mesmo, infelizmente, não pode ser dito de outros dos nomes com os quais a Organização da JMJ nos “presenteou”. Destaco dois: o Luan Santana e a Ana Maria Braga.

luan-santanaO primeiro, além de possuir uma qualidade artística (para dizer o mínimo) questionável, é entre outras coisas o autor da seguinte obra-prima: «Mãos para o alto novinha / Por que porque hoje tu ta presa / Tu tem direito de sentar / Tem direito de gritar / Tem direito de sentar de ficar de rebolar […] Fica caladinha / Fica caladinha / E desce, desce novinha». Faltam-me palavras para deplorar esta apologia ao estupro de menores que faz – sem corar de vergonha! – o garoto convidado para cantar num evento com a presença do Papa! Isto é um escândalo de proporções incomensuráveis. Será possível que não existe nenhum cantor decente – mesmo de música secular – que pudesse ser convidado pelos organizadores da JMJ? Será realmente que a melhor opção deles era convidar um fulano que enaltece a mais criminosa violência sexual nas letras de suas canções?!

ana-mariaO segundo, o de Ana Maria Braga, pode parecer à primeira vista menos chocante, mas é também escandaloso. Afinal, a apresentadora da Globo é conhecida por receber alegremente em seus programas as maiores aberrações morais, como – por exemplo – a dupla de marmanjos que teve “dupla paternidade” (sic) reconhecida e os “heróis” do Big Brother Brazil chamados a opinar (favoravelmente, é óbvio) sobre o conhecido caso do assassinato de dois gêmeos aqui em Pernambuco; o quê, por tudo o que é mais sagrado, esta senhora está fazendo na Jornada Mundial da Juventude?!

E o site da JMJ ainda tem a cara de pau de dizer que estas escolhas luciferinas foram feitas «na tentativa de representar todos os jovens do mundo». Como assim, “todos os jovens do mundo”? Quem é o jovem católico que pode se sentir minimamente representado por estes arautos do anti-catolicismo, por essas pessoas que encarnam, por seus atos públicos, tudo que é contrário à Igreja e ofensivo ao Deus Todo-Poderoso? Nós não nos sentimos “representados” por esta gente, senhores da organização da JMJ! Muito pelo contrário, nós nos sentimos traídos e humilhados. Nós enfrentamos uma barra enorme para tornar a mensagem da Igreja atrativa para a sociedade contemporânea que A odeia, e os senhores, ao invés de nos ajudarem, fazem questão de chamar para um evento de evangelização de proporções internacionais estes expoentes do anti-catolicismo reinante no mundo moderno.

Se os senhores tivessem um pingo de vergonha na cara e de temor a Deus, poriam de lado todo o respeito humano e cancelariam imediatamente estes convites ignominiosos que emporcalham a Igreja e envergonham os católicos que se esforçam por serem fiéis, fazendo publicamente um mea culpa pela completa falta de bom senso e pelo serviço que, conscientemente ou não, prestaram a Satanás. É um absurdo que as lideranças católicas, aparentemente não satisfeitas com o espaço que o anti-catolicismo detém no mundo moderno, preencham importantes espaços da Jornada Mundial da Juventude com estes luminares das desgraças do mundo moderno que tanto ofendem a Nosso Senhor.

«Os jovens e suas formas de expressão vão ser representados durante as apresentações artísticas nos Atos Centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013», é o que diz a notícia do site da JMJ. Uma ova. Esta turma não me representa e nem representa nenhum católico sério do mundo. Ao que parece, é Satanás que estará muito bem representado no Rio de Janeiro, durante a visita do Papa. Para vergonha dos católicos brasileiros e desta Terra de Santa Cruz. Ao que parece, Nosso Senhor não pode contar com ninguém para organizar dignamente a recepção do Vigário de Cristo e dos católicos de todo o mundo que virão ao Rio de Janeiro no próximo mês. Com estes organizadores, para quê Cristo precisa de inimigos?

A JMJ e as feridas da Igreja Militante

Certo comentarista veio aqui no blog unicamente para chamar a JMJ de “antro de perdição”, fazendo referência a esta postagem de um outro blog que traz algumas imagens, concedamos, impudentes e imprudentes do evento ocorrido em Madrid em 2011. Contra isto eu faço questão de responder antes de qualquer outra coisa: antros de perdição são certos ambientes virtuais ditos católicos, ora bolas!

