Por que é importante manter temas morais no centro do debate político?

Divulgo a 5ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida, conforme está no site do Brasil Sem Aborto. Estamos em ano eleitoral; gostem ou não gostem os nossos políticos, é importante que estes assuntos sejam trazidos à baila; dizendo mais, é importante que estes assuntos sejam sempre conservados no centro do debate político. Afinal de contas, a política refere-se à vida em sociedade – e a maneira como um candidato ao poder trata (ou promete tratar) os seus (futuros) subordinados é de evidente interesse para a sociedade , tem inegável importância política.

Os únicos que não gostam destes temas são os inimigos da espécie humana, sedentos que estão por um poder totalmente alheio à responsabilidade de velar pelo bem comum. Os únicos para os quais são incômodos estes temas são, eles próprios, precisamente os menos capacitados a exercerem o poder – uma vez que, se não querem ou não conseguem enfrentar os problemas mais básicos e importantes, como poderão arrogar para si o encargo de cuidar dos problemas secundários e derivados? O direito mais básico é o direito à vida e é dele que decorrem todos os outros direitos. Como pode merecer crédito um discurso sobre educação ou segurança pública que, simultaneamente, espezinha e menospreza os atentados à vida humana inocente?

Quem ainda não entendeu o que a defesa da vida tem a ver com política e com a vida em sociedade precisa voltar à célebre frase de Madre Teresa: o aborto é o maior inimigo da paz porque, se nós dizemos às mulheres que elas podem matar os seus filhos, não poderemos dizer às pessoas que não se matem umas às outras. Se é possível dispôr de alguma vida, então é em princípio possível dispôr de qualquer vida: quais são os protegidos e quais são os que podem ser mortos passa a ser uma questiúncula de conveniência política em um determinado momento histórico. Semelhante insegurança jurídica é totalmente oposta à noção de civilização.

Manifestemo-nos, portanto, a favor da vida uma vez mais. Que saibam todos – governantes e governados – da existência de brasileiros que ainda se importam com as questões humanas mais elementares. Saibam todos que não desistiremos. Saibam todos que a pretensa hegemonia de pensamento político que estão tentando impôr ao debate público é artificial e enganosa. Saibam todos que um genocídio está em curso, e é nosso dever fazer tudo o que estiver em nosso alcance para frustrar-lhe as pretensões. Que nos ajude a Virgem Aparecida, Padroeira do Brasil e nossa Rainha.

Cliquem nas imagens para as ampliar.

Pela CPI do Aborto

O aborto é o maior inimigo da paz. A célebre frase de Madre Teresa de Calcutá – que cito de memória – é incontestável: se nós dissermos para as mães que elas podem matar os próprios filhos, não poderemos dizer às pessoas que elas não podem matar umas às outras.

Há um evidente e incontestável continuum entre as – digamos, arbitrando ao acaso (como fazem os abortistas) um ponto para o início da vida humana – vinte semanas de vida do feto e as suas dezenove semanas e seis dias. E entre as dezesseis semanas e as quinze semanas e seis dias. E entre as doze semanas e as onze semanas e seis dias. Neste processo, a única mudança substancial sofrida pelo nascituro ocorreu precisamente quando ele passou a ser um nascituro: na concepção. Deste ponto em diante, é indubitavelmente um indivíduo pertencente à espécie humana.

Tudo isso é bastante óbvio, mas convém ser recordado, porque há nos nossos dias alguns que advogam que certos indivíduos pertencentes à espécie humana são sujeitos de direito e, outros, não o são; que certos indivíduos pertencentes à espécie humana precisam ser bem tratados e, outros indivíduos, pertencentes à mesmíssima espécie humana, podem ser trucidados e jogados no lixo. Há nos nossos dias quem pratique abortos e quem defenda o aborto.

Recebi recentemente um email do sr. Humberto Vieira, presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, que compartilho abaixo. É sobre a CPI do Aborto que, para ser instalada, precisa da indicação, pelas lideranças partidárias, dos nomes do titular e suplente de cada partido que irão compôr a comissão.

Prezados amigos

O trabalho mais importante que podemos fazer nesse momento em defesa da vida é pressionar os deputados para instalar a CPI do aborto.

A CPI já foi criada mas para sua instalação é preciso que as lideranças indiquem o titular e o suplente para compor a  essa comissão.

Pressionados pelas feministas essas lideranças não indicaram até o momento os nomes dos deputados de seu partido. Mas entre o “lobby” e o eleitor, sem nenhuma dúvida o deputado fica com o eleitor.Precisamos enviar milhares de e-mails, faxes e telefonemas e falar pessoalmente quando o deputado visitar sua base eleitoral.

