Exemplo comovente de um pai

Foi com tristeza que comentei ontem aqui a existência de um assassinato em curso: uma garota de nove anos, estuprada pelo padrasto e grávida de gêmeos, estava na iminência de iniciar um processo de aborto autorizado pela mãe. No último instante, porém, aconteceu uma coisa extraordinária (que eu só fiquei sabendo hoje): o pai da menina é evangélico e disse ser contrário ao assassinato de seus netos! Diz o Jornal do Commercio que, “com a divergência entre os pais, a situação será decidida por um juiz da infância e da juventude”.

Não confio, absolutamente, nos “juízes de infância e juventude” que nós temos, nem tampouco nos “médicos” do IMIP (aliás, o Diário de Pernambuco disse hoje que o procedimento abortivo já começou e “pode levar dias”… Kyrie, eleison!). Mas existem algumas coisas sobre este caso que precisam ser ponderadas, além daquelas que eu já comentei em resposta ao Steven no post de ontem.

Antes de mais nada, vale a pena salientar que estamos diante da mais extrema situação de “aborto justificável” que os abortistas poderiam desejar, porque esta garota reúne em si virtualmente todos os [pseudo-]argumentos tradicionalmente utilizados pelos defensores do assassinato de bebês: é uma criança, foi estuprada, a gravidez é de risco. Impressionante como quase todos os “motivos” ad nauseam alegados pelos abortistas encontram-se personificados nesta menina que está internada em um hospital daqui de Recife!

Exatamente por isso, merece extremo louvor o pai da criança que, evangélico, declarou-se contra o assassinato dos bebês. Ele não se declarou simplesmente contrário ao aborto: com esta atitude heróica, ele deu um eloqüente testemunho contra quaisquer “argumentos” abortistas, já que se trata de uma filha dele, criança, que foi violentada, que leva uma gravidez de risco. Tentação maior para se optar pelo caminho “mais fácil” eu não conseguiria imaginar; no entanto, o pai da menina acredita no valor da vida, e acredita que nem mesmo a conjunção de todos os sofismas abortistas juntos é capaz de justificar o assassinato de inocentes. Ainda há pais verdadeiros neste mundo!

Se não for moralmente aceitável que esta criança aborte os seus filhos (como o pai dela acredita, e como eu acredito), então o aborto nunca é aceitável, porque situação mais difícil do que essa não poderá existir. Os abortistas sabem disso, e portanto precisam fazer de tudo para cativar as pessoas e fazê-las acreditar que, neste caso, o aborto é a solução mais perfeita e mais razoável, mais humana e mais sensata. Não surpreendentemente, o Jornal do Commercio aproveitou a reportagem já citada para fazer uma enquete sobre o aborto – em cuja vitória ele certamente confia – e divulgar um especial sobre o assassinato de crianças. “Uma mulher morre a cada três minutos no mundo por aborto inseguro; são 35  a 50 milhões de interrupções por ano; no Brasil, são mais de um milhão de abortos, entre espontâneos e provocados; (…) o aborto é a quarta causa de mortalidade materna no País”. Que primor de jornalismo sério e de imparcialidade!

Contra o blá-blá-blá, contudo, existe um pai, aqui em Pernambuco, que tem uma filha grávida, correndo risco com a gravidez, criança de nove anos de idade, violentada; mesmo com tudo isso, este pai é contra o aborto. Provavelmente nenhum dos abortistas que encontramos tagarelando por aí jamais passou por uma situação nem mesmo próxima dessa! No entanto, é o homem que sofre na pele tudo isso que tem a coragem de se dizer contrário ao assassinato de bebês. Que belíssimo exemplo! Rezemos por este pai, e rezemos pelas três crianças pernambucanas que estão no centro desta polêmica toda: a mãe e os dois gêmeos. Que Deus Se compadeça de nós, e que a Virgem de Guadalupe, padroeira das Américas e protetora dos nascituros, seja em favor das três.

Recife livre do fumo: 1 ano

Ontem completou um ano a lei (municipal, suponho) que regulamenta a fiscalização da 9294/96 – Lei Federal que proíbe o fumo em ambientes fechados. Algumas reportagens saíram nos jornais locais – como esta do Jornal do Commercio (para assinantes), saudando o fato e apresentando Recife como “exemplo a ser seguido por outras cidades brasileiras”, posto que a cidade “começa a trilhar o caminho da civilidade” e – como diz a manchete – os bares estão “livres da fumaça incômoda”. Vitória do progresso: “Da resistência inicial, reclamações e discursos inflamados contra a lei, os fumantes, carimbados como inimigos número um da sociedade, passaram a entender e respeitar o direito de quem não fuma”.

Uma garota da CBN Recife entrevistou-me anteontem no Shopping Boa Vista; não ouvi o que foi ao ar, mas lembro-me de que eu me segurei para não chamar a lei de nazista e não provocar uma antipatia ainda maior pelos “fumantes mal-educados”. Respirei fundo e disse apenas que a lei era ineficaz no combate ao fumo, que criava “cidadãos de segunda classe”, que estimulava a intolerância, que era desproporcional. Um colega de trabalho ouviu-me e, informando para a sala inteira que eu era contrário à lei anti-tabagista, à hora do almoço, comecei um pequeno arranca-rabo por aqui.

Mantenho: a lei, do jeito que é aplicada, é nonsense. Concordo que exista uma “tensão” entre fumantes e não-fumantes – tensão artificial, criada pela demonização do cigarro feita pelo terrorismo da síndrome do “Paulo Cintura” que acometeu a sociedade nos últimos anos, mas isto são outros quinhentos -, mas não concordo, de nenhuma maneira, que a solução para o “problema” seja simplesmente escantear os fumantes. Afinal de contas, ao que me conste, o Estado dito democrático deveria levar em conta os anseios (lícitos, óbvio, como é o caso) de todos os seus súditos, e não simplesmente escutar unilateralmente uns em detrimento de outros. “Ah, mas os fumantes são minoria”, pode alguém dizer; bom, se somos minoria, então [isto é sarcasmo] por que não temos quotas à semelhança de outras minorias?

