Em defesa das mulheres, da sociedade, da civilização: cartas à Gazeta do Povo!

Uma das maiores evidências de que grande parte do mundo moderno perdeu completamente o senso crítico é o (paradoxal) glamour no qual parece estar envolvida a assim chamada Marcha das Vadias. Imaginar que é uma boa idéia balançar as tetas em público para exigir respeito sexual é um dos maiores atestados de insanidade que alguém pode passar; como se fizesse algum sentido expôr-se em público como um objeto de desejo sexual para exigir não ser tratada como um objeto de desejo sexual, ou como se o problema da depravação masculina pudesse ser resolvido com depravação feminina e não com modéstia e recato. Sobre o assunto eu já escrevi algumas linhas aqui em maio último, às quais remeto quem se interessar.

Se é verdade que no passado mulheres foram mal-tratadas, havia ao menos a decência de lhes reconhecer a desgraça como um mal injusto digno de lágrimas e comiseração. A existência, p.ex., de um cafajeste sobre o qual pesasse a infâmia de haver desonrado moças de família ao menos evidenciava socialmente a enorme diferença existente entre a honra e a desonra, entre o cafajeste e o homem de bem.

Este feminismo moderno estúpido que quer transformar as mulheres em uma versão mil vezes piorada dos homens termina por fazer muito mais mal às mulheres do que uma legião de cafajestes, porque o seu objetivo é muito mais radical e degradante: enquanto um cafajeste busca o próprio prazer em detrimento da dignidade de uma mulher concreta, o feminismo quer arrastar todas as mulheres ao lamaçal imundo de sua aviltante concepção depravada do sexo feminino. O estrago feito por um crápula tratando uma mulher como objeto é incomparavelmente menor do que o estrago feito por um movimento que intenta transformar todas as mulheres do mundo em vadias que se orgulham daquilo que em outros tempos até mesmo os cafajestes tomariam por infâmia e vergonha. Um cafajeste provavelmente respeitaria ao menos a sua mãe e irmã: uma feminista não poupa nem essas.

Infelizmente, a loucura generalizada parece não ter fim e, no próximo final de semana, está programada para acontecer em Curitiba uma edição “fora de época” deste atentado ao pudor disfarçado de reivindicação justa em prol das mulheres que é a “Marcha das Vadias”. A coluna semanal do Carlos Ramalhete desta quinta-feira versou (brilhantemente, como de costume – leiam lá) sobre este assunto, e não me resta senão fazer coro às muito bem colocadas palavras do articulista: «[a] imbecilidade machista deve ser combatida pela afirmação da dignidade e da capacidade feminina, não pela imitação do pior do sexo masculino». Claro e cristalino para quem não tenha colocado a ideologia acima do bom senso e seja capaz de manter ainda um mínimo de respeito cavalheiresco diante da dignidade do sexo feminino.

É claro que as inimigas das mulheres não gostaram, e estão se organizando para enviar ao jornal protestos contra o texto. Todos nós conhecemos a mil-vezes admirável coragem da Gazeta do Povo em manter uma linha editorial abertamente destoante da cantilena revolucionária da imprensa tupiniquim, e creio ser bastante evidente a importância que é defender este baluarte de bom senso num meio que se encontra tão vastamente dominado pelos bárbaros modernos. Assim sendo, é importante que nós escrevamos ao jornal em apoio ao texto do Carlos Ramalhete em particular e, em geral, à tomada de posição em prol do pensamento conservador – pensamento que é, este sim, representativo dos valores dos brasileiros – que o jornal de Curitiba faz tão abertamente e cuja importância é tão grande para a defesa dos valores da sociedade brasileira. Por isso, peço

1. que o artigo contra a Marcha das Vadias seja lido, comentado e divulgado; e

2. que sejam escritas mensagens de apoio, principalmente por mulheres, às idéias contidas no texto, a fim de que o ataque orquestrado das incendiárias de soutiens não ganhe a aparência de ser representativo dos leitores do jornal (e nem muito menos da sociedade como um todo). Isto é muito importante. É possível escrever

a) enviando email para leitor@gazetadopovo.com.br; e
b) por meio da página de “Fale Conosco” (http://www.gazetadopovo.com.br/faleconosco/) do jornal.

Os que puderem escrever mensagens de apoio e pedir para que outras pessoas também escrevam estarão prestando um enorme favor à sociedade brasileira, tão covardemente atacada pelos bárbaros inimigos da civilização que não parecem ser capazes de tolerar a existência de nenhum pensamento – por menor que seja! – destoante da hegemonia ideológica que infelizmente paira sobre o Brasil.

Mais sobre a garota da Uniban

Comentei aqui en passant, há alguns dias, sobre Geizy Arruda, a garota da Uniban. Hoje, li mais duas coisas sobre o assunto.

1. Padre Zezinho disse que a confusão “sobrou para os católicos”. Não estou acompanhando o caso e, por isso, não sei se Geizy declarou em algum momento ser católica praticante. Aparentemente, o problema apontado pelo sacerdote foi que “alguns provedores na Internet, entre eles o Google News, deram um jeito de falar do país da tanga e da quase nudez nas praias e da nossa maioria católica”.

Já falei algumas vezes: maioria de batizados, sim, sem dúvidas. Maioria católica, é questionável. Ser católico é mais do que ser batizado. Sem dúvidas há uma grande incoerência na conhecida depravação moral do maior país católico do mundo, mas o problema está justamente no fato de que os “católicos” não se comportam como católicos. As vestimentas da srta. Geisy não são fruto da cultura católica brasileira, é evidente. Seria incrível se alguém pudesse, em consciência, insinuar isso.

2. (Via Veritatis Splendor) Uma comissão da CNBB protestou contra a expulsão da aluna. “[T]anto as agressões dos alunos como a expulsão da estudante são ‘inaceitáveis'”; esta declaração vá lá, tolere-se, porque é evidente que a agressão dos alunos foi inaceitável, e punir somente a agredida – embora não inocente – parece injusto.

No entanto, a frase seguinte está obviamente errada. Para o “assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Educação, Luiz Antônio Amaral”, a garota estava “no direito (!!) de usar aquela indumentária”. Como assim, “direito” de estar seminua em uma universidade? De onde surgiu este direito? Será que a tal Comissão Episcopal Pastoral para Educação sabe do que está falando?

Tal declaração não é digna nem mesmo de um organismo que se pretenda meramente educativo, muito menos de uma comissão que leva o nome de “Episcopal”! Não quero nem imaginar que outros “direitos” possuem, na cabeça de semelhante comissão, os estudantes universitários. Vergonha.