Estive em Madrid em 2011 e, portanto, falo daquilo que eu vi. E o testemunho de valor e coragem que eu vi aqueles milhões de jovens darem ao mundo não se mede pelo comprimento das roupas que usavam no sufocante verão espanhol. Aliás, é preciso estar totalmente alienado da realidade para jogar fora um evento católico das proporções da JMJ por conta de meia dúzia de fotos mal-comportadas, e isso por si só testemunha o quanto faz mal certo tradicionalismo imbecil de internet e o quanto é fundamental que se afastem dele aqueles que se preocupam com a saúde da própria alma!

Estando às vésperas da Jornada do Rio de Janeiro, há não muito escrevi aqui a minha admiração por esse evento católico. E mantenho tudo o que disse: «não consigo deixar de ver essas tentativas de acabar com a credibilidade da Jornada (…) como um levante orquestrado das forças do Inferno contra um evento católico que está dando frutos para a glória de Deus e a salvação das almas». À época, eu falava dos que queriam introduzir na JMJ elementos estranhos ao Catolicismo, mas isso se aplica também a estes – mesmo católicos – que, munidos de uma visão parcial e preconceituosa do que seja o evento, ao invés de rezarem pelo bom êxito da iminente vinda do Papa ao Brasil preferem empregar o seu tempo em denegrir a Jornada Mundial da Juventude.

Os jovens que vão à Jornada não são o exército impoluto de paladinos em armadura cintilante desfilando solenemente n’alguma festividade comemorativa dos áureos tempos da Cristandade. É óbvio que eles não são e aliás nem se propõem a sê-lo. Ao contrário, são justamente os pecadores confusos destes tempos desgraçados em que vivemos, e é precisamente isto que faz com que a ação divina na JMJ resplandeça com tanta clareza que é preciso ser cego para não ver.

Reproduzo abaixo a foto que coloquei aqui em 2011, em um relato sobre a JMJ de Madrid ao qual remeto quem quiser uma segunda opinião sobre o evento, bem diferente desses vaticínios pessimistas dos neo-fariseus virtuais. A foto retrata, como falei então, um embate verdadeiro e concreto, físico até, entre inimigos da Cruz de Cristo e peregrinos da JMJ. E não se trata de um fato isolado, muito pelo contrário: coisas assim foram de uma monótona regularidade ao longo de todos aqueles dias. Na Espanha, respirava-se este clima de tensão.

Miles de personas demandan un estado laico ante la visita papal

Eu não vou nem perguntar onde é que estavam os “cruzados virtuais” (*) enquanto os jovens católicos da JMJ recebiam agressões de verdade em ruas de verdade; nem vou questionar onde se encarna melhor o espírito cruzado católico, se na menina que resiste em público a evidentes demonstrações de odium Fidei ou na blogosfera que se compraz em divulgar imagens desabonadoras de outrem. Seria até covardia fazer tais comparações. Vou somente apontar para um pequeno “detalhe” que certas pessoas – na sua ânsia paranóica por roupas curtas a denunciar – não conseguem ver:

Que um católico experiente e exercitado na prática das virtudes suporte perseguições e dê testemunho público de Cristo é coisa esperada e bem lógica até. Que o façam jovens moral e doutrinariamente confusos, é coisa inaudita que exige uma explicação. Que palavras de amor ao Papa saiam dos lábios piedosos de católicos de alma pura é natural; que brotem do coração de jovens imodestas é que é desconcertante. Que dê admiráveis mostras de Fortaleza quem medita diariamente o Sermão da Montanha é coisa banal e simples; que sejam dignos da última Bem-Aventurança (**) jovens que provavelmente não seriam sequer capazes de citá-la corretamente é fato assombroso. Que façam guerra ao mundo, a Satanás e à carne os membros das Ordens de Cavalaria católicas é a ordem natural das coisas; que lute e vença cruzadas o catolicismo medíocre é que é extraordinário.