Para mim é claríssimo que há uma diferença muito grande entre um elevador e um barzinho aberto, por exemplo – coisa que é absurdamente ignorada pela lei brasileira. Eu estou disposto a ser transigente e aceitar que alguns lugares tenham alguns ambientes livre de fumo, mas espero um mínimo de reciprocidade; o que considero um desrespeito sem tamanhos é sermos obrigados a fumar nas calçadas!

[Aliás, immo, a sanha persecutória dos discípulos de Paulo Cintura é ilimitada e, dados os pressupostos utilizados para justificar o exílio dos fumantes para as calçadas, logo logo vai ser proibido fumar em ambientes abertos e públicos como, p.ex., pontos de ônibus. Afinal, a bendita lei 9294/96 estabelece, no seu artigo segundo, que é “proibido o uso de cigarros (…) em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente” e, embora “recinto” signifique, a meu ver, “local fechado”, não duvido nada que algum gênio venha com uma interpretação malabarista para incluir “no espírito da Lei” os recintos abertos…]

Mas o problema principal com esta discussão toda não é uma questão de respeito dos direitos dos não-fumantes ou implicância dos fumantes, porque isso importa bem pouco; o que de verdade me irrita profundamente é – como eu acho que já falei aqui – a substituição, no inconsciente popular, da Moral Verdadeira por uma anti-moral, arbitrária e inimiga da verdadeira. Trago um único exemplo bem eloqüente: comentei aqui em novembro passado uma lei aprovada no Rio de Janeiro que multava e cassava o alvará de funcionamento de estabelecimentos que proibissem o “beijo gay”. Já que a lei anti-fumo é Federal, suponho que esteja sendo aplicada na Cidade Maravilhosa também. Ou seja: dois marmanjos se agarrando no bar, pode, e ai de quem proibir. Acender um cigarro, aí não pode, de jeito nenhum, e ai de quem ousar fazê-lo!

É uma completa inversão de valores. Uma colega de trabalho que discordava de mim à hora do almoço disse exatamente isso: que preferia, a um fumante, uma dupla de gays se agarrando ao seu lado num barzinho. É um exemplo encarnado da nova moral politicamente correta: o que é moralmente neutro é execrado e, o que é imoral, é louvado e protegido. Não se pode subestimar o efeito deseducativo e deformador de crescer e viver numa sociedade dessas. Tenha Deus misericórdia de nós.

“Homofobia” na UFPE

Tenho a impressão de que o meio universitário é um campo fértil para a proliferação da intolerância gayzista. Após o já célebre caso dos gays que estragaram a festa em São Paulo, apareceu hoje uma notícia no Blog de Jamildo, conhecido jornalista do Jornal do Commercio, noticiando uma denúncia de homofobia aqui na Casa do Estudante da UFPE. Verdade seja dita, a cobertura do incidente foi feita com honestidade, porque o Jamildo publicou uma carta, de um dos “homofóbicos”, onde ele se defendia das acusações.

O anônimo que se defende diz algumas coisas interessantes. Reproduzo aqui cum jubilo, feliz por encontrar coragem e bom senso entre os residentes da Casa do Estudante que são acossados pela ideologia gayzista infiltrada nos meios universitários.

[E]sse enfrentamento [entre quem se define “hetero” e “homo”] quase sempre foi incitado pelos que se dizem vítimas de preconceito.

É inadmissível que aqueles que se dizem vítimas de preconceito ajam com um preconceito às avessas, ou então, com agressividade, mesmo que não física.

Já tivemos fatos de homossexuais escalarem paredes de banheiros para verem os heteros tomarem seus banhos, ou mesmo gays que trazem seus parceiros sexuais de aventura para dentro da casa, e são assaltados por esses.

Quem quer ser respeitado não respeita pessoas nem regras. Não se dá ao respeito, portanto, não pode exigir respeito.

Em momento algum a chapa “Atitude” se valeu do fato de ter membros heterossexuais em sua composição, por julgar que este fato seja irrelevante dentro de uma gestão democrática.

Em contrapartida, a própria chapa “Ação é tudo” se valia do fato de ter homossexuais em seus discursos, fato para nós irrelevantes.

O lençol azul que foi estirado não caracteriza agressão nenhuma. A Casa é do Estudante *Masculino*, e é de conhecimento geral que o azul caracteriza a Masculinidade. Aposto como mesmo os gays receberam um enxoval azul e não rosa quando nasceram. Eu consideraria agressão outro fato, passado ainda esse ano, quando os residentes gays conseguiram um telefone rosa para a Casa. Havia como conseguir um telefone de qualquer cor, mas fizeram questão de conseguir um rosa para agredir os heteros.

Quem agride tem de estar preparado para ser agredido.

[…]

Não esperem que depois de termos ouvido tudo que ouvimos da chapa 1, de termos passado e enfrentado todos os entraves que nos foram colocados por essa chapa, agíssemos como se nada houvesse acontecido.

Se [os homossexuais] têm tanto apego às leis, comecem por não encobrir os criminosos que vocês mesmos recebem de braços abertos, passem por cuidar de cumprir as regras e deixarem de usar drogas em nosso espaço de convívio. Deixem de trazer seus parceiros sexuais efêmeros, parem de agredir os costumes e as leis de boa vivência. Dêem-se ao respeito se querem, de fato, um dia ser respeitados.

Isso parece mais choro de quem teve seus planos de comando interrompidos pela vontade da MAIORIA. Interessante que foi preciso perderem a eleição para irem buscar a imprensa e divulgar o que chamam “homofobia”. Se houvessem ganho, será que a atitude seria a mesma?

Parabéns ao autor da carta pela lucidez e pela coragem. Ninguém pode ser obrigado a aturar passivamente a “moral” gayzista nem a ser exposto às depravações sexuais dos sodomitas. Na vida em sociedade, há uma óbvia exigência de que o comportamento esteja adequado ao ambiente onde se está, no respeito às leis de boa convivência; os intolerantes gayzistas não podem se arrogar o suposto “direito” de estarem acima da Moral e dos bons costumes, transformando a Casa do Estudante “em uma Sodoma e Gomorra”.