Essa CPI funcionando vai paralizar todos os projetos de aborto e até influir o STF no julgamento do aborto por anencefalia.

A CPI vai desmascarar os defensores do aborto e mostrar que as ONGs feministas são pagas em dólares para  lutar pela legalização do aborto no país. Esse talvez seja o maior escândalo do País. Não é por outro motivo que querem paralizar ou até arquivar essa CPI.

Anexo segue a relação dos líderes e sugestões para os e-mails

Humberto L. Vieira
Presidente da PROVIDAFAMÍLA

A lista pode ser baixada aqui. Ela possui os nomes, os gabinetes, os emails e os telefones das lideranças que ainda não indicaram membros para a Comissão. Entremos em contato. Não fiquemos de braços cruzados diante do Holocausto Silencioso – e impune! – que se abate sobre o nosso Brasil.

Está consumado

Ontem foi a tomada de posse do presidente eleito dos Estados Unidos. Está consumado: o país mais poderoso do mundo tem, agora, um presidente abortista. Há quem reclame (aliás, quase todo mundo) que eu insisto demasiado no assunto, que é bobagem ficar olhando somente para um aspecto do programa de governo do sr. Obama, que as pessoas precisam fazer algumas concessões se quiserem chegar ao poder e blá-blá-blá. Acontece que não dá para ser diferente, porque este “pequeno detalhe” da gestão Obama é o detalhe mais importante de todos. Como confiar no discernimento moral de um sujeito que defende o assassinato sistemático de crianças por suas próprias mães? Já citei aqui Madre Teresa, segundo a qual o maior inimigo da paz é o aborto, porque, se dissermos para uma mãe que ela pode matar o próprio filho, não poderemos dizer às pessoas que elas não podem se matar umas às outras. E isso é lógico. Do mesmo modo, se o homem mais poderoso do mundo diz que as crianças podem ser assassinadas por suas mães… que garantia pode haver para o resto das decisões que ele será capaz de tomar? Como confiar num sujeito que promove o assassinato de crianças inocentes? Se o seu senso moral falha numa coisa tão crucial, como garantir que não vai falhar também em outras coisas?

Por isso que o aborto não é somente “uma” questão. É a questão. Dela dependem todas as outras, pelo duplo motivo de que (1) ela evidentemente precisa ser tratada com a máxima prioridade e (2) descuidar dela faz com que nada garanta o cuidado com todas as demais; afinal, por que motivo alguém que despreza as coisas mais importantes estaria imune ao desprezo daquelas que são menos importantes?

Defender o aborto é um indicativo infalível de se ter um senso moral radicalmente defeituoso. Isso não significa necessariamente que os abortistas sejam pessoas sem moral alguma; mas significa, sim, infalivelmente, que o senso moral destas pessoas tem um sério problema. É lógico que não merece confiança alguém que despreze a vida humana; as pessoas que me acusam de não olhar para as qualidades do presidente recém-empossado não percebem esta coisa tão evidente. Um senso moral sem bases sólidas pode ruir a qualquer momento: defender o crime do aborto é não ter solidez alguma na sua base moral.

* * *

Curiosa a reação nonsense da mídia à posse do presidente abortista; a tradução para o português deste artigo do New York Times aponta bem a concepção que virou senso-comum do messianismo obamista: o discurso de posse de Barack Obama foi um repúdio enérgico à era de George W. Bush e uma promessa de conduzir os Estados Unidos a “uma nova era”, com a reforma dos valores do período anterior. Com muita propriedade criticou o Reinaldo Azevedo (grifos no original):

Quem ouviu ou leu o discurso de Obama e prestou atenção a seus comentadores fica com a impressão de que, ontem, teve termo uma ditadura e se inaugurou nos Estados Unidos o regime democrático. E, no entanto, Bush pegou o helicóptero, depois o avião e se mandou para seu rancho no Texas. Ao longo de seus oito anos de mandato, vejam que coisa, o Congresso mais poderoso do mundo jamais deixou de funcionar — parte do tempo com maioria democrata. Não gostaria de deixar ninguém chocado, especialmente aqueles que foram às lágrimas, mas a democracia americana esteve vigilante durante todo esse tempo.

[…]

ELE VAI MUDAR TUDO NUMA SUPOSTA VELHA ORDEM A SER VENCIDA QUE, NÃO OBSTANTE, DEU À LUZ O DEMIURGO DA NOVA ORDEM.

Quando existe uma campanha tão vasta de desinformação em torno de um acontecimento contemporâneo, não sei o que se pode esperar. Se é triste  e não raro trágico para um povo ignorar o seu passado, quanto mais ignorar a sua história presente…? Que Deus tenha misericórdia dos Estados Unidos.