Não há nada de excepcional nos jovens que vão à JMJ, e é precisamente nisso que reside a excepcionalidade do evento. É provável que os peregrinos católicos não sejam moralmente muito melhores do que os jovens “do mundo” junto aos quais vivem, e é justamente nesta desproporção entre as suas virtudes humanas habituais e o testemunho de Fé que naqueles dias conseguem dar que a mão de Deus se faz evidente, quase palpável. Malgrado os seus muitos defeitos, a maior parte daqueles jovens tinha algum amor à Igreja (e os que não tinham, facilmente se deixavam contagiar pelos demais), imperfeito sem dúvidas (***), mas – e isto é o importante – que Deus não rejeita se Lhe é entregue com pureza de intenção. E, por mais difícil que isso seja de entender, é fato que Deus consegue fazer maravilhas com qualquer coisa (por pequena que seja!) que Lhe ofertemos.

Aqueles jovens que estavam em Madrid estavam longe de serem perfeitos – eu sei, eu vi! Mas há mais catolicismo nas ruas espanhóis apinhadas de peregrinos do que nas amargas rodas de internet que parecem viver de espalhar o desânimo (se justo ou injusto tanto faz). Os murmuradores não suportam o cheiro purulento das feridas da Igreja Militante, mas se esquecem de que Deus faz mais com um leproso que vai à guerra do que com um batalhão de homens saudáveis que prefere ficar jogando conversa fora nos salões palacianos.

* * *

(*) Que adoram xingar muito nas redes sociais a lastimável situação da Igreja, rasgando as vestes e deplorando o miserável estado do catolicismo contemporâneo confortavelmente sentados em casa.

(**) Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim (Mt V 11).

(***) E mesmo assim muito acima da média: nenhum peregrino foi lá fazer campanha pelo aborto ou pela liberação da camisinha, por exemplo.

É, senhores bispos, está difícil segurar o rojão…

Não basta o avanço do ateísmo; não é suficiente o laicismo proselitista que sufoca o Brasil. Não basta a militância pró-aborto, não chega o gayzismo desenfreado, não é o bastante a erotização da sociedade. Não chega o avanço das seitas, não bastam os protestantes vomitando impropérios contra a Igreja, não é suficiente o espiritismo esvaziando a mensagem cristã de sua essência. Não é o bastante a destruição da Família, a desmoralização da Igreja, o apodrecimento da civilização, a troca de valores morais multisseculares pelas depravações da moda. Não chega nem mesmo a luta quotidiana que cada um de nós precisa travar pela própria santificação; parece que nós estamos profundamente relaxados, porque a CNBB – ah, a CNBB! – resolveu mais uma vez dar uma força aos inimigos de Cristo e munir-lhes de razões para zombar dos católicos.

O tal “Credo da Juventude” que o Fratres publicou é um deboche, e as reações a ele (p.ex. aqui e aqui) eram extremamente previsíveis e quase dá vontade de dizer que é bem empregado. Depois a CNBB vem questionar a evasão de católicos; ora, o que se pode esperar desse catolicismo de débeis mentais divulgado nos textos da Conferência?

Eu li o “Caminhando para a JMJ 2013”. Antes de continuar, um pequeno parêntese: apóio com muito entusiasmo a Jornada Mundial da Juventude sim, mas não as patacoadas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O que eu defendo aqui no Deus lo Vult! é a seriedade da JMJ, e não da CNBB. As idiotices que a Conferência faz, portanto, nada têm a ver com a essência da Jornada: ao contrário, são somente (mais!) tentativas de expôr o Catolicismo ao ridículo e à irrelevância – ou seja, é o contrário mesmo do que objetiva a JMJ.

Voltemos. Eu li aquele “Subsídio para Adultos” da CNBB. O pior é que o livreto tem os seus méritos. A seção de “Perguntas e Respostas”, p.ex., nas páginas 15-25, é bastante útil e está bem feita. O esquema proposto para os encontros, com o seu “Texto Bíblico”, “Meditação”, “Orientações para preces” e “Contemplação”, segue as linhas mestras da Lectio Divina: lectio, meditatio, oratio e contemplatio. Portanto, há atividade intelectual católica por trás do material, os responsáveis por ele eram capazes de fazer um trabalho bem feito. O que só torna os erros mais graves.