Mudando a conversa…

Lembram-se da notícia de ontem, sobre o pe. João Carlos, que foi obrigado pela justiça a devolver a paróquia à Arquidiocese? Lembram que eu comentei que era pura calúnia dizerem, sem mais, que os fiéis haviam sido expulsos por “funcionários da arquidiocese”?

Na notícia de hoje – “Padre celebra missa fora de igreja” -, a conversa já mudou. Segundo o Jornal do Commercio desta quinta-feira, ao contrário do que foi dito ontem por ele mesmo, “[n]o dia em que a reintegração de posse foi cumprida, policiais retiraram fiéis que se preparavam para assistir a uma celebração do terço, gerando protestos”. A menos, claro, que a Arquidiocese tenha policiais no seu quadro de funcionários…

Não vi nenhuma errata, e a notícia de ontem continua lá, falando nos “funcionários da Arquidiocese”. Acaso isto é jornalismo?

“Arquivado processo contra o Arcebispo” – JC

Conforme me foi informado pela equipe de Redação do Jornal do Commercio – e eu repassei aqui no blog ontem -, na edição de hoje, sábado, saiu no JC uma matéria sobre a sentença judicial proferida em favor do Arcebispo na última segunda-feira. Et iterum dico: nada como fazer um pouco de pressão! Ao menos os leitores do jornal, que tantas vezes receberam desinformação sobre o Arcebispo e a Arquidiocese, poderão saber o resultado da querela judicial resolvida na última segunda-feira. Reproduzo abaixo o texto como foi publicado no JC, inclusive com a foto que não aparece versão texto.

O texto fala em “recurso” da sra. Ivânia, mas não dá maiores detalhes. Mais informações sobre o assunto assim que chegar ao nosso conhecimento.

* * *

» RELIGIÃO
Arquivado processo contra o arcebispo
Publicado em 06.09.2008

Mulher pedia indenização por danos morais, alegando que dom José Cardoso teria declarado que ela mantinha relação amorosa com um padre
O juiz Alexandre Sena, da 23ª Vara Cível da Capital, julgou na última segunda-feira, improcedente o processo por danos morais impetrado pela fazendeira Ivânia Olímpio de Almeida Queiroga contra o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho. A fazendeira alegava em seu pedido de indenização que o religioso teria declarado publicamente que ela mantinha um relacionamento amoroso com o padre João Carlos Santana da Costa e que ambos estariam envolvidos em um homicídio no Estado da Paraíba. A denúncia foi arquivada.

“Em nenhum momento macularam a honra subjetiva ou objetiva da demandante e até comprometem a autora, na medida em que a principal testemunha – Padre João Carlos Santana da Costa – declarou ao Oficial de Justiça que era marido da mesma. Logo, não existe a mínima prova, nem mesmo indícios, de que os demandados contribuíram para a desonra da autora. Se alguém maculou a honra da autora foi o padre João Carlos, na medida em que indo à sua residência com freqüência, ainda declara a uma autoridade em serviço da Justiça que era o seu marido, numa conduta, no mínimo imprudente já que, como padre, não poderia jamais ter se portado com tamanha irresponsabilidade”, avaliou o juiz em sua sentença.A defesa do arcebispo convenceu o juiz de que as informações contra a fazendeira e o padre João Carlos foram divulgadas pela imprensa e não pelo religioso. Além disso, o comportamento do padre, que teria declarado a um oficial de Justiça que fora notificar Ivânia em sua casa que era “marido” dela, pesou contra a requerente.

“Destaco, por último que a apuração em Juízo depõe contra a autora que fez inverter os fatos em seu desfavor, numa tentativa de induzir o Juízo a erro, fazendo crer que quem está caluniando, difamando e injuriando é a demandante e a testemunha padre João Carlos Santana da Costa, o que merece censura moral ante à autoridade dos réus, até porque atribuída a pecha de mentiroso ao Arcebispo de Olinda e Recife”, destacou Alexandre Sena.

RECURSO

O advogado Hebron Oliveira, que defende Ivânia Olímpio de Almeida Queiroga assegurou que vai recorrer da sentença junto ao Tribunal de Justiça de Pernambuco. “A sentença reproduz o entendimento do magistrado. Não concordamos com ele e daremos entrada no recurso dentro do prazo previsto em lei”, frisou o advogado Hebron Oliveira.

Além de julgar improcedente o pedido de indenização e extinguir o processo, o magistrado condenou Ivânia Olímpio de Almeida Queiroga ao pagamento dos honorários dos advogados de dom José Cardoso Sobrinho, fixados em R$ 10 mil.

Sentença favorável ao Arcebispo – a repercussão

Após publicar aqui no Deus lo vult! ontem sobre a sentença proferida pela 23ª Vara Cívil do Recife, na segunda-feira última, que inocentava Dom José Cardoso na ação movida pela sra. Ivânia Queiroga, fiz questão de sublinhar no post que a mídia (em particular – sublinho agora – a recifense, que apresenta tanta presteza em publicar matérias desfavoráveis ao Arcebispo) havia passado em absoluto silêncio este caso. Acto contínuo, encaminhei a boa notícia por email para diversas pessoas Brasil afora. Hoje, escrevi um email à redação do Jornal do Commercio perguntando se eles haviam noticiado o fato ou, caso contrário, por que não o haviam feito; as duas respostas que recebi diziam que o jornal não estava ciente do ocorrido e, após a minha informação, iam apurar os fatos para publicarem uma matéria na edição de amanhã:

Jorge, nao saiu nada no JC. Não sabíamos da decisão judicial, mas vamos levantar o material hoje, para publicar matéria sobre o tema na edição de amanhã. Obrigado pela informação. Atenciosamente, André Galvão

Senhor Jorge,

De fato, não recebemos qualquer comunicado por parte da Arquidiocese sobre o tema. Agora que temos, vamos apurar para publicação.

