Para que os sinos voltem a badalar: «A Guerra dos Cristeros»

A fim de que os sinos voltem a tocar: este nobre propósito foi responsável por uma das mais gloriosas páginas da história da Igreja do século passado, infelizmente muito pouco conhecida pelos nossos contemporâneos, ao menos os de língua portuguesa. Com alegria, nós achamos que já se pode dizer: até agora.

Foi lançado pelas Edições Cristo Rei o livro do Enrique Mendoza Delgado, «A Guerra dos Cristeros» (Belo Horizonte, 2013), que é uma excelente introdução ao estudo do que aconteceu aqui ao lado, no vizinho México, há menos de um século atrás. Quando um governo maçônico e anti-clerical resolveu pôr em prática a perseguição oficial à Igreja Católica, tão louvada pelos livre-pensadores de então (e, por que não dizer?, também pelos dos nossos dias). Quando católicos simples pegaram em armas para defender os direitos de Deus e da Santa Madre Igreja. Quando o sangue dos mártires tingiu de rubro o solo mexicano. Quando os que lutavam sob os estandartes de Cristo Rei e da Santíssima Virgem tornaram-se invencíveis contra um inimigo mil vezes mais poderoso, e foram vendidos em acordos espúrios firmados em salões acarpetados antes de serem vencidos a sol aberto nos campos de batalha.

O livro de Delgado conta toda a história daqueles trágicos e heróicos acontecimentos, desde os antecedentes da Revolução até depois dos “acordos” que derrotaram os cristeros. Por se preocupar mais com a narração geral dos acontecimentos do que com os detalhes biográficos dos personagens, a leitura consegue ser leve e sucinta: as 134 páginas constituem uma agradável leitura para uma tarde. Enganar-se-ia, no entanto, quem julgasse que a obra é superficial. Muito pelo contrário: o colorido daquela história salta aos olhos do leitor a cada página, envolvendo-o com a narrativa e inflamando-o de amor à Igreja e àqueles tantos cristãos que, naqueles dias difíceis, levaram ao extremo aquela máxima neo-testamentária segundo a qual «importa obedecer antes a Deus do que aos homens» (Atos dos Apóstolos 5, 29).

O governo maçônico de Plutarco Elías Calles, a partir de 1925, «decidiu aplicar à risca a Constituição revolucionária de 1917» (op. cit., p. 16), com toda a perseguição à Igreja Católica que isso significava. Leigos, padres e bispos foram presos. Sacerdotes estrangeiros foram expulsos. Seminários e conventos foram fechados, bem como escolas católicas. Houve até uma tentativa de cisma com a fundação de uma Igreja Católica Apostólica Mexicana, graças a Deus fracassada. Mas foi em julho de 1926, com a “Lei Calles” que reformava o Código Penal e estabelecia sanções para cultos religiosos, que se deu a gota d’água. No dia 25 de julho de 1926, o episcopado mexicano publicava uma carta pastoral onde se lia que (op. cit., p.44)

(…) na impossibilidade de continuarmos exercendo o nosso ministério sagrado, depois de ter consultado nosso Santíssimo Padre Pio XI, ordenamos que, a partir do dia 31 de julho, se suspenda nos templos o culto público que exija participação do sacerdote.

Os sinos estavam mudos. O povo católico estava privado dos sacramentos.

O resultado foi desastroso. Calles não retrocedeu um milímetro e ainda ordenou que, após a suspensão dos cultos, as prefeituras tomassem os templos. Ainda se tentou uma resistência pacífica; no entanto, o anti-clericalismo do governo era demais para o povo católico simples. Sobre isso, fala Delgado:

Adiantando-se às decisões de seus chefes, e finalmente forçando-os a segui-los, seriam os católicos comuns que empreenderiam a resistência armada contra o perseguidor. Para eles, tudo estava claro; não entendiam nada de alta política, nem de diplomacia, nem de estratégias ou táticas. O assunto era bem simples: Deus estava sendo perseguido e sua Igreja era proscrita por um César tirânico e cruel; todos os homens tinham o dever de defender aquilo que os constituía, no mais profundo de seu ser, e que era a base de todas as outras liberdades: a liberdade de crer e de servir a Deus [op. cit., pp. 45-46].