Madre Teresa de Calcutá e a TL

Madre Teresa morreu no dia 05 de setembro de 1997 – portanto, hoje é o 11º aniversário de sua morte. Devo reconhecer que não conheço quase nada sobre a vida dela, somente algumas informações desencontradas que escuto aqui e ali. Entre estas, já havia escutado – mais de uma vez – acusações sobre o indiferentismo religioso da madre, segundo a qual ela dava pouca ou quase nenhuma importância às questões religiosas, preocupando-se tão somente com os cuidados corporais dos quais as pessoas eram necessitadas (alguma coisa como uma TL de hábito religioso).

No entanto, encontrei hoje uma entrevista concedida por Madre Teresa à revista “Sem Fronteiras”, em 1996. Nela, ao contrário das acusações que escutei alhures, Madre Teresa era criticada… por só se importar em converter os não-cristãos! Cito abaixo um trecho da entrevista sobre o assunto que considero mais relevante:

As regras da sua congregação falam do trabalho em favor dos “mais pobres dos pobres, tanto no plano espiritual quanto no plano material”. O que a senhora entende por “pobreza espiritual”? Alguns dizem que se ocupa apenas com gente que vive na rua…
– Os pobres espirituais são os que ainda não descobriram Jesus Cristo, ou que estão separados dele por causa do pecado. Os que vivem na rua também precisam ser ajudados nesse sentido.
Por outro lado, fico muito contente de ver que, em nosso trabalho, podemos contar também com a ajuda de gente acomodada, a quem oferecemos a oportunidade de fazer algo de bom para Deus. É desse modo que conseguimos abrir um centro onde acolhemos e assistimos a jovens que saem da prisão.
Essa gente nos oferece material e dinheiro. Nesses dias chegou uma carta dos Estados Unidos. Pela letra dava para ver que era de uma criança. Ela me dizia: “Madre Teresa, eu gosto muito de você”. O envelope continha um cheque de 3 dólares. Para essa criança, tratava-se de um grande sacrifício.

[…]

Madre Teresa, alguns a criticam, dizendo que só tem um objetivo: converter os não-cristãos…
– Ninguém pode forçar ou impor a conversão, que só acontece por graça de Deus. A melhor conversão é a que consiste em ajudar as pessoas a se amarem umas às outras. Nós, que somos pecadores, formos criados para ser filhos de Deus, e temos que nos ajudar a chegarmos o mais perto possível dele. Todos somos chamados a amá-lo.

A senhora diz que as suas Irmãs não são assistentes sociais. Por quê?
– Somos contemplativas no coração do mundo, porque “rezamos” o nosso trabalho. Realizamos um trabalho social, certamente, mas somos mulheres consagradas a Deus no mundo de hoje. Entregamos a nossa vida a Jesus, com uma renúncia total e a serviço dos pobres, tal como Jesus nos deu a sua vida na eucaristia. O trabalho que fazemos é importante, mas não é tanto a pessoa que o faz que é importante. Fazemos esse trabalho por Jesus Cristo, porque o amamos. É tão simples.
Não temos condições de fazer tudo. Eu sempre rezo muito por todos aqueles que se preocupam com as necessidades e misérias dos povos.
Muitas personalidades e gente rica se associaram à nossa ação. Pessoalmente, não possuímos nada. Não ganhamos dinheiro. Vivemos da caridade e para a caridade.

E a religiosa termina a entrevista com umas palavras que bem valem uma reflexão:

Para poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço ao próximo. Isso nos conduz à paz.

Sim, o amor verdadeiro, o amor que vem de Deus – do Deus que é Amor – necessita de oração. O resto é mera filantropia, que está infinitamente aquém da Caridade Cristã. Caridade esta que é apresentada por Madre Teresa como o fruto da Fé, pois a virtude teologal da caridade pressupõe a Fé, sem a qual é impossível agradar a Deus. Antes, portanto, da assistência social – válida e importante – é necessário amar. Antes de amar, é necessário ter Fé e, para o aprofundamento na Fé, é necessário rezar. Eis a doutrina católica bem apresentada, enterrando completamente o ativismo dos nossos dias e a concepção obtusa da Teologia da Libertação sobre o serviço aos pobres. A beata de Calcutá nos ensina que há pobres espirituais. E que qualquer serviço – quer material, quer espiritual – prestado aos pobres tem que ser fruto da oração. Com tudo isso, no final de contas, quem precisa da TL? Que esta praga seja expurgada o quanto antes; afinal, os que se compadecem dos pobres têm lugar – e muito lugar – na Igreja de Cristo.