Atenciosamnete,
Maria Luiza Borges
Editora-executiva

No entanto, nada como fazer um pouco de pressão. Hoje à tarde, já estava no BLOG do Jamildo, tradicional inimigo do Arcebispo, a informação de que Sua Excelência havia obtido uma sentença favorável na ação movida contra ele. Vamos ver o que será publicado na edição do Jornal de amanhã; afinal, depois da canalhice que foi feita quando Dom José completou 75 anos, pode-se esperar qualquer coisa. Mas é reconfortante ver os inimigos da Igreja sendo obrigados a publicar uma notícia que lhes é desagradável, cumprindo assim com um dever de justiça e levando ao seu público uma informação que lhes estava sendo negada.

Vamos esperar para ver o que vai ser publicado amanhã…

Ó tempos! Ó costumes!

Imaginar que a Igreja de Cristo se fundamenta numa contínua perseguição à autoridade eclesiástica, é querer transformar a real pregação de Jesus.

Jesus afirmou trazer a espada (Mt 10, 34), porque a Sua palavra se fundamenta, sempre, no amor e este não tem sentido na vida dos que amam o prazer, o poder, a fama e a riqueza. Alguns que se intitulam cristãos autênticos, mergulharam em uma contínua discordância à Lei de Deus. Jamais deixaram de publicar slogans, querendo desmoralizar o Arcebispo, aviltando a sua imagem por métodos desumanos e cruéis, como os apresentados no Jornal do Commercio.

“Passou um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos: mas o Senhor não estava naquele vento. Depois do vento, a terra tremeu; mas o Senhor não estava no tremor da terra. Passado o tremor da terra, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, ouviu-se um murmúrio de uma brisa suave, e Deus ali estava” (1Rs 19, 11ss).

A injustiça, o desamor, a impiedade não são brisa suave.

Como é triste o menosprezo às pessoas, como é desolador uma perseguição sem tréguas. Quem poderia, impunemente, estender a mão contra um ungido do Senhor (1Sm 26, 9)?

Santos de hoje? Uma “santidade” sem amor, sem caridade e sem justiça?!

“Ó tempos! Ó costumes!”

[Monsenhor Romeu Gusmão da Fonte,
“Ouve-me”, Jornal Informativo da Paróquia Nossa Senhora do Rosário – Torre,
Ano XXXVIII, junho-julho-agosto de 2008, nº3

Recife, PE]

Comentando o adeus do Arcebispo – 10

10 – E agora, dom José? & À espera da entrevista que não houve

Por fim, chegamos à última página do especial do JC. Uma grande foto de mais de meia folha do rosto de Dom José, mitrado, entre de perfil e de costas. Ele não olha para a câmera. A mensagem implícita – já devidamente explicitada ao longo das páginas anteriores – é clara: o Arcebispo nem sequer olha para o povo. Não se importa com ele. É-lhe indiferente. Dá-lhe as costas. O título, em letras garrafais, parafraseando o poema de Drummond, é a coroação apoteótica da imagem de Dom José pintada pelo jornal: um fracassado, como o José do poeta.

O jornal já não diz mais quase nada; apenas regozija-se com a “vitória” sobre o inimigo. A enxurrada difamatória varreu do senso crítico do leitor qualquer possibilidade de não ter ojeriza por esta figura que personifica o atraso da Arquidiocese. O trabalho sujo foi feito, e tudo está consumado. Há festa na roda dos escarnecedores.

É, todavia, muito fácil ganhar a batalha quando se está lutando sozinho contra um boneco de palha pré-fabricado. No texto seguinte, o jornal vai “se defender” dizendo que Dom José não quis dar entrevistas; mas é claro que não. Qual pessoa iria, em seu juízo perfeito, perder tempo com palavras que seriam distorcidas ou, na melhor das hipóteses, sufocadas pela avalanche de ataques contrários? Foi mostrado aqui, neste BLOG, qual a linha do Jornal do Commercio e quais os pontos abordados pelo seu caderno especial. Com qual propósito o Arcebispo iria dar entrevistas? Diante de Herodes, Jesus também se calou – Iesus autem tacebat. Diante da intimação do Governo para que se defendesse, Dom Vital fez o mesmo. Diante do Jornal do Commercio, então, que é muitíssimo mais irrelevante do que o Governo Imperial ou do que o Rei Herodes, por que deveria um Sucessor dos Apóstolos falar?

Uma última alfinetada irônica – dom José garante ser um homem de diálogo – e pronto: agem os responsáveis pelo jornal como se tivessem cumprido candidamente a sua missão jornalística. Todavia, como foi mostrado aqui nos últimos quinze dias, a missão do JC é deformativa, e não informativa. Calou-se Dom José, e o Jornal do Commercio, na ânsia de sujar a imagem do Arcebispo, resfolegou-se na lama, e saiu sujo. Sujo pela gritante parcialidade com a qual redigiu o seu caderno especial. Sujo com a falta de honestidade na exposição dos fatos. Sujo pelas insinuações ofensivas feitas ao longo das oito páginas. Sujo pela falta de profissionalismo dos seus jornalistas, que deveriam informar, e não apresentar um espantalho aos seus leitores como se fosse o responsável pela Arquidiocese de Olinda e Recife nas últimas duas décadas. Sujo pelo vergonhoso espetáculo que representou.

Dom José não vai ficar em Recife, é a informação passada pelo Jornal do Commercio. Ao menos, reconhece o jornal que a sua partida não tem ainda data definida:

Está nas mãos do papa Bento XVI decidir quando exatamente dom José deve arrumar as malas. (…) Poderá demorar meses e até anos.

A informação está corretíssima. Logo depois, o jornal tenta polarizar a discussão sobre o “perfil” do sucessor de Dom José (provavelmente, quem escreveu esta página não leu o artigo do prof. Delgado na página anterior). Falando em linha dura, em perfil mais moderado e em Igreja libertária e mais progressista, o jornal deixa clara a sua posição: contra Dom José, e contra qualquer bispo que seja “da mesma linha” dele, ou seja, contra qualquer bispo católico que o seja de fato. O texto termina (de novo…) com a fala de uma fulana qualquer do “Igreja Nova”, que expressa em poucas e elegantes palavras a sua apostasia:

Não estamos procurando alguém para seguir, mas alguém que siga com a gente[.]