A obra de arte em questão está lá na página 31, como “Oração Final” proposta para um dos encontros. Não bastasse a irritante e estúpida insistência no emprego dos dois gêneros – é um “o jovem e a jovem” pra lá, “todo jovem e toda jovem” pra cá – e não fosse suficiente o nonsense teológico que é confundir admiração com profissão de Fé e apresentar características louváveis da juventude como objeto de um “Credo”, o texto é patético nas palavras que escolhe, nas imagens que evoca, nas situações que apresenta! Francamente, a “rapaziada (…) que segura o rojão”, os jovens que “sabem dizer sim e também dizer não”, a crença em que “todos e todas seremos irmãos e irmãs” (argh!), o “Deus Pai e Mãe, Libertador”… gente, o que é isso, é uma redação de aluno de segunda série? O que pretendem os senhores bispos com a apresentação desse cristianismo retardado, alguém pode me explicar?

Isso é uma palhaçada. Propôr uma babaquice dessa magnitude para adultos rezarem (!) é escarnecer da Fé Católica, é debochar do Cristianismo, é zombar da Igreja de Cristo e voltar a crucificar Nosso Senhor. A Fé é coisa séria e portanto a sua transmissão só pode ser feita com seriedade, é evidente, e não por meio desses textos ridículos que tratam os seus leitores como debilóides.

Parece-me óbvio que o mais provável é que tenha vergonha de ser católico uma pessoa normal que seja apresenta a uma “oração” desse nível. E como a CNBB espera convencer alguém a ser católico expondo-o ao ridículo e à zombaria? Como ela espera que a Fé seja levada a sério se a apresenta de modo tão imbecil? Como espera tornar a Igreja relevante no mundo moderno oferecendo razões para debocharem d’Ela?

Como se não bastasse tudo o que nós temos que fazer, ainda precisamos ser ridicularizados assim por aqueles que deviam defender e guardar a Fé! É, senhores bispos, muito obrigado pelo favor! Vou lhes dizer: está difícil segurar esse rojão. Que Deus nos ajude! Porque no que depender desses textos nós estamos muito mal na fita.

P.S.: A inspiração do texto:

Sobre a JMJ: bons frutos e traições

Com relação à notícia de que a organização da JMJ Rio2013 convidaria para fazer shows no evento cantores como a Ivete Sangalo e o Michel Teló (!), foi publicada ontem uma nota de esclarecimento do Comitê de Organização Local da Jornada dizendo simplesmente que tal participação «não está confirmada pela organização do evento». O desmentido tanto conforta quanto incomoda.

Conforta, porque ao menos esclarece que «as apresentações durante a JMJ Rio2013 são analisadas e devem ter o parecer final do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), que exerce a função de Comitê Organizador Central da JMJ e está ligado ao Vaticano». Incomoda, porque parece não achar que se deva rejeitar com veemência a insinuação de que o show de um artista conhecido por cantar “ai, se eu te pego!, ai, ai, se eu te pego!” pudesse encontrar lugar em um evento católico com a presença do Papa e de fiéis do mundo inteiro.

Sobre o financiamento desses supostos shows, o pe. Marcelo Tenório esclareceu recentemente que «o dinheiro do patrocínio [da JMJ] não será usado para pagar os artistas», cujo cachê ficará ao encargo das próprias gravadoras – «que poderão adquirir posteriormente o contrato para produzir o DVD do evento». Mas, sinceramente, os maiores problemas aqui não são de ordem financeira. A mera proposta parece um escárnio deliberado; alguém pode me explicar qual a relevância cultural do Michel Teló que justifique a sua inclusão – mesmo como possível candidato! – numa “agenda de atividades culturais” de um evento católico?

Eu tenho um particular apreço pela Jornada Mundial da Juventude, desde que fui a Madrid há dois anos e me impressionei muito positivamente com tudo o que vi por lá. Foi lá, por exemplo, que demos eloqüente testemunho público a favor do Deus Altíssimo contra a turba dos inimigos de Cristo que nos assaltava; foi lá a última vez em que vi presencialmente o querido Papa Bento XVI, e guardo carinhosa lembrança de quando, após literalmente um dia inteiro de espera nos arredores da Plaza de Cibeles, fomos recompensados com um olhar direto do Vigário de Cristo, que voltou a cabeça e sorriu para nós. Foi naqueles dias fantásticos que o Vargas Llosa – agnóstico – escreveu que “Deus parecia existir”. Enfim, estou convencido dos bons frutos que o evento vêm dando ao longo dos últimos anos, e acho que ele tem tudo para continuar assim.