As revoltas armadas começaram espontaneamente, nos povoados. Das associações de católicos que já há muito protestavam contra a injustiça das leis persecutórias – como a “Liga Nacional de Defesa da Liberdade Religiosa”, o Comitê de Defesa da Religião, posteriormente “União Popular”, a “Associação Católica da Juventude Mexicana”, dentre outras – vieram muitos soldados cristeros; outros tantos vinham dos campos, dos vilarejos, dos lugares onde a perseguição caíra sem que se apresentassem formas pacíficas de se lhe resistir. Um estudo de Jean Meyer, citado por Delgado, permite concluir que da Cristiada «participaram desde homens da costa até os que viviam nas montanhas, desde corajosos mestiços até pacíficos indígenas, desde filhos das famílias aristocráticas até os filhos do último peão da fazenda» (op. cit., p. 56). Na Guarda Nacional, no ejército cristero, os mexicanos estavam unidos em torno deste mesmo santo ideal: fazer com que os sinos das igrejas voltassem a badalar, conseguir que o culto a Deus voltasse a ser praticado livremente nas terras mexicanas, conquistar ao Governo o sagrado e inalienável direito de praticar a Religião Verdadeira. São impressionantes as vitórias que estes homens alcançaram, contra um exército em treinamento, número e armas muito mais poderoso do que eles:

Em Coalcomán, no dia 27 de julho de 1928, foram sitiados três regimentos do Exército, deixando sobre o campo mais de 1.500 cadáveres. Lançou-se uma contra-ofensiva com três regimentos, dois batalhões e artilharia, e os cristeros triunfaram novamente, provocando cerca de 1.000 mortes em seis meses. A proporção de baixas era surpreendente, e se devia, sobretudo, à tática dos cristeros, mas eles próprios atribuíam-nas, também, à Providência. Assim, Ramón Aguilar provocou cem baixas no 11º Regimento, contra duas no seu Regimento; Luis Navarro teve cinco baixas no combate de El Fresal, contra 189 baixas no Exército; Dionisio Ochoa, em Colina, perdeu quatro homens, contra a morte de 375 soldados do governo; Pedro Quintanar, em Arandas, perdeu 7 contra 145; Luis Navarro, em Ahijillo, matou 125 soldados sem perder um só homem, e em Coalcomán, perdeu dois contra 133 do inimigo; Ezequiel Mendoza teve em Tehuantepec somente uma baixa contra duzentas no Exército, etc. [op. cit., pp. 65-66]

Foram ao final vendidos, em acordos ingênuos firmados entre autoridades eclesiásticas e governantes perversos; e, após deporem as armas, foram massacrados pelo governo. Mas sempre tiveram a consciência de que lutaram ao lado do bem e da justiça, e o general da Guarda Nacional pôde escrever aos seus homens, ao dissolver o exército cristero, que «a Guarda Nacional não desaparece vencida por nossos inimigos, porém, na realidade, abandonada por aqueles que haveriam de receber, em primeiro lugar, o fruto valioso de seus sacrifícios e suas abnegações». E terminava: «Salve Cristo! Os que por Vós encontraremos a humilhação, o desterro e, talvez, a morte ignominiosa, vítimas de nossos inimigos; a Vós vos saudamos com nosso amor mais fervoroso e, uma vez mais, vos aclamamos Rei de nossa Pátria! Viva Cristo Rei!» [op. cit., pp 77-78].

Cerca de 30.000 mártires depois, assim terminava a grande Cristiada. As perseguições ainda se arrastaram por alguns anos, até que, em 1940, o México pôde encontrar «uma época de tolerância plena, que, com seus altos e baixos, tem mantido a liberdade “de fato” do povo católico para professar a fé» (op. cit., p. 85). Graças à luta e ao sangue daqueles que largaram o conforto de suas vidas para lutar pelos direitos da Igreja. Graças aos bravos cristeros que um dia se levantaram aos gritos de «¡Viva Cristo Rey!» contra um governo tirânico e perseguidor do Cristianismo.