Mas, no final, nada disso tem relevância, porque a nomeação dos bispos para as dioceses é uma prerrogativa da Igreja de Roma, e tentativas de se fazer “lobby” contra ou a favor um ou outro “candidato” é extrapolação de competência. Nem mesmo os fiéis católicos podem influenciar na escolha dos seus bispos – quanto mais aqueles que, se são católicos, não são fiéis e, se são fiéis, não são católicos! A Igreja não é uma democracia; esperemos o Sucessor de Pedro volver os olhos para o nordeste brasileiro e confiar este rebanho a um outro Arcebispo. Quem quer que seja ele, será o Bispo legítimo, cabeça desta Igreja Particular, a quem os fiéis católicos estarão – sem dúvida alguma – unidos, pois sabem que, separados dele, não podem pretender estar em comunhão com a Igreja de Cristo, que têm como Mãe, e fora da qual não se podem salvar.

* * *

Anexo 1 – .O adeus do arcebispo

O ADEUS DO ARCEBISPO
E agora, dom José?
Publicado em 04.07.2008

No dia em que fez 75 anos, data-limite para o cargo, o arcebispo garantiu que deixará o Recife para garantir liberdade ao sucessor

[A ]sombra do arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Hélder Câmara, acompanha dom José Cardoso até na hora de traçar os seus planos para o futuro. E, por mais que tenha tentado fugir das comparações, quem resgata a lembrança do antecessor é o próprio dom José. “Posso garantir uma coisa: quando deixar o cargo, não vou permanecer no Recife. Acho que não convém. O meu sucessor deve ter liberdade de tomar as diretrizes como ele quiser. Eu passei por essa experiência. Você assume uma arquidiocese com plenos poderes e o seu antecessor está presente. Isso não é bom.” Uma crítica clara a dom Hélder. Mesmo na despedida, dom José olha para a frente, com os pés no passado.O arcebispo nunca aceitou o fato de dom Hélder ter continuado na arquidiocese, após a sua substituição, em abril de 1985. Ele garante que tomará um rumo diferente. “Vou me esconder num convento carmelita. Procurar uma residência e continuar servindo a Igreja. Mas será fora do território da arquidiocese.” No auge da crise com o rebanho, o incômodo com a presença de dom Hélder era tanto que dom José chegou a mandar um emissário falar com o arcebispo emérito para cobrar o seu silêncio. Coube ao então bispo auxiliar dom João Evangelista Martins Terra dar o recado.

Que dom José vai sair, isso é fato. Está determinado nas leis da Igreja, as mesmas que ele segue com devoção e fidelidade. Agora, quando isso vai acontecer, só o Vaticano sabe. A carta de renúncia, escrita em 15 minutos, segundo contou o arcebispo, foi enviada para a Nunciatura Apostólica, em Brasília, na última segunda-feira, data em que ele completou a idade-limite para continuar no cargo. Está nas mãos do papa Bento XVI decidir quando exatamente dom José deve arrumar as malas. Mesmo que a renúncia seja aceita, padres e leigos acreditam que a saída não será imediata. Poderá demorar meses e até anos.

A expectativa agora é em torno do sucessor. A questão central não é tanto o nome, mas o perfil de arcebispo que o Vaticano escolherá para substituir dom José. Pelos ventos conservadores que sopram em Roma, muitos acreditam que o próximo chefe da Igreja Católica em Pernambuco será da mesma linha dura. É quando o nome do arcebispo da Arquidiocese da Paraíba, dom Aldo Pagotto, aparece. Ele foi vigário-geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, em 1997, e é próximo a dom José. Com carreira e personalidade semelhantes à do atual arcebispo, o atual bispo de Garanhuns, dom Fernando Guimarães, também aparece na lista de apostas.

Num perfil mais moderado, padres e leigos lembram o nome do recém-nomeado arcebispo de Vitória da Conquista (BA), dom Luiz Gonzaga Silva Pepeu. Mas o sonho dos seguidores de uma Igreja libertária e mais progressista é o retorno do bispo de Sobral (CE), dom Fernando Saburido, que já atuou como bispo auxiliar de dom José Cardoso. “O que nós queremos é um bispo mais pastor e menos administrador. Que deixe a Igreja caminhar. Não estamos procurando alguém para seguir, mas alguém que siga com a gente”, afirma a bióloga Bete Barbosa, integrante do grupo de leigos Igreja Nova. Ela cita uma frase de dom Hélder para mostrar que a esperança do rebanho está renovada: “Quanto mais negra é a noite, mais carrega em si a madrugada”.

Anexo 2 – .O adeus do arcebispo

O ADEUS DO ARCEBISPO
À espera da entrevista que não houve
Publicado em 04.07.2008

Em um ponto os críticos e defensores de dom José parecem concordar: o arcebispo de Olinda e Recife é um homem coerente. Nunca voltou atrás numa decisão, por mais polêmica e desgaste que ela tenha causado. Pelo menos, não publicamente. E no trato com a imprensa não foi diferente. Dom José sempre foi avesso a repórteres e alimentou a visão de que os jornais o perseguiam. Em todos os anos de arcebispado, contam-se nos dedos da mão as entrevistas exclusivas concedidas por ele, para tratar de questões pertinentes ou não à Igreja. A postura foi a mesma desta vez. Procurado para fazer um balanço dos seus 23 anos à frente da Arquidiocese de Olinda e Recife, a resposta, repassada por sua secretária, foi curta e direta: “Dom José não dá entrevistas ao Jornal do Commercio”.De pouco adiantou argumentar, com seus assessores, que seria para um caderno especial, abordando diferentes questões da atual administração e que agora, no momento de sua saída, seria importante ele analisar tudo o que havia ocorrido em seu arcebispado. “Ele sabe disso, mas não vai falar”, encerrou a conversa a secretária. Em outras situações, a arquidiocese tinha a preocupação de indicar alguém para falar em nome do arcebispo. Desta vez, nem isso.

