Carta de São Carlos

[Publico como recebi por email; merece nosso total apoio a iniciativa do pessoa de São Carlos. Há muitas coisas na nossa sociedade atual que devem ser rejeitadas, tantas que às vezes nós até perdemos a visão do conjunto: mas, no fim das contas, trata-se do velho processo revolucionário em curso, da luta da barbárie contra a civilização e que é, no fim das contas, a revolta do homem contra Deus. Lutar contra muitas das coisas que nos são impostas atualmente é sem dúvidas dever de todos os homens de bem, independente do credo; no entanto, lutar especificamente contra a imposição do credo ateísta é um dever principalmente dos que guardam a Fé dos Apóstolos, ao qual nós não podemos nos furtar. ]

Carta de São Carlos

Nós, líderes de movimentos universitários e de profissionais liberais católicos, reunidos na sede da Comunidade Católica Totus Mariae, na cidade de São Carlos, em São Paulo, Brasil, no dia 10 de dezembro de 2011, no evento “O cristão na vida pública” emitimos a seguinte carta pública:

Diante de uma série de problemas que angustiam o homem e a sociedade contemporânea, dos quais é possível citar: o relativismo moral, a corrupção, a negação da verdade, o secularismo absolutista, que tentam negar o direito ao culto religioso e a participação dos fiéis na vida pública, e a alienação reinante nos meios de comunicação, declaramos:

1.                      A universidade, demais centros de formação superior, assim como o universo do trabalho, devem estar abertos para todas as ideias e discussões, inclusive as discussões fundamentadas em ideologias ateístas e seculares. No entanto, repudia-se o processo de exclusão que a religião, especialmente o Evangelho de Cristo, sofre dentro desses ambientes. Trata-se de ambientes plurais que, em tese, devem estar abertos a todas as ideias, inclusive ao Evangelho.

2.                      Rejeita-se o marxismo cultural que tenta, por meio da infiltração dentro das universidades, da mídia e de outros espaços públicos, construir uma sociedade sem Deus, sem fé e sem a presença da Igreja. A sociedade que essa versão do marxismo quer construir é uma sociedade autoritária e fechada, onde não há espaço para a livre reflexão e muito menos para a expressão dos valores e sentimentos religiosos. Vale ressaltar que esses valores fundamentam as bases de qualquer modelo civilizatório.

3.                      Rejeitamos a cultura de morte. Uma cultura que se apresenta de diversas formas, como, por exemplo, o aborto, a união homossexual, a eutanásia, o suicídio assistido, a contracepção artificial, a destruição e o comércio de embriões humanos, a escravidão, a legalização das drogas, etc. Infelizmente trata-se de uma cultura que, juntamente com o marxismo cultural, é muito difundida nos ambientes universitários e dos profissionais liberais. Uma sociedade justa, ética e alicerçada pelo Evangelho não pode ser orientada pela cultura de morte. Pelo contrario, tem que ser orientada pela cultura da vida e “vida em abundância” (Jo 10, 10), que promove o aperfeiçoamento de todas as dimensões da vida e da dignidade da pessoa humana.

4.                      Rejeitamos o secularismo absolutista e autoritário que, ao se apropriar de palavras, como, por exemplo, “razão”, “liberdade” e “revolução”, que, muitas vezes, são utilizadas fora de seu real sentido, desejam banir e até mesmo proibir qualquer ato de manifestação de fé em espaço público. A fé é um direito fundamental do ser humano. Por isso, nenhuma ideologia, grupo empresarial, partido político ou organização social de qualquer natureza tem o direito de limitar sua livre expressão.

5.                      Por fim, conclamamos a todos os universitários, profissionais liberais e homens e mulheres de boa fé a lutarem para que sejam garantidos os direitos religiosos, para que, em nome de um secularismo autoritário, a livre expressão da fé não seja, por diversos meios, proibida. Para que isso aconteça é preciso que os cristãos se façam presentes, cada vez mais, na vida pública. Essa presença deve ser materializada, por exemplo, na vida política partidária, dentro das mídias (rádio, jornal, blog, site, etc), na vida cultural (cinema, teatro, etc), dentro das universidades e demais centros de formação superior, e de qualquer outro espaço público que seja permitido, dentro dos limites da Lei, a livre expressão do pensamento.

São Carlos, SP, Brasil, 10 de dezembro de 2011.