Bastando para isso, é claro, que ele não seja sabotado. E não consigo deixar de ver essas tentativas de acabar com a credibilidade da Jornada (desde p.ex. a recente matéria tendenciosa do Globo Repórter até essa idéia de colocar o Michel Teló para cantar para os católicos) como um levante orquestrado das forças do Inferno contra um evento católico que está dando frutos para a glória de Deus e a salvação das almas. Não consigo me dissuadir da idéia de que a JMJ incomoda a muitos, sim, e é isso que motiva tantas tentativas de corrompê-la.

Mas o evento acontecerá. Com o apoio dos bons ou as traições dos maus, ele acontecerá; e para o seu êxito a nossa participação é fundamental. O campo de apostolado é vasto e promissor, e nós não temos o direito de abandoná-lo aos salteadores que não têm compromisso com Deus nem amor à Sua Igreja. À Organização da Jornada eu suplico que avalie – de joelhos diante do sacrário – se o que quer que ela esteja cogitando fazer vai de fato servir à glória de Deus ou se, ao contrário, é vaidade mundana insuflada por Satanás para macular um evento católico. E a todos os que aspiram à glória de Deus e à exaltação da Santa Igreja eu peço que dediquem um pouco do seu tempo à JMJ: com a sua participação ativa ou com as suas orações pelo bom êxito do evento. Que a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro sirva para levar almas a Deus, é o que suplico à Santíssima Virgem Aparecida que nos conceda, apesar dos nossos tantos pecados.

Questão: Dinheiro público para evento católico

Foi perguntado aqui no blog:

[A] deputada da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, Myrian Rios, destinou 5 milhões de reais para o evento católico denominado Jornada Mundial da Juventude. Myrian Rios é do movimento carismático da Igreja Católica. Houve aqui um claro privilégio à religião católica.

Segundo sua lógica, para que fosse possível essa alocação orçamentária, a AL do Rio deveria ter oferecido também 5 milhões de reais a todas as outras denominações religiosas no Brasil.

O que dizer?

Simples: em geral, os investimentos públicos são direcionados para projetos que tenham interesse social – o que é precisamente o caso aqui. Na mensagem que acompanha a Proposta Orçamentária 2013 da Cidade do Rio de Janeiro, pode-se ler o seguinte:

Está previsto a implementação de ações que visem e preparem a Cidade para receber o enorme contingente de turistas que nos visitarão por ocasião dos grandes eventos que ocorrerão durante o exercício, notadamente a Jornada Mundial da Juventude e a Copa FIFA das Confederações.

[…]

Será prioridade da SMTR a elaboração dos Planos Operacionais de Transporte Público para a Jornada Mundial da Juventude e para a Copa do Mundo de 2014.

A Companhia de Engenharia de Tráfego do Município do Rio de Janeiro – CET RIO pretende consolidar a operação de tráfego na cidade com reforço nas áreas identificadas como mais críticas, além do atendimento dos megaeventos “Copa das Confederações”, “Jornada Mundial da Juventude” e “Rock in Rio – 2013”.

Ou seja:

Este dinheiro é para financiar a passagem de católicos que virão do mundo todo para o Rio de Janeiro? Não, é para melhorar a infra-estrutura da cidade de modo que ela possa comportar os fiéis que virão por conta própria.

Este dinheiro é pra pagar espórtulas às centenas de sacerdotes que, ao longo desses dias, estarão ministrando os Sacramentos católicos? Não, é para elaborar planos de transporte público que permitam aos leigos e sacerdotes católicos se locomoverem pelo Rio de Janeiro ao longo dos dias do evento.

Este dinheiro será enviado à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, à Sé Primacial do Brasil ou ao Vaticano? Não, será voltado para melhorias da própria cidade do Rio de Janeiro.

Sob que lógica, portanto, é possível dizer que se está usando dinheiro público para fins privados? Nenhuma. É pura implicância da mídia anti-clerical.

Ainda: dizer que, por isonomia, o Estado deveria conceder valor equivalente às outras denominações religiosas brasileiras é rigorosamente o mesmo que criticar o dinheiro gasto na Copa das Confederações e sustentar que a Prefeitura deveria destinar o mesmíssimo valor a competições de basquete, vôlei de praia, turfe e ping-pong, entre dezenas de outros esportes existentes no Brasil.