Este livro das Edições Cristo Rei é uma obra para se ter em casa e para presentear os amigos. A edição traz ainda dois belos anexos, um com alguns artigos do Beato Anacleto González Flores e outro com fotografias da época. Isso, somado à beleza da história que Enrique Mendoza Delgado conta de modo tão envolvente, fazem dele uma preciosidade digna de ser conhecida e divulgada.

Pode ser adquirido a R$ 22,00 + frete no site da Editora.

Capa-A-Guerra-dos-CristerosTítulo: A Guerra dos Cristeros

Autor: Enrique Mendonza Delgado

Páginas: 134

Formato: 12cm x 18cm

Acabamento: Brochura

Capa: laminação fosca

Miolo: papel pólen de 80gr

Nossa Senhora de Guadalupe: diálogos com San Juan Diego

No dia de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas, publico um trecho da narrativa das aparições da Mãe de Deus ao índio Juan Diego em 1531, há quase quinhentos anos. A passagem consta no livro de Edésia Aducci, “Maria e Seus títulos gloriosos”, e eu a cito apud “PCO – Plinio Corrêa de Oliveira”.

* * *

Na primeira aparição, Nossa Senhora, falando no idioma mexicano, dirige-se a Juan Diego: “Meu filho, a quem amo ternamente, como a um filho pequenino e delicado, aonde vais?” Resposta dele: “Vou, nobre Senhora minha, à cidade, ao bairro de Tlaltelolco, ouvir a santa missa que nos celebra o ministro de Deus e súdito seu”.

Ela: “Fica sabendo, filho muito querido, que eu sou a sempre Virgem Maria, Mãe do verdadeiro Deus, e é meu desejo que me erijam um templo neste lugar, de onde, como Mãe piedosa tua e de teus semelhantes, mostrarei minha clemência amorosa e a compaixão que tenho dos naturais e daqueles que me amam e procuram; ouvirei seus rogos e súplicas, para dar-lhes consolo e alívio; e, para que se realize a minha vontade, hás de ir à cidade do México, dirigindo-te ao palácio do bispo que ali reside, ao qual dirás que eu te envio e que é vontade minha que me edifique um templo neste lugar; referirás quanto viste e ouviste; eu te agradecerei o que por mim fizeres a este respeito, te darei prestígio e te exaltarei”.

Resposta dele: “Já vou, nobilíssima Senhora minha, executar as tuas ordens, como humilde servo teu”.

Segunda aparição: Juan Diego volta do palácio do bispo, no mesmo dia, à tarde. A Santíssima Virgem o esperava. “Minha muito querida Rainha e altíssima Senhora, fiz o que me mandaste, e, ainda que não pudesse entrar a falar com o senhor bispo senão depois de muito tempo, comuniquei-lhe a tua mensagem, conforme me ordenaste; ouviu-me afavelmente e com atenção; mas, pelo seu modo e pelas perguntas que me fez, entendi que não me havia dado crédito; portanto, te peço que encarregues disso uma pessoa (…) digna de respeito, e em quem se possa acreditar, porque bem sabes, minha Senhora, (…) que não é para mim este negócio a que me envias; perdoa, minha Rainha, o meu atrevimento, se me afastei do respeito devido à tua grandeza; que eu não tenha merecido tua indignação, nem te haja desagradado minha resposta”.

