A qualidade dos ataques à Igreja

Eu nem sei se o que o sr. Armando falou aqui em outro post merece comentários, mas é no mínimo engraçado ver o nível das acusações que os inimigos da Igreja gostam de alardear. Há um artigo grande e maçante chamado – pasmem! – “Padres Pedófilos – o Verdadeiro Catolicismo”, que o sujeito teve a coragem de escrever. Não tenho paciência para refutá-lo todo (e, aliás, nem é necessário, porque ele só faz reunir as mesmas acusações gagás de sempre, já incontáveis vezes refutadas – quem tiver interesse, basta usar a busca daqui mesmo do Deus lo Vult!), mas vou comentar algumas das besteiras lá presentes. Só para mostrar a qualidade dos artigos que tencionam denegrir a imagem da Igreja de Nosso Senhor.

Porque a Igreja Católica oferece, em suas igrejas, o “catecismo”, apenas para crianças,mas não oferece curso algum para adultos, no que diz respeito à similaridade com a “catequização” das crianças?

Sério, em quantas paróquias este sujeito já pisou na vida para falar uma besteira desta magnitude? A enorme maioria das paróquias (talvez até todas) oferecem, além do Catecismo para as crianças da Primeira Eucaristia, pelo menos o Catecismo de jovens para a Crisma. Grande parte delas têm grupos jovens. Muitas têm também catequese para adultos, que se preparam para receber o Batismo, a Eucaristia ou a Crisma – ou os três Sacramentos. Com base em quê, além do próprio preconceito totalmente descolado da realidade, o sujeito vem dizer que a Igreja não oferece catequese para adultos?

Sem contar, aliás, a cretina insinuação caluniosa de que a Catequese das crianças tenha alguma relação com a pedofilia. Que ele prove as acusações que faz. Cuspir cretinices na internet é muito fácil. Quero ver o corajoso “jornalista e escritor” de Taubaté demonstrar a ligação – em uma única paróquia que seja! – entre catequese e pedofilia.

Um aspecto assustador, da pedofilia de hoje, são as associações ativistas chamadas de “pró-pedofilia” que argumentam que a pedofilia não é uma doença, mas uma simples orientação sexual. Chegam ao ponto de, com bases em supostos “estudos científicos” alegarem que a sociedade deve reconhecer e legitimar a pedofilia.

Verdade. Mas qual a mínima relação, por remota e escabrosa que seja, entre estas “associações ativistas” e a Igreja Católica? Por acaso há padres na NAMBLA? Por acaso há ativistas pró-pedofilia usando textos da Bíblia Sagrada ou do Catecismo da Igreja para embasar as suas teses? Qual a razão, então, de se citar associações pró-pedofilia em um texto que leva por título “o Verdadeiro Catolicismo”?

A Igreja nunca pretendeu ensinar o povo ou ministrar-lhe algum ensinamento religioso, mas costumava retirar do povo algumas pessoas para que pudessem ajudá-los em suas liturgias fechadas.

Sem dúvidas, a lógica anti-clerical tem regras próprias. Dependendo da calúnia que se deseje cuspir, a Igreja ora quer impôr a Sua Doutrina goela abaixo a todos, ora não quer dar nenhum “ensinamento religioso” ao povo. A cada dia estas pessoas provam que Chesterton estava certo.

Sobre as “liturgias fechadas”, escapa-me à compreensão o que este gênio quis dizer. Alguém lhe mande um folheto com horários de missa – e um aviso bem grande de que, em tais momentos, as igrejas estão abertas e as pessoas podem entrar.

Com o apoio dos governos onde [a Inquisição] foi instaurada, perseguiram, torturaram e mataram centenas de milhares (há fontes que citam milhões) de pessoas inocentes, quer fossem homens mulheres ou crianças, das formas mais bárbaras imaginadas. (…) Os bens das vítimas assassinadas, eram repartidos entre o Estado e a Igreja.

Sim, há fontes que citam “milhões”. Dan Brown, por exemplo. Tem o mérito o jornalista de Taubaté, no entanto, de trazer a lume este aspecto dos horrores do Santo Ofício freqüentemente negligenciado até mesmo por fontes históricas sérias como o insuspeito autor d’O Código da Vinci: ao lado da perseguição às bruxas e aos cientistas, a Inquisição instaurou uma terrível perseguição a crianças! Logicamente, como explica com maestria o sr. Armando em seguida, tudo isso era por causa dos bens dos infantes nos quais a Igreja, com Sua ganância, queria pôr as mãos. Bonecas e carrinhos eram muito valiosos à época. Há também fontes, aliás, que explicam que o medo infantil do Bicho-Papão remonta precisamente a esta época, sendo este uma referência que as crianças faziam ao Papa no aumentativo.

Dá para levar a sério? E qual a mínima relação existente entre Inquisição (e Cruzadas, e Nazismo, e tantas outras coisas que estão presentes no texto) e pedofilia?

Segue mais um monte de bobagens sobre celibato. Após, uma sessão de “perguntas e respostas”. E, para fechar com chave de ouro, o jornalista arrisca até mesmo uma profecia:

Com certeza a Igreja Católica vai cair. Eu só não posso precisar quando. Só sei que não vai demorar e ela não dura mais que 5 anos!

Beleza, sr. Armando. Daqui a cinco anos a gente conversa de novo. Combinado assim?