Dizer que, por conta da JMJ, o Estado deveria oferecer recursos públicos às outras denominações religiosas brasileiras é equivalente a condenar o Rock in Rio e dizer que, para destinar-lhe dinheiro público, a Prefeitura tinha a obrigação moral de financiar igualmente, entre muitos outros, o “Jazz in Rio”, o “Funk in Rio” e (neste tempo de minorias, por que não?) o “Fado in Rio” e o “Can-Can in Rio”.

Por fim, afirmar que só seria possível à Prefeitura do Rio de Janeiro (e, por extensão, a qualquer órgão da Administração Pública) reservar uma parte do seu orçamento para um projeto católico caso reservasse igualmente a mesma quantia para projetos de (todas as) outras denominações religiosas é inviabilizar completamente qualquer gestão municipal (ou estadual ou federal), porque aí ninguém ia poder destinar dinheiro para asfaltar uma rua sem simultaneamente destinar o mesmo para asfaltar todas as outras ruas da cidade, ninguém poderia reformar uma escola ou equipar um hospital sem ao mesmo tempo oferecer a mesma quantia para reformar todas as outras escolas e todos os outros hospitais do município, et cetera – o que é um patente absurdo.

Na verdade, a destinação de recursos públicos para projetos de fomento à cultura, ao turismo, ao lazer e congêneres segue políticas públicas específicas, com normas próprias emanadas pelas autoridades competentes. Obviamente não é necessário (e nem sequer é possível) que todos os projetos do mundo recebam sempre igual financiamento para garantir a isonomia do processo de concessão de verba pública; basta que todos eles possam se candidatar e concorrer em igualdade de condições. É somente esta última proposição que se refere aos princípios (nos quais não pode haver privilégios injustificados), porque a destinação concreta de um orçamento concreto, por definição, não é mais um princípio e sim um caso concreto. E é bastante óbvio que os casos concretos não precisam conter em si todas as aplicações possíveis dos princípios (o que aliás é uma impossibilidade lógica): basta que não os contradigam. Como este caso da JMJ não os contradiz.

Por fim, somente como parêntese, eu particularmente considero que em certas áreas não é papel do Estado atuar, como por exemplo (o que aparentemente não é o caso aqui, mas poderia ser) em projetos de “cultura”. Ao contrário, penso que cultura é iniciativa “de baixo pra cima” que, simplesmente, não pode ser produzida à força de investimentos. Melhor seria se o Estado nos aliviasse um pouco a carga tributária e nos deixasse mais folgados para exercitarmos nossa produção cultural por conta própria. No entanto, havendo (como há) políticas públicas para incentivar a cultura, aí não pode haver nenhum tipo de discriminação entre os projetos que podem receber estas verbas: em particular, pouco importa se a iniciativa é católica, protestante, budista, ateísta, seicho-no-ie, umbandista ou o que seja. E, até onde eu saiba, é assim que as coisas funcionam  por aqui: ao menos na questão dos princípios, não há incoerência que precise ser justificada.

Jornal Hoje pede opinião de internautas sobre tema de reportagem e depois diz “ah, isto não pode”.

A mobilização dos internautas que queriam ver uma reportagem sobre a Jornada Mundial da Juventude no Jornal Hoje alcançou 25.000 participantes. No entanto, o clamor popular foi solenemente ignorado pelo jornal: seu perfil do Facebook afirmou hoje que o quadro não faz cobertura de eventos específicos, mas trata somente de «temas abrangentes, que geram discussões e dúvidas».

jornalhoje

Ao invés de abordar o assunto escolhido pela acachapante maioria dos que responderam à pergunta lançada em primeiro de janeiro, o jornal preferiu lançar uma enquete anódina com os seguintes temas: “Drogas”, “Violência”, “Consumismo”, “Independência” e “Fãs e tietagens” – os «temas mais sugeridos na última semana».