A Santíssima Virgem insiste com Juan Diego. Este volta ao bispo e o prelado exige um sinal da aparição. Volta o índio e Nossa Senhora manda que volte no dia seguinte, ao mesmo local, que Ela satisfaria o desejo do bispo; mas Juan Diego, precisando chamar o sacerdote para seu tio, que adoecera gravemente, e desvia-se do caminho combinado, certo que a Santíssima Virgem não o veria. Mas eis que Nossa Senhora aparece-lhe noutro local. “Aonde vais, meu filho, e por que tomaste este caminho?” Juan Diego: “Minha muito amada Senhora, Deus te guarde! Como amanheceste? Estás com saúde?… Não te agastes com o que te vou dizer: está enfermo um servo teu, meu tio, e eu vou depressa à igreja de Tlaltelolco, para trazer um sacerdote para confessá-lo e ungi-lo, e, depois de feita esta diligência, voltarei a este lugar, para obedecer à tua ordem. Perdoa-me, peço-te Senhora minha, e tem um pouco de paciência, que amanhã voltarei sem falta”.

Resposta dela: “Ouve, meu filho, o que eu vou dizer-te: não te aflija coisa alguma, nem temas enfermidade nem outro acidente penoso. Não estou aqui eu, que sou tua Mãe? Não estás debaixo de minha proteção e amparo? Não sou eu vida e saúde? Não estás em meu regaço e não andas por minha conta? Tens necessidade de outra coisa?… Não tenhas cuidado algum com a doença de teu tio, que não morrerá dessa vez, e tem certeza de que já está curado”.

Cristiada é sucesso no México – veja o trailer!

[Já é o filme mais assistido da semana no México. Finalmente uma tentativa de contar a história dos heróis da Fé que viveram – e morreram – no México do início do século passado, em pleno século XX! Os que tiverem a oportunidade, não deixem de assistir. E permita Deus que também a respeito da película se possa dizer: Sanguinis Martyrum Semen Christianorum. Viva Cristo Rei!]

“Abortar, eu?! Jamais!”

– Quando eu estava no ventre da minha mãe, ela sofreu um acidente que a deixou à beira da morte. O médico lhe disse: “Terás que abortar!”; e ela respondeu: “Abortar, eu?! Jamais!”. Ou seja, defendeu a vida, a minha vida. E graças a ela estou aqui.

– Chaves

Visitem: www.denmechance.org

¡No Pasarán! Proibir o aborto não é inconstitucional! Vitória no México!

Nós vencemos no México! Ontem, 28 de setembro, Dia Internacional da luta pela Legalização do Aborto (latino-americano, segundo alguns; mundial, segundo outros), a Suprema Corte Mexicana decidiu que a Constituição do país confere, sim, direitos ao nascituro – de modo que leis estaduais que permitam o aborto são inconstitucionais [p.s.: na verdade é o contrário: foi julgado que não são inconstitucionais as leis estaduais que proíbem o aborto].

O momento foi histórico. Enquanto abortistas de todos os naipes faziam abertamente manifestações a favor do assassinato de crianças (como p.ex. o twittaço de ontem, repleto de pérolas algumas das quais eu registrei aqui; aliás, sobre esta manifestação internética, vale também registrar que a maior parte dos internautas foi contra esta iniqüidade), o México – o México católico – gritava ¡No Pasarán!, consolidando as muralhas da lei erguidas para defender as crianças das maquinações maléficas dos inimigos do gênero humano. Bravo, México!

As notícias em espanhol podem ser encontradas aqui e aqui. E o Wagner Moura também comentou.

As orações e os protestos (entre muitos outros lugares, socilitados aqui) deram resultado. Louvado seja Deus! Bendita seja a Virgem de Guadalupe, padroeira do México e protetora dos nascituros, que não permitiu a legalização do crime na terra que Ela veio pessoalmente converter.

URGENTE: México e o Aborto

[Reproduzo tal e qual se encontra no blog do Brasil Sem Aborto. A urgência do assunto me impede de tecer maiores comentários; apenas peço i) a leitura atenta do artigo, ii) [mais importante] orações pelo povo do México e iii) manifestações (veja-se abaixo como fazer) diante das autoridades mexicanas. Que Nossa Senhora de Guadalupe interceda pela terra que um dia quis honrar com Sua aparição.]

URGENTE – Pró-vidas do México pedem socorro. E o Brasil pode ser o próximo.

Diante da urgência da notícia, e de nossa atuação, não vou me estender no post. Mais adiante traremos detalhes.