Mas dom José garante ser um homem de diálogo. Em novembro do ano passado, ele concedeu uma entrevista à jornalista Graça Araújo, na Rádio Jornal, e respondeu à primeira pergunta defendendo essa idéia. “Eu acredito no diálogo. Tem uma frase muito famosa de um escritor católico francês que diz que o diálogo é o encontro de dois amigos da verdade eterna. Eu gosto muito dessa definição. Quando a gente dialoga com uma pessoa, pressupõe que ela é também um amigo da verdade eterna, a verdade de nosso senhor Jesus Cristo.”

Numa última tentativa de entrevistar o arcebispo, a reportagem esteve na celebração dos seus 75 anos, realizada segunda-feira, na Cúria Metropolitana. Após a missa, ele conversou com a imprensa. Falou da sua biografia e das pessoas importantes na sua vida religiosa. Mas, na primeira pergunta sobre o modelo de Igreja que deixava na arquidiocese, a entrevista foi encerrada pelos seus assessores. “Dom José, o povo está lhe esperando.” E o arcebispo foi cortar o bolo do seu aniversário.

Comentando o adeus do Arcebispo – 09

9 – Um difícil arcebispado

Este é o único artigo publicado pelo Jornal do Commercio no seu especial que se presta a transmitir uma imagem positiva do Arcebispo de Olinda e Recife. Exceção honrosa, refulge o texto no meio dos ataques desferidos pelo jornal como um lírio entre os espinhos, como um oásis no deserto; parabéns ao prof. José Luiz Delgado, que já tem louváveis precedentes no mesmo Jornal do Commercio (tentem buscar no site do jc por “josé luiz delgado”).

Para que se tenha uma idéia mais clara da desproporção com a qual o jornal distingue entre os que são favoráveis ao Arcebispo e os que lhe são contrários, a foto abaixo foi retirada da versão digital do Jornal do Commercio e mostra duas das oito páginas (ou sete, se desconsiderarmos a capa) que perfazem o especial “O adeus do arcebispo”. O texto do prof. Delgado está à direita, circundado em vermelho. E é, como se pode verificar pelo que foi mostrado neste BLOG ao longo das últimas duas semanas, o único texto em todas as páginas do caderno do JC que merecia uma publicação:

Desta vez, é desnecessário fazer comentários – leiam o artigo abaixo. Deixo apenas uma frase do texto, que brilha pela sabedoria e catolicidade, e que é certamente uma paráfrase de algo que falou o próprio Dom José Cardoso na sua missa de aniversário do dia 30 de junho, à qual o articulista provavelmente esteve, como eu, presente:

Porque o importante não são os bispos, que passam, mas a Igreja, que, fundada sobre a pedra, não passa.

Boa leitura!

* * *

Anexo – .O adeus do arcebispo

ARTIGO
Um difícil arcebispado
Publicado em 04.07.2008

[S]empre pensei que uma das mais difíceis tarefas na Igreja seria suceder a dom Hélder, indiscutivelmente um dos grandes nomes da Igreja universal. Coube a dom Cardoso a árdua missão, em que qualquer um experimentaria especiais aflições. Acresce que dom Cardoso veio numa outra hora da história do catolicismo, não mais aquela fase exuberante e criativa do Concílio, mas agora o tempo de repensar as mudanças, reponderar o que estava sendo feito.Divisões entre os católicos é claro que sempre houve. Nos tempos de dom Hélder, inclusive, quando muitos havia descontentes com suas idéias e sua ação. A diferença está menos no fato da divisão do que na forma de reagir: enquanto os chamados conservadores, por mais que discordem da autoridade diocesana, contêm-se silenciosos e respeitosos, muitos dos autodenominados progressistas ousam fazer estardalhaços, agredir, injuriar, escandalizar.

O grande mérito do arcebispado de dom Cardoso, fidelíssimo seguidor das determinações da Igreja universal nesta nossa igreja particular, é a integral obediência a Roma. Quantas decisões não foram mais de Roma do que dele? Entre os vários fatores que se levantaram contra o arcebispo terá havido também uma oposição fundamental à Igreja como tal, a perseguição-geral do “mundo” (aquele mundo que é inimigo) à Igreja. No fundo, a contestação barulhenta é menos a ele do que a Roma. Não querendo se opor frontalmente ao papa, alguns se revoltam contra o representante do papa nesta nossa diocese.

Certa timidez pessoal, certa patente não-exuberância, podem ter agravado as incompreensões. As pessoas têm temperamentos diferentes e diferentes estilos e modo de ser. Nenhum papa – embora mantenha a mesma doutrina, a mesma fé – é igual a outro. Nenhum bispo, nenhum sacerdote, nenhum de nós. Dom Cardoso tem nítida personalidade: é essencialmente religioso, piedoso, com profunda consciência da própria responsabilidade, integralmente dedicado à Igreja. E há, ainda, a profunda diferença entre ser um simples padre e ser um bispo: o bispo é responsável por toda a comunidade, por todos os padres, é sacerdote, pastor e mestre. A ele cabe velar por todos os padres, como um pai faz com a própria família. E assim como o pai é obrigado, algumas vezes, a repreender e castigar o filho, do mesmo modo o bispo. Se não cumprisse essa tarefa elementar, seria um mau bispo. Creio que ao zelo que dom Cardoso tem no tocante a esse dever da missão episcopal é que se deve a pecha de “autoritário”. A mim ele não parece nem autoritário nem avesso ao diálogo.