O que dizer? Decerto o jornal tem todo o direito de escolher o tema que quiser para apresentar em seu quadro. Mas é bem deselegante perguntar um tema para os usuários do Facebook e, depois, ignorá-los completamente. Oras, se não queria saber, não perguntasse. Se havia restrições de temas, que isso fosse avisado no começo. O que fica feio é esperar que dezenas de milhares de pessoas sugiram um tema para, na semana seguinte, dizer “ah, isso não pode ser, sinto muito”. É uma baita falta de respeito para com essas pessoas que se deram ao trabalho de responder ao que foi perguntado.

Também a desculpa usada soa (para dizer o mínimo) estranha. Um “evento específico” pode muito facilmente ser transformado em um “tema abrangente”, bastando um pouquinho de boa vontade. “Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013” poderia facilmente se transformar em “Religiosidade dos jovens”, “Igreja Católica e juventude” ou até mesmo – para ficar na moda – “Estado Laico e visita do Papa: o que pensam os jovens brasileiros?”. Enfim, a impressão que fica é que não se queria falar de religião e nem muito menos de Catolicismo.

O que – repitamos – é uma abordagem perfeitamente legítima, contanto que fosse dita claramente e desde o princípio. No fim das contas, esta mudança de regras no final do jogo pegou muito mal. O Jornal Hoje poderia ter aproveitado a enorme audiência auto-apresentada no Facebook para fazer um programa direcionado para ela; mas preferiu sair pela tangente e frustrar os anseios de todos os internautas que sugeriram a JMJ para o quadro do telejornal. Que pena!

“Jovens do Brasil” e a JMJ Rio 2013

O perfil do Jornal Hoje no Facebook anunciou que «o Jovens do Brasil está de volta» (acho que é um quadro do Jornal) e perguntou aos internautas:

Qual assunto você quer ver no Jornal Hoje?

De ontem para hoje a página foi completamente invadida por usuários pedindo para que o assunto seja a Jornada Mundial da Juventude que acontecerá este ano no Rio de Janeiro. Neste momento estamos com mais 4.000 comentários (e aumentando!), dos quais pelo menos 3.000 pedem para que o programa aborde a JMJ.

jornal-hoje-jmj

E “os laicista pira”!

Rio 2013: participe!

Está  chegando! Rio 2013, de 23 a 28 de julho. Participe!

Há exatamente um ano atrás eu estava na Espanha, junto com milhares de outros jovens que, de todos os cantos do mundo, vieram ver o sucessor de Pedro. E falta menos de um ano para a próxima Jornada! Lá estaremos novamente. ¡Sí, sí, sí, nos vemos en Brasil!, se o bom Deus assim permitir.

Bote Fé Recife: Salve, ó Cruz! Vinde, Vigário de Cristo! #JMJ2013EuApoio

E, em plena segunda-feira, o Ícone de Nossa Senhora e a Cruz da Jornada Mundial da Juventude chegaram a Recife. Em plena segunda-feira, após o trabalho, mandei-me para o Marco Zero; não pude ver a chegada da Cruz e nem a Missa (que foram de tarde), nem a procissão dos símbolos da JMJ saindo da igreja do Nóbrega até a Madre de Deus (idem). Cheguei somente a tempo de ver os shows na grande praça. As pessoas estavam lá, pelo que eu entendi, desde as três horas da tarde; no entanto, estavam ainda cheias de energia. Eram onze horas da noite e era uma segunda-feira: a juventude do Papa, não obstante, estava lá, e estava firme, e estava forte.

Sim, eu sei, não é um evento de aprofundamento catequético e nem de exercícios inacianos de espiritualidade. Eu sei, não tem nada a ver com isso, porque o objetivo aqui é outro totalmente diferente: é mostrar número e força, é um evento (não exclusivamente, mas com um indiscutível aspecto) midiático para servir de eloqüente resposta pública aos que advogam pelo fim da religião ou pela sua perda de influência entre as gerações mais jovens. Contra os argumentos falam os fatos: eu fui ontem ao Marco Zero, e os jovens se fizeram – e muito – presentes. Apesar de ser segunda-feira à noite.

Vinham em grupos dos mais diversos lugares: muitos ostentavam as camisas das suas paróquias, grupos de orações ou pastorais. Outros – muitos outros – envergavam a camisa do “Bote Fé Recife”, com o lema da pré-jornada estampado em um estandarte colorido como sói serem os de nosso carnaval. Não eram pessoas que “caíram ali” do nada: eram jovens que, sem a menor sombra de dúvidas, saíram de suas casas para participar de um evento católico no centro da cidade. Não eram santos e não eram perfeitos, mas e daí? Eu tampouco o sou. Foram chamados e lá estiveram, e fizeram bonito; missão dada, missão cumprida.