Brevíssimo histórico: o México é um país em que os Estados possuem razoável autonomia frente à Federação. Há alguns anos, o Distrito Federal do México (Cidade do México) aprovou uma lei que autorizava o aborto. Em reação, diversos Estados começaram a aprovar lei pró-vida, que garantiam os direitos da criança ainda não nascida.

Isso gerou um questionamento diante da Suprema Corte daquele país, que está sendo julgado neste momento. Pois bem: diversos juízes estão apresentando, ou para apresentar votos totalmente contra toda a lógica e contra a constituição mexicana, que podem liberar totalmente o aborto naquele país, e gerar jurisprudência que pode influir no restante da América Latina.

Abaixo, coloco um modelo de carta recebido dos pró-vidas mexicanos. Evidentemente, não se adequa totalmente a nós, estrangeiros. Mas eles acham muito importante que outros países se manifestem.

A Suprema Corte do México está transmitindo este julgamento em tempo real para todo o mundo. Ele pode ser acompanhado através do link, e deve durar desde o dia 26 de setembro até o dia 30 de setembro de 2011:

http://209.59.178.192/transmisionenvivo/video.html

Pela urgência do assunto, pede-se que todos os que possam manifestem-se por TELEFONE OU FAX. Pode ser uma mensagem breve, com suas próprias palavras, e não importa que seja em Português, já que as línguas são próximas.

VAMOS FAZER UMA GRANDE MOBILIZAÇÃO PRÓ-VIDA!

Abaixo, os dados dos juízes.

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Curtas

O Ano Sacerdotal: coletânea de textos do Papa Bento XVI organizada pelo pe. Demétrio Gomes. «As páginas deste livro contêm as principais intervenções do Romano Pontífice dirigidas aos sacerdotes ao longo do Ano Sacerdotal. Constituirão, certamente, um sólido alimento para a meditação dos sacerdotes, assim como uma preciosa catequese para todos os membros da Santa Igreja acerca deste ministério sagrado». São 205 páginas, pela Editora Ecclesiae.

Fica a dica. Mais informações aqui.

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Bispo mexicano afirma que o Vaticano lhe pediu explicações sobre seu apoio a um grupo gay. Trata-se de Dom Raúl Vera López.

Para quem não conhece a história: no início do mês passado apareceram alguns “fiéis” gays, com o apoio do bispo, pedindo um “matrimônio gay”. Os católicos, naturalmente indignados com este vergonhoso apoio dado por Sua Excelência, manifestaram-se pedindo um bispo católico para a diocese de Saltillo – ao que Dom Raúl respondeu oficialmente: “por fidelidade ao ministério pastoral que desempenha, (o Bispo Vera) não cessará seu dinamismo e sua voz, que procuram contribuir à construção de comunidades de fé mais viva e comprometidas e de uma sociedade mais humana”. Apareceu também um abaixo-assinado “em solidariedade” a Sua Excelência.

Pois bem, agora o Vaticano pede esclarecimentos a Dom Raúl Vera López. “Não estou contra o magistério da Igreja, nem estou promovendo a desonestidade, iria contra meus princípios promover a depravação ou a degeneração das pessoas”, disse Sua Excelência. Veremos se o compromisso do bispo de Saltillo é com o Evangelho ou com a Agenda Gay.

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Jovem religiosa defende o uso público do hábito desafiando a Cristofobia. À Paris! A garota foi ao Liceu Carnot de hábito e provocou a ira dos professores laicistas. “Os jornais fizeram estardalhaço com o fato e o secretariado geral do ensino católico exigiu que a irmã Ana Verônica desse prova de ‘juízo’ e comparecesse usando roupas civis”.

A matéria acima diz que a irmã escreveu uma carta em resposta, que foi publicada pelo La Croix. Não encontrei a original. Encontrei este áudio do dia 23 de junho que minha incompetência lingüística me impede de entender a contento. No entanto, a polêmica é verdadeira. Tristes tempos em que provoca polêmica o fato de uma freira se vestir… como freira! Parabéns a Sœur Anne-Véronique. Que Nosso Senhor possa, n’Aquele Dia Terrível, testemunhar em favor desta garota que, aqui na terra, não hesitou em dar testemunho d’Ele.