Ao cabo, serenamente vistas as coisas, o episcopado de dom Cardoso, como todos os outros, é mais um passo importante na imensa peregrinação pela salvação das almas, que é a história da Igreja. Porque o importante não são os bispos, que passam, mas a Igreja, que, fundada sobre a pedra, não passa. A fidelidade que se requer é à Igreja, não a um bispo X ou Y. Não se pode, na Igreja católica, ser “helderista” ou “cardosista”. Parece que alguns se julgavam (e ainda se julgam) mais “helderianos” do que católicos. É uma brutal traição ao pensamento e à vida do próprio dom Hélder. Dom Hélder era o primeiro a condenar esse tipo de seguidor, ele que quis sempre ser apenas um jumentinho a serviço do Senhor, para levar o Cristo pelos caminhos do mundo. Dom Hélder era um sacerdote muito bem formado, formado à antiga. Imagino, por isso, que, nos começos do episcopado do seu sucessor, alguns “helderianos” tenham ido ao “Dom” para reclamar de atitudes e decisões de dom Cardoso e querer que aquele os liderasse numa contestação à autoridade diocesana. Com certeza, dom Hélder terá dissuadido esses pretensos insurretos recordando-lhes a necessidade de seguir a Igreja institucional, de aderir a ela, não promover divisões. Recusar a autoridade do sucessor, a autoridade legítima do bispo diocesano, é contrariar frontalmente a lição permanente do próprio dom Hélder.

» José Luiz Delgado é professor universitário

Comentando o adeus do Arcebispo – 08

8 – Ações voltadas só para a Igreja

Até mesmo quando o Jornal do Commercio precisa noticiar os bons feitos da administração de Dom José Cardoso (porque a omissão seria demasiado escandalosa), ele faz questão de fazê-lo da maneira mais negativa possível. O Movimento Pró-Criança foi criado por Dom José em 1993 para atender menores de rua; segundo o último relatório disponibilizado na internet,

[d]urante o exercício de 2006, o MPC atendeu o número inédito de 1.749 pessoas, maior índice alcançado na história do projeto. Desse total, 150 foram mães de alunos que participaram de cursos profissionalizantes.

O mesmo documento conta ainda um pouco das realizações do projeto:

Por meio das atividades desenvolvidas pelo MPC, vários alunos ganharam destaque no Brasil e no exterior.
Confira alguns desses exemplos de sucesso:

  • O ex-aluno de dança da Unidade do Recife Antigo, Wanderson Wanderley, admitido na escola Perfoming Center, em Viena, Áustria, foi convidado para fazer parte de uma versão de Carmen, de Bizet, na Ópera de Viena.
  • Júnior dos Santos, ex-aluno de fotografia da Unidade dos Coelhos, está estudando em Zurich, na Suíça, onde trabalha como fotógrafo profissional. Júnior foi credenciado pela FIFA para cobrir a última Copa do Mundo, realizada na Alemanha, façanha que pouquíssimos fotógrafos que trabalham por conta própria conseguiram.
  • Ex-aluna do Espaço Cultural Maria Helena Marinho, Gláucia Pereira dos Santos foi contratada pelo Balé Popular Brasileiro, em turnê na China há dois anos, o que garantiu a ela estabilidade financeira.
  • Aluno da Unidade de Piedade, Eduardo Bernardino dos Santos passou no vestibular e está cursando Engenharia Civil, na Universidade de Pernambuco (UPE), e estagiando na Hábil Engenharia Ltda.
  • Graciele Maria Coelho Andrade foi aprovada no curso de Licenciatura em Artes Plásticas, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

E, no mesmo site, pode-se encontrar as seguintes informações:

O Pró-Criança é hoje uma das principais instituições do país no desenvolvimento sócio-educativo de crianças, adolescentes e jovens em situação de marginalização e exclusão social, segundo pesquisa da KANITZ & Associados realizada em 2002.

O resultado do trabalho desenvolvido pelo MPC se revela nos dados divulgados pelo Centro Interuniversitário de Estudos da América Latina (CIELA) que apontam para a diminuição do número de crimes praticados por adolescentes no Estado de Pernambuco. De acordo com o CIELA entre 1992 e 1999, o índice caiu de 1.649 para 314, enquanto no resto do país sofreu considerável aumento. Entre as causas apontadas para essa diminuição estão as ações desenvolvidas pelo Pró-Criança.

O trabalho desenvolvido pelo MPC também conta com a aprovação de 80% da população do Recife, de acordo com levantamento realizado, em setembro de 2003, pelo o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE).

Todas essas informações são públicas e estão ao alcance de qualquer um que saiba pelo menos usar o google. No entanto, ao invés de alardear o sucesso deste projeto da Arquidiocese, o que faz o JC? Cita-o muito a contragosto, ainda reclamando por ser este o único fruto da “pastoral social” da Arquidiocese!

[O Movimento Pró-Criança é] praticamente o único fruto de pastoral social que o arcebispo deixa para seu rebanho. O trabalho com as comunidades realizado em algumas paróquias, como a de Casa Forte, já existia antes de dom José e continuou a ser feito independentemente dele.

Sobre o trabalho com as comunidades realizado em algumas paróquias, a ressalva feita pelo JC é importante, porque ele só está “considerando” como trabalho social aquele que é feito a nível Arquidiocesano. E as pastorais das paróquias (só na paróquia em que eu frequento – e que não é a de Casa Forte – existem mais de dez, que atendem crianças, idosos, gestantes, oferecem serviços odontológicos, cestas básicas, etc), são porventura todas feitas independentemente do Arcebispo? Então as paróquias que têm pastoral são todas independentes de Dom José Cardoso? Que estranha organização eclesial o JC quer atribuir à Arquidiocese! O Arcebispo é pintado pelo jornal como se tivesse ojeriza a atividades sociais, sendo necessário deixar bem claro, logo a princípio, que as pastorais sociais desenvolvidas nas paróquias são independentes de Dom José!

Prossegue o jornal com um parágrafo relevante, dando algumas informações – embora tímidas – sobre o Movimento Pró-Criança. A seguir, logo no parágrafo seguinte, vem a alfinetada:

[A]s atividades mais relevantes do arcebispo ficaram mesmo voltadas para a formação religiosa do clero e dos leigos.