Palco do Bote Fé Recife, com a Cruz da Jornada e o Ícone de Nossa Senhora

No fim da noite, o show da banda Anjos de Resgate. Muitos poderão questionar acidamente o estilo musical deles e dizer que isto não é catolicismo nem conversão e que blá-blá-blá; ora, poupem-me da ladainha. Não era uma missa, era um show. Era “música de jovem”. E, no meio daquelas músicas, havia e há elementos de piedade verdadeiros. “Te amar por quem não Te ama, Te adorar por quem não Te adora” ou “a Cruz Sagrada seja a minha luz; não seja o Dragão meu guia” são orações, independente da forma como sejam proferidas. “O Céu inteiro está rezando por ti; / anjos e santos intercedem por ti” é uma consoladora verdade teológica. As músicas sobre a amizade – como “amigos, pra sempre, dois amigos que nasceram pela Fé” ou “nós somos mais que amigos, somos anjos que o Senhor enviou” -, a despeito do exagero que a gente credita à licença poética, exaltam de maneira bonita esta importante virtude natural que somos chamados a sobrenaturalizar. E (embora não tenham cantado, é uma das minhas preferidas) narrar o diálogo entre a Virgem Santíssima e o Arcanjo Gabriel com “- Por que teus lábios tremem tanto assim? Por que não tiras teus olhos de mim? / – Há tanta graça em estar diante de Ti; e o Céu inteiro espera por Teu sim!” é uma bonita forma de proclamar as glórias da Bem-Aventurada Mãe de Deus.

Cruz da Jornada, com a inscrição de SS. João Paulo II

Ao final, ainda tive a chance de subir no palco. E tocar na Cruz! Na Cruz que esteve comigo em Madrid – no peito eu carregava a minha pequena cruz que veio da JMJ do ano passado -, ou melhor, na Cruz que esteve acompanhando tantos jovens ao longo de tantas Jornadas Mundiais da Juventude desde 1984. Era o que dizia a inscrição assinada por João Paulo II e assim datada. As palavras do Beato praticamente ressoavam em nossos ouvidos: “não tenhais medo!”. Sim, Santidade, nós não queremos ter medo. Sim, nós queremos fazer a diferença. Sim, nós queremos viver como Cristo espera que vivamos. Estamos aqui! Que o caminho da Cruz pelo Brasil possa derramar graças por onde quer que Ela passe. E que preparemos bem a Jornada do Rio de Janeiro. Pode vir, Santo Padre! Nós o esperamos ansiosamente.

#JMJ2013EuApoio nos TT-Br – sucesso!

Sucesso: o “twittaço” em apoio à Jornada Mundial da Juventude 2013 atingiu rapidamente esta tarde o primeiro lugar nos Trending Topics Brazil. O fato foi registrado (com os devidos printscreens) tanto pelo Cadú quanto pelo Celito Garcia.

#JMJ2013EuApoio atinge o primeiro lugar nos TT-Br

A mobilização foi idealizada para promover este grande encontro católico que terá palco no Rio de Janeiro; foi também uma resposta à Rede Record que, em dezembro passado, tentou colocar os brasileiros contra a Jornada ao “denunciar” uma proposta (da deputada Myrian Rios) de utilização de recursos públicos para a promoção do evento. Na época, desmascaramos a cretinice da emissora do Edir Macedo. E, hoje, realizamos este bonito gesto de apoio à JMJ nas redes sociais.

O site TTBr.info explica a hashtag: “Jornada Mundial da Juventude católicos d todo mundo vão se reunir com Bento 16 na cidade de Santa Cruz RJ – RT”. A divulgação cumpriu o seu objetivo – parabéns a todos os que nela estiveram envolvidos! E arregacemos ainda um pouco mais as mangas, pois a Jornada está às portas e resta muito por fazer. Como disse o Celito: Te esperamos, Santo Padre! Aqui, nesta Terra de Santa Cruz que terá esta incrível chance de honrar o seu nome de Batismo.