Assinam essa carta:

Marcos Gregório Borges – Coordenador da Missão Universitária de Guarulhos
Prof. Dr. Marcelo Melo Barroso – Comunidade Católica Totus Mariae
Profa. Ms. Julianita Maria Scaranello Simões – Comunidade Católica Totus Mariae
Ms. Idalíria de Moraes Dias – Co-fundadora da Comunidade Católica Totus Mariae
Wilson José Dino dos Anjos – Fundador da Comunidade Católica Totus Mariae
Profa. Ms. Vanessa Burque Ricci – Comunidade Católica Totus Mariae
Michelle Stephânia Pacheco Moraes – Comunidade Católica Totus Mariae
Daniela Inocêncio de Oliveira – Militante do Ministério Universidades Renovadas
Yanina Mara Rocha Nascimento – Militante do Ministério Universidades Renovadas
Prof. Ms. Marcos Vinicius de Freitas Reis – Renovação Carismática Católica
Marcelo Pastre – Apostolado Teologia do Corpo
Viviane G. C. Pastre – Apostolado Teologia do Corpo
Luis Enrique Paulino Carmelo – Coordenador do grupo de Jovens Hesed (ministério Jovem RCC) e do Grupo Universitário Obra Nova
Thais Zaninetti Macedo – Coordenadora do Grupo de Jovens Hesed (ministério Jovem RCC)
Luis Gustavo Paulino Carmelo – Coordenador do Grupo de Jovens Hesed (ministério Jovem RCC)
Joice Basílio Machado – mestranda em Ciência da Computação pela USP
Ms. Maria Alice Soares de Castro – Comunidade Católica Totus Mariae

Comentários Ligeiros

– O Diário do Comércio, de São Paulo, publicou uma reportagem sobre o manifesto “católico” de apoio à Marta Suplicy. Engraçado que não apareceu ninguém para assumir a autoria pelo panfleto ridículo. A assessoria de Marta disse que “é uma manifestação independente de um grupo de religiosos” (faltou dizer QUAL grupo de religiosos, já que ninguém assina o manifesto e ninguém se apresentou nos últimos dias como responsável pela palhaçada) e que “não há problema em sua divulgação, pois não se trata de um documento oficial da Igreja” – como se os assessores petistas pudessem dizer o que tem ou não problema. A posição do vicariato de Comunicação da Arquidiocese é bem diferente (e bem mais católica, lógico): “não existe autorização, de maneira alguma, para a vinculação da Igreja a um candidato, nem mesmo para uma carta de apoio” (grifos meus).

Por que os membros do (inexistente, até prova em contrário) “Fórum de Católicos pela Justiça, em Favor dos Mais Pobres” não aparecem para dar a cara à tapa?

– Não sei se o Padre Dervile é membro do tal fórum, mas bem que poderia ser. Para escândalo e vergonha dos católicos, este sacerdote do Deus Altíssimo tem um blog no qual faz descarada propaganda esquerdista. Em um post sob o título “Vote Certo”, de 25 de setembro passado, o padre, sem corar de vergonha, dá o seguinte conselho aos eleitores cristãos católicos: “[n]ão vote apenas no candidato, mas veja bem a que partido pertence”. E faz propaganda petista!! O PT do aborto, o PT do “casamento” gay, o PT que é radicalmente oposto ao que ensina a Igreja!! Gostaria de saber como o Reverendíssimo padre explica esta grotesca contradição.

– Uma notícia do dia 24 de setembro, que eu ainda não tinha visto: Bispo condena indigenismo em Mato Grosso. São belíssimas as palavras de Dom Redovino Rizzardo, dignas de um sucessor dos Apóstolos que não tem medo de proclamar a Verdade, sem respeito humano e sem se preocupar com o politicamente correto (grifos meus):

O bispo colocou sob suspeita a atuação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Estado, dizendo que a exemplo dos demais setores da sociedade a ONG – que é ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – já não sabe que os membros do Cimi estão à serviço de Deus ou dos seus próprios interesses. Dom Redovino também afirmou que a Igreja Católica não tem posição formada em relação às portarias da Funai, mas defende que o diálogo possa apontar uma solução pacífica para os problemas das demarcações de terras. “Não concordo que se faça justiça aos direitos dos índios, com a injustiça sobre os direitos dos produtores”, enfatizou o bispo.

Dom Redovino foi além e deixou claro que não são verdadeiras as afirmações do Cimi dando conta que a Igreja Católica apóia as portarias da Funai em Mato Grosso do Sul. “O Cimi não pode falar pela CNBB, nem pelos bispos de Mato Grosso do Sul”, afirmou Dom Redovino.

Que a Virgem Santíssima possa recompensar este valente pastor pelo seu ato de coragem e de serviço verdadeiro à Igreja.

– As eleições americanas estão se aproximando. Se o mundo pudesse votar, qual seria o resultado do pleito? Com os dados de então (terça-feira, 21 de outubro, 18:30), o escrutínio daria o seguinte resultado:

Barack Obama: 87.5% (297,487 votes)
John McCain: 12.5% (42,648 votes)

Haja paciência…