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– É também interessante este texto do Fratres sobre a Cruz de Cristo e os judeus. Interessante, porque o rabino de Roma parece descobrir a pólvora:

« Pois então há o risco – prossegue – de se entrar na teología da substituição e a Cruz se converte em obstáculo. O diálogo judaico-cristão corre inevitavelmente este risco, porque a idéia do cumprimento das promessas judaicas é a base da fé cristã; assim, o afirmar-se desta fé implica sempre uma idéia implícita de integração, se não de superação da fé judaica ».

De Segni continua: « a língua do diálogo deve ser comum e o projeto deve ser compartilhado. Se os termos do diálogo são baseados em cristãos indicando aos judeus o caminho da Cruz, não se entende o porque do diálogo nem o porque de Assis ».

Ora, como já dissemos e repetimos incontáveis vezes, o objetivo do “ecumenismo” e do diálogo inter-religioso não é outro que não a conversão de todos os homens à Igreja Católica, Única Igreja de Cristo e caminho necessário para a salvação. Se o De Segni não entendeu isto ainda, então ele realmente não faz a menor idéia do que é o “diálogo” ou do porquê de encontros como o de Assis.

Sim, a afirmação da Fé Católica é, ipso facto, a negação de toda e qualquer outra falsa fé, e isto é bastante evidente. Que bom que um rabino descobriu o sol ao meio-dia! Já é meio caminho andado para que ele possa agora, enfim, deixar que o Onipotente tire-lhe dos olhos o véu da cegueira e o conduza à Igreja de Nosso Senhor.

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Deve-se prender mulheres por causa do aborto? Via Wagner Moura. Não vou dizer do que se trata, vejam lá. Recomendo enfaticamente a leitura. Só para dar um gostinho: «É, amiguinhos, assim é o mundo pós-descriminalização do aborto. Você aí pensando que ser contra o aborto não implica em ser contra a descriminalização do aborto uma vez que assim todos poderão ser amigos e felizes… Você é só um idiota. Obrigado».

America Latina é contra o aborto

Foi publicado em ZENIT e também no La Jornada (mexicano): a América Latina é fortemente contrária ao aborto. Este estudo é importante para desmentir as reivindicações das entidades abortistas de estarem falando “em nome do povo” ou em atenção a um “clamor popular”.

Não existe nenhum “clamor popular” a favor do aborto; o único clamor que existe é para que a vida humana seja respeitada desde a concepção e, os assassinos, sejam punidos. A maior parte das pessoas ainda não sucumbiu à barbárie moral e à completa inversão de valores que os abortistas – inimigos da espécie humana – querem impôr a todo custo. A maior parte das pessoas ainda sabe, graças a Deus, que matar é errado. E que, quem mata, deve ser punido.

Em uma pergunta aberta sobre se está de acordo ou contra a legalização do aborto, no México, 70,8% disseram não estar de acordo; o mesmo aconteceu na Nicarágua, com 81,6%; no Brasil, com 72,7% e Chile, 66,2%. Esta investigação foi patrocinada por um instituto de pesquisa com tendências pró-abortistas. [ZENIT]

Chamo a atenção para o fato de que a pesquisa foi patrocinada por abortistas – e sofreram uma fragorosa derrota. Vale a pena ler as duas reportagens. Aliás, a do La Jornada é ainda mais enfática (tradução livre):

As investigadoras que apresentaram o estudo disseram que 60.4% dos mexicanos entrevistados opinaram que o aborto ilegal devia ser punido com prisão; destes, 28.4% são homens e 32% são mulheres.

No resto dos países estudados esta porcentagem foi ainda maior, pois 67.3% dos brasileiros, 71.7% dos chilenos e 81.2 dos nicaragüenses consideraram que a mulher deveria ir presa por abortar de forma ilegal.