A formação religiosa do clero e dos leigos provavelmente não tem relevância alguma para o pessoal do Jornal do Commercio, mas é de fundamental importância para os católicos da Arquidiocese. Cito, com orgulho, aquilo que o especial do JC noticia com desdém: dentre os feitos de Dom José Cardoso, ao longo do seu arcebispado, podem e devem ser destacados:

  1. a reabertura do Seminário Maior de Olinda;
  2. a criação do Seminário Menor;
  3. [o envio de] vários sacerdotes a Roma e à Espanha para a obtenção de títulos acadêmicos nas ciências eclesiásticas;
  4. [o] aumento da quantidade de paróquias;
  5. [a ordenação de m]ais de 40 sacerdotes diocesanos;
  6. [a criação da] Escola Diaconal São José, para a formação de diáconos permanentes;
  7. [a criação de] um programa na Rádio Olinda;
  8. a criação do jornal A Mensagem Católica.

Parabéns ao Arcebispo, que realizou bem o seu trabalho! Some-se a isso todos os outros feitos que já foram comentados neste BLOG (e eu acrescento mais um: há na Arquidiocese mais de 30 institutos religiosos femininos), e será fácil ver como foi profícuo o Arcebispado de Dom José Cardoso e como ele fez bem a Olinda e Recife.

A reabertura do processo de canonização de Dom Vital é mais um feito de Dom José que merece destaque; e, de novo, o jornal a noticia com desdém. Sobre a opinião – que fecha o artigo – de Inácio Strieder, a de que Dom José faz homilia voltada para crianças, cabe lembrar que foi o próprio Jesus a elogiar as criancinhas e a exigir que elas fossem imitadas, sob pena de não se entrar no Reino dos Céus (cf. Lc 18, 16-17). Ademais, o “teólogo” da “Igreja Nova” certamente não entende as palavras de Dom José; também houve muitos que não entenderam as de Jesus. Permita Deus que ele possa, um dia, receber a Doutrina Católica “como uma criancinha” e, assim, entrar no Reino de Deus – na Igreja Católica – que hoje ele ataca, mas que tem sempre os braços abertos esperando o retorno dos filhos rebeldes e, à semelhança do Seu Divino Esposo, está sempre disposta a perdoar a todos os que a Ela retornam arrependidos.

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Anexo – .O adeus do arcebispo

O ADEUS DO ARCEBISPO
Ações voltadas só para a Igreja
Publicado em 04.07.2008

[O ]legado de dom José, por ele mesmo, é um retrato do que foi seu arcebispado nesses 23 anos. A arquidiocese fez uma lista das “principais realizações” e apontou 14 itens. Em 13 deles, todas as ações relacionadas eram voltadas para a Igreja como instituição. Apenas uma tinha um caráter mais social, destinado a transformar a realidade que existe em volta dos templos. O Movimento Pró-Criança, com sede no bairro dos Coelhos, atende a meninos e meninas em situação de risco. É praticamente o único fruto de pastoral social que o arcebispo deixa para seu rebanho. O trabalho com as comunidades realizado em algumas paróquias, como a de Casa Forte, já existia antes de dom José e continuou a ser feito independentemente dele.Criado há 15 anos, o Pró-Criança possui três endereços de atendimento. Além dos Coelhos, tem casas no Bairro do Recife e em Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. Hoje, 1.343 crianças e adolescentes são atendidos pelo programa, com aulas de violão, dança, coral e artes plásticas. A profissionalização é uma das preocupações do movimento. São oferecidos cursos para formar fotógrafos, eletricistas, serigrafistas e pedreiros. Um dos maiores orgulhos do coordenador do Pró-Criança, Sebastião Barreto Campelo, são os exemplos de meninos beneficiados pelo programa que ganharam destaque fora do Brasil. “Tudo o que esses garotos querem é uma oportunidade. É isso que nós tentamos oferecer. Já conseguimos resgatar mais de sete mil jovens. Dom José tem muito orgulho desse trabalho”, afirma.Ele reconhece, no entanto, que as atividades mais relevantes do arcebispo ficaram mesmo voltadas para a formação religiosa do clero e dos leigos. “Realmente, foi o que mais se sobressaiu”, reconheceu. A arquidiocese diz que dom José imprimiu “novos rumos à formação dos futuros sacerdotes diocesanos” e aponta três ações que permitiram esse feito: a reabertura do Seminário Maior de Olinda, a criação do Seminário Menor e a preparação de uma equipe com “formadores idôneos”. Em relação a esse último item, o texto ressalta que foram enviados vários sacerdotes a Roma e à Espanha para a obtenção de títulos acadêmicos nas ciências eclesiásticas. São esses padres que constituem hoje o corpo docente dos seminários da arquidiocese.

O aumento da quantidade de paróquias foi outra preocupação do arcebispo. Foram fundadas mais 20, ampliando o número para 100. Mais de 40 sacerdotes diocesanos foram ordenados e a arquidiocese criou a Escola Diaconal São José, para a formação de diáconos permanentes. A lista de “realizações” inclui até um programa na Rádio Olinda, no qual o arcebispo explica aos ouvintes o catecismo da Igreja Católica, e a criação do jornal A Mensagem Católica, que substituiu o Boletim Arquidiocesano, que antes era mimeografado.

[INTERTITULO2]BEATIFICAÇÃO[/INTERTITULO2]

A arquidiocese dá destaque à reabertura do processo de beatificação de dom Vital, que havia sido interrompido na década de 70 do século passado. O religioso tornou-se bispo da diocese de Olinda aos 27 anos e a ele são atribuídos diversos milagres. A Igreja estaria esperando apenas a comprovação de um milagre para que o padre seja elevado à categoria de santo. Seria o primeiro do Nordeste brasileiro.

O teólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Inácio Strieder avalia que a supervalorização do rito e da Igreja como instituição fez encolher a prática pastoral da arquidiocese e sua dinâmica transformadora. “É uma religiosidade desencarnada, sem ligação com a vida terrena”, observa. E cita, como exemplo, as homilias feitas pelo arcebispo dom José Cardoso, durante as celebrações. “É uma homilia voltada para crianças, infantilizada. Um estilo devocional que não traz nenhuma conseqüência para além das paredes da igreja.”