Lutemos para os abortistas não façam valer a sua sanha assassina à revelia da lei de Deus, da ética e até mesmo do clamor popular. Rezemos para que Deus nos livre da maldição do aborto.

Virgem de Guadalupe

“Mãe de misericórdia, Mestra do sacrifício escondido e silencioso,
a Vós, que vindes ao encontro de nós todos, pecadores,
consagramos, neste dia, todo o nosso ser e todo o nosso amor”.

João Paulo II, 1979

“Santa Maria, que com o nome de Nossa Senhora de Guadalupe és invocada como Mãe pelos homens e pelas mulheres do povo Mexicano e da América Latina, encorajados pelo amor que nos inspiras, colocamos novamente nas tuas mãos maternas a nossa vida”.

Bento XVI, 2005

Dia de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas. Dia da Mãe de Deus aparecida a um índio mexicano. Dia da Moreninha do Tepeyac. Que a Virgem Santíssima rogue por todos nós.

Ver no Exsurge, Domine!: vídeo sobre os olhos da Virgem.

E vale a pena também lembrar as palavras de João Paulo II na cerimônia de canonização de Juan Diego Cuauhtlatoatzin: “Como acabámos de escutar, o livro do Eclesiástico ensina-nos que somente ‘Deus é todo-poderoso e apenas os humildes o glorificam’ (cf. 3, 19-20). Inclusivamente as palavras de São Paulo, também proclamadas durante esta celebração, iluminam esta maneira divina de realizar a salvação:  ‘Deus escolheu aquilo que o mundo despreza [e que é insignificante]. Deste modo, nenhuma criatura se pode orgulhar na presença de Deus’ (cf. 1 Cor 1, 28-29)”.

Encerrando o dia

Revelado plano de Hitler para matar Pio XII. “Segundo Freytag von Loringhoven, nos dias 29 e 30 de julho de 1943, houve em Veneza um encontro secreto para informar ao chefe de contraespionagem italiano, o general Cesare Amè, da intenção do Führer de punir os italianos pela prisão Mussolini, com o sequestro ou o assassinato de Pio XII e do rei da Itália”. A reportagem original do Avvenire: Hitler voleva eliminare Pio XII.

Comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé sobre as anunciadas ordenações presbiterais da FSSPX: “não há nada a acrescentar ao que foi afirmado pelo Santo Padre em sua carta aos bispos da Igreja Católica no último dia 10 de março: (…) “Enquanto a Sociedade (de São Pio X) não tiver um status canônico na Igreja, seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja (…) até que as questões doutrinais sejam esclarecidas, a Sociedade não tem status canônico na Igreja, e seus ministros (…) não exercem legitimamente nenhum ministério na Igreja”. As ordenações são, portanto, ainda consideradas ilegítimas”.

CNBB pede rapidez na aprovação do Estatuto da Igreja Católica. Enquanto isso, parlamentares divergem sobre o estatuto. A mesma lenga-lenga do “Estado Laico”, mas a pérola agora aventada é preciosa: “Eu sou contra porque não há um acordo entre dois estados que não se comparam: um é um estado teocrático e outro é um estado republicano”. São palavras do deputado Ivan Valente, do PSOL.

Juiz ordena prisão de padre e outros 5 pedófilos no México; reparem no título da matéria e no destaque que é dado ao “padre”. Na manchete, ele é pedófilo. Na primeira linha da reportagem, a conversa muda para “seis supostos pedófilos”. Diz ainda a reportagem que “após a detenção a Igreja Católica pediu que o religioso não fosse prejulgado”. Mas a presunção de inocência parece ser um princípio jurídico que não se aplica aos sacerdotes católicos.

– Esta tem mais a cara do Tubo de Ensaio: a Folha noticiou que cientistas revertem evolução e devolvem barbatanas a peixe. Darwin estava certo? Bom, o que os anti-clericais de todos os naipes precisam entender é que, ainda que Darwin esteja certo, isso não muda um milímetro a necessidade metafísica do Deus Criador. Derrubemos os